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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

DIREITO

ANA JÚLIA ZAGONEL

ANNELISE VELLOZO COUTO

ESCOLA DE ECONOMIA DE CHICAGO

CURITIBA

2023
É conhecida por ter muitos professores ganhadores de prêmios Nobel.
Antes da Escola de Chicago que conhecemos, houve outra universidade de
Chicago que foi administrada pela Igreja Batista e faliu.

Passou a ser chamada de Escola de Chicago em 1950, o nome surgiu


para se referir a professores do departamento de Economia e de áreas
relacionadas na Universidade de Chicago. Ficou conhecida como escola
econômica após a década de 70, pois foi após esse momento que começou a
ter grande papel de influência nesse meio.

A escola teve destaque em muitas áreas, entre elas a de capital


humano, econometria, contrarrevolução monetarista, economia internacional e
hipótese do mercado financeiro eficiente. Uma de suas principais marcas eram
a competitividade, o trabalho duro e a meritocracia.

Para entender seu surgimento, é necessário analisar o cenário existente da


época. A Revolução Keynesiana foi um grande marco na história do
pensamento econômico e as ideias de Keynes dominaram o pensamento
econômico entre 1930 e 1960, porém com a crise no petróleo em 1970, seus
pensamentos começaram a ser questionados. Foi nesse momento que alguns
conceitos relacionados à macroeconomia precisaram ser revisados e assim,
várias publicações de economistas da Universidade de Chicago começaram a
ganhar relevância. Pensadores como Milton Friedman, George Stigler e Robert
Lucas influenciaram grandes nomes como Margareth Thatcher, ex-primeira-
ministra do Reino Unido e o ex-presidente do banco central americano, Paul
Volcker.

A Escola de Economia de Chicago é uma renomada corrente de


pensamento econômico que emergiu no século XX, com sua influência se
estendendo até os dias atuais. Caracterizada por suas abordagens liberais e
ênfase na economia de mercado, a Escola de Chicago teve um impacto
significativo no campo da economia e nas políticas públicas.

No início do século XX, a Escola de Economia de Chicago foi fundada


por Frank Knight e Henry Simons na Universidade de Chicago. No entanto, foi
com a chegada de Milton Friedman e seus colegas na década de 1950 que a
escola alcançou destaque e influência mundial. Friedman se tornou uma das
figuras mais proeminentes da escola e defendeu ideias-chave, como a
importância da liberdade econômica, a ênfase na teoria monetária e a crítica ao
papel do governo na economia.

No centro do pensamento da Escola de Chicago está a crença no poder


dos mercados livres e da concorrência para alocar recursos de forma eficiente
e promover o crescimento econômico. Os economistas dessa escola
argumentam que, em vez de intervenções estatais, como regulamentações e
controle de preços, o mercado deve ser deixado para operar de forma
autônoma. Eles defendem a redução do tamanho do governo, a liberalização
do comércio e a adoção de políticas monetárias estáveis.

Embora tenha sido criticada por alguns por sua visão pró-mercado e por
desconsiderar certos aspectos sociais, a Escola de Economia de Chicago
deixou um legado duradouro na teoria econômica e nas políticas públicas.
Suas ideias influenciaram governos e instituições em todo o mundo, moldando
a forma como pensamos sobre livre comércio, política monetária e o papel do
Estado na economia.

Em suma, a Escola de Economia de Chicago representa uma


abordagem econômica que enfatiza a liberdade de mercado, a redução da
intervenção governamental e o poder das forças de mercado na determinação
dos resultados econômicos. Embora tenha enfrentado críticas, seu impacto na
teoria econômica e nas políticas públicas é inegável, e suas ideias continuam a
influenciar o debate econômico atual.

Principais características:

A Escola de Economia de Chicago possui várias características distintivas


que a diferenciam de outras correntes de pensamento econômico. Aqui estão
algumas das principais características associadas a essa escola:

1. Liberalismo econômico: A Escola de Chicago defende fortemente a


economia de mercado e o liberalismo econômico. Ela enfatiza a
importância da liberdade individual e da liberdade de escolha na tomada
de decisões econômicas, rejeitando a intervenção excessiva do Estado
na economia.
2. Ênfase na eficiência dos mercados: Os economistas de Chicago
acreditam que os mercados livres são altamente eficientes na alocação
de recursos. Eles argumentam que a competição e os preços de
mercado são mecanismos poderosos para coordenar a produção e a
distribuição de bens e serviços de forma eficiente.
3. Ceticismo em relação à intervenção governamental: A Escola de
Chicago é conhecida por ser cética em relação à intervenção
governamental na economia. Os economistas dessa escola tendem a
ser críticos em relação a regulamentações excessivas, controle de
preços, subsídios e outras formas de intervenção estatal, argumentando
que essas medidas podem distorcer os incentivos e prejudicar a
eficiência econômica. Havia uma grande desconfiança em relação à
intervenções do governo.
4. Abordagem monetarista: A Escola de Chicago desempenhou um papel
fundamental no desenvolvimento da teoria monetarista. Os monetaristas
acreditam que o controle da oferta de moeda desempenha um papel
crucial na estabilização da economia, com ênfase na importância da
política monetária para controlar a inflação e promover a estabilidade
econômica.
5. Ênfase na análise de incentivos: A Escola de Chicago valoriza a análise
de incentivos como um determinante crucial do comportamento
econômico. Os economistas dessa escola argumentam que as pessoas
respondem a incentivos, e a compreensão desses incentivos é
fundamental para entender as decisões econômicas e as consequências
das políticas públicas.
6. Enfoque na análise positiva: A Escola de Chicago tem uma abordagem
fortemente positiva para a economia, focando na descrição e explicação
dos fenômenos econômicos como eles são, em vez de como deveriam
ser. Isso implica uma ênfase na análise empírica e na utilização de
métodos quantitativos na pesquisa econômica.
Essas são apenas algumas das características mais marcantes da Escola
de Economia de Chicago. É importante notar que essa escola também tem
suas críticas e há outras correntes de pensamento econômico que apresentam
perspectivas diferentes sobre o funcionamento da economia e o papel do
Estado.

IMPORTANCIA NA AED

A Escola de Economia de Chicago teve uma influência significativa na


análise econômica do direito. A abordagem econômica do direito, também
conhecida como law and economics, busca aplicar os princípios da economia
na análise de questões jurídicas. A Escola de Chicago desempenhou um papel
fundamental no desenvolvimento dessa abordagem e contribuiu para moldar
suas principais características.

Uma das contribuições mais importantes da Escola de Chicago para a


análise econômica do direito é o enfoque na eficiência econômica. Os
economistas de Chicago argumentam que o objetivo do sistema jurídico deve
ser a maximização da eficiência, ou seja, a alocação mais eficiente dos
recursos escassos. Isso implica que as leis e as políticas jurídicas devem ser
projetadas para incentivar comportamentos que gerem benefícios líquidos para
a sociedade.

Além disso, a Escola de Chicago destacou a importância dos incentivos


econômicos na moldagem do comportamento humano. Os economistas dessa
escola argumentam que as pessoas respondem a incentivos e que as
consequências econômicas devem ser levadas em consideração na
formulação de políticas jurídicas. Isso levou a uma análise mais ampla dos
efeitos econômicos das leis e regulamentações, incluindo a consideração de
questões como custos de conformidade, incentivos para a inovação e ações
corretivas.

Outra contribuição significativa da Escola de Chicago foi a aplicação da


análise econômica ao sistema judicial. Os economistas de Chicago propuseram
a ideia de que as decisões judiciais podem ser vistas como decisões de custo-
benefício, em que os benefícios e custos das diferentes opções são avaliados.
Essa perspectiva econômica levou a uma análise mais rigorosa das decisões
judiciais e do impacto das regras e dos princípios jurídicos na sociedade.

PRINCIPAIS MUDANÇAS NA MACROECONOMIA REALIZADAS PELA


ESCOLA DE CHICAGO

 Monetarismo: quando a quantidade de dinheiro em circulação possui


grande influência sobre a atividade econômica e o nível de preços. O
controle realizado pelos bancos centrais sobre a quantidade de dinheiro
em circulação na economia passou a ser considerado essencial.
Algumas das principais ideias dos monetaristas são: a longo prazo, se
os outros fatores se mantiverem constantes, um aumento no estoque de
moeda será seguido por uma elevação no nível geral de preços; já a
curto prazo, tal aumento produzirá efeitos temporários no PIB e no
emprego, visto que leva tempo o ajuste dos preços. Dessa forma, o
banco central deveria permitir que a oferta de moeda aumentasse, em
percentual, apenas o equivalente ao crescimento da economia em um
dado ano.
 Teoria das expectativas racionais: para Robert Lucas, os modelos
econômicos utilizados até então possuíam falhas em suas teorias, já que
para estudar os efeitos políticos da macroeconomia, as expectativas dos
agentes deveriam ser levadas em consideração e não somente dados
históricos. Sua teoria das expectativas racionais parte do pressuposto
que as expectativas refletidas no comportamento do mercado são
formadas a partir de uma previsão que utiliza todas as informações
disponíveis, de uma maneira que os agentes econômicos não sejam
“enganados” pelo governo.
 Há também a contribuição de George Stigler, com a captura regulatória.
Consiste na ideia de que a regulação governamental de determinados
setores da economia acaba sendo capturada por interesses privados.
Para ele, as leis e regulamentos que deveriam servir para corrigir falhas
de mercado, acabam por beneficiar alguns empresários e grupos de
interesse, em detrimento de um ganho para a coletividade.

MILTON FRIEDMAN

Foi um economista norte-americano que deu aulas na Universidade de


Chicago por mais de 30 anos. Ganhou o Prêmio Nobel de Ciências
Econômicas em 1976 por sua pesquisa sobre análise de consumo, história,
teoria e complexidade da política de estabilização. Foi doutor pela
Universidade de Columbia em 1946, além de ser um dos principais
pensadores da Escola de Chicago.

Ficou muito conhecido pela sua forte crença na livre iniciativa e pela
oposição à intervenção estatal nos negócios e no comércio, apesar de ter
atuado em várias outras vertentes da pesquisa econômica.

Uma de suas frases famosas é “Não existe almoço grátis”, ele quis dizer
que o governo não vai conceder benefícios a população, sem cobrar algo
em troca. Dessa forma, é possível entender que benefícios distribuídos para
grupos específicos, são cobrados da população “discretamente” através dos
impostos pagos pela maioria dos trabalhadores. Considera a moeda o
instrumento mais poderoso e confiável para a determinação de renda.

Em um de seus livros ponderou que a grande causadora da depressão


americana foi a barbeiragem do FED (sistema de reserva federal dos
Estados Unidos), que permitiu a queda substancial da oferta monetária.

Embasado por sua crença nos mercados livre e no ideário liberal,


participou de diversas campanhas políticas. Essas campanhas eram contra
o controle de aluguéis, contra a imposição dos salários-mínimos, a favor de
taxas flexíveis de câmbio, contra o regulamento compulsório de militares, a
favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a favor da
descriminalização das drogas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

https://andrebona.com.br/o-que-e-a-escola-de-chicago-de-pensamento-economico/

https://www.suno.com.br/artigos/escola-de-chicago/

https://www.conjur.com.br/2020-mai-31/importancia-analise-economica-direito

https://jus.com.br/artigos/70338/analise-economica-do-direito-metodo-de-abordagem-
ou-escola-de-pensamento

https://www.politize.com.br/escola-de-chicago/

https://comoinvestir.thecap.com.br/milton-friedman-um-dos-principais-representantes-da-
escola-de-chicago

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