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Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos – FAESO

PROGRAMA DE DISCIPLINA - 2018.2º


1 IDENTIFICAÇÃO
Componente Curricular: Direito Administrativo II
Professor: Christovam Castilho Júnior
(E-mail: castilhojunior.estacio@gmail.com)
Curso: Direito
Período: 10º
Turma: A
Turno: Diurno
Nº horas/aula semanais: 4 (quatro)
semestrais: 73 (setenta e três)
2 EMENTA
• Noções preliminares de
Administração Pública Direta e
Indireta; Responsabilidade civil
extracontratual do Estado; Bens
públicos; Desapropriação; e Processo
Administrativo.
3 OBJETIVOS

• GERAL

• Desenvolver o aprendizado da disciplina


trazendo conceitos variados de cada
instituto, com o intuito de despertar uma
visão dinâmica, crítica, e que o
acadêmico possa exercer as atividades
jurídicas de forma satisfatória.
• ESPECÍFICOS
• Proporcionar conhecimentos básicos
indispensáveis ao aproveitamento das
demais disciplinas, que se valem dos
conceitos de Direito Administrativo; e
• Compreensão da estrutura da
administração pública brasileira à luz da
doutrina, jurisprudência e legislação em
vigor.
4 Metodologia de Ensino

• Aulas expositivas dialogadas;

• Debates;
• Leitura de textos legais, doutrinas e
jurisprudências, elaborando análise crítica e
redação;
• Estudo de casos extraídos de processos,
periódicos e livros, propondo soluções; e
• Atividades complementares orientadas para a
disciplina.
5 AVALIAÇÃO

• 1 (uma) prova bimestral, oportunizando-se


também a elaboração de trabalhos de
pesquisa (individual ou em grupo) sobre temas
e critérios previamente definidos, cuja nota
será acrescida àquela obtida na avaliação,
como forma de incentivo à pesquisa
acadêmica; e

• Serão considerados ainda, o comportamento


em sala de aula, participação do aluno
durante as aulas, assiduidade e frequência.
6 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
AULA 01 - Administração Pública Direta e Indireta
AULA 02 - Fundações públicas, agências reguladoras,
agências executivas e associações
públicas
AULA 03 - Empresas públicas e sociedades de
economia mista
AULA 04 - Participação estatal minoritária em
sociedades privadas, entidades
paraestatais e terceiro setor
AULA 05 - Responsabilidade civil extracontratual
do Estado
AULA 06 - Bens públicos
AULA 07 - Desapropriação
AULA 08 - Procedimento da Desapropriação
AULA 09 - Processo Administrativo
AULA 10 - Servidor Público
7 BIBLIOGRAFIA - BÁSICA
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio.
Curso de Direito Administrativo. 30ª ed.
São Paulo: Malheiros, 2013.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito


Administrativo, 26ª ed., São Paulo: Atlas,
2013.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito


Administrativo Brasileiro. 39ª ed. S.
Paulo: Malheiros, 2013. 
COMPLEMENTAR
CARVALHO FILHO, José dos Santos.
Manual de Direito Administrativo, 26ª
edição, São Paulo: Atlas, 2013.

GASPARINI, Diógenes. Direito


Administrativo. 17ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito
Administrativo, 3ª edição, São Paulo:
Saraiva, 2013.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA 
1. CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
 
O Decreto-Lei nº 200/1967, que dispõe sobre a
organização da Administração Pública federal, estabelece
duas técnicas diferentes para que ela cumpra suas
competências constitucionais: a desconcentração e a
descentralização.
 
Na desconcentração, segundo Alexandre Mazza
(2011:123), "as atribuições são repartidas entre órgãos
públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica,
mantendo a vinculação hierárquica". Assim, surge o
conceito de órgão público, que nada mais é do que uma
extensão das competências exercidas pelos entes da
Administração Pública Direta, ou seja, União,
Estados, Municípios e Distrito Federal.
Os órgãos originários de desconcentração não
possuem personalidade jurídica própria, de
maneira que quem responde pelos atos de tais
órgãos é a Administração direta à qual eles estão
vinculados. São integrantes da mesma pessoa
jurídica, sob uma mesma ordem hierárquica.
OBS: Por isso que uma Delegacia de Polícia não
pode figurar no polo ativo e passivo de uma
relação jurídica, mas sim o Estado. (Exceção:
Ministério Público e Defensoria Pública)
São exemplos de órgãos desconcentrados: (a)
Ministérios; (b) Secretarias; (c) Delegacias de Polícia;
(d) postos de atendimento da Receita Federal; (e)
Subprefeituras; (f) Tribunais; (g) Casas Legislativas.
Existem três espécies de desconcentração:
(I) desconcentração territorial ou geográfica: as
competências de cada órgão são divididas por regiões
de atuação, de maneira que cada órgão exerce as
mesmas atividades, mas em territórios diferentes.
Exemplos: Subprefeituras e Delegacias de Polícia;
(II) desconcentração material ou temática: é a
distribuição de competências mediante a especialização
de cada órgão. Exemplo: Ministérios e Secretarias;
(III) desconcentração hierárquica ou funcional:
utiliza como critério para repartição de competências a
relação de subordinação entre os diversos órgão, por
exemplo, a criação de órgãos recursais das decisões
tomadas em primeira instâncias em processos
administrativos. Ex: JARI está subordinada ao
Conselho Estadual de Trânsito, e este ao DENATRAN.
2. CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
Na descentralização, as competências administrativas
são exercidas por pessoas jurídicas autônomas,
criadas pelo Estado para tal finalidade. São exemplos:
autarquias, fundações públicas, empresas públicas
e sociedades de economia mista.
 

Enquanto que na desconcentração fala-se em órgão


público, na descentralização surge o conceito de entidade,
unidade de atuação dotada de personalidade jurídica
própria, cujo conceito é trazido pela Lei nº 9.784/1999.
OBS: Por isso que, por exemplo, uma autarquia pode
figurar no polo ativo e passivo de uma relação jurídica.
 

O conjunto de pessoas jurídicas autônomas criadas pelo


Estado recebe o nome de Administração Pública indireta
ou descentralizada.
Desconcentração Descentralização
Competências atribuídas a órgãos Competências atribuídas a
públicos sem personalidade entidades com personalidade
jurídica jurídica autônoma

O conjunto de órgãos forma a O conjunto de entidades forma a


chamada Administração Pública chamada Administração Pública
Direta ou Centralizada Indireta ou Descentralizada

Órgãos não podem ser acionados Entidades descentralizadas


diretamente perante o Poder respondem judicialmente pelos
Judiciário, com exceção de alguns prejuízos causados a particulares
dotados de capacidade processual
especial

Exemplos: Ministérios, Exemplos: Autarquias, Fundações


Secretarias, Delegacias de Polícia, Públicas, Empresas Públicas e
Delegacias da Receita Federal, Sociedades de Economia Mista
Tribunais e Casas Legislativas
Pergunta: Qual a diferença entre
administração pública extroversa e
administração pública introversa?

Resposta: Administração pública


extroversa é o conjunto de relações
jurídicas externas entre o Poder Público e
os administrados. A administração pública
introversa significa o complexo das
vinculações internas envolvendo agentes
públicos, órgãos estatais e entidades
administrativas.
3. ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA INDIRETA
Autarquias
 
 
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público
interno, pertencentes à lei específica Administração
Pública indireta, criadas por para exercício de
atividades típicas da Administração Pública.
 
O Decreto-Lei nº 200/1967, em seu Art. 5º, I,
conceitua autarquia como "serviço autônomo, criado
por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receita próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada“.
São exemplos de autarquias: INSS, Banco
Central, IBAMA, CADE, INCRA e todas as
universidades públicas, como a USP e a
UFRJ.
 
Possuem as seguintes características:

(a) são pessoas jurídicas de direito público,


a elas aplicando-se o regime jurídico
público, e não as regras de direito privado,
o que implica, por exemplo, em
obrigatoriedade de concurso público e de
licitação;
(b) são criadas e extintas por lei
específica, uma vez que a personalidade
jurídica das autarquias surge com a
publicação da lei que as institui, dispensando
o registro dos atos constitutivos em cartório.
O art. 37, inc. XIX da CF exige que as
autarquias sejam criadas por lei específica,
de maneira que a norma que cria ou extingue
uma autarquia não pode tratar de outros
temas (multitemática). Além disso, as
autarquias somente podem ser extintas por
lei especifica, sendo a elas inaplicável o
regime jurídico falimentar;
(c) dotadas de autonomia gerencial,
orçamentária e patrimonial, pois possuem
capacidade de autogoverno representando um
nível de liberdade na gestão de seus próprios
assuntos, intermediário entre a subordinação
hierárquica e a independência. As autarquias,
portanto, não estão subordinadas à Administração
Pública direta, mas sofrem um controle finalístico
chamado supervisão ou tutela ministerial;
(d) nunca exercem atividade econômica, de
acordo com o art. 5º, inc. I, do Decreto-Lei nº
200/1967, uma vez que somente podem executar
atividades típicas da Administração Pública, como
serviços públicos, poder de polícia ou fomento;
(e) são imunes a impostos, sendo alcançadas pela
limitação ao poder de tributar trazida pelo art. 150 da CF
(§2º), cumprindo ressaltar que a imunidade não alcança
as demais espécies tributárias (taxas, contribuições de
melhoria, empréstimos compulsórios etc);
(f) seus bens são públicos, sendo revestidos de
impenhorabilidade, inalienabilidade e
imprescritibilidade;
(g) praticam atos administrativos, sendo os atos
dos agentes públicos autárquicos dotados de
presunção de legitimidade, exigibilidade,
imperatividade e autoexecutoriedade;
(h) celebram contratos administrativos, por força
da Lei nº 8.666/1993, como decorrência do regime
jurídico público;
(i) o regime normal de contratação é o
estatutário, por força de concurso
público de provas ou de provas e títulos,
sendo exceção o regime jurídico
celetista; Seus agentes públicos ocupam
cargo público.
(j) possuem as prerrogativas especiais da
Fazenda Pública, por exemplo, prazo em
dobro para recorrer e em quádruplo para
contestar, desnecessidade de adiantamento
de custas processuais e anexar procuração
do representante legal, dever de intimação
pessoal, etc.;
(k) responsabilidade objetiva direta, pois
as autarquias respondem objetivamente
pelos prejuízos causados por seus
agentes a particulares, possuindo
personalidade jurídica própria para
defender-se em Juízo;
(l) outras características: controle pelo
Tribunal de Contas, regras de contabilidade
pública, vedação de acúmulo de cargos,
obrigatoriedade de licitação e existência de
cargos de provimento comissionado
(regime da CLT, art. 40, §13, CF).
ESPÉCIES DE AUTARQUIAS – as autarquias podem
ser das seguintes espécies:
 

(I) autarquias administrativas ou de serviço: são as


autarquias comuns dotadas de regime jurídico
ordinário dessa espécie de pessoa pública. Exemplo:
INSS, IBAMA;
(II) autarquias especiais: as autarquias especiais têm
como característica uma maior autonomia em relação
à Administração Direta do que as autarquias comuns.
Dividem-se em a) autarquias especiais stricto sensu,
como o Banco Central, a Sudam e a Sudene, e b)
agências reguladoras, as quais, além da autonomia
qualificada, possuem mais uma característica
específica que é o mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes, como a ANATEL, a ANVISA e a ANTAQ;
(III) autarquias corporativas: são encarregadas
de exercer o controle e fiscalização sobre as
chamadas profissões regulamentadas, por
exemplo, o CREA, o CRM, o CRO. O STF, no
julgamento da ADIN nº 3.026/2006, entendeu
que a OAB não é uma autarquia por lhe faltar
personalidade jurídica de direito público e
vinculação com a Administração direta, tratando-
se de entidade sui generis. Segundo o julgado
do STF, a OAB mantém completa
independência dos poderes públicos e não
possui somente finalidades corporativas,
mas também institucionais;
(IV) autarquias fundacionais: conhecidas
como fundações públicas, são criadas
mediante a afetação de determinado
patrimônio público a certa finalidade, por
exemplo, PROCON, FUNASA e FUNAI;
(V) autarquias territoriais: são
departamentos geográficos administrados
diretamente pela União, recebendo o
nome de territórios federais (CF, art. 33).
(VI) Autarquias associativas: são as
associações públicas criadas após a celebração
de consórcio entre entidades federativas.
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
 
Alexandre Mazza (2011:133) escreve que as
fundações públicas são “pessoas jurídicas de
direito público interno, instituídas por lei específica
mediante a afetação de um acervo patrimonial do
Estado a uma dada finalidade pública”.
São exemplos de fundações públicas: FUNAI,
FUNASA, IBGE, FUNARTE e Fundação
Biblioteca Nacional.
O Decreto-lei nº 200/1967, no art. 5º, inc. II, define
fundação pública como a “entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado, sem
fins lucrativos, criada em virtude de autorização
legislativa, para o desenvolvimento de atividades
que não exijam execução por órgãos ou entidades
de direito público, com autonomia administrativa,
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos
de direção, e funcionamento custeado por recursos
da União e de outras fontes”.
 
As fundações têm por característica a afetação de
um patrimônio para realização de determinadas
atividades, no caso, de interesse público.
As fundações públicas são classificadas pela doutrina e
pela jurisprudência como espécies de autarquias
(autarquias fundacionais), haja vista que se revestem
das mesmas características das autarquias, podendo
exercer todas as atividades típicas da Administração
Pública, como prestar serviços públicos e exercer o
poder de polícia ou limitação administrativa***.
 *** representa uma atividade estatal restritiva dos
interesses privados, limitando a liberdade e a
propriedade individual em favor do interesse público.
Tal entendimento somente é possível porque o art. 5º, inc.
II do Decreto-lei nº 200/1967 não foi recepcionado pela
CF, a qual trata das fundações públicas como figuras
simétricas às autarquias, reconhecendo a natureza
pública das entidades fundacionais (art. 37, XIX).
AGÊNCIAS REGULADORAS
 

A criação das agências reguladoras no Brasil está


ligada ao processo de privatização que teve início
nos anos 90, sendo elas criadas para controlar a
atuação de investidores privados que passaram a
exercer as tarefas desempenhadas, antes da
privatização, pelo próprio Estado.
 
As Emendas Constitucionais nº 8/1995 e 9/1995 são
considerados marcos históricos das agências
reguladoras no Brasil, tendo modificado,
respectivamente, o art. 21, inc. XI e art. 177, §2º, inc.
III, ambos da CF.
 
São exemplos de agências reguladoras: ANEEL,
ANATEL, ANP, ANS, ANA, ANVISA, ANTT e CVM.
As agências reguladoras são autarquias de
regime especial, diferenciando-se das
autarquias comuns pelas seguintes
características: (a) dirigentes estáveis, haja
vista que os dirigentes não podem ser
desligados imotivadamente pela Autoridade
Pública; (b) mandato fixo, pois o dirigente da
agência reguladora permanece na função por
prazo determinado na lei que cria a agência; (c)
quarentena, de maneira que o dirigente
desligado da agência fica impedido, por quatro
meses, de exercer qualquer atividade no setor
regulado pela agência (Lei nº 9.986/2000, art.
8º).
As agências podem ser classificadas em:
(i) agências de serviço: fiscalizam e disciplinam a
prestação de serviços públicos executados por
particulares, por exemplo, ANEEL, ANATEL e ANTT;
(ii) agências de polícia: exercem
predominantemente a fiscalização sobre o exercício
de atividades econômicas, por exemplo, ANS e
ANVISA;
(iii) agências de fomento: criadas para promover o
desenvolvimento de setores privados, por exemplo,
ANCINE;
(iv) agências de uso de bens públicos: realizam a
gestão e o controle sobre o uso de bens públicos,
por exemplo, ANA.
PODER NORMATIVO – as agências
reguladoras possuem competência para
expedir atos administrativos contendo
regras para disciplinar o respectivo setor de
atuação. Tais atos, porém, possuem
natureza infralegal, ou seja, são inferiores à
lei, não podendo, portanto, contrariar regras
fixadas na legislação, tampouco criar atos
administrativos gerais e abstratos, sob pena
de invadir a competência regulamentar
exclusiva do Presidente da República (CF,
art. 84, inc. IV).
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
Previstas no art. 37, §8º, da Constituição Federal,
com redação dada pela Emenda Constitucional nº
19/98, agências executivas é um título atribuído
pelo governo federal a autarquias, fundações
públicas e órgãos que celebrem contrato de
gestão para ampliação de sua autonomia
mediante a fixação de metas de desempenho.

Assim, as agências executivas não são uma


nova espécie de pessoa jurídica da
Administração Pública, mas uma qualificação
obtida por entidades e órgãos públicos.
 

Diferentemente das agências reguladoras, que


são autarquias de regime especial, criadas
para finalidade específica, as agências
executivas são órgãos da administração direta
ou indireta da União.
 
Segundo Alexandre Mazza (2011:141),
“importante instrumento da administração
gerencial, o instituto da agência executiva foi uma
tentativa de aumentar a eficiência da
Administração Pública por meio da flexibilização
de exigências legais em benefício da eficiência na
gestão do interesse público”.
A qualificação de autarquia ou fundação como agência
executiva poderá ser conferida mediante iniciativa do
Ministério supervisor (No exemplo abaixo: Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), com a
anuência do Ministério da Administração Federal e
Reforma do Estado e expedição de decreto do Presidente
da República, conforme prevê o Decreto nº 2.487/1998.
 
Um raro exemplo de agência executiva no Brasil é o
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial), que é uma
autarquia federal. Sua missão é prover confiança à
sociedade brasileira nas medições e nos produtos,
através da metrologia e da avaliação da conformidade,
promovendo a harmonização das relações de
consumo, a inovação e a competitividade do País.
Assim, as agências executivas possuem as
seguintes características: (a) são autarquias,
fundações e órgãos que recebem a qualificação por
decreto do Presidente da República ou portaria
expedida por Ministro de Estado; (b) celebram
contrato de gestão com o Ministério supervisor para
ampliação da autonomia; (c) possuem um plano
estratégico de reestruturação e de desenvolvimento
institucional, voltado para a melhoria da qualidade
da gestão e para a redução de custos.
Além disso, têm o dobro do limite para
contratação por dispensa de licitação, conforme
prevê o art. 24 da Lei nº 8.666/1993.
Agências executivas Agências reguladoras
Natureza Qualificação atribuída a órgãos Autarquias com
ou pessoas governamentais regime especial
Atuação Visam a operacionalidade Controle e fiscalização
mediante exercício de setores privados
descentralizado de tarefas
públicas

Surgimento Contexto da reforma Contexto da reforma


administrativa administrativa
Exemplos INMETRO ANATEL, ANEEL, ANAC
Base Modelo da administração Modelo da
ideológica gerencial administração
gerencial
Âmbito Existem somente no âmbito Existentes em todas as
federativo federal esferas federativas
ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS
 
De acordo com o art. 241 da CF, a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios poderão disciplinar,
por meio de lei, a gestão associada de serviços
públicos, bem como a transferência total ou parcial
de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos, o que se
convencionou chamar de consórcios públicos.
 
Alexandre Mazza (2011:143) escreve que consórcio
público “é o negócio jurídico plurilateral de direito
público que tem por objeto medidas de mútua
cooperação entre entidades federativas, resultando
na criação de uma pessoa jurídica autônoma com
natureza de direito privado ou de direito público”.
Os consórcios públicos são regulados pela Lei
nº 11.107/2005, a qual determina que os
consórcios públicos constituam pessoas
jurídicas distintas dos entes consorciados,
podendo possuir natureza pública ou privada.
 
Os consórcios de natureza privada sem fins
econômicos submetem-se à legislação civil,
mas têm que seguir a legislação administrativa
quanto à licitação, celebração de contratos,
prestação de contas e admissão de pessoal sob
regime celetista. Não integram a administração
pública indireta.
Os consórcios de natureza jurídica pública
recebem o nome de associações públicas,
integrando a administração pública indireta de
todos os entes consorciados, daí serem
chamadas de entidades transfederativas***.
 
Ambos os consórcios possuem alguns
privilégios, quais sejam: (I) poder de promover
desapropriações e de instituir servidões; (II)
possibilidade de serem contratadas pela
Administração direta ou indireta com dispensa
de licitação; (III) o dobro do limite para
contratação direta por dispensa de licitação em
razão do valor.
EMPRESAS ESTATAIS
 

Chamam-se empresas estatais as pessoas jurídicas de


direito privado pertencentes à administração pública
indireta, quais sejam, as empresas públicas e as
sociedades de economia mista.
 

Apesar de possuírem personalidade de direito privado,


as empresas estatais possuem algumas características
próprias das entidades de direito público. Alexandre
Santos de Aragão (2012:123) escreve que "é
exatamente esse hibridismo que caracteriza as
empresas do Estado: a adoção de um regime jurídico
essencialmente privado, mas com inúmeras
derrogações de direito público, a maior parte delas,
inclusive, de sede constitucional“.
São características das empresas estatais:
 
(a) sofrem controle pelos Tribunais de Contas,
Poder Legislativo e Judiciário;
(b) dever de contratar mediante prévia
licitação, com exceção das empresas estatais
exploradoras de atividade econômica;
(c) obrigatoriedade de realização de concurso
público;
(d) proibição de acumulação de cargos,
empregos ou funções públicas;
São características das empresas estatais:
 

(e) contratação de pessoal pelo regime celetista de


emprego público, com exceção dos dirigentes,
sujeitos ao regime comissionado;

(f) remuneração dos empregados não sujeita ao teto


constitucional, exceto se receberem recursos
públicos para pagamento de despesas de pessoal ou
de custeio geral;

(g) seus dirigentes são nomeados pelo Chefe do


Executivo sem necessidade de submissão à
aprovação do Poder Legislativo; e

(i) impossibilidade de falência (art. 2º, inc. I da Lei nº


EMPRESAS PÚBLICAS
 
São pessoas jurídicas de direito privado, criadas por
autorização legislativa, com totalidade de capital
público e regime organizacional livre. Exemplos:
BNDES, ECT, CEF, EMBRAPA e INFRAERO.
 
O conceito legislativo de empresa pública está no
art. 5º, inc. II do Decreto-Lei nº 200/1967: "a
entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo
da União, criado por lei para a exploração de
atividade econômica que o Governo seja levado a
exercer por força de contingência ou de
conveniência administrativa podendo revestir-se de
qualquer das formas admitidas em direito“.
A redação do Decreto-Lei nº 200/1967 merece algumas
correções, quais sejam: (i) o capital precisa ser
totalmente público, podendo ser federal, estadual ou
municipal; (ii) as empresas públicas não são criadas
por lei, mas sua criação é autorizada em lei; (iii)
podem explorar atividade econômica ou prestar
serviços públicos.
 
As empresas públicas têm como principais
características:
 
(a) criação autorizada por lei específica: as
empresas públicas são criadas a partir de autorização
concedida pelo Poder Legislativo, mas a personalidade
jurídica só tem início com o registro dos atos
constitutivos no cartório competente e na Junta
Comercial, como determina o art. 45 do CC;
(b) todo capital é público: nas empresas
públicas não existe dinheiro privado integrando o
capital social;
 
(c) forma organizacional livre: a empresa
pública pode adotar qualquer forma empresarial
prevista no CC, como limitada, S/A ou comandita;
 
(d) suas demandas são de competência da
Justiça Federal: as demandas envolvendo
empresas públicas vinculadas à União serão
julgadas pela Justiça Federal, e as pertencentes
às empresas públicas estaduais, distritais ou
municipais serão julgadas pela Justiça Estadual.
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
 

São pessoas jurídicas de direito privado, criadas


mediante autorização legislativa, com maioria do
capital público e organizadas obrigatoriamente em
sociedades anônimas. Exemplos: PETROBRÁS,
BANCO DO BRASIL, TELEBRÁS, ELETROBRÁS e
FURNAS.
 

Diz o Decreto-Lei nº 200/1967, no art. 5º, inc. III: "a


entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, criada por lei para a exploração de
atividade econômica, sob a forma de sociedade
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam
em sua maioria à União ou a entidade da
Administração Indireta“.
O conceito do decreto aqui também merece
críticas, pois as sociedades de economia mista
são criadas mediante autorização legislativa
e podem prestar serviços públicos.
 
Suas principais características são:
 
(a) criação autorizada por lei: a
personalidade jurídica somente tem início com
o registro dos respectivos atos constitutivos no
cartório competente;
(b) maioria do capital é público: o Poder
Público, obrigatoriamente, deve possuir a maioria
do capital votante, sob pena de descaracterização
da sociedade de economia mista para empresa
privada com participação do Estado;
 
(c) forma de sociedade anônima: por expressa
disposição legal, as sociedades de economia
mista devem ter obrigatoriamente estrutura de
S/A;
 
(d) demandas são julgadas na justiça estadual
comum: ainda que federais, as sociedades de
economia mista demandam e são demandadas
diante da justiça estadual.
EMPRESAS PÚBLICAS SOCIEDADES DE ECONOMIA
MISTA
Base legal: art. 5º, II do Base legal: art. 5º, III do
Decreto-Lei 200/67 Decreto-Lei 200/67
Pessoas jurídicas de direito Pessoas jurídicas de direito
privado privado
Totalidade do capital pú blico Maioria do capital votante é
público
Forma organizacional livre Forma obrigatória de S/A
As da Uniã o têm causas Causas julgadas perante a
julgadas perante a Justiça Justiça Comum Estadual
Federal
As estaduais, distritais e municipais As estaduais, distritais e
têm causas julgadas, como regras, municipais têm causas julgadas
em Varas da Fazenda Pú blica
em Varas Cíveis
PARTICIPAÇÃO ESTATAL MINORITÁRIA EM
SOCIEDADE PRIVADA, ENTIDADES
PARAESTATAIS E TERCEIRO SETOR
 
PARTICIPAÇÃO ESTATAL MINORITÁRIA EM
SOCIEDADE PRIVADA
 

Em casos excepcionais a Administração Pública


pode ser sócia de sociedade privada, mas sem
deter o seu controle, ou seja, possuindo
participação acionária minoritária. Ressalte-se
que o Decreto-Lei nº 200/1967 não prevê tal
situação, de maneira que ela só se justifica,
como já dito anteriormente, em casos
excepcionais, extremos.
Segundo Marçal Justen Filho a situação é
anômala, “porque há a aplicação de recursos
públicos para o desempenho de atividade que não
configura função pública, e não se subordina ao
regime administrativo. Aplica-se o regime de
direito privado, existindo participação estatal
minoritária”.
 

A participação do Estado como acionista


minoritário em atividades privadas é criticada
pela doutrina, tendo em vista não caber ao poder
público investir recursos em atividades que não
revertam benefícios ao bem comum, ou seja, que
não atenda ao interesse público, que é princípio
básico do direito administrativo.
Marçal Justen Filho escreve que “a escassez dos
recursos públicos e as necessidades coletivas
impedem a transferência para a entidade
administrativa indireta de recursos superiores às suas
necessidades. Logo, surge a presunção absoluta de
que nenhuma entidade da Administração indireta
dispõe de recursos disponíveis sobejantes”.
 
Além disso, esclarece o autor que tal atitude do
Estado fere os princípios da eficiência, porque os
recursos empregados na iniciativa privada poderiam
reverter em benefício das carências da população, e
da isonomia, pois, ao investir em uma entidade
privada, o Estado causa discriminação em relação às
demais, as quais, teoricamente, teriam direito
semelhante.
ATIVIDADES PARAESTATAIS
 

Conforme leciona Marçal Justen Filho, entidade


paraestatal ou serviço social autônomo “é uma
pessoa jurídica de direito privado criada por lei
(correto: autorizada por lei) para, atuando sem
submissão à Administração Pública, promover o
atendimento de necessidades assistenciais e
educacionais de certas atividades ou categorias
profissionais, que arcam com sua manutenção
mediante contribuições compulsórias”.
 

Tratam-se, portanto, de entidades de direito privado


com a característica especial de serem criadas por
lei, de maneira que sua existência, sua estrutura e
seu funcionamento estão contemplados em
dispositivos legais.
Por ter regime jurídico de direito privado, as pessoas
jurídicas paraestatais não estão subordinadas à
administração pública, daí serem denominadas
serviço social autônomo. Desta forma, não
recebem determinações governamentais, seus
administradores não são escolhidos pelos
governantes e seus atos não se caracterizam como
manifestação de atuação estatal.
 

Além disso, tais entidades atuam na satisfação de


interesses específicos, relacionados a assistência e
educação. Apesar de não possuírem ligação com a
Administração Pública, exercem atividade típica do
Estado, de maneira que a atividade das entidades
paraestatais é materialmente administrativa, sendo
uma atuação administrativa não governamental.
Importante salientar que tais entidades não estão
revestidas de competências administrativas
relacionadas ao poder de polícia ou com a
regulação de atividades privadas. O objeto social
dos serviços sociais autônomos é fornecer
utilidades para os integrantes de certa categoria
relativamente à assistência social e, em especial, à
formação educacional.
 
Além disso, as entidades paraestatais possuem
vinculação com um setor empresarial ou com uma
categoria profissional (sindicato). Os serviços
sociais são mantidos mediante contribuições
instituídas no interesse de categorias profissionais
ou de intervenção no domínio econômico.
São exemplos de entidades paraestatais as
entidades constantes do chamado Sistema
"S": SESC (Serviço Social do Comércio), SESI
(Serviço Social da Indústria), SENAI (Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial), etc.
 
Os serviços sociais autônomos possuem
natureza jurídica de direito privado, mas, por
receberem e gerirem verbas públicas, devem
observar princípios básicos da Administração
Pública, como a moralidade e a eficiência,
além de terem de prestar contas, conforme
prevê o art. 70, parágrafo único, da CF.
TERCEIRO SETOR
 
O terceiro setor é integrado por sujeitos e
organizações privadas que se comprometem com
a realização de interesses coletivos e a proteção
de valores supra-individuais. Entre as entidades
do terceiro setor estão as fundações privadas, as
associações e as organizações sociais.
 
O terceiro setor é composto por entidades
privadas da sociedade civil que exerçam
atividades de interesse público sem finalidade
lucrativa. Estão submetidas ao regime jurídico de
direito privado, parcialmente derrogado por
normas de direito público.
O crescimento do terceiro setor
enquadra-se na função administrativa
de fomento***, que juntamente com os
serviços públicos e o poder de polícia
formam o conjunto das três atividades
precípuas da Administração Pública
moderna.
OBS: Fomentar é promover o progresso.
Refere-se a qualquer ação do governo que tenha a
finalidade de promover o desenvolvimento de um
país, de uma região, ou ainda, dos mais diversos
setores: Agropecuária, Comércio e Serviços,
Cultura, Educação, Indústria, Saúde, Turismo etc.
As ações de fomento são as políticas definidas
para impulsionar um determinado setor. Em uma
indústria, poderia ser, por exemplo, a definição de
um prazo mais alargado para o financiamento
bancário.
Para a economia de uma região, o fomento
representa uma injeção de recursos em atividades
que vão gerar bens e serviços, aumentando assim
a produção, o emprego e a renda da população.
Fundações privadas
As fundações privadas são criadas na forma do
CC, possuindo regime jurídico de direito privado.
No entanto, nas palavras de Marçal Justen Filho,
podem "contribuir para a satisfação de
necessidades supra-individuais", isto é, podem
exercer atividades que interessem a uma
determinada coletividade. (Ex: Fundação Amaral
Carvalho, em Jaú/SP). 
As fundações estão sujeitas à fiscalização do
Ministério Público, como proclamam os artigos 66,
68 e 69 do CC e o art. 764 do NCPC. É possível,
ainda, que tais entidades recebam verbas públicas,
o que importa a incidência de outros instrumentos
de controle da atividade.
Associações
 
As associações são entidades de natureza
associativa, constituída por acordo de
vontades entre os particulares, que se
comprometem a contribuir com seus esforços
para a realização de um fim não egoístico,
destituído de cunho econômico. (Ex:
Associação de Pais e Mestres da Escola X)

As associações não possuem caráter lucrativo,


e estão subordinadas às regras do art. 53 e
seguintes do CC.
Organizações Sociais
 

Segundo Marçal Justen Filho, "organização social é


uma associação civil sem fim lucrativo ou fundação
que, em virtude do preenchimento de certos
requisitos legais, é submetida a um regime jurídico
especial, que contempla benefícios especiais do
Estado para execução de determinadas atividades de
interesse coletivo".
 

As organizações sociais foram criadas pela Lei nº


9.637/1998. Originam-se de uma qualificação especial
outorgada pelo governo federal a entidades da iniciativa
privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a
fruição de vantagens peculiares, como isenções,
destinação de recursos orçamentários, repasse de
bens públicos e empréstimo temporário de servidores.
Desempenham atividade de interesse público, atuando
nas seguintes áreas: ensino, pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação
do meio ambiente, cultura e saúde.
 
Os requisitos para que uma entidade obtenha a
qualificação de organização social estão previstos no
art. 2º da Lei nº 9.637/1998, quais sejam:
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo,
dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos relativos à
respectiva área de atuação;
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de
investimento de seus excedentes financeiros no
desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão expressa de a entidade ter, como
órgãos de deliberação superior e de direção, um
conselho de administração e uma diretoria
definidos nos termos do estatuto, asseguradas
àquele composição e atribuições normativas e de
controle básicas previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado
de deliberação superior, de representantes do
Poder Público e de membros da comunidade, de
notória capacidade profissional e idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário
Oficial da União, dos relatórios financeiros e do
relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos
associados, na forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do
patrimônio líquido em qualquer hipótese, inclusive em
razão de desligamento, retirada ou falecimento de
associado ou membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio,
dos legados ou das doações que lhe foram
destinados, bem como dos excedentes financeiros
decorrentes de suas atividades, em caso de
extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra
organização social qualificada no âmbito da União, da
mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União,
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na
proporção dos recursos e bens por estes alocados;
No entanto, mesmo presentes os requisitos, a
outorga da qualificação constitui decisão
discricionária do Administrador, conforme
prevê o inc. II do art. 2º da Lei nº 9.637/1998:
 
II - haver aprovação, quanto à conveniência e
oportunidade de sua qualificação como
organização social, do Ministro ou titular de
órgão supervisor ou regulador da área de
atividade correspondente ao seu objeto social
e do Ministro de Estado da Administração
Federal e Reforma do Estado.
A organização social realiza com o Estado uma
parceria, que é consubstanciada no chamado
contrato de gestão, cuja aprovação deve ser
submetida ao Ministro de Estado ou outra autoridade
supervisora da área de atuação da entidade.
 
O contrato de gestão deverá observar os seguintes
preceitos, constantes do art. 7º da Lei nº 9.637/1998:
 
I - especificação do programa de trabalho proposto
pela organização social, a estipulação das metas a
serem atingidas e os respectivos prazos de
execução, bem como previsão expressa dos
critérios objetivos de avaliação de desempenho a
serem utilizados, mediante indicadores de qualidade
e produtividade;
II - a estipulação dos limites e critérios para
despesa com remuneração e vantagens de
qualquer natureza a serem percebidas pelos
dirigentes e empregados das organizações
sociais, no exercício de suas funções.
 
III - Os Ministros de Estado ou autoridades
supervisoras da área de atuação da entidade
devem definir as demais cláusulas dos contratos
de gestão de que sejam signatários.
 
Caso sejam descumpridas as metas previstas no
contrato de gestão, o Poder Executivo poderá
desqualificar a entidade, por meio de processo
administrativo que assegure ampla defesa.
E os Estados e Municípios perante a Lei federal
n. 9.637/98? Na verdade, os Estados e Municípios,
se quiserem se utilizar dessa nova forma de
parceria na sua administração, deverão aprovar
suas próprias leis. Deve-se lembrar que a matéria
diz respeito à forma de prestação de serviços de
competência da respectiva entidade estatal. Por
conseguinte, somente a entidade estatal
competente pode legislar sobre o tema. A Lei n.
9.637/98 não é uma lei nacional, cujas normas
gerais seriam aplicáveis aos Estados e Municípios,
tanto assim que ela não faz menção ao assunto,
como ocorre, por exemplo, com a Lei Geral de
Licitações e Contratos (Lei n. 8.666/93, art. 1º,
parágrafo único).
A Lei federal n. 9.637/98 pode servir
como modelo para os Estados e Municípios,
com as adaptações indispensáveis às suas
peculiaridades, em especial no que diz
respeito aos serviços que entendam
convenientes que sejam prestados pelo setor
privado. Em alguns lugares serão atividades
voltadas à cultura (proteção ao patrimônio
histórico, museus etc.), em outros à
preservação do meio ambiente (parques
florestais, jardins públicos), em outros ao
ensino e à pesquisa (institutos de pesquisa) ou
à saúde (ambulatórios, creches, asilos) etc.
A vantagem de se acolher o modelo federal é a
possibilidade de se obter para as organizações
sociais do Estado ou Município os mesmos
benefícios concedido às organizações sociais
da União (repasse de verbas federais, cessão
de bens etc.), desde que a legislação local não
contrarie os preceitos da lei federal (art. 15).
Note-se que não é obrigatório o modelo
federal. É apenas conveniente. Segundo
consta, muitos Estados e Municípios já
aprovaram suas leis, alguns com pleno êxito,
como Porto Alegre.
As Organizações Sociais de Saúde (OSS) são
instituições do setor privado, sem fins lucrativos, que
atuam em parceria formal com o Estado e colaboram
de forma complementar, para a consolidação do
Sistema Único de Saúde, conforme previsto em sua lei
orgânica - Lei nº 8080/90.
Os serviços de saúde gerenciados por OSS em São
Paulo, através de contrato de gestão, incluem
Hospitais, Ambulatórios Médicos de Especialidade
(AME), Centro de Referência do Idoso (CRI), Centros
de Reabilitação da Rede Lucy Montoro, Centros
Estaduais de Análises Clínicas (CEAC), Serviços de
Diagnóstico por Imagem (SEDI), Centro de
Armazenamento e Distribuição de Insumos de Saúde
(CEADIS) e Central de Regulação de Ofertas de
Serviços de Saúde (CROSS).
As Organizações Sociais de Saúde (OSS) são
instituições do setor privado, sem fins lucrativos, que
atuam em parceria formal com o Estado e colaboram
de forma complementar, para a consolidação do
Sistema Único de Saúde, conforme previsto em sua lei
orgânica - Lei nº 8080/90.
Os serviços de saúde gerenciados por OSS em São
Paulo, através de contrato de gestão, incluem
Hospitais, Ambulatórios Médicos de Especialidade
(AME), Centro de Referência do Idoso (CRI), Centros
de Reabilitação da Rede Lucy Montoro, Centros
Estaduais de Análises Clínicas (CEAC), Serviços de
Diagnóstico por Imagem (SEDI), Centro de
Armazenamento e Distribuição de Insumos de Saúde
(CEADIS) e Central de Regulação de Ofertas de
Serviços de Saúde (CROSS).
Organizações Sociais de Cultura
As Organizações Sociais da Cultura são
entidades da sociedade civil sem finalidade
lucrativa, qualificadas nos termos da Lei
Complementar nº 846/1998 e do Decreto nº
43.493, de 29/09/1998, as quais por meio de
contrato de gestão firmado com a Secretaria da
Cultura podem administrar equipamentos
públicos de arte e cultura como museus,
bibliotecas, teatros, escolas de formação
artístico-cultural e também realizar programas,
projetos e atividades de fomento e difusão da
arte e cultura, entre outras estabelecidas em
contrato.
Organizações da sociedade civil de interesse
público - OSCIPs
São pessoas jurídicas de direito privado, instituídas
por particulares para exercer serviços não exclusivos
do Estado, com fiscalização pelo Poder Público,
formalizando a parceria com a administração por
meio de termo de parceria.
 

Os objetivos sociais devem ter pelo menos uma das


seguintes finalidades (O art. 3º da Lei nº 9.790/1999 )
 

I - promoção da assistência social;


II - promoção da cultura, defesa e conservação do
patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se
a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a
forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio
ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e
social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos
modelos sócio-produtivos e de sistemas
alternativos de produção, comércio, emprego e
crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos,
construção de novos direitos e assessoria
jurídica gratuita de interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da
cidadania, dos direitos humanos, da
democracia e de outros valores universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento
de tecnologias alternativas, produção e
divulgação de informações e conhecimentos
técnicos e científicos que digam respeito às
atividades mencionadas neste artigo.
O termo de parceria firmado entre a OSCIP e o
Poder Público discriminará direitos,
responsabilidades e obrigações para as partes,
prevendo especialmente metas a serem
alcançadas, prazo de duração, direitos e
obrigações das partes e formas de fiscalização.
 
Ao contrário das organizações sociais, a outorga
de título à OSCIP é decisão VINCULADA da
administração, podendo-se falar em DIREITO
ADQUIRIDO à qualificação para todas as
entidades que preencherem os requisitos
exigidos na legislação.
Não podem ser qualificadas como OSCIPS (art. 2º
da Lei nº 9.790/1999):
 
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de
representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a
disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas,
inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a
proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de
associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam
planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não
gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino
formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou
associações de direito privado criadas por órgão
público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham
qualquer tipo de vinculação com o sistema
financeiro nacional a que se refere o art. 192 da
Constituição Federal.
O requerimento de qualificação da OSCIP
será endereçado ao Ministro da Justiça,
que decidirá se estão ou não preenchidos
os requisitos para outorga do título.
A referida outorga permite a concessão de
benefícios especiais, como a destinação
de recursos públicos. 
Caso sejam descumpridas as metas
previstas no termo de parceria, o Poder
Executivo poderá desqualificar a entidade,
por meio de processo administrativo que
assegure ampla defesa.
Assim como ocorre com as organizações
sociais, as obras, compras, serviços e
alienações a serem realizadas pelas
OSCIPS, com recursos ou bens repassados
voluntariamente pela União, serão
contratadas mediante processo de
licitação pública, de acordo com o
estabelecido na legislação federal pertinente
(Art. 1º do Decreto nº 5.504/2005). Sendo
bens e serviços comuns, torna-se
obrigatória a utilização do pregão,
preferencialmente na modalidade
eletrônica.
Exemplos:
EDUCANDO - OSCIP

MOVIMENTO VOTO CONSCIENTE -


OSCIP

NÚCLEO DE DESENVOLVIMENTO EM
ESTUDOS SÓCIO-AMBIENTAIS DO
MARANHÃO - NUDESA-MA/OSCIP

OSCIP - AMIGOS DA SAÚDE


ORGANIZAÇÕES SOCIAIS OSCIPs
Lei nº 9.637/1997 Lei nº 9.790/1999
Exercem atividades de interesse Exercem atividades de natureza
público anteriormente privada
desempenhadas pelo Estado
Contrato de gestão Termo de parceria
A outorga é discricionária A outorga é vinculada
A qualificação depende de A qualificação é outorgada pelo
aprovação do Ministro de Estado Ministro da Justiça
ligado à área de atuação da entidade
Podem ser contratadas por dispensa Não há previsão legal de contratação
de licitação direta sem licitação
Devem realizar licitação para Devem realizar licitação para
contratações resultantes da contratações resultantes da aplicação
aplicação de recursos e bens de recursos e bens repassados
repassados diretamente pela União diretamente pela União

Estão proibidas de receber a Não há previsão legal equivalente


qualificação de Oscips
Questão: Quando celebram termo de
parceria com a Administração Pública, as
Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público – OSCIPs, como entidades
do terceiro setor:
A) Passam a integrar a Administração Direta;
B) Exercem atividade privada de interesse
público;
C) Transformam-se em empresas estatais;
D) Exercem atividade de direito público;
E) Não estão sujeitas a fiscalização por parte
do Tribunal de Contas.
RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL
DO ESTADO
 
SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA
 
Como sujeitos da relação jurídica da
responsabilidade civil do Estado podemos encontrar
o agente público, a vítima e a pessoa jurídica à
qual se acha subordinado o agente. Cabe ressaltar
que o Estado, obviamente, por não existir no plano
material, não pode causar danos. No entanto, ele
responde pelos danos causados pelos seus
agentes a terceiros, de onde surge a teoria da
responsabilidade civil extracontratual do Estado .
Teoria do Mandato: O agente público é um
mandatário da pessoa jurídica. Não é adotada. O
Estado não outorga um mandato para seu servidor,
pois não tem vontade própria.
 
Teoria da Representação: O agente representa a
pessoa jurídica de direito público, atuando em seu
nome. Não é adotada. Ora, o Estado não é um
incapaz para ser representado.
 
Teoria do Órgão: A pessoa jurídica manifesta a sua
vontade por meio dos órgãos, de tal modo que,
quando os agentes que os compõem manifestam a
sua vontade, é como o próprio Estado o fizesse. É a
adotada.
Órgãos são, assim, meros instrumentos da
atuação estatal, e a relação que mantêm
com a entidade estatal é de imputação e
não de representação. A atuação do
órgão, por seus agentes, é imputada à
pessoa jurídica.

Não possuem personalidade jurídica


própria, são resultado da
desconcentração.
Em conformidade com o art. 37, §6º da CF, o Estado
responde pelos danos que seus agentes públicos,
nessa qualidade, causarem a terceiros. Assim, é
importante delimitar, inicialmente, que o Estado só
responderá pelos danos que o agente público
causar a terceiros no exercício da função pública
ou em razão dela.
 
Pode-se concluir, portanto, que o Estado
responde pela conduta do agente quando este
está em efetivo exercício da função pública, ou,
mesmo fora dela, quando se vale de prerrogativa
funcional, inclusive quando atua com ilegalidade
ou abuso de poder.
QUESTÃO: Relativamente à prática de ilícito pelo
servidor no exercício da função:
A) Em nenhuma circunstância o servidor responderá
pelo prejuízo causado a terceiro, apenas o Estado
arcará com a indenização.
B) Face a independência das instâncias, pelo mesmo
ato o servidor pode responder civil, penal e
administrativamente.
C) O Estado se responsabilizará pelo dano a terceiro
apenas nos casos em que o servidor agir com dolo,
excluídas as situações de condutas culposas.
D) Ainda que prevista na legislação estatutária, não é
possível a aplicação de sanção disciplinar aos
servidor caso já tenha ocorrido a aplicação de
sanção penal pelo mesmo ilícito.
COMPORTAMENTO INDENIZÁVEL
 

O Estado responde por comportamentos bilaterais e


unilaterais, comissivos ou omissivos, lícitos ou ilícitos,
dolosos ou culposos, de seus agentes públicos, nessa
qualidade, sempre que causarem danos a terceiros.
 

Neste ponto da matéria, interessam apenas os


comportamentos unilaterais, por se tratar de
responsabilidade civil extracontratual, haja vista que a
responsabilidade por atos bilaterais será estudada no
capítulo dos contratos administrativos, regidos pela Lei
nº 8.666/1993.
 

Interessante ressaltar que, no que se refere aos atos


comissivos, o Estado responde independentemente de
serem lícitos ou ilícitos, ao contrário do que acontece
no direito privado.
Desta forma, a Administração Pública responde,
igualmente, pelos atos lícitos que, eventualmente,
causem danos a terceiros, por exemplo, “uma obra
pública que pelo simples fato de existir causa danos
aos moradores circunvizinhos por causa das
rachaduras nas paredes de suas casas provocadas
pelo maquinário utilizado na obra” (Elyesley Silva do
Nascimento).
 

Já a conduta omissiva deve gerar responsabilidade


unicamente quando ilícita, também chamada omissão
própria, pois tem origem no momento em que o agente
que estava obrigado a agir não o faz, permitindo,
portanto, que o dano ocorresse. Como exemplo, “dois
policiais que fazem a ronda por determinada via pública
presenciam particular sendo assaltado e, no momento,
fogem, amedrontados” (Elyesley Silva do Nascimento).
O comportamento omissivo lícito, também chamado
de omissão imprópria, não gera responsabilidade do
Estado, haja vista que o agente não estava obrigado
por lei a agir. Por exemplo, “servidor da Câmara dos
Deputados que, ao retornar a sua residência, se
encontra parado com seu veículo em semáforo de
trânsito, quando se depara com assalto ao veículo ao
lado do seu e nada faz para impedi-lo a não ser
acionar as forças policiais” (Elyesley Silva do
Nascimento).
 
Em suma, o Estado responde por
comportamentos comissivos lícitos e
ilícitos, e nas omissões responde somente
quando forem ilícitas.
A responsabilização do Estado envolve, ainda, o
elemento culpa na atividade lícita ou ilícita do
agente. Em sentido amplo, a culpa envolve a
imprudência, a negligência, a imperícia e o dolo.
 
A culpa em sentido estrito fica caracterizada
quando o agente dá causa ao resultado danoso
por imprudência, negligência ou imperícia.
 
IMPRUDÊNCIA – “em que pese o conhecimento
dos riscos envolvidos, há convicção de que seja
possível adotar a conduta sem que haja prejuízo
a outrem” (Elyesley Silva do Nascimento).
NEGLIGÊNCIA – “desatenção ou falta de cuidado
ao adotar certa conduta” (Elyesley Silva do
Nascimento).
 
IMPERÍCIA – “falta de técnica ou de conhecimento
para atuar” (Elyesley Silva do Nascimento).
 
O dolo ocorre quando o agente teve a intenção de
produzir aquele resultado lesivo ou assumiu os
riscos de produzi-lo. Elyesley Silva do Nascimento
cita o exemplo de “dois policiais que se omitiram no
dever de impedir o assalto pelo fato de a vítima ser
torcedora de time rival de futebol e, no conceito dos
policiais, não merecer proteção digna, como os
demais cidadãos”.
Questão: A responsabilidade civil do policial
decorre:
A) Da prática de dano por erro determinado por
terceiro.
B) Da prática de ofensas verbais ou físicas
contra servidores ou particulares.
C) Apenas da prática de crime funcional de que
resulte prejuízo para a Fazenda Pública.
D) De omissão antijurídica cometida em
obediência a ordem superior.
E) De procedimento doloso ou culposo que
importe prejuízo à Fazenda Pública ou a
terceiros.
DANO INDENIZÁVEL E AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
 

O fato gerador da responsabilidade do Estado é o


dano, seja ele moral ou material. Entretanto, é
importante assinalar que nem todo dano sofrido por
particular é passível de indenização pelo Estado.

O professor Celso Antônio Bandeira de Mello


elenca alguns requisitos necessários à
configuração da responsabilidade civil do Estado:

(a) juridicidade – não basta a ocorrência de lesão


moral ou patrimonial ao indivíduo, mas é preciso
que o bem jurídico atingido seja tutelado pelo
ordenamento jurídico (dano jurídico);
(b) certeza – o dano será indenizado se for real,
determinado, ainda que futuro, podendo ser
reparados os danos emergentes e os lucros
cessantes;
(c) especialidade – é necessário que o dano
prejudique especialmente determinado particular,
não podendo ter onerado a sociedade como um
todo;
(d) anormalidade – o dano deve superar os meros e
pequenos agravos patrimoniais, inerentes aos riscos
do convívio social ou da atividade econômica, pois a
responsabilidade civil do Estado não se presta a
garantir a reparação por moderados, ocasionais e
transitórios gravames oriundos dos riscos a que
todos os indivíduos estão sujeitos.
Constatada a existência de dano indenizável, a vítima
pode buscar a reparação pela via administrativa ou
amigável, quando o pedido é dirigido ao próprio Estado
e este entende viável o atendimento ao pedido de
indenização, ou pela via judicial, caso o pedido
administrativo não seja atendido ou a vítima opte pela
ação de conhecimento diretamente.
 
Tendo em vista a responsabilidade objetiva do Estado
pelos danos causados por seus agentes no exercício da
função pública ou em razão dela, quando o particular
opta pela via judicial, a ação deverá, obrigatoriamente,
ser proposta contra o Estado, não sendo possível, no
entendimento do STF, a propositura de medida judicial
diretamente contra o agente público ou contra o Estado
e o agente público em litisconsórcio passivo.
PRESCRIÇÃO – A doutrina e a jurisprudência
não são pacíficas neste sentido. O Decreto nº
20.910/1932 estabelece prazo prescricional de 5
anos a contar da data do evento lesivo oriundo
de agente público da administração direta,
autárquica ou fundacional. O CC, entretanto, fixa
prazo de 3 anos para reparação civil. José dos
Santos Carvalho Filho defende a aplicação do
CC, pois mais favorável ao Estado. Elyesley
Silva do Nascimento ressalta que a
jurisprudência do STJ é vacilante, com julgados
nos dois sentidos, sendo necessário aguardar a
pacificação do entendimento.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Como já visto em aulas anteriores, a
responsabilidade civil do Estado é objetiva,
conforme previsto no §6º do art. 37 da CF, e no
art. 43 do CC.
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e
as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público
interno são civilmente responsáveis por atos dos
seus agentes que nessa qualidade causem
danos a terceiros, ressalvado direito regressivo
contra os causadores do dano, se houver, por
parte destes, culpa ou dolo.
Para se chegar a tal conclusão, é necessário verificar a
evolução das teorias a respeito do tema, o que faremos a
seguir.
 
(a) Teoria da irresponsabilidade
 
Enquanto os reis absolutistas dominavam o mundo
conhecido, vigorava a teoria da irresponsabilidade do
Estado diante dos particulares, tendo em vista que o rei
não poderia de forma alguma errar (the king can do no
wrong).
 
A teoria da irresponsabilidade era mero reflexo do caráter
divino que os monarcas possuíam, principalmente na alta
Idade Média, o que equivale a dizer que o rei, sendo um
representante de Deus na terra, não devia satisfações a
reles mortais, mas, tão-somente, ao próprio Deus.
PABLO STOLZE GAGLIANO e RODOLFO
PAMPLONA FILHO escrevem que "tal
infalibilidade estatal pressupunha que o Estado
era, por si só, a expressão da lei e do Direito,
sendo inadmissível a ideia de concebê-lo como
violador da ordem que teria por dever
preservar".
 
Com o fim do absolutismo e a influência das
ideias liberais, o Estado perdeu a imunidade
que refletia dos monarcas, e passou-se a
admitir a responsabilização do Estado pelos
danos causados aos administrados.
(b) teorias subjetivistas
 
(i) teoria da culpa civilística
 
Por esta teoria, admitia-se a condição de
prepostos dos agentes do Estado, de maneira que
os atos por estes praticados que causassem
danos aos particulares deveriam ser considerados
de responsabilidade do Estado.
 
No entanto, a mencionada teoria exigia a prova da
culpa in vigilando ou in eligendo do Estado, o que
dificultava, e muito, a responsabilização do órgão
estatal, de forma que tal teoria foi afastada.
(ii) teoria da culpa administrativa
 
Passa a considerar os agentes públicos não
como prepostos, mas como parte da própria
administração, de forma que não agiam em
nome do Estado, mas como se fossem o próprio
Estado.
 
Assim, abandona-se a ideia de prova de culpa in
vigilando e de culpa in eligendo, passando-se a
exigir a prova da culpa in commitendo ou da
culpa in omittendo, ou seja, o elemento subjetivo
seria respaldado na ação e omissão de seus
agentes.
(iii) teoria da culpa anônima
 
Tendo em vista a dificuldade de identificação do
agente causador do dano, a vítima poderia ser
indenizada simplesmente demonstrando que seu
prejuízo adveio de um serviço público mal realizado.
 
Tal teoria, porém, impossibilitava que o Estado
pudesse punir o agente causador do dano.
(iv) teoria da falta administrativa
 
Caracteriza a responsabilidade do Estado pela
falta do serviço estatal, não havendo a
necessidade de comprovar o elemento subjetivo
do agente estatal.
 

(c) Teorias Objetivas:


 
(I) Teoria do risco administrativo (Adotada)
 
Surge para o Estado o dever de indenizar pela
simples ocorrência de ato lesivo, sem se
perquirir a falta do serviço ou a culpa do
agente.
 
Possibilita, no entanto, a quebra do nexo causal,
se o Estado demonstrar a ocorrência de caso
fortuito, força maior, culpa exclusiva da vítima
e culpa de terceiro.
Questão da prova da Defensoria Pública da
União/2001 elaborada pelo CESPE:

A teoria do risco administrativo, base para a


responsabilidade objetiva do Estado, admite a
exclusão da responsabilidade estatal nos
casos de comprovação de culpa exclusiva da
vítima. Certo ou errado?

Atenção:
E se fosse substituído a expressão acima
destacada por caso fortuito? Certo ou
errado?
(II) Teoria do risco integral
 

A teoria do risco integral difere-se da anterior por


não admitir a quebra do nexo causal, ou seja,
mesmo em caso de existência de excludentes de
responsabilidade, o ente público será
responsabilizado. Não é adotada.

Embora seja a visão mais favorável à vítima, o


caráter absoluto dessa concepção produz
injustiça, especialmente diante de casos em que
o dano é produzido em decorrência de ação
deliberada da própria vítima. Sua admissibilidade
transformaria o Estado em verdadeiro
indenizador universal.
Anotem: Nesse sentido, vejam as questões:
Analista Jurídico da SEFAZ/CE elaborada pela ESAF:
1) A teoria que responsabiliza o Estado pelos
danos que seus agentes causarem a terceiros
sem admitir qualquer excludente de
responsabilidade em defesa do Estado denomina-
se teoria do risco integral. Certo ou errado?

OAB Nacional elaborada pelo CESPE:


2) No campo da Responsabilidade Extracontratual do
Estado, diz-se que este não se converte em
Segurador Universal, visto que o direito brasileiro não
adota a teoria do Risco Integral. Certo ou errado? 
A teoria do risco integral, entretanto, é aplicável
no Brasil em situação excepcionais:
a) Acidentes de trabalho em virtude de emprego
público;
b) Indenização coberta pelo seguro obrigatório para
automóveis (DPVAT) - Art. 5º da Lei 6.194/74;
c) Atentados terrorista em aeronaves (Leis nº
10.309/2001 e nº 10.744/2003), a União assumiu
despesas de responsabilidade civil perante
terceiros na hipótese da ocorrência de danos a
bens e pessoas, passageiros ou não, provocados
por atentados terroristas, atos de guerra ocorridos
no Brasil ou no exterior, contra aeronaves de
matrícula brasileira operadas por empresas
brasileiras de transporte aéreo público.
 
(III) Teoria do risco social. (Não é adotada)
 
Tal teoria prega a chamada socialização dos
riscos, ou seja, "se o Estado tem o dever de
cuidar da harmonia e da estabilidade sociais, e
o dano provém justamente da quebra desta
harmonia e estabilidade, seria dever do Estado
repará-lo. O que releva não é mais individuar
para reprimir e compensar, mas socializar para
garantir e compensar" (SAULO JOSÉ CASALI
BAHIA).
Assim, não sendo possível identificar o autor do dano, o
Estado assumiria a responsabilidade da reparação.
 

RECURSOS OFICIAL E DE APELAÇÃO - RESPONSABILIDADE CIVIL


DO ESTADO COLISÃO DE VEÍCULO OFICIAL COM MOTOCICLETA
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO FATO E DO NEXO DE
CAUSALIDADE - INDENIZAÇÃO INDEVIDA. 1. A responsabilidade pelo
ato ilícito, no caso, é objetiva (art. 37, § 6º da Constituição Federal), razão
pela qual o Estado deve reparar os danos decorrentes, quando
demonstrado nos autos o fato e o nexo de causalidade. 2. Parte autora
que não atuou segundo o disposto no artigo 333, I, do CPC. 3. Prova
testemunhal que pouco esclareceu sobre a controvérsia fática instaurada
nos autos e nada revelou sobre a dinâmica do acidente, que não
presenciou. 4. Veículo oficial que se encontrava em diligência e adotou as
cautelas necessárias para empreender a manobra, com sinais luminosos
acesos e sonoros ligados. 5. Ausência de culpa. 6. Ação de indenização
julgada procedente. 7. Sentença reformada. 8. Recursos oficial e de
apelação providos para julgar a ação improcedente, invertidos e
fixados os ônus sucumbenciais (TJSP - 0013850-16.2010.8.26.0053 –
Apelação - Relator(a): Francisco Bianco - Comarca: São Paulo - Órgão
julgador: 5ª Câmara de Direito Público - Data do julgamento: 18/03/2013.
RECURSO DE APELAÇÃO AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO - ENCHENTE EM RESIDÊNCIA -
DANOS MATERIAIS E MORAIS OCORRÊNCIA. 1.
Enchentes e inundações recorrentes no Município,
revelando conduta omissiva da Municipalidade. 2.
Responsabilização do Estado pelo evento danoso. 3.
Prova do fato e do nexo de causalidade. 4. Dever de
indenizar caracterizado. 5. Evidência do dano moral,
bem fixado, que não comporta redução. 6. Ação
julgada procedente. 7. Sentença mantida. 8.
Recurso de apelação desprovido (TJSP - 0004105-
91.2011.8.26.0565 – Apelação - Relator(a): Francisco
Bianco - Comarca: São Caetano do Sul - Órgão
julgador: 5ª Câmara de Direito Público - Data do
julgamento: 18/03/2013 - Data de registro:
26/03/2013 - Outros números: 41059120118260565).
CLÁUSULAS EXCLUDENTES DE
RESPONSABILIDADE CIVIL
Para PABLO STOLZE GAGLIANO e RODOLFO
PAMPLONA FILHO, definem: “causas excludentes de
responsabilidade civil devem ser entendidas todas as
circunstâncias que, por atacar um dos elementos ou
pressupostos gerais da responsabilidade civil,
rompendo o nexo causal, terminam por fulminar
qualquer pretensão indenizatória".
 
São excludentes de responsabilidade civil: (a) estado
de necessidade; (b) legítima defesa; (c) exercício
regular de direito e estrito cumprimento do dever legal;
(d) caso fortuito e força maior; (e) culpa exclusiva da
vítima; (f) fato de terceiro.
Estado de necessidade
 

"O estado de necessidade consiste na situação de agressão


a um direito alheio, de valor jurídico igual ou inferior àquele
que se pretende proteger, para remover perigo iminente,
quando as circunstâncias do fato não autorizarem outra
forma de atuação" (PABLO STOLZE GAGLIANO e
RODOLFO PAMPLONA FILHO).
 

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:


I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular
de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão
a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo
somente quando as circunstâncias o tornarem
absolutamente necessário, não excedendo os limites do
indispensável para a remoção do perigo.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA DE ANULAÇÃO COM PEDIDO
DE TUTELA ANTECIPADA CONSTITUCIONAL ADMINISTRATIVO.
MULTAS DE TRÂNSITO SISTEMA DE MONITORAMENTO DE
VELOCIDADE POR FOTOSSENSORES. INEXISTÊNCIA DE
ALEGAÇÃO INFRAÇÃO POR EXCESSO DE VELOCIDADE.
DESLOCAMENTO DA PROPRIETÁRIA DO VEÍCULO AO HOSPITAL.
CIRCUNSTÂNCIA DE EMERGÊNCIA SITUAÇÃO FÁTICA DO
ESTADO DE NECESSIDADE. ILEGALIDADE. LICENCIAMENTO DO
VEÍCULO CONDICIONADO AO PRÉVIO PAGAMENTO DAS MULTAS.
IMPOSSIBILIDADE. OFENSA À GARANTIA CONSTITUCIONAL DO
DEVIDO PROCESSO LEGAL. PODER DE POLÍCIA. EXECUÇÃO
FISCAL. SÚMULAS 127 DO STJ E 28 DO TJ-CE. 1- Ocorrendo
situação fática ensejadora do estado, de necessidade, no caso,
problema de cardiopatia grave, com paciente sendo conduzida à
emergência de hospital, fato devidamente comprovado pela equipe
médica plantonista, não há que se falar em manutenção da multa
aplicada pelo excesso de velocidade. 2- Recurso apelatório conhecido,
e provido (TJCE - Apelação 71713287200080600011 - Relator(a):
CELSO ALBUQUERQUE MACEDO - Comarca: Fortaleza - Órgão
julgador: 3ª Câmara Cível - Data de registro: 20/08/2010).
Legítima defesa
 

Está prevista no art. 188, inc. I do CC:


 

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:


I - os praticados em legítima defesa ou no exercício
regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a
lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será
legítimo somente quando as circunstâncias o
tornarem absolutamente necessário, não excedendo
os limites do indispensável para a remoção do perigo.
OBS: a legítima defesa putativa não exclui a
responsabilidade de indenizar do agente, retirando
apenas a culpabilidade penal.
Exercício regular de direito e estrito
cumprimento do dever legal
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no
exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia,
ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo
iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será
legítimo somente quando as circunstâncias o
tornarem absolutamente necessário, não
excedendo os limites do indispensável para a
remoção do perigo.
DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL.
INSCRIÇÃO EM CADASTRO RESTRITIVO DE
CRÉDITO DECORRENTE DE PROTESTO DEVIDO.
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO - DANOS
MATERIAIS E MORAIS - INOCORRÊNCIA. SENTENÇA
REFORMADA. 1. Diante da existência de elementos
suficientes nos autos para demonstrar que se afigura
legítimo o encaminhamento a protesto do título devido,
não pode ser considerado abusivo tal ato por se tratar de
um direito garantido por lei ao credor. 2. O pleito de
indenização por danos materiais e morais improcede, já
que não ficou configurado um de seus requisitos, qual
seja, o ato ilícito. 3. Recurso conhecido e provido.
Sentença reformada (TJCE - Apelação
77286283200080600011 - Relator(a): SÉRGIA MARIA
MENDONÇA MIRANDA - Comarca: Fortaleza - Órgão
julgador: 6ª Câmara Cível - Data de registro: 07/01/2011).
Caso fortuito e força maior
 
Art. 393. O devedor não responde pelos
prejuízos resultantes de caso fortuito ou força
maior, se expressamente não se houver por
eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força
maior verifica-se no fato necessário, cujos
efeitos não era possível evitar ou impedir.
DIREITO CIVIL. PROCESSO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO. ASSALTO QUE RESULTOU EM MORTE DE EMPREGADO.
EXCLUSÃO DE CULPA DA EMPRESA. CASO FORTUITO. No caso, Apelação
Cível em ação de indenização por danos materiais e morais, proposta por viúva de
empregado falecido em razão de suposto acidente de trabalho (assalto), contra ex-
empregadora. - QUESTÃO PRÉVIA: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM PARA
O JULGAMENTO DE DEMANDAS ENVOLVENDO ACIDENTE DE TRABALHO
ANTERIORES À EC. 45/2004: - O STF e o STJ fixaram o entendimento de que as
ações de indenização por danos morais e materiais, em decorrência de acidente de
trabalho, devem ser mantidas na Justiça Comum Estadual, acaso a sentença
impugnada tenha sido prolatada em data anterior a da Emenda Constitucional
45/2004. Precedente citado do STF: CC 7.204-MG, DJ 31/3/2006. - MÉRITO: - A
responsabilidade do empregador por acidente de trabalho é subjetiva, devendo
estar comprovada a culpa, por omissão ou negligência. - O homicídio de
empregado fora das dependências do local de trabalho, mesmo estando a vítima
prestando serviço a mando do empregador, caracteriza-se como fato imprevisível e
fortuito, não ensejando indenização. - O fornecimento de equipamento de
segurança pessoal deve guardar relação direta com a função desempenhada pelo
trabalhador, compatível com sua ocupação, o que não era o caso, pois a vítima não
trabalhava como segurança da empresa promovida, mas tão somente como
vendedor. - Caso fortuito que afasta a responsabilidade do empregador. - Apelação
conhecida e provida. - Sentença reformada. – Unânime (TJCE - Apelação
1556152200580600000 - Relator(a): MARIA IRACEMA MARTINS DO VALE -
Comarca: Fortaleza - Órgão julgador: 4ª Câmara Cível - Data de registro:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO C/C PERDAS E
DANOS. COMPRA DE EMBARCAÇÕES. INADIMPLEMENTO NA ENTREGA.
ALEGAÇÃO DE CASO FORTUITO. NÃO OCORRÊNCIA. DEVOLUÇÃO DOS
VALORES PAGOS. AUSÊNCIA DE PROVAS QUANTO AOS LUCROS
CESSANTES. RECURSO PARCIALMENTO PROVIDO. 1. O descumprimento
contratual consubstanciado na ausência de entrega dos bens, na hipótese,
duas embarcações em fibra de vidro, dá azo à resolução do pacto, mostrando-
se incontroverso o direito da compradora em reaver o quantum vertido em
favor da ré, em parcela única e de imediato, sob pena de enriquecimento sem
causa. 2. A alegação de que a construção dos barcos foi impedida face à
entrada em vigor do Decreto Expropriatório Nº 19.461/96, não se insere em
caso fortuito, como forma de justificar o inadimplemento contratual, mormente
porque a recorrida já tinha conhecimento do mesmo quando contratou com a
autora. 3. A devolução integral e corrigida da parcelas vertidas pela Associação
autora constitui-se em lógica consequência da rescisão da avença e visa,
sobretudo, inibir indevido enriquecimento. 4. Quanto aos lucros cessantes,
devem os mesmos ser indiscutivelmente demonstrados nos autos. Nos termos
do art. 333, inc. I, do Código de Processo Civil, o ônus dessa demonstração
cabia à apelante, do qual não se desincumbiu, merecendo ser rejeitado tal
pleito. 5. Recurso a que se dá parcial provimento. Sentença reformada (TJCE -
Apelação 535390200080600621 - Relator(a): FRANCISCO SALES NETO -
Comarca: Fortaleza - Órgão julgador: 1ª Câmara Cível - Data de registro:
13/07/2010).
Culpa exclusiva da vítima
 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido
culposamente para o evento danoso, a
sua indenização será fixada tendo-se em
conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano.
RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. VIA
PREFERENCIAL. CULPA EXCLUSIVA DO CONDUTOR DA MOBILETE, NA
QUAL SE ENCONTRAVA A VÍTIMA. EXCLUDENTE DE
RESPONSABILIDADE. OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR NÃO CONFIGURADA.
APELO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1 - A demanda trata de pedido
de indenização, pleiteado por EDSON ALVES EVANGELISTA, tendo em vista
fato ocorrido no dia 29 (vinte e nove) de março de 2005, nesta Comarca, qual
seja acidente de trânsito, causado pela colisão do veículo GOL de placas HYA
9380-CE, de propriedade de Maria Assunção Costa Weyne, conduzido, por sua
vez, por Edynardo Weyne Nunes, com a mobilete na qual estava o requerente,
restando este bastante lesionado, bem como incapacitado para qualquer
atividade laboral por mais de 07 (sete) meses. 2 - De acordo com o art. 333,
inciso I, cumpre ao autor provar a alegação do seu direito, e ao réu demonstrar
qualquer fato que impeça a constituição da sua culpa. O que a parte apelante
trouxe aos autos foi somente a comprovação da existência do dano,
inequivocadamente ocorrido, não sendo este elemento, porém, suficiente para
a caracterização da responsabilidade civil subjetiva. 3 - Após cautelosa análise
dos autos, tem-se que os fatos apreciados não se coadunam com o discurso
do apelante. Ademais, o laudo pericial nº 35303T/05, acostado aos autos às fls.
71/73, concluiu que o acidente se deveu exclusivamente à conduta imprópria
do condutor da mobilete, que adentrou bruscamente via preferencial sem as
devidas cautelas. 4 - De acordo com jurisprudência assentada, resta
evidenciada a culpa do condutor do móvel que, ao trafegar...
em via secundária à preferencial, adentrando-a desatentamente, causa
acidente indesejado. 5 - Para que reste configurada a obrigação de
indenizar, estampada no art. 927 do Código Civil pátrio, mister estarem
presentes todos os pressupostos da responsabilidade civil subjetiva.
Realizando o exame dos referidos elementos, tem-se que não houve a sua
presença concomitante, ensejando o afastamento da hipótese de
ocorrência de ato ilícito. 6 - A culpa não se faz presente, tendo em vista
que não teve como o motorista do automóvel desviar da mobilete, posto
que esta adentrou via preferencial sem certificar-se adequadamente da
segurança da manobra, obstruindo o veículo. O nexo de causalidade
também não resta evidente, uma vez que a conduta do apelado não foi
decisiva para a sucessão do evento. Tendo sido constatada a culpa
exclusiva da vítima, não há que se falar, portanto, em prática de conduta
ilícita pelo apelado. 7 - Em nosso ordenamento jurídico prevalece o
princípio da persuasão racional: o juiz não é desvinculado da prova e dos
elementos existentes nos autos, mas sua apreciação não depende de
critérios legais determinados a priori. O juiz decide com base nos
elementos existentes no processo, mas os avalia segundo critérios críticos
e racionais (CPC, art. 131 e 436). 8 - Apelo improvido. Sentença mantida
(TJCE - Apelação 6533378200580600011 - Relator(a): CLÉCIO AGUIAR
DE MAGALHÃES - Comarca: Fortaleza - Órgão julgador: 5ª Câmara Cível
- Data de registro: 14/01/2011).
Fato de terceiro
 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da
coisa, no caso do inciso II do art. 188, não
forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito
à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o
perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra
este terá o autor do dano ação regressiva para
haver a importância que tiver ressarcido ao
lesado.
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO. ABALROAMENTE DE VEÍCULOS.
FALECIMENTO DE UM DOS MOTORISTAS ENVOLVIDOS NO
SINISTRO. CULPA DO MOTORISTA DO CAMINHÃO QUE
ESTACIONOU NA CONTRA-MÃO DA DIREÇÃO.
PROCEDÊNCIA PARCIAL DO PEDIDO PARA CONDENAR O
DONO DO VEÍCULO NO RESSARCIMENTO DOS DANOS
MORAIS SOFRIDOS PELOS FAMILIARES. INTERPOSIÇÃO DE
RECURSO DE UM DOS RÉUS DA AÇÃO SUSTENTANDO
EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE POR NÃO TER
PROVAS QUANTO A CULPABILIDADE DE SEU MOTORISTA.
NÃO COMPROVAÇÃO. PRESUNÇÃO DE CULPA DO PATRÃO.
SÚMULA 341 DO STF. PRESENÇA DOS ELEMENTOS DA
RESPONSABILIDADE (CONDUTA DO AGENTE, DANO, NEXO
DE CAUSALIDADE E CULPA). RECURSO DE APELAÇÃO
CONHECIDO, MAS NÃO PROVIDO (TJCE - Apelação
576690200380600000 - Relator(a): FRANCISCO SUENON
BASTOS MOTA - Comarca: Fortaleza - Órgão julgador: 5ª
Câmara Cível - Data de registro: 27/05/2010).
RESPONSABILIDADE CIVIL. ÔNUS DA PROVA. CABE AO AUTOR E AO
RÉU. CULPA IN VIGILANDO. FALTA DE FISCALIZAÇÃO SOBRE A COISA.
FATO DE TERCEIRO. NECESSIDADE DE DESVINCULAR-SE DA CULPA.
LESÃO AO PATRIMÔNIO DA VÍTIMA. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS. LUCROS CESSANTES. PROVA. NECESSIDADE. 1. Ônus da
prova. Ao autor cabe a prova dos fatos constitutivos de seu direito, e ao réu a
prova dos fatos extintivos, impeditivos ou modificativos do direito do autor. 2. A
Culpa in vigilando, promana da ausência de fiscalização por parte do
proprietário do veículo, tolerando que, por mais de uma vez, seja retirado e
conduzido por pessoa não autorizada ou sem condições de guiá-lo.
Precedentes. 3. O fato de terceiro só desobriga da responsabilidade de
indenizar, quando inteiramente desvinculado da culpa do agente. Precedentes.
4. A lesão concreta, que afeta um interesse relativo ao patrimônio da vítima,
obriga a reparação pelo infortúnio sofrido. 5. Para a condenação ao pagamento
dos lucros cessantes, necessária a ciência do montante total da arrecadação
do estabelecimento, com a apresentação de seu balanço contábil. A
inexistência de qualquer prova da diminuição de lucros no período indicado
impõe a improcedência desse pedido. Precedentes. 6. Sentença modificada
para deferir em parte o pedido e reconhecer o direito à reparação dos danos
patrimoniais suportados pelo autor/apelante. 7. Apelação conhecida e
parcialmente provida (TJCE - Apelação 2429067200580600000 - Relator(a):
CLÉCIO AGUIAR DE MAGALHÃES - Órgão julgador: 5ª Câmara Cível - Data
do julgamento: 14/04/2010 - Data de registro: 03/05/2010).
BENS PÚBLICOS
 
O art. 98 do CC conceitua bens públicos como
sendo "os bens do domínio nacional
pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são
particulares, seja qual for a pessoa que
pertencerem".
 
Dentro do direito administrativo, existem três
correntes a respeito do conceito de bens
públicos:
(a) corrente exclusivista: defendida por José dos
Santos Carvalho Filho, são bens públicos apenas aqueles
que pertencem às pessoas jurídicas de direito público,
que é a corrente adotada pelo Código Civil, bem como
a que tem prevalecido nas bancas de concurso
público. Por esta corrente, ficam excluídos de conceito
de bens públicos os pertencentes às empresas públicas,
sociedades de economia mista prestadoras de serviço
público e concessionárias de serviço público;
 

(b) corrente inclusivista: defendida, entre outros, por


Hely Lopes Meirelles, entende serem bens públicos todos
aqueles que pertençam à administração pública direta
e indireta, sem diferenciar, no entanto, o regime jurídico
a que estariam submetidos os bens afetados à prestação
de serviços públicos e os destinados à exploração de
atividade econômica;
(c) corrente mista: defendida por Celso Antonio
Bandeira de Mello, entende serem bens públicos
todos os que pertencem a pessoas jurídicas de
direito público, bem como os que estejam afetados
à prestação de um serviço público. Posição mais
razoável, confere tratamento especial aos bens das
empresas públicas, sociedades de economia mista,
concessionárias e permissionárias de serviços
públicos que sejam indispensáveis à continuidade
dos serviços públicos por elas prestado.
Os bens afetados à prestação de serviços públicos,
mesmo que não pertencentes a pessoas jurídicas de
direito público, são impenhoráveis, circunstância
que reforça o entendimento de que os bens afetados
constituem verdadeiros bens públicos.
Como o tratamento dado ao tema no Código
Civil tem uma evidente orientação
privatística, a qualidade técnica dos
dispositivos é muito criticada pelos
administrativistas. Entretanto, não havendo
uma normatização específica do tema em
nosso Direito Público, as provas e concursos
têm utilizado abundantemente os arts. 98 a
103 do Código Civil como fundamento para
elaboração de perguntas aos candidatos.
Daí a imperiosa necessidade de conhecer e
fixar o teor das referidas normas.
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS
O art. 98, CC conceitua os bens públicos. 
O art. 99, CC classifica os bens públicos em: I –
bens de uso comum do povo; II – bens de uso
especial; e III – bens dominicais.
 

Bens de uso comum do povo: são aqueles,


segundo Alexandre Mazza, estão "abertos a uma
utilização universal, por toda a população", de
maneira que podem ser utilizados por qualquer
pessoa, sem a autorização do Poder Público,
desde que se trate, obviamente, do uso normal do
bem. São exemplos ruas, praças, mares,
florestas, etc.
Questão fácil de concurso:
Prova de Auditor /MG 2008
“Os mares, rios e ruas são considerados
bens de uso especial, que constituem o
patrimônio das pessoas jurídicas de
direito público como objeto de direito
pessoal, ou real, de cada uma dessas
entidades”.
Certo ou errado?
Questão fácil de concurso:
Analista Judiciário do TSE - 2012
“O meio ambiente é um bem de uso
comum do povo por expressa disposição
constitucional”.
Certo ou errado?

(Vide Art. 225, CF – Meio Ambiente)


Bens de uso especial: são aqueles que passaram
pelo fenômeno da afetação, e constituem o
chamado patrimônio administrativo. Fazem parte do
aparelhamento administrativo sendo considerados
instrumentos para execução de serviços públicos.
São exemplos edifícios de repartições públicas,
mercados municipais, cemitérios públicos, veículos
da Administração, etc.
Questão fácil de concurso:

OAB – CESPE

“Uma creche municipal é bem público de uso


especial”. Certo ou errado?
Bens dominicais: constituem o chamado
patrimônio disponível ou patrimônio fiscal, que é
formado pelos bens sem destinação específica,
ou seja, que não passaram pelo processo de
afetação. São exemplos as terras devolutas,
viaturas sucateadas, terrenos baldios, carteiras
escolares danificadas, dívida ativa, etc.
Auditor/MG 2008 – CESPE
“Os bens dominicais, por estarem afetados a fins
públicos específicos, são inalienáveis, não
podendo ser objeto de relações jurídicas regidas
pelo direito civil, como compra e venda, doação,
permuta, locação”. Certo ou errado?
OAB - CESPE

“Bem destinado à instalação de repartição


governamental é classificado como dominical”.

Certo ou errado?

Conclusão:
Os bens de uso especial e os bens de uso comum
do povo estão afetados à proteção dos interesses
da coletividade, vale dizer, do interesse público
primário. Pelo contrário, os bens dominicais
estão vinculados ao interesse patrimonial do
Estado, que é o interesse público secundário.
ATRIBUTOS DOS BENS PÚBLICOS
 
Inalienabilidade: os bens públicos não podem
ser vendidos livremente, mas somente mediante o
cumprimento de condições estabelecidas em lei.
Da inalienabilidade decorrem as impossibilidades
de hipoteca, embargos, desapropriação,
reivindicação, usufruto e servidão. Para que os
bens públicos possam ser vendidos é
necessária, primeiramente, a desafetação, com
a consequente demonstração do interesse
público, prosseguindo-se com a avaliação prévia
do bem, autorização legislativa e licitação.
Art. 100, CC: “Os bens públicos de uso comum
do povo e os de uso especial são inalienáveis,
enquanto conservarem a sua qualificação, na
forma que a lei determinar”.
Art. 101, CC:“Os bens públicos dominicais podem
ser alienados, observadas as exigências da lei”.
A citada norma permite concluir que os bens de uso
comum do povo e os de uso especial não podem
ser alienados, exceto se houver uma alteração de
sua qualificação na forma que a lei determinar. Isso
porque os bens de uso comum e os de uso especial,
em princípio, são passíveis de conversão em bens
dominicais, por meio da desafetação, e, uma vez,
desafetados, é permitida sua alienação.
Questão média de concurso:

Polícia Rodoviária Federal – CESPE - 2008

“Considerando que a União seja proprietária


de um prédio no qual esteja instalada a
PRF, tal bem, conforme o Código Civil,
consiste em bem de uso especial e sua
alienação será vedada enquanto ele
conservar tal qualidade”.

Certo ou errado?
Impenhorabilidade: os bens públicos não
podem ser alvo de constrição judicial a fim de
servirem de pagamento para dívidas
contraídas pela Fazenda Pública, tendo em
vista que tal espécie de execução segue o
regime específico dos precatórios, conforme
prevê o art. 100 da CF. Tal característica se
estende aos bens de empresas públicas,
sociedades de economia mista e
concessionários de serviços públicos, desde
que afetados à prestação de serviços públicos.
Imprescritibilidade: os bens públicos não são
atingidos pela prescrição aquisitiva, ou seja, não
se sujeitam a usucapião, conforme preveem os
artigos 183, §3º e 191 da CF e art. 102 do CC.
Corrente majoritária entende que tal característica
também atinge os bens dominicais, com exceção
das terras devolutas em áreas rurais que, por
expressa disposição legal, podem ser usucapidas
(Lei nº 6.969/1981, art. 2º). Alguns autores,
porém, já sustentam a possibilidade de usucapião
dos bens dominicais que não cumpram sua
função social, como é o caso de Sílvio Luís
Ferreira da Rocha.
Não onerabilidade: os bens públicos
não podem ser gravados de ônus reais,
ou seja, não podem ser objeto de
direito reais de garantia, como por
exemplo o penhor ou a hipoteca.
Uso comum dos bens públicos.

Art. 103, CC: “O uso comum dos bens


públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente
pela entidade a cuja administração
pertencerem”.
O referido artigo é bastante polêmico,
pois admite uso gratuito ou remunerado
dos bens públicos:
CONCESSÃO, PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO
 
Os bens públicos de qualquer espécie podem ter seu
uso privativo outorgado temporariamente, em caráter
precário, a determinados particulares. Os principais
instrumentos de outorga do uso privativo de bens
públicos são:
 
Autorização: é o ato administrativo unilateral,
discricionário, precário e sem licitação por meio
do qual o Poder Público faculta o uso de bem público
a determinado particular em atenção a interesse
predominantemente privado. Possui, em regra,
prazo indeterminado. Exemplos: fechamento de rua
para realização de quermesse; autorização para
instalação de mesas de bar na calçada; e camelô.
Em regra a autorização é deferida por prazo
indeterminado, o que se relaciona ao seu
caráter precário, isto é, a autorização pode
ser revogada a qualquer tempo sem qualquer
indenização ao autorizatário. Entretanto, na
hipótese de ser outorgada autorização por
prazo determinado, sua revogação antecipada
enseja indenização ao particular prejudicado.
OBS: Não é necessária lei para outorga da
autorização porque desta não decorrem
direitos, exceto o direito de exercitar a
atividade remunerada.
Permissão: é o ato administrativo unilateral,
discricionário e precário pelo qual o Poder
Público defere o uso privativo de bem público a
determinado particular em atenção a interesse
predominantemente público. Ao contrário da
autorização, que faculta o uso ao particular, na
permissão existe a obrigatoriedade de uso do
bem público, e deve ser, sempre, precedida
de licitação (Art. 2º, Lei nº 8.666/93). Possui,
em regra, prazo indeterminado. Exemplo:
instalação de banca de jornal em área pública.
Como regra, a permissão é deferida por
prazo indeterminado, podendo ser
revogada a qualquer tempo sem ensejar
dever de indenizar o permissionário.
Entretanto, na hipótese rara de a
permissão ser outorgada por prazo
determinado, a revogação antecipada
gera direito à indenização diante da
expectativa frustrada do permissionário
de permanecer na área pública pelo
prazo anunciado pela Administração.
Concessão: é o contrato administrativo bilateral
pelo qual o Poder Público outorga, mediante
prévia licitação, o uso privativo e obrigatório de
bem público a particular, por prazo determinado.
O uso do bem pelo concessionário deve respeitar
a destinação prevista no ato de concessão,
podendo a utilização ser gratuita ou remunerada
por parte do concessionário. Exemplo: concessão
de exploração de jazida (CF, art. 176).
OBS: Como a concessão é outorgada por prazo
determinado, a sua rescisão antecipada pode
ensejar dever de indenizar, desde que não tenha
havido culpa do concessionário.
Privatização x Concessão

Na privatização, o Poder Público vende o


controle de um patrimônio público, ou seja, abre
mão daquele patrimônio público em favor de uma
empresa, de um grupo econômico ou uma
pessoa. (Exemplos: Telesp, Companhia Vale do
Rio Doce, Banespa).  Já na concessão, o Poder
Público transfere, por um prazo determinado, a
administração do patrimônio público. Nada é
vendido e o planejamento e a regulação
continuam por conta do Poder Público (Exemplo:
concessão de emissoras de rádio e TV,
ECONORTE, CART etc).
OBS: concessão de uso especial para
fins de moradia – Medida Provisória nº
2.220/2001, art. 1º - aquele que, até
30/06/2001, possuiu como seu, por cinco
anos ininterruptos e sem oposição, imóvel
público urbano de até 250m², utilizando para
sua moradia ou de sua família, tem direito à
concessão de uso especial para fins de
moradia, desde que não seja proprietário ou
concessionário, a qualquer título, de outro
imóvel urbano ou rural.
Questão da OAB Nacional

Nos casos de programas e projetos


habitacionais de interesse social,
desenvolvidos por órgãos ou entidades
da administração pública com atuação
específica nessa área, a concessão de
direito real de uso de imóveis públicos
poderá ser contratada coletivamente.

Certo ou errado?
DESAPROPRIAÇÃO
 

Segundo Alexandre Mazza, a desapropriação ou


expropriação "é a forma mais agressiva de
intervenção do Estado na propriedade privada.
Consiste no procedimento excepcional de
transformação compulsória de bens privados em
públicos, mediante o pagamento de indenização".
 
A CF, no art. 5º, inc. XXIV, estabelece que o
procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, será regulado
por lei própria, e ocorrerá mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos em lei.
Além disso, o fundamento político da
desapropriação decorre, em primeiro lugar, do
domínio eminente* que o Estado exerce
sobre todos os bens situados em seu território
e, em segundo lugar, da aplicação do
supraprincípio da supremacia do interesse
público sobre o privado.
 
Assim, são fundamentos normativos da
desapropriação a necessidade pública, a
utilidade pública e o interesse social; e são
fundamentos políticos o domínio eminente
e a supremacia do interesse público.
Promotor de Justiça/MG 2012 – MPE/MG

A expressão ‘domínio eminente’ do Estado


refere-se à situação em que se verifica a sua
imissão provisória na posse de um bem
declarado de utilidade pública ou de interesse
social.

Certo ou errado?
A necessidade pública envolve situações de
emergência, que exigem a transferência urgente e
imprescindível de bens de terceiros para o domínio
público, propiciando uso imediato pela Administração.
Em conformidade com o art. 5º, alíneas a, b e c do
Decreto-Lei nº 3.365/1941 são questões de
necessidade pública: (a) segurança nacional; (b)
defesa do Estado; e (c) socorro público em caso
de calamidade.
 
A utilidade pública ocorre quando a aquisição do
bem é conveniente e oportuna, mas não é
imprescindível. O art. 5º, alíneas d e seguintes, do
Decreto-Lei nº 3.365/1941 elencam as hipóteses de
utilidade pública que permitem a desapropriação.
Art. 5o  Consideram-se casos de utilidade pública:
a) a segurança nacional;
b) a defesa do Estado;
c) o socorro público em caso de calamidade;
d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu
abastecimento regular de meios de subsistência;
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas
minerais, das águas e da energia hidráulica;
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração,
casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes
medicinais;
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o
parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua
melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a
construção ou ampliação de distritos industriais; 
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
k) a preservação e conservação dos monumentos
históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos
urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a
manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou
característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais
particularmente dotados pela natureza;
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos,
documentos e outros bens moveis de valor histórico ou
artístico;
m) a construção de edifícios públicos, monumentos
comemorativos e cemitérios;
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso
para aeronaves;
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de
natureza científica, artística ou literária;
p) os demais casos previstos por leis especiais.
Já o interesse social permite a
desapropriação para promover a justa
distribuição da propriedade ou condicionar
seu uso ao bem estar social (Lei nº
4.132/1962, art. 1º). Tal modalidade
expropriatória possui caráter eminentemente
sancionatório, representando uma punição ao
proprietário do imóvel que descumpre a função
social da propriedade.
Art. 1º A desapropriação por interesse social será
decretada para promover a justa distribuição da
propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar
social, na forma do art. 147 da Constituição
Federal.
Art. 2º Considera-se de interesse social:
I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem
correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e consumo
dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino
econômico;
II - a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja
exploração não se obedeça a plano de zoneamento agrícola, VETADO;
III - o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de
povoamento e trabalho agrícola:
IV - a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a
tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua
habilitação, formando núcleos residenciais de mais de 10 (dez) famílias;
V - a construção de casa populares;
VI - as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela
conclusão de obras e serviços públicos, notadamente de saneamento,
portos, transporte, eletrificação armazenamento de água e irrigação, no
caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas;
VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e
de reservas florestais.
VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características,
sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas.  
BASE CONSTITUCIONAL E LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL
 
A CF fala sobre desapropriação nos artigos 5º,
inc. XXIV, 22, inc. II, 182, §4º, inc. III, 184, caput e
§5º, 185 e 243.
 
Infraconstitucionalmente, aplicam-se o Decreto-
Lei nº 3.365/1941 (Lei Geral de Desapropriações),
Lei nº 4.132/1962 (desapropriação por interesse
social), Lei nº 8.629/1993 (reforma agrária), Lei
Complementar nº 76/1993 (rito procedimental da
reforma agrária), Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da
Cidade) e Lei nº 10.406/2002 (Código Civil).
COMPETÊNCIAS PARA LEGISLAR, DESAPROPRIAR
E PROMOVER DESAPROPRIAÇÃO
 

A competência para legislar sobre desapropriação é


da União, conforme art. 22, inc. II da CF. No
entanto, a competência para desapropriar, ou seja,
expedir o decreto expropriatório ou a lei
expropriatória é dividida entre a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, ressaltando que,
de forma excepcional, a ANEEL tem competência
para promover desapropriações vinculadas as setor
elétrico (art. 10 da Lei nº 9.074/95) e o DNIT
(Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes) tem competência para o Sistema
Federal de Viação (art. 82, IX, da Lei 10.233/2001).
Questão: Magistratura/TO

“A companhia de energia elétrica de


determinado Estado da Federação, empresa
pública exploradora de atividade econômica,
pretende instalar o serviço de energia elétrica
em determinada comunidade rural. Para isso,
será necessário instalar a rede em diversas
propriedades rurais. Nesse caso, a declaração
de utilidade pública na espécie é da Agência
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL”.

Certo ou Errado?
Por fim, é preciso dizer que a competência para
promover a desapropriação, ou seja, executar os
atos materiais e concretos de transformação de bem
privado em público é da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, dos Territórios, das
autarquias e das concessionárias e permissionárias
de serviços públicos, como prescreve o art. 3º do
Decreto-Lei nº 3.365/1941.
 
OBS: a desapropriação é forma originária de
aquisição da propriedade, haja vista que não deriva
de situação jurídica anterior. Assim, ingressa no
domínio público livre de quaisquer gravames, os
quais, se existirem, ficam automaticamente
desconstituídos, e os credores se sub-rogam no
direito de crédito do desapropriado.
Questão: Analista Fiscal – ESAF
“Os ônus e direitos que existiam em relação ao
bem expropriado extinguem-se e ficam sub-
rogados no preço”
Certo ou errado?
Questão: Procuradoria da República
“Por ser forma originária de aquisição da
propriedade, não ficam sub-rogados no valor
pago a título de indenização, quaisquer ônus ou
direitos reais que recaiam sobre o bem
expropriado”.
Certo ou errado?
Questão: Havendo contrato de locação
incidente sobre o bem imóvel, a
superveniência da desapropriação desfaz
automaticamente o vínculo contratual?

Certo ou errado?

Fundação Getúlio Vargas. Padrão de


Respostas. Prova Discursiva. Direito
Administrativo. VIII Exame de Ordem
Unificado
INSTITUTOS CORRELATOS
 
Requisição: prevista no art. 5º, inc. XXV da CF,
a requisição é um instrumento de uso
transitório da propriedade privada ou de
serviços pelo Estado, em situações de iminente
perigo público, garantindo indenização
posterior somente se houver prejuízo.
 
Ocupação temporária: assim como ocorre com
a requisição, a ocupação temporária difere da
desapropriação por ser transitória, ter natureza
de ato administrativo isolado e não envolver
obrigatoriedade de indenização.
Confisco: previsto no art. 243 da CF, o confisco
é perda definitiva e sem qualquer
indenização dos bens utilizados para o cultivo
ilegal de plantas psicotrópicas, que serão
especificamente destinados ao assento de
colonos, para o cultivo de produtos alimentícios
e medicamentosos.
 
Desapropriação privada: prevista no art. 1.228,
§4º do CC não constitui propriamente
desapropriação, pois é promovida judicialmente,
não havendo necessidade de enquadramento
nos fundamentos do art. 5º, inc. XXIV da CF.
Questão: Ministério Público/RR –
2008 – CESPE
“O instituto da desapropriação e o do
confisco são idênticos, uma vez que
ambos constituem transferência
compulsória da propriedade,
expressando o poder ilimitado de
exercício do domínio eminente pelo
poder público”.
Certo ou errado?
PROCEDIMENTO DE DESAPROPRIAÇÃO
 
O procedimento de desapropriação se dá em duas fases
distintas: a declaratória e a executória, sendo que a
última apresenta uma fase administrativa e outra judicial.
 
FASE DECLARATÓRIA
 
Na fase declaratória, o Poder Público declara a utilidade
pública ou o interesse social do bem para fins de
desapropriação. A declaração expropriatória pode ser feita
pelo Poder Executivo, por meio de decreto, ou pelo
Legislativo, por meio de lei, conforme preveem os arts. 6º
e 8º do Decreto-Lei nº 3.365/1941.
 
OBS: a autorização legislativa é obrigatória quando a
desapropriação recair sobre bens públicos, conforme
previsto no art. 2º, §2º do Decreto-Lei nº 3.365/1941.
Decreto-Lei nº 3.365/1941 - Art. 6o  A declaração de
utilidade pública far-se-á por decreto do Presidente da
República, Governador, Interventor ou Prefeito.
Art. 8o  O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa
da desapropriação, cumprindo, neste caso, ao
Executivo, praticar os atos necessários à sua efetivação.
Art. 2o  Mediante declaração de utilidade pública, todos
os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos
Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
§ 2o  Os bens do domínio dos Estados, Municípios,
Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados
pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em
qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização
legislativa.
Questão – Concurso de Cartório/DF

“A competência para declarar a


utilidade pública ou o interesse social
do bem que se pretende desapropriar,
assim como a prática dos atos
executórios necessários à transferência
da propriedade, cabe aos delegatários
do poder público”.
Certo ou errado?
O ato declaratório, seja lei ou decreto, deve indicar o
sujeito passivo da desapropriação, a descrição do
bem, a declaração de utilidade pública ou interesse
social, a destinação específica a ser dada ao bem, o
fundamento legal e os recursos orçamentários
destinados ao atendimento da despesa, como salienta
Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
 

A declaração de utilidade pública já produz alguns efeitos:


(a) submete o bem à força expropriatória do Estado; (b)
fixa o estado do bem, isto é, suas condições,
melhoramentos e benfeitorias* existentes; (c) confere ao
Poder Público o direito de penetrar no bem a fim de fazer
verificações e medições, desde que as autoridades
administrativas atuem com moderação e sem excesso
de poder; (d) dá início ao prazo de caducidade da
declaração.
CADUCIDADE – expedido o decreto ou lei de
declaração de utilidade pública, a
desapropriação deverá efetivar-se no prazo de
cinco anos, nos termos do art. 10 do Decreto-
Lei nº 3.365/1941, não mencionando, porém, a
legislação, prazo para utilização do bem
desapropriado; se a desapropriação deu-se
por interesse social, o art. 3º da Lei nº
4.132/1962 dá prazo de caducidade de dois
anos a partir da decretação da medida, sendo
que tal prazo também abrange a realização de
providências para utilização do bem
expropriado.
Questão – 23ª Prova da Procuradoria
da República
“A desapropriação por utilidade pública
deverá efetivar-se mediante acordo ou
intentar-se judicialmente dentro de dois
anos, contados da data da expedição
do respectivo decreto e findos os quais
este caducará”.
Certo ou errado?
Questão – OAB/PR
“A desapropriação por utilidade pública
deverá ser efetivada mediante acordo
ou se intentada judicialmente dentro de
5 (cinco) anos, contados da data da
expedição do respectivo decreto e,
fidos os quais, este caducará”.
Certo ou errado?
OBS: no caso de reforma agrária, o
prazo de caducidade também é de dois
anos, conforme art. 3º da Lei
Complementar nº 76/1993. Já em relação
à desapropriação por descumprimento
da função social da propriedade (Lei nº
10.257/2001) e à expropriação de terras
onde se cultivam plantas psicotrópicas
(Lei nº 8.257/1991), não há previsão de
prazo de caducidade.
FASE EXECUTÓRIA
 
Após manifestar o interesse social no imóvel, por
meio da expedição do decreto expropriatório (fase
declaratória), inicia-se a fase executória na qual o
Poder expropriante passa a tomar as medidas
concretas para incorporação do bem no domínio
público. É realizada uma primeira oferta pelo bem,
que, uma vez aceita pelo particular expropriado,
consuma a mudança de propriedade, denominando-
se desapropriação amigável. Na hipótese de o
expropriado não aceitar o valor oferecido, encerra-se
a etapa administrativa da fase executória e terá
início a fase judicial, com a propositura, pelo Poder
Público da ação de desapropriação.
A fase executória, que pode ser administrativa
ou judicial, compreende os atos pelos quais o
Poder Público promove a desapropriação, ou
seja, adota as medidas necessárias à
efetivação da desapropriação, pela integração
do bem no patrimônio público.
A fase executória será administrativa quando
houver acordo entre expropriante e
expropriado a respeito da indenização,
hipótese em que se observarão as
formalidades estabelecidas para a compra e
venda, exigindo-se, em caso de bem imóvel,
escritura transcrita no Registro de Imóveis.
Não havendo acordo, o Poder Público, seguindo o
procedimento previsto nos arts. 11 a 30 do
Decreto-Lei nº 3.365/1941, dará início ao
procedimento judicial de desapropriação. Tal
procedimento só permite a discussão do valor da
indenização ou a existência de vício processual,
não se discutindo, portanto, a existência ou não
de utilidade pública ou interesse social (Decreto-
Lei nº 3.365/1941, art. 20).
 

Se o desapropriado quiser discutir a existência de


ilegalidade no ato de desapropriação, deverá
fazê-lo em ação própria, por meio de ação
ordinária, mandado de segurança ou ação popular
(Decreto-Lei nº 3.365/1941, art. 20).
QUESTÃO - OAB/PR
“Nos processos judiciais referentes às
desapropriações por utilidade pública, o
expropriado poderá impugnar todo e
qualquer aspecto do procedimento
administrativo expropriatório, levando o
Poder Judiciário a decidir, inclusive, se era o
caso, ou não, da Administração Pública
declarar aquele imóvel como sendo de
utilidade pública”.
Certo ou errado?
176ª Prova da Magistratura/SP

“O ato desapropriatório é realizado com


base no interesse público. Após a
publicação do decreto, surgem indícios de
favorecimento, ocorrendo, assim,
plausibilidade de ato danoso ao erário. Para
desconstituir o ato, o vício a ser alegado é o
do desvio de finalidade”.

Certo ou errado?
A desapropriação incidente sobre imóvel somente se
completa depois de efetuado o pagamento ou
consignação, atendendo ao mandamento constitucional
da prévia indenização. A sentença que fixa o valor da
indenização constitui título hábil para a transcrição no
Registro de Imóveis (Decreto-Lei nº 3.365/1941, art. 29).
 
OBS: Maria Sylvia Zanella Di Pietro ressalta que o valor
da indenização deve abranger as seguintes parcelas:
(I) valor do bem expropriado; (II) benfeitorias anteriores
à expropriação; (III) lucros cessantes e danos
emergentes; (IV) juros compensatórios; (v) juros
moratórios; (VI) honorários advocatícios; (VII) custas e
despesas judiciais; (VIII) correção monetária; (IX)
despesa com desmonte e transporte de mecanismos
instalados e em funcionamento.
PROCESSO ADMINISTRATIVO
 
BASE CONSTITUCIONAL E INFRACONSTITUCIONAL
 
A CF determina, no art. 5º, inc. LIV, que "ninguém
será privado dos seus bens sem o devido processo
legal". Já no inc. LV do mesmo artigo, impõe que "aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes".
 
Em sede infraconstitucional, a Lei nº 9.784/1999
regulamenta o processo administrativo da
Administração Pública Federal, e serve de base para
normas estaduais e municipais referentes ao tema.
Questão – Magistratura Federal da 3ª
região

“A Lei n. 9.784/99 aplica-se, sem


restrição, à Administração pública federal,
incluídos os órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário da União, quando
no desempenho de função administrativa,
não se destinando à administração
pública estadual e municipal”.

Certo ou errado?
 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO
ADMINISTRATIVO
 
São aplicáveis ao processo administrativo
os seguintes princípios: (I) legalidade, (II)
finalidade, (III) impessoalidade, (IV)
moralidade, (V) publicidade, (VI)
razoabilidade ou proporcionalidade, (VII)
obrigatória motivação, (VIII) segurança
jurídica, (IX) informalismo, (X) gratuidade,
(XI) oficialidade ou impulso oficial, (XII)
contraditório e ampla defesa.
ÓRGÃO, ENTIDADE E AUTORIDADE
 
O art. 1º, §2º da Lei nº 9.784/1999
estabelece três definições importantes:
(a) órgão: a unidade de atuação
integrante da estrutura da Administração
direta e da estrutura da Administração
indireta; (b) entidade: a unidade de
atuação dotada de personalidade jurídica;
(c) autoridade: o servidor ou agente
público dotado de poder de decisão.
Questão: OAB Nacional 2009.1

“Considera-se entidade
administrativa a unidade de
atuação integrante da estrutura
da administração direta”.

Certo ou errado?
INSTAURAÇÃO DO PROCESSO E LEGITIMADOS
 
Em conformidade com o art. 5º da Lei nº 9.784/1999, o
processo administrativo pode ser instaurado de
ofício pelo administrador ou a pedido do
interessado. 
O art. 9º da Lei nº 9.784/1999 define como legitimados
no processo administrativo: (a) titulares dos direitos e
interesses que iniciem o processo, podendo ser
pessoas físicas ou jurídicas; (b) terceiros interessados
que, sem terem iniciado o processo, possuem direitos
ou interesses que possam ser afetados pela decisão a
ser adotada; (c) organizações e associações
representativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos; (d) pessoas ou associações legalmente
constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Questão: OAB Nacional 2008.2

“O processo administrativo
pode iniciar-se de ofício ou a
pedido de interessado”.

Certo ou errado?
Questão: Magistratura/TO

“O processo administrativo em
geral, no âmbito da União, pode ser
instaurado de ofício ou por iniciativa
dos interessados, entre os quais se
incluem as pessoas e associações
legalmente constituídas quanto a
direitos ou interesses difusos”.

Certo ou errado?
Questão: Magistratura/PI-CESPE

“No âmbito do processo


administrativo, não há
previsão de defesa de
interesses difusos ou
coletivos”.

Certo ou errado?
Questão: OAB Nacional 2009.1

“São capazes, para fins de


processo administrativo, os
maiores de dezesseis anos,
ressalvada previsão especial
em ato normativo próprio”.

Certo ou errado?
COMPETÊNCIA – a competência
administrativa é irrenunciável e deve ser
exercida pelo órgão legalmente habilitado para
seu cumprimento. É possível, no entanto, a
delegação da competência a outros órgãos e
a avocação, com exceção da edição de atos
de caráter normativo, da decisão de
recursos administrativos e das matérias de
competência exclusiva do órgão ou
autoridade. (Vide o art. 11 da Lei nº 9784/99)
Questão: OAB Nacional 2008.2
“Um órgão administrativo e seu titular
poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a
outros órgãos ou titulares, ainda que
estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente,
em razão de circunstâncias de índole
técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial”.
Certo ou errado?
Questão: Procuradoria/DF

“Não pode ser objeto de


delegação a decisão de
recursos administrativos”.

Certo ou errado?
COMUNICAÇÃO DOS ATOS – a intimação das
partes dar-se-á pessoalmente por ciência no
processo, por via postal com aviso de recebimento,
por telegrama ou outro meio que assegure a
certeza da ciência do interessado, sendo possível a
intimação por meio de publicação oficial (diário
oficial ou jornal de grande circulação) quando não
for possível identificar ou localizar o interessado.
Caso as partes não atendam à intimação não há
aplicação de revelia, tampouco dos seus efeitos.
 
DESISTÊNCIA – art. 51 da Lei nº 9.784/1999 – o
interessado poderá, mediante manifestação escrita,
desistir total ou parcialmente do pedido formulado
ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
Questão: OAB Nacional 2010.1
“Nos processos administrativos é
admitida a intimação fictícia”.
Certo ou errado?
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Questão: Procurador de Aracaju


“O desatendimento de intimação para
apresentação de defesa em processo
administrativo não importa no
reconhecimento da verdade dos fatos”.
Certo ou errado?
DECISÃO E RECURSOS
O processo administrativo admite produção ampla
de provas, desde que sejam obtidas por meios
lícitos. Assim, poderão ser ouvidos os interessados,
eventuais testemunhas, realizadas perícias e outras
espécies de provas amparadas pela legislação.
 
Findada a instrução, o órgão responsável pela
instrução decidirá a respeito do objeto do processo
administrativo, ou emitirá parecer, se não tiver
competência para decidir, no prazo de 30 dias. Da
decisão caberá recurso para a autoridade
superior no prazo de 10 dias, sem efeito
suspensivo (Lei nº 9.784/1999, art. 57).
Questão: OAB Nacional 2009.2
“Caso a matéria discutida no
processo administrativo se
apresente bastante controversa e
inquietante, a autoridade
responsável poderá deixar de
decidir e submeter o tema à
apreciação do Poder Judiciário ”.
Certo ou errado?
Questão: Procurador de Aracaju
“Concluída a instrução de
processo administrativo, a
administração tem até 30 dias para
decidir, salvo prorrogação por
igual período expressamente
motivada”.

Certo ou errado?
Pergunta: É possível a reformatio in
pejus nos processos administrativos?
SERVIDOR PÚBLICO

São todos os agentes públicos que, exercendo


com caráter de permanência uma função pública
em decorrência de relação de trabalho, integram
o quadro funcional das pessoas federativas, das
autarquias e das fundações públicas.

Podemos conceituar agentes públicos como


todos aqueles que têm uma vinculação
profissional com o Estado, mesmo que em
caráter temporário ou sem remuneração.
CARACTERÍSTICAS 
Profissionalidade: os servidores públicos exercem
efetiva profissão quando no desempenho de suas
funções públicas. Formam, por conseguinte, uma
categoria própria de trabalhadores;
Definitividade: não quer dizer que não haja
funções de caráter temporário (exceção), mas a
regra geral é a de que o servidor desenvolverá
seus misteres com cunho de permanência;
Relação jurídica de trabalho: presença de dois
sujeitos, o ente empregador (beneficiário do
exercício das funções) e o servidor público, que
empresta sua força de trabalho em troca de uma
retribuição pecuniária;
CLASSIFICAÇÃO
Estatutários (Funcionários Públicos): sujeitos ao regime
estatutário ou ocupantes de cargos públicos. Possuem
CARGOS. São aqueles cuja relação jurídica de trabalho
é disciplinada por diplomas legais específicos,
denominados de estatutos. Nos estatutos estão
inscritas todas as regras que incidem sobre a relação
jurídica, razão por que nelas se enumeram os direitos e
deveres dos servidores e do Estado. Exemplos:
Lei nº 8.112, de 11/12/1990 - Dispõe sobre o regime
jurídico dos servidores públicos civis da União, das
autarquias e das fundações públicas federais.
Lei nº 10.261, de 28/11/1968 - Dispõe sobre o Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo
Lei nº 6.174, de 16/11/1970 - Dispõe sobre o Estatuto
dos Funcionários Públicos do Estado do Paraná.
Servidores públicos trabalhistas ou
empregados Públicos (celetistas): contratados
sob o regime da legislação trabalhista e
ocupantes de empregos públicos: possuem
EMPREGOS. Sua relação de trabalho são as
constantes da Consolidação das Leis do
Trabalho;
 
Servidores Públicos Temporários: contratados
por tempo determinado para atender à
necessidade temporária de excepcional
interesse público (art. 37, IX, da CF) e exercem
função, sem estarem vinculados a cargo ou
emprego público. Possuem FUNÇÃO.
Para regulamentar o art. 37, IX, da CF foi
promulgada a Lei nº 8.745/93, que prevê a
contratação temporária no âmbito dos órgãos
da Administração Federal Direta, bem como de
suas autarquias e fundações públicas.
A contratação temporária, como se nota, não se
rege pela Lei nº 8.112/90 (Estatuto do Servidor
Público Federal)
Questão: OAB Nacional 2008.2 – CESPE – “As
pessoas que na esfera federal, são contratadas por
tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público são
regidas pela Lei nº 8.112/90. Certo ou errado?
Art. 2º Considera-se necessidade temporária de excepcional
interesse público:
I - assistência a situações de calamidade pública;
II - assistência a emergências em saúde pública; 
III - realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza
estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística - IBGE; 
IV - admissão de professor substituto e professor visitante;
V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro;
VI – atividades especiais como organização das Forças Armadas,
identificação e demarcação territorial, atuações finalísticas das
Forças Armadas, assistência à saúde para comunidades indígenas;
VII - admissão de professor, pesquisador e tecnólogo substitutos
para suprir a falta de professor, pesquisador ou tecnólogo ocupante
de cargo efetivo, decorrente de licença para exercer atividade
empresarial relativa à inovação. 
VIII - admissão de pesquisador, nacional ou estrangeiro,
para projeto de pesquisa com prazo determinado, em instituição
destinada à pesquisa;
IX - combate a emergências ambientais, na hipótese de
declaração, pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente,
da existência de emergência ambiental na região
específica.       
X - admissão de professor para suprir demandas
decorrentes da expansão das instituições federais de
ensino, respeitados os limites e as condições fixados em
ato conjunto dos Ministérios do Planejamento, Orçamento
e Gestão e da Educação.   
XI - admissão de professor para suprir demandas
excepcionais decorrentes de programas e projetos de
aperfeiçoamento de médicos na área de Atenção Básica
em saúde em regiões prioritárias para o Sistema Único
de Saúde (SUS), mediante integração ensino-serviço,
respeitados os limites e as condições fixados em ato
conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento,
Orçamento e Gestão, da Saúde e da Educação.
Importante observar que o recrutamento para
contratação temporária dispensa o concurso público,
mas precisa de processo seletivo simplificado (art.
3º). Entretanto, nos casos de calamidade pública
ou emergência ambiental o processo seletivo
simplificado é dispensado.

O prazo máximo de duração da contratação temporária


varia conforme o enquadramento do caso nos incisos
acima transcritos, podendo ser de a) 6 meses (incisos
I, II e IX); b) 1 ano (incisos III e IV), bem como em
algumas hipóteses do inciso IV; 2 anos (em algumas
hipóteses do inciso VI; 3 anos (VII e VIII, bem como
algumas hipóteses do inciso IV); e 4 anos (inciso V,
bem como algumas hipóteses do inciso VI).
Ocupantes de cargo em comissão ou
cargos de confiança
Conforme o Art. 37, V, da CF, os cargos em comissão
ou comissionados estão reservados a atribuições de
direção, chefia e assessoramento.
Tais cargos são acessíveis sem concurso público,
mas providos por nomeação política. De igual modo, a
exoneração é ad nutum, podendo os comissionados
ser desligados do cargo imotivadamente, sem
necessidade de garantir o contraditório, ampla defesa
e direito ao devido processo legal.
Se a autoridade competente apresentar um motivo
para a exoneração e o motivo for comprovadamente
falso ou inexistente, o desligamento será nulo em
razão da teoria dos motivos determinantes.
Questão: 177ª prova da Magistratura/SP
“É nula a simples dispensa de servidor titular
de cargo de provimento em comissão, de livre
nomeação, sem o regular processo
administrativo”.
Certo ou errado?

Questão: 23ª prova de Procurador da República


“Na dispensa de um servidor, ocupante de cargo
de confiança exonerável ad nutum, declarado o
motivo, este passará a ser vinculante ao ato e
sua validade e eficácia ficarão na dependência
da efetiva existência do motivo declarado”.
Certo ou errado?
Questão: Cargo de confiança
=
função de confiança?
Questão: Magistratura/PR
“As funções de confiança, exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes
de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se
preferencialmente às atribuições de
direção, chefia e assessoramento”.
Certo ou errado?
Servidores Públicos Estatutários
 

Os servidores estatutários são


selecionados por concurso público para
ocupar cargos públicos, tendo vinculação
de natureza estatutária não contratual, e
adquirem estabilidade após se sujeitarem
a um estágio probatório.
Pergunta: Como não se trata de
vinculação contratual, pode haver
alteração unilateral no regime aplicável
aos servidores estatutários?
Questão: OAB/MS – CESPE
“Os estatutários poderão ter sua vida
funcional unilateralmente alterada”.
Certo ou errado?

Questão: Procurador do Estado de São Paulo


“O regime estatutário aplicável aos
servidores públicos é definido em lei,
podendo ser modificado unilateralmente,
respeitados os direitos adquiridos”.
Certo ou errado?
Estágio Probatório

Art. 41, CF: “são estáveis após três anos de


efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público.

Art. 20, Lei nº 8.112/90: "servidor nomeado para


cargo de provimento efetivo ficará sujeito a
estágio probatório por período de 24 (vinte e
quatro) meses.”
Atenção:
Cargos efetivos:
Art. 41 §1º, CF: O servidor estável só
perderá o cargo por:
a) Sentença judicial transitada em julgado;
b) Processo administrativo disciplinar;
c) Avaliação periódica de desempenho.
Pergunta: É possível ser decretada a perda
do cargo também para redução de
despesas com pessoal?
Resposta: Art. 169, §1º, CF
Atenção:
Cargos vitalícios:
a) Magistrados;
b) Membros do Ministério Público;
c) Membros dos Tribunais de Contas.

Estágio Probatório = 2 anos, após o qual


o agente perde o cargo unicamente por
meio de sentença transitada em
julgado
Empregados Públicos
Os empregados públicos ingressam por meio
de concurso público para ocupar empregos
públicos, tendo uma vinculação contratual
com o Estado regida pela Consolidação das
Leis Trabalhistas – CLT. Por isso são
conhecidos como “celetistas”.
Utilizado nas pessoas jurídicas de direito
privado da Administração indireta, isto é
empresas públicas, sociedades de
economia mista, fundações
governamentais e consórcios privados.
O regime de emprego público é menos
protetivo do que o regime estatutário de cargo
público.
Após a posse, os empregados públicos não
têm estágio probatório, mas se sujeitam ao
período de experiência com duração de 90
dias, previsto no Art. 455, § único, CLT.
A totalidade da doutrina administrativa entende
que os empregados públicos somente podem
sofrer demissão motivada e após o regular
processo administrativo, observadas as
garantias do contraditório e da ampla defesa.
QUADRO FUNCIONAL
 
“Conjunto de carreiras, cargos isolados e
funções públicas remuneradas integrantes de
uma mesma pessoa federativa ou de seus
órgãos internos.” (Hely Lopes Meirelles).
Carreira é o conjunto de classes funcionais
em que seus integrantes vão percorrendo os
diversos patamares de que se constitui a
progressão funcional;
Classes são compostas de cargos que
tenham as mesmas atribuições.
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA
 
Cargos: são as mais simples e indivisíveis unidades
de competência a serem expressas por um agente
público, previstos em número certo, com
determinação própria e remunerados por pessoas
jurídicas de direito público, devendo ser criados por
Lei;
Empregos: são núcleos de encargo de trabalho a
serem preenchidos por agentes contratados para
desempenhá-los sob uma relação trabalhista
(celetista). Sujeitam-se a uma disciplina jurídica que
embora sofra algumas influências, basicamente são
aquelas aplicadas aos contratos trabalhistas em
geral;
Função pública: é a atribuição ou
conjunto de atribuições que a
Administração confere a cada categoria
profissional, ou comete individualmente a
determinados servidores para a execução
de serviços eventuais ou temporários.
CLASSIFICAÇÃO DOS CARGOS
 
I - SOB O ASPECTO FUNCIONAL
 
Cargos em carreira: permitem a progressão
funcional dos servidores através de diversas
classes até chegar à mais elevada.

Cargos isolados: têm natureza estanque e


inviabilizam a progressão.
II – SOB O ÂNGULO DAS GARANTIAS E
CARACTERÍSTICAS DOS CARGOS
 
Cargos vitalícios: são aqueles que oferecem a
maior garantia de permanência a seus
ocupantes. Somente através de processo
judicial, como regra, podem os titulares perder
seus cargos. Ex. Magistrados (art. 95, I, CF),
membros do Ministério Público (art. 128, § 5º, I,
“a”, CF) e os membros de Tribunais de Contas
(art. 73, § 3º, CF). Prerrogativa de sede
constitucional, o que impossibilita a criação ou
previsão de cargos de tal natureza por norma
infra-constitucional.
Cargos efetivos: são aqueles que se
revestem de caráter de permanência,
constituindo a maioria absoluta dos cargos
integrantes dos diversos quadros funcionais.
Embora em menor grau que nos cargos
vitalícios, os cargos efetivos também
proporcionam segurança a seus titulares, uma
vez que a perda do cargo só poderá ocorrer,
adquirida estabilidade, se houver sentença
judicial ou processo administrativo em que se
lhes faculte ampla defesa e em decorrência de
avaliação negativa de desempenho (art. 41, III,
CF).
TRABALHO DE AULAS EXTRAS

PRAZO MÁXIMO DE ENTREGA: AV1

Resolver 2 (dois) casos concretos do SIA


e entregar (MANUSCRITO) na data da AV1.
FIM!
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
BOM ESTUDO!
SUCESSO!

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