O documento descreve a Escola Nova Clássica, que surgiu como uma crítica à ortodoxia keynesiana. Os economistas nova-clássicos acreditam que políticas de estabilização da demanda agregada são ineficazes e defendem uma abordagem não intervencionista. Eles também criticam as formulações keynesianas de expectativas e propõem o conceito de expectativas racionais.
O documento descreve a Escola Nova Clássica, que surgiu como uma crítica à ortodoxia keynesiana. Os economistas nova-clássicos acreditam que políticas de estabilização da demanda agregada são ineficazes e defendem uma abordagem não intervencionista. Eles também criticam as formulações keynesianas de expectativas e propõem o conceito de expectativas racionais.
O documento descreve a Escola Nova Clássica, que surgiu como uma crítica à ortodoxia keynesiana. Os economistas nova-clássicos acreditam que políticas de estabilização da demanda agregada são ineficazes e defendem uma abordagem não intervencionista. Eles também criticam as formulações keynesianas de expectativas e propõem o conceito de expectativas racionais.
E-mail: fjmissio@cedeplar.ufmg.br Contexto… Desenvolve-se tendo como pano de fundo a alta inflação e o desemprego da década de 1970 e a insatisfação com a ortodoxia keynesiana dominante que acompanhou essa situação. Tanto o monetarismo como a economia novo-clássica têm suas origens teóricas em aspectos da economia clássica, e ambas as escolas chegam a conclusões similares com relação a políticas não intervencionistas. Robert Lucas, figura central do desenvolvimento da economia novo-clássica, manifestou sua concordância com a proposta de regras de política não intervencionista de Milton Friedman. Contexto… De fato, os economistas novo-clássicos são ainda mais céticos do que os monetaristas quanto à utilidade de políticas ativas de estabilização. A economia novo-clássica, porém, representa um ataque mais fundamental ao sistema teórico keynesiano do que o monetarismo. Os economistas novo-clássicos atacaram a estrutura teórica keynesiana, caracterizando-a como "essencialmente falha". O Ataque Novo-Clássico O princípio central de política econômica da economia novo- clássica é que a estabilização de variáveis reais, como produto e emprego, não pode ser alcançada pela administração da demanda agregada. Os valores de tais variáveis, tanto no curto como no longo prazo, são insensíveis a políticas sistemáticas de administração da demanda agregada. Em outras palavras, segundo a visão novo-clássica, medidas sistemáticas de política fiscal e monetária de alteração da demanda agregada não afetarão o produto e o emprego, nem mesmo no curto prazo. A isso denominamos postulado novo-clássico da ineficácia das políticas econômicas. Os economistas novo-clássicos não concordam com essa análise. Em particular, eles não aceitam as conclusões das análises keynesiana e monetarista, que diferenciam os efeitos da demanda agregada sobre produto e emprego no curto e longo prazo. Sua crítica enfoca o pressuposto keynesiano (e monetarista) referente à formação das expectativas de preços. Essa formulação pressupõe que os ofertantes de mão-de-obra formam expectativas para o nível de preços agregado corrente (ou da taxa de inflação futura) com base no comportamento passado dos preços. Na prática, keynesianos e monetaristas pressupõem que tais expectativas de preços ajustam-se lentamente, podendo ser consideradas fixas, ao menos por períodos relativamente curtos de tempo. Os economistas novo-clássicos criticaram tais formulações de formação de expectativas por serem "extremamente ingênuas". Conceito de Expectativas Racionais - racionais no sentido de que não cometerão erros sistemáticos. De acordo com a hipótese das expectativas racionais, as expectativas são formadas com base em todas as informações relevantes disponíveis sobre a variável que está sendo prevista. Além disso, a hipótese das expectativas racionais afirma que os indivíduos utilizam as informações disponíveis de maneira inteligente; ou seja, compreendem como as variáveis que observam afetarão a variável que estão tentando prever. Se as expectativas forem racionais, os ofertantes de mão-de- obra usarão todas as informações passadas relevantes na realização de uma previsão para o valor do nível agregado de preços para o período corrente, e não somente as informações sobre o comportamento dos preços no passado. E usarão todas as informações de que dispuserem sobre os valores correntes de variáveis que participam da determinação do nível de preços. Mais importante, do ponto de vista dos efeitos das políticas de administração da demanda agregada, os ofertantes de mão de obra levarão em conta qualquer medida de política econômica prevista (esperada) na elaboração de suas estimativas de preços. Pressupõe-se, ainda, que eles compreendam a relação entre tais políticas de demanda agregada e o nível de preços. Se essas previsões racionais prospectivas do nível de preços forem de fato feitas pelos ofertantes de mão-de-obra, a análise anterior deve ser modificada em um aspecto importante. Para analisar os efeitos dessa mudança sob a suposição de que as expectativas são racionais, precisamos começar especificando se a mudança da política monetária era ou não antecipada. Os efeitos das mudanças de políticas antecipadas e não antecipadas são muito diferentes quando se supõe que as expectativas são racionais. Se as expectativas forem formadas racionalmente, as ações de política de demanda agregada previstas não afetarão o produto real ou o emprego, nem mesmo no curto prazo. Quando o aumento no estoque de moeda é imprevisto, o modelo novo clássico indica que o produto e o emprego serão afetados. Na figura anterior, o produto subirá de y0 para y1, e o emprego aumentará de N0 para N1, resultados idênticos aos da análise keynesiana ou monetarista de tal aumento na demanda agregada. Note, porém, que esses resultados se referem ao curto prazo. Embora a mudança na política não tenha sido antecipada, em períodos futuros os agentes econômicos descobririam que a política, de fato, havia mudado. Analisemos Agora o que os economistas novo-clássicos consideram a resposta de política adequada a um declínio na demanda do setor privado - por exemplo, um declínio autônomo na demanda por investimentos.
Os keynesianos afirmam que um declínio na demanda do setor
privado deveria ser compensado por uma ação de política fiscal ou monetária expansionista a fim de estabilizar a demanda agregada, o produto e o emprego. Uma vez que o declínio nos investimentos tenha ocorrido e exercido seus efeitos sobre o produto, o formulador de políticas poderia elevar a demanda agregada caso esperasse que o nível baixo de investimentos pudesse se repetir em períodos futuros. Se, porém, fosse esperado que os baixos investimentos continuassem em períodos futuros, não haveria necessidade de uma resposta de política econômica, uma vez que os agentes privados também teriam essa expectativa.
Nesse ponto, ocorreriam deslocamentos nas curvas de oferta
de mão de obra e de oferta agregada. Em outras palavras, o formulador de políticas não dispõe de ferramentas para agir de modo a compensar choques imprevistos. Na visão novo-clássica, não há um papel útil para políticas de demanda agregada voltadas a estabilizar o produto e o emprego. As conclusões de políticas dos economistas novo- clássicos são fortemente não intervencionistas, assim como eram as dos economistas clássicos.
No caso da política fiscal, os economistas novo-clássicos
defendem a estabilidade e rejeitam estímulos excessivos e inflacionários. Gastos governamentais deficitários excessivos e/ou erráticos devem ser evitados. Os economistas novo- clássicos Thomas Sargent e Neil Wallace, por exemplo, foram críticos dos grandes déficits resultantes da política fiscal da administração Reagan da década de 1980. A instabilidade na política fiscal causa incertezas, dificultando, mesmo aos agentes que formam expectativas racionais, a previsão correta do curso futuro da economia. Além disso, Sargent e outros acreditam que uma política crível que vise proporcionar um crescimento estável baixo da moeda não pode coexistir com uma política fiscal que gere grandes déficits. Déficits enormes põem a autoridade monetária sob grande pressão para aumentar a expansão monetária, de modo a ajudar a financiar o déficit.
Sargent e outros economistas novo-clássicos acreditam que o
controle dos déficits orçamentários do governo seja necessário para que possa existir uma política monetária não inflacionária crível.