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Atividades Rítmicas e

Dança
Conceito e História da Dança Através dos
Tempos

“ A ordem natural dos corpos é o


movimento, não o repouso.” A. Einstein
Dança
 A dança foi a primeira manifestação primitiva
da expressão humana que se tem notícia.
 É todo e qualquer movimento contínuo,
oriundo de uma sensação, emoção, ou
estímulo, com um determinado ritmo e/ ou
duração.
 Movimentos expressivos e/ ou interpretativos,
conscientes ou não.
 Pode ser considerada Arte quando sensibiliza
ou transmite uma idéia para alguém (platéia).
 Dança: seqüência de movimentos corporais
executados de maneira ritmada. (Aurélio)
Dança no Contexto
Socio-cultural
 Manifestação espontânea/ cultural
(manifestação- manifestar: divulgar, exprimir,
mostrar, revelar).
 Abordagem Atual
Social / Pessoal / Cultural
Educativa
Terapêutica
Saúde
Fitness
Artística
Profissional
Objetivos da disciplina de Dança

 Gerais:
Desmistificar a Dança
Estimular o profissional de educação física a
descobrir a dança, de forma original.
Ampliar possibilidades de descoberta e atuação
do educador com consciência técnica.
Ter como objetivo de estudo: O movimento e
sua aplicação (Corpo – mente, emocional –
social)
Integrar Arte e Educação
 Objetivos (PCNs):
Aspectos históricos/ sociais das danças
Construção do movimento expressivo e rítmico
Esporte e dança como atividades complementares
Percepção – adquirir conhecimento pelos sentidos

 Específicos:
A expressão corporal (movimento expressivo, ritmado,
consciente)
Melhora da auto estima
Exploração das próprias descobertas
Integração/ Socialização (Trabalho em grupo)
Respeito ao espaço do outro
Alongamento / Relaxamento / Força / Flexibilidade /
Agilidade / Criatividade
Saúde / Qualidade de Vida
Performance/ Espetáculo
Objetivos: Educação Física X Dança
 A Educação Física  A dança visa o
visa facilitar ao mesmo, dando
indivíduo uma ênfase à uma sutil
formação corporal percepção do
globalizada, através movimento como um
de exercícios físicos todo, à emoção, à
que estimulam a criatividade, à
aquisição de um percepção corporal,
ótimo estado de resultando num
coordenação motora gesto harmônico,
com um menor gasto tanto para quem
energético. (Claro, pratica, como para
1988) quem observa.
História e Evolução da Dança
Dançar faz parte das culturas de todos os povos do
planeta.
É uma forma de mexer o corpo ritmicamente em
relação à uma música, uma batida, barulho do
vento, podendo-se dançar até mesmo no
silêncio.
Dançamos no carnaval, nas festas populares, nas
boates, danças da moda, danças de salão,
dançamos o sagrado, o tradicional, as danças
folclóricas (da tarantela ao frevo), enfim,
dançamos uma quantidade enorme de danças.
Tem gente que ganha a vida dançando. Os
bailarinos treinam a rapidez, o ritmo, a precisão
dos movimentos em suas coreografias.
A coreografia é a escrita da dança e são usadas
nos espetáculos, mas também aparecem nas
apresentações escolares nas festas junina,
nas brincadeiras de roda, etc.
Uma apresentação de dança, seja artística ou
educacional, envolve uma infinidade de
pessoas e materiais (coreógrafo, alunos,
figurinos, objetos, músicas, etc), trabalhando
sempre o coletivo.
Podemos comemorar o nascimento da dança
ocidental em várias épocas. Tem gente que
acha que ela começa lá na Grécia, quando
também nasce o teatro, na antiguidade
clássica. Nesse período, além das danças
sagradas (ligação do homem com os deuses)
existiam as danças relacionadas ao teatro, à
tragédia.
 Renascimento
O renascimento foi uma época de grande crescimento para as artes e a cultura do
mundo ocidental. Nas cortes dos reis da renascença a dança fazia parte da nobreza.
A “dança de corte” era dançada em salões, pelos nobres, com movimentos de
deslizamentos e pouca movimentação de coluna, roupas pesadas e cheias de
babados e rendas, saias volumosas, sapatos de salto. O rei assistia tudo de um lugar
mais alto. Nessa época as diferenças sociais eram marcantes. Fora dos castelos
existiam as danças e teatros de rua, com saltos, acrobacias, mímicas, brincadeiras e
muita criatividade.
 Barroco
Luís XIV, o Rei Sol, com apenas 15 anos, participou do “Ballet de la Nuit” (Balé da Noite), que durava 13
horas, reunindo toda corte absolutista de Versailles (França), o personagem-rei aparecia em grande
apoteose, com o nascer do sol, misturando-se festa e dança aos acontecimentos ligados ao ritmo da
natureza (dança e festa, arte e vida).

A dança baixa dos nobres era complementada pela dança


alta do povo. Surge nas ruas elementos da “Comedia dell’
arte” (arlequins, colombinas e pierrôs). Nas ruas e praças
existia uma dança vigorosa,
popular como algumas
danças do Brasil
(frevo).
Balé de Ação (Iluminismo)
No século XVIII aparece o ballet d’action, que quer dizer
balé de ação. A França pode ser considerada a pátria do
balé, por isso a maioria dos nomes dos passos são em
francês. A dança contava uma “ação”, explicando mais as
histórias que se queria contar. Essa é a época do
iluminismo, que procura explicar as razões do mundo (e
conseqüentemente da dança).
Balé Romântico
Durante os séculos XVIII e XIX, o “balé de ação” vai evoluindo e as
bailarinas chegavam a voar no palco, representando fadas, sílfedes, wilis
(“faz-de-conta”). Esses balés são chamados de balés românticos/ balés
brancos (cor da maioria das roupas usadas aqui). Eram saias de tule
pelos joelhos (tutu/titi), usadas com sapatilhas de ponta, para parecerem
realmente com os personagens que voam. Tudo nessa época tinha (e
tem) uma explicação.
Depois desse período da dança cênica da Europa, as saias foram
diminuindo, para mostrar o incrível trabalho com as pernas exigidos nas
coreografias.
 Clássica
Depois do período romântico os homens voltam para os
palcos. Um coreógrafo chamado Marius Petipa – francês,
mas que morou muito tempo na Rússia sistematizou o
grand pas de deux (uma grande dança de casal) onde os
homens dançam bastante. Essa dança era interpretada em
espetáculos compridos, com mais de dois atos (pedaços de
uma obra de dança, teatro ou ópera, que se divedem pelos
intervalos, que, muitas vezes se transformam em
espetáculos à parte – “festa” para o público, herança
deixada pelas danças da corte e balés barrocos, onde
dança mistura-se às festividades).
Essas grandes danças de casal fazem o maior sucesso e
bailarinos de todo o mundo montam e remontam suas
estruturas, mesmo que isoladamente (sem ser em grandes
espetáculos). Isso também vale para os pas (dança) de
trois (três), pas de quatre (dança de quatro), etc.
Nesses grandes balés também tinham criaturas aladas como
no romantismo. Em “O Lago do Cisne” e em “A morte do
Cisne”, existem personagens que voam. Uma grande
bailarina da época foi Anna Pavlova.
 Moderna
No período moderno, os profissionais da dança vão buscar novas
formas de ver e viver o mundo (e de falar sobre ele). Alguns
coreógrafos modificam o balé de dentro para fora, criando o
balé moderno ou neo clássico. Outros fazem as mudanças
completamente separados do balé, criando a dança moderna,
que acontece sobretudo em países onde não existia muita
tradição em dança clássica: EUA, Alemanha (e outros países da
Europa central e do norte).
Isadora Duncan (EUA) no início do século XX, começa a dançar
“música de concerto” em seus trabalhos como solista. Ela é
uma das pioneiras da dança moderna (dança “libertária” – em
busca da liberdade). Buscava inspiração na antiguidade grega e
em movimentos da natureza (ondas, árvores, ventos).
Martha Graham acreditava que o corpo não mente jamais (pés
descalços no chão, respire, pense no plexo solar – umbigo – e
comece a expandir seu corpo). Ela também faz parte dessa
época do modernismo e enfrentou muitas barreiras com seu
estilo de dança que as pessoas achavam esquisito e muitas
vezes feio. Artistas modernos revelavam mudanças nos
padrões de beleza em dança, discutindo a vida dos cidadãos de
seus tempos: bela e feia, triste e alegre, enfim, a vida como ela
Martha Graham

Isadora Duncan
 Dança de Expressão
Um grande nome desse período é Rudolf Von Laban, um
professor que sistematizou a dança e o movimento
humano, chegando até a inventar um método de anotar
movimentos (parecido com uma escrita de música).
O coreógrafo Kurt Jooss montou “A Mesa Verde”(1932),
onde numa mesa de jogo (baralho), os personagens
jogam o destino das nações européias perseguidas por
guerras mundiais. Jogo e vida, dança e jogo. Dança que
expressava certas coisas do mundo, há quase 70 anos,
mas que ainda hoje pode nos dizer muita coisa. Uma
grande artista alemã da época, Pina Baush, foi aluna de
Jooss. Ela fazia uma dança que muitos chamavam de
dança-teatro que era muito particular.
Rudolf Von Laban

Kurt Jooss
Entendendo a história...
 O período romântico acontece uma valorização dos temas locais
(nacionalismo). Na dança romântica a nação está presente nos
personagens, na música, nos gestos, no tema, valorizando os
costumes populares. Surgem as nações típicas que serão
futuramente a base do folclore (“Cultura do Povo”). A dança
romântica tem a mulher sendo idealizada (bruxa X pobrezinha, deusa
X prostituta), e inicia-se as lutas de classes, e paixões platônicas. ( O
Brasil não tem período romântico da dança - escravidão).

 Os modernos pioneiros da dança – Isadora, Graham, Jooss, traçaram


suas trajetórias permanecendo mais-ou-menos longe do balé, que
nasce na França e se espalha por países onde havia cortes e nobres.

 O Balé se fixou na corte Russa por muito tempo, provavelmente por


causa do seu regime absolutista da época. Já no Século XX, a
Rússia trás modernidades, com a companhia “Ballets Russes”, que
se une a artistas em Paris. Nijinsky (bailarino), Stravinsky
(compositor) e até Picasso (pintor / cenários) e George Balanchine
(coreógrafo que depois trabalhou muito nos Estados Unidos), foram
grandes nomes dessa companhia.
A História da Dança no Brasil
 A dança no Brasil também pode ser comemorada
em muitos períodos.
 Quando o Brasil foi descoberto, os índios já
moravam aqui e tinham suas danças típicas.
(D. João VI)

 Um deles é com a chegada da família real


portuguesa (RJ -1808), fugida das guerras
napoleônicas. Com a corte de D. João VI, regente
e futuro rei de Portugal, chegaram ao Brasil dois
mestre-coreógrafos, Laurent e Louis Lacombe, que
davam aulas de dança aos nobres (e brasileiros que lutavam para
enobrecer). As aulas eram no recém aberto Real Teatro São João (hoje
Teatro João Caetano) no Rio de Janeiro. (Maria Olenewa)

 Em 1927, uma professora russa, Maria Olenewa,


fundou a primeira escola de dança oficial do país, a
Escola de Bailado do Theatro municipal do Rio de
Janeiro (início da dança enquanto profissão).
 Variedade. Essa é uma das características mais
marcantes da dança no Brasil.
 (Danças atuais – funk, break, clubers.../ danças
cênicas – balé clássico, dança moderna, pós
moderna, contemporânea, dança-teatro/ dança
oriental – butô / dança de rua / dança popular –
folclóricas / dança religiosas – ligadas ao
sagrado / etc...)
 Dança no / do / sobre o Brasil. (no – feita aqui /
do – posse / sobre (Brasil como tema).

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