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A abordagem neoliberal nas

políticas educacionais
• A corrente neoliberal tem suas raízes a partir do século XVII,
quando uma nova teoria de Estado foi formulada, a partir do
liberalismo clássico.

• Certamente que, com o passar do tempo, essa teoria foi sendo


adaptada e modificada, de acordo com as transformações da
sociedade, para atender as necessidades do capitalismo.

• O Estado passa a ser um “Guardião” dos interesses públicos, e


não mais o responsável pela execução dos serviços.

• O Estado segue apenas respondendo pelo provimento de alguns


bens que são considerados essenciais, e a educação é um deles.
• A partir da crise econômica mundial, enfrentada na década
de 1970, essa tendência teórica e política do mundo
capitalista encontrou espaço para se revigorar, assumindo a
versão que atualmente é chamada de neoliberalismo.

• A questão central do neoliberalismo é derrubar o modo de


organização centrado na intervenção estatal

• Os neoliberais acreditam que quanto mais Estado houver,


menos espaço existirá para o mercado, o que os leva a
defender o que chamamos de Estado Mínimo.
• Apoiam-se na liberdade individual já defendida pelos
liberais clássicos no passado,
• Cada indivíduo tenha determinada liberdade e segurança
na esfera privada,
• Garantidas as condições para que ninguém possa intervir
nisso
• O Estado deve apenas normatizar a sociedade de uma
maneira geral,
• Não cabe ao governo decidir quem poderá ou não
fornecer serviços e mercadorias,
• Nem interferir nos preços, e nem nenhum tipo de
medida que apresente controle, inclusive sobre os
salários dos trabalhadores
• Os neoliberais acreditam que, na medida em que os
governos gastam dinheiro com programas sociais,
acabam colaborando para o crescimento e o inchaço do
Estado, onerando o aumento de impostos e encargos.
• Os neoliberais aceitam os gastos públicos com a
educação pois reconhecem o viés ideológico que ela
carrega em si,
• Entendem por necessária a formação de cidadãos que
aceitem viver dentro do que, para eles, é considerado
como ideal.
• Diferente do que pensam sobre a habitação e
aposentadoria, por exemplo.
• Acreditam que cada indivíduo deve garantir sua parcela
com recursos próprios, sem a colaboração do Estado.
• Os neoliberais defendem o fato de que os poderes
públicos devem transferir a responsabilidade da educação
para o setor privado, através de repasses financeiros.
• Acreditam que a qualidade da educação estaria garantida,
dentro dos parâmetros que eles defendem,
• As famílias poderiam exercer a liberdade de escolher qual
seria a melhor escola para seus filhos, estimulando a
competitividade entre elas.
• Com relação à formação técnica e profissional, os
neoliberais não admitem o investimento de dinheiro
público,
• Defendem que cada cidadão deve conquistar a partir de
seu próprio esforço.
• Todas as alterações na configuração da economia e da
sociedade colocaram para a educação uma série de novas
exigências e agendas,
• Sobretudo a partir da década de 1980, determinando a
formulação e a implantação de novas políticas educacionais.
• Os governantes dos países ricos passaram a ter grande
interesse em um mundo globalizado e sem fronteiras
• Possibilitado com a abertura dos mercados a partir da
globalização.
• Vários organismos e agências multilaterais foram utilizados
na imposição de novas políticas educacionais aos países
pobres:
• ONU, Unesco, Banco Mundial e outros, que tornaram-se o
que costumamos chamar de braço direito do capitalismo
• Neste pacote de medidas apresentadas como obrigatórias,
tendo em troca incentivo financeiro, os países do chamado
Terceiro Mundo foram facilmente contaminados pelos
ideais do neoliberalismo.
• No que diz respeito à educação, o neoliberalismo torna
evidente um discurso muito forte sobre o fracasso da
educação pública em razão da incapacidade do Estado.
• O Banco Mundial requer que a educação escolar esteja
articulada ao novo paradigma produtivo, para assegurar o
acesso aos novos códigos da modernidade capitalista
• Então a educação passa a ser considerada apenas pelos
seus aspectos técnicos e científicos, sendo deixadas de lado
as questões sociais e humanitárias
• Então a educação passa a ser considerada apenas pelos seus
aspectos técnicos e científicos, sendo deixadas de lado as questões
sociais e humanitárias
• O Estado neoliberal deve ser mínimo ao financiar a escola pública,
mas precisa ser máximo quando estabelece o controle sobre ela
• Percebemos a implementação de práticas centralizadas, de ações
autoritárias e da retirada da possibilidade de reflexão e escolha dos
professores,
• Que precisam ser cada vez mais desvalorizados e precarizados, para
poderem carregar boa parte da culpa pelo fracasso da escola.
• Na ótica economicista, o objetivo central das políticas educacionais
está em formar cidadãos adequados
• Para serem os futuros trabalhadores ideais para os patrões, além
de serem também consumidores flexíveis e felizes.
• A escola segue em busca de uma suposta eficiência pedagógica
por meio da instalação de uma pedagogia da concorrência, da
eficiência e dos resultados
• "a) a adoção de mecanismos de flexibilização de diversificação
dos sistemas de ensino e das escolas;
• b) a atenção à eficiência, à qualidade, ao desempenho e às
necessidades básicas da aprendizagem;
• c) a avaliação constante dos resultados (do desempenho) obtidos
pelos alunos, resultados esses que comprovam a atuação eficaz e
de qualidade do trabalho desenvolvido na escola;
• d) o estabelecimento de rankings dos sistemas de ensino e das
escolas publica ou privadas, que classificadas/desclassificadas;
• e) a criação de condições para que se possa aumentar a
competição entre escolas e encorajar os pais a participar da vida
escolar e escolher entre várias escolas;
• f) a ênfase sobre a gestão e a organização escolar, com a adoção
de programas gerenciais e de qualidade total;
A abordagem marxista
• Karl Marx (1818-1883) foi um intelectual e
revolucionário alemão, fundador do marxismo
(também conhecido como socialismo científico).
• Construiu análises e reflexões importantes
sobre as instituições que regulavam as relações
humanas
• Grande critico do capitalismo.
• O marxismo não pode ser apresentado como uma simples
abordagem, pois se trata de uma tradição de pensamento
de onde nasceram muitas tendências e teorias.
• Marx, em sua teoria pretendia era encontrar os meios
para realizar a mais ampla condição de igualdade e bem-
estar dos seres humanos,
• Fez isso demonstrando em sua obra as raízes da
desigualdade e da exploração, diretamente relacionadas à
sociedade de classes.
• Nos estudos acadêmicos, as atenções voltaram-se para a
compreensão das contradições existentes no papel do
Estado diante dos interesses econômicos do capital
• E o papel do Estado diante os interesses do trabalho e da
ordem social.
• Percebia-se, então, que se tornava cada vez mais nebuloso o arco
de forças e interesses que o Estado passava a representar.
• Os conflitos de classe fugiam à compreensão pelas categorias
analíticas clássicas.
• A noção de classe não era mais precisa em relação ao tipo de
estrutura social que se forjara.
• O próprio Estado, em determinadas situações, aparentava ter um
grau de autonomia para além da representação dos interesses
econômicos dominantes.
Muitas vertentes surgiram dentro do marxismo:
• A primeira variante apresentada é a
dos derivacionistas (da lógica do capital),
• nascida na mesma Alemanha de Marx, com autores
defendendo que a evolução das formas e funções do
Estado, bem como os limites que dificultam a sua atuação,
tem relação direta com os interesses gerais da
acumulação do capital
• e, portanto, só são passíveis de entendimento quando são
colocadas à prova as contradições da própria acumulação.
• Nesta visão, é necessário estudar e compreender o Estado
para que se possa entender o processo de acumulação a
partir da exploração das classes.
• E é justamente neste ponto que deve estar o olhar sobre
as políticas.
• A segunda, os monopolistas, que entendiam
que o estado estava absolutamente capturado
pelo capital monopolista,
• submetendo-se completamente às suas
vontades e necessidades.
• Nesta interpretação, as políticas existem
exclusivamente para garantir que os interesses
do capital sejam mantidos e ampliados.
• Um terceiro grupo de estudiosos coloca o foco
não no Estado em si, e nem no capital, mas sim
nas políticas.
• Aqui os derivacionistas também apresentam a
sua crítica, alegando que as categorias políticas
são apenas formas assumidas pelas relações
sociais,
• sendo as políticas apenas o resultado do que está
estabelecido na esfera de produção do capital.
• Já os defensores dessa vertente, estabelecem
uma distinção entre luta política e luta
econômica, afirmando que existe uma relativa
autonomia da primeira em relação à segunda
• Nesta ótica, fica perceptível que o Estado, mesmo representando
os interesses políticos do capital, acaba comportando em suas
estruturas um jogo de força que permite reconhecer que
também existem interesses do trabalhador.
• Então alguns interesses da classe dominada também são
atendidos, mesmo que não sejam favoráveis aos interesses do
capital.
• Ainda que pareça ser muito positivo num primeiro olhar,
devemos destacar que as políticas sociais passam a ser vistas
como instrumentos de manutenção da ordem capitalista, sem as
quais a lógica do capital não sobreviveria.
• E estão incluídas aqui as políticas educacionais, que determinam
a regulação do Estado como uma estratégia para manter a
regularidade do próprio trabalho assalariado.
• Segundo Janete Azevedo, é preciso encontrar um caminho
teórico-metodológico de intersecção entre as diversas
abordagens,
REFERÊNCIA
• AVA
• AZEVEDO, Janete M. Lins de. A educação como política
pública. 3 Ed. Campinas: Autores Associados, 2004.
• GENTILI Pablo. Neoliberalismo e educação: manual do
usuário. In: GENTILI Pablo; SILVA, Tomaz Tadeu da (Orgs.).
Escola S.A.: Quem ganha e quem perde no mercado
educacional do neoliberalismo. Brasília: CNTE,1996. p. 9-49.
• MARX, Karl. A Crítica ao Programa de GOTHA. Disponível em
https://www.marxists.org/portugues/marx/1875/gotha/.
Acesso em 05 mai. 2015.

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