I. Novo modelo de Segurança Pública Violência e crime são problemas complexos; Estado nem sempre foi eficaz na garantia do monopólio da violência; A segurança pública é uma construção social; A segurança pública depende de um conjunto de práticas e de iniciativas múltiplas, em diferentes áreas de atuação; A segurança deve valorizar a melhora das condições de vida e proteção aos direitos; A segurança deve favorecer a inserção dos grupos vulneráveis; A segurança deve favorecer medidas de caráter preventivo (social e situacional). O instrumento principal das políticas de segurança pública deve ser a informação; O trabalho especializado de polícia deve ser orientado pela informação, pela estratégia e pela análise territorial dos crimes, violências e ofensas; Segurança pública é um experimento de produção coletiva e artesanal de um ambiente social seguro; Todas as instituições que oferecem serviços de segurança devem estar integradas em rede; A prevenção e o enfrentamento do crime são parte integrante das políticas de segurança pública. Policia e justiça devem: auxiliar a comunidade a lidar com o sentimento de insegurança; com os espaços sociais de insegurança e risco; com as fontes da violência criminal presentes na sociedade; bem como informar e participar de estratégias alternativas de proteção da população num dado território; Elaboração de planos de segurança. II. Desenho de Políticas de Segurança Pública Policiamento comunitário. Policiamento repressivo, quando indispensável em situações de áreas conflagradas, ele deve ser substituído pelo policiamento preventivo; Integração das agências do Estado voltadas para a segurança; Parceria com outras agências do Estado; Parceria com a sociedade civil; Política de uso da força por parte das policias. III. O Município e a segurança pública Segurança é um problema dos municípios. A guardas municipais podem ser úteis nas políticas locais de segurança; Comunidade deve ser estimulada a participar na identificação de problemas de segurança; Elaborar planos locais de segurança; IV. Planos locais de Segurança Pública identificação de parcerias; diagnóstico do problema: a) por meio de indicadores; b) por meio de diagnóstico local e participativo; discutição do diagnóstico com os parceiros e divulgação; Definição de responsabilidades compartilhadas; Definição de prioridades, estratégias e recursos para atingi-las; Definição das formas de atuação; Avaliação dos resultados esperados e divulgação. Estratégias de Segurança Pública devem ser Compensadas com políticas sociais; Acompanhadas por políticas de acesso aos direitos; Seguidas pelo acesso à justiça; Apoiadas em medidas de inserção do egresso e dos jovens em situação de conflito com a lei; Fundadas em políticas que desmontem os guetos urbanos. Exemplos de medidas compensatórias: Regularização da situação junto aos órgãos públicos; atividades profissionalizantes e educativas; Espaços comunitários para troca de experiências; aumento de vagas nas escolas, creches, profissionalização e empregos para os jovens; reurbanização de bairro; construção de postos de saúde; Fortalecimento das redes de direitos e dos órgãos de fiscalização; em síntese, política de ocupação dos espaços sociais. V. Problemas Crime organizado; Crime organizacional; Disseminação das drogas; Áreas de exclusão social; Falta de conhecimento em relação a essas áreas; Desemprego crônico, subemprego e falta de perspectivas dos jovens; Exploração de trabalho infantil e exploração sexual de crianças; Falta de engajamento da comunidade; Alto grau de incivilidade nas relações sociais; Falta de priorização política da segurança pública. Caminho para a mudança: Organizar dados sociais, demográficos e criminais; Fazer a anatomia dos crimes e da violência; Pensar os espaços de incivilidade (diferentes territorialidades contrafeitas à abertura e à circulação de pessoas, idéias e identidades); Envolver os diferentes atores sociais; Lutar contra a segregação social e urbana. Por último, a concepção da governança pública requer um ambiente político capaz de estabelecer uma dinâmica cooperativa entre sociedade e estado, seja por meio do Legislativo, ou pelas diversas formas de participação social. Economicamente falando, é preciso converter a relação de construção e solução de problemas, bem como a de alocação dos limitados recursos públicos disponíveis, em uma relação de soma positiva, superando as atuais dicotomias, nas quais a soma é zero. Apenas dessa maneira teremos a institucionalização e, por conseguinte, a consolidação geracional, dos avanços realizados no âmbito da gestão pública. diferença entre a governança e a gestão De um jeito bem simples de entender, vamos aplicar à sua organização o princípio da separação dos poderes de Montesquieu, dividindo-os em três: entendendo assim, a gestão é o poder executivo, enquanto que a governança é exercida pelos poderes legislativo e judiciário. São funções da governança: a) definir o direcionamento estratégico; b) supervisionar a gestão; c) envolver as partes interessadas; d) gerenciar riscos estratégicos; e) gerenciar conflitos internos; f ) auditar e avaliar o sistema de gestão e controle; e g) promover a accountability (prestação de contas e responsabilidade) e a transparência. São funções da gestão: a) implementar programas; b) garantir a conformidade com as regulamentações; c) revisar e reportar o progresso de ações; d) garantir a eficiência administrativa; e) manter a comunicação com as partes interessadas; e f ) avaliar o desempenho e aprender. Neste sentido, verificamos que a abordagem de governança adotada pelo TCU é totalmente aderente ao MEGP do Gespública, que adotou como referencial de mensuração do desempenho os “6 E’s” – Eficiência, Eficácia, Efetividade, Economicidade, Excelência e Execução. Sua organização pratica a governança? E eis que chegamos ao ponto crucial da governança: olhando para a imagem acima e analisando como as instâncias internas de governança da sua organização atuam (notadamente controles internos, corregedorias, ouvidorias, comissões e comitês), analise e seja sincero: 1. Eles ainda estão focados somente na legalidade? 2. Além da legalidade, eles também verificam a economicidade? 3. Além da legalidade e economicidade, eles também verificam a execução? 4. Além de legalidade, economicidade e execução, eles também verificam a eficiência? 5. Além de legalidade, economicidade, execução e eficiência, eles também verificam a eficácia? 6. Além de legalidade, economicidade, execução, eficiência e eficácia, eles também verificam a efetividade? 7. Sua organização tem indicadores de efetividade para todos os dez componentes dos mecanismos de governança avaliados pelo TCU? 8. Além de cumprir todos os itens, sua organização é reconhecida nacionalmente como um referencial de excelência, um exemplo para as demais? Resumindo o que é Governança (Fonte: TCU) “A administração é a arte de aplicar as leis sem lesar os interesses.” Honoré de Balzac