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Normas e Práticas Contábeis Aplicadas

às Entidades sem Fins Lucrativos

Grupo formado por:


Isabella Gaspar
Carlos Alberto C. Salvalaio
Nathalia Calmon

Contabilidade de Entidades sem Fins Lucrativos


INTRODUÇÃO
No Brasil há normas e práticas que contemplam
exclusivamente as entidades sem fins lucrativos. O
Conselho Federal de Contabilidade editou as normas
técnicas que se aplicam as ESFL, são elas:
• NBC T 10.4 – Fundações (Resolução CFC n 837/99);
• NBC T 10.18 – Entidades sindicais e associações de
classe (Resolução CFC n 838/99, de 22 de fevereiro de
1999);
• NBC T 10.19 – Entidades sem finalidade de lucros
(Resolução CFC n 877/00, alterada pelas Resoluções
CFC n 966/2003).
• Apesar das resoluções do CFC, muitas entidades
elaboram suas demonstrações contábeis nos mesmos
moldes usados pelas empresas. No que for aplicável, as
demonstrações devem seguir os mesmos critérios.

• Nas demonstrações desse tipo de entidade devem ser


indicados de forma clara os recursos que estão sujeitos a
restrições por parte do doador, tanto quanto aqueles que
não estão.
• Nas demonstrações contábeis dessas entidades
não há critérios tão rigorosos como nas empresas,
por outro lado, as entidades sem fins lucrativos
tem plena liberdade de fazer prevalecer os
princípios emanados da teoria de contabilidade.

• É imprescindível uma breve recordação nos


Princípios Fundamentais da Contabilidade listados
pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE
Os princípios fundamentais de contabilidade estão regulados no
ordenamento jurídico brasileiro por resolução editada pelo Conselho
Federal de Contabilidade (Resolução nº 750, de 29 de dezembro de
1993). Pela referida resolução é obrigatória a observância dos princípios
fundamentais no exercício da profissão e constitui condição de
legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. (art. 1º).

Especificamente para as “Entidades sem Fins lucrativos.”(Resolução


CFC nº 926/2001):
“Aplicam-se as entidades sem finalidade de lucros os Princípios
Fundamentais de Contabilidade, bem como as Normas Brasileiras de
Contabilidade e suas interpretações Técnicas e comunicados Técnicos,
editados pelo Conselho federal de Contabilidade.”
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE
O princípio da Entidade
O Princípio da Entidade segundo resolução:

“reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a


autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes,
independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou
finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção,
o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou
proprietários, no caso de sociedade ou instituição.”

No que tange as entidades sem fins lucrativos, o patrimônio da entidade


nunca deve ser confundido com o patrimônio dos seus diretores,
associados e demais membros.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE
Os Princípios do Registro pelo Valor Original e da Atualização Monetária.

 
• Segundo o Princípio do Registro pelo Valor Original:
"os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais
das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do
país, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores,
inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da
entidade".(art. 7º)
 
• Quanto ao Principio da Atualização Monetária:

"Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser


reconhecidos nos registros contábeis do ajustamento da expressão formal dos
valores dos componentes patrimoniais." (art. 8º)
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE
Os Princípios do Registro pelo Valor Original e da Atualização Monetária.
Quanto ao registro pelo valor original:
• A aplicação do princípio não é tão simples uma vez que as entidades
geralmente recebem doações que não são formalmente avaliadas pelo
doador. São moveis e utensílios, maquinas equipamentos, materiais de
consumo, serviços profissionais e etc.
• Pela resolução essa avaliação deve ser feita com base nos valores de
entrada, mas a formalidade nem sempre ocorre resultando na
subvalorizarão ou supervalorização do patrimônio.
• Em caso de doações o Conselho federal de contabilidade sugere o uso do
valor de mercado como referencia para o registro de doações, seja ela de
bens ou serviços.
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE
Os Princípios do Registro pelo Valor Original e da Atualização Monetária.
Quanto a atualização monetária:
• “Art. 1º A aplicação do “Princípio da Atualização Monetária” é compulsória
quando a inflação acumulada no triênio for de 100% ou mais;
• Parágrafo único – A inflação acumulada será calculada com base no Índice
Geral de Preços do Mercado (IGPM), apurado mensalmente pela Fundação
Getúlio Vargas, por sua aceitação geral e reconhecimento por organismos
nacionais e internacionais;
• Art. 2º A aplicação compulsória do “Princípio da Atualização Monetária”
deverá ser amplamente divulgada nas notas explicativas às demonstrações
contábeis.”

De modo geral as ESFL nunca foram obrigadas a atualizar monetariamente


suas demonstrações 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE
O Principio da Competência

• Segundo a NBCT 3, 10.19.2.1, As receitas e despesas devem ser


reconhecidas, mensalmente, respeitando os Princípios Fundamentais da
oportunidade e da Competência. E ainda “as receitas e as despesas devem
ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem
sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independente de
recebimento ou pagamento”.

• “O reconhecimento simultâneo de receitas e despesas, quando


correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer
sua geração”.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE
O Principio da Competência

• O problema maior a ESFL está na definição de receitas. Em entidades


empresarias a receita é registrada quando ocorre a venda de bens ou
serviços. Quanto a ESFL isso nem sempre está claro. No caso de doações
ou subvenções por exemplo, elas devem ser registradas somente quando
ocorrerem de fato.
• O reconhecimento simultâneo de receitas e despesas também não são
correlatos como no caso das entidades empresarias. Nas entidades
empresariais, temos geralmente definido como despesas, um gasto
despendido para gerar uma receita futura, em uma ESFL isso nem sempre
é real. Um asilo por exemplo tem muitas despesas e não são correlatas
com nem uma receita
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE
O Principio da Competência

• Receitas e despesas comuns tanto na atividade empresarial como nas ESFL


como financeiras, pessoal, depreciação, amortizações, dentre outras.
Podem obedecer o regime sem problemas.

O autor conclui que deve ser aplicado o principio em ambas as formas:

• “ competência para algumas receitas para as quais existe a possibilidade e


necessidade dessa adoção, e de caixa para outras. A entidade pode viver
de valores doados por terceiros, registrados mediante regime de caixa,
mas mesmo assim deve apropriar as receitas financeiras por competência”.
PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS

• Na NBC T 10.19 diz que as demonstrações contábeis devem


ser feitas pelas entidades sem finalidade de lucros são
determinadas pela NBC T 3 e sua divulgação pela NBC T 6.
• As demonstrações contábeis relacionadas pela NBC T 3 são
as seguintes: Balanço Patrimonial, Demonstração de
Resultado, Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados
ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
• As alterações propostas pela NBC T 3 são as seguintes:
substituição da conta Capital por Patrimônio Social e
Lucros ou Prejuízos Acumulados por Superávit ou Déficit
do Exercício.
• “A quantidade de informação a ser divulgada depende,
em parte, da sofisticação do usuário [...]” Van Breda
(1996:515)
• Portanto, o nível de divulgação também depende do
padrão considerado mais desejável.
• Há três conceitos de divulgação geralmente propostos:
divulgação adequada, justa e completa.
• Toda informação para o usuário precisa ser, ao
mesmo tempo, adequada, justa e completa.
O Decreto n° 2,536, de 1998, exige, para fins de concessão
do Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos, que a
pessoa jurídica apresente as seguintes demonstrações
contábeis e financeiras:
I. balanço patrimonial;
II. demonstração do resultado do exercício;
III. demonstração de mutação do patrimônio;
IV. demonstração das origens e aplicações de recursos;
V. notas explicativas
BALANÇO PATRIMONIAL
• O Balanço patrimonial é uma demonstração contábil
indispensável a qualquer tipo de organização, quer explore ou
não atividade lucrativa. é uma "fotografia" da entidade em
dado momento, evidenciando a situação econômica,
financeira e patrimonial da mesma.
• Quanto a questão da tempestividade, não é mais um
problema devido a diversos recursos de tecnologias de
informação hoje disponíveis, então, não se justifica o atraso na
geração das informações contábeis.
Entretanto, quando se trata da "qualidade" das
informações contábeis, está sempre por buscá-la.
Tratando-se do balanço patrimonial, a qualidade está
relacionada fatores básicos:
•formas de classificação (estruturação) e
•critérios de avaliação e mensuração.
A estrutura patrimonial definida pela lei das sociedades
por ações (legislação societária) pode (e deve) ser
adotada pelas entidades sem fins lucrativos. Algumas
adaptações devem ser feitas.
• O conceito de Patrimônio Liquido é o mesmo tanto nas
empresas quanto nas ESFL. A equação patrimonial não se altera,
ou seja, Patrimônio Líquido Social (PLS) = ATIVO - PASSIVO
(exigibilidades). O acréscimo, entretanto, do termo SOCIAL é
recomendado por expressar mais adequadamente a quem,
efetivamente, "pertence" o PL, ou seja, a própria sociedade.

• As contas que integram o PSL diferem um pouco do PL das


empresas. a conta "Capital Social" não existe nas entidades sem
fins lucrativos. O termo mais utilizado é Patrimônio Social.
• As contas de "Reserva de Capital", "Reservas de Reavaliação" e
"Reservas de Lucros" normalmente não existe nas ESFL nos
mesmos moldes de que trata a legislação societária.
COMPOSIÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
SOCIAL

PATRIMÔNIO LÍQUIDO SOCIAL


Patrimônio Social
Fundo Patrimonial Social
Fundos Especiais
Reservas, Doações e Subvenções
Reservas de Reavaliação
Doações Patrimoniais
Subvenções Patrimoniais
Superávit ou Déficit Acumulado
Superávits (Déficits) Acumulados
Superávit (Déficit) do Exercício
DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT OU
DÉFICIT DO EXERCÍCIO (DSDE)
• Pode ser denominada de “Demonstração do Superávit ou
Déficit” “Demonstração das Receitas e Despesas”
“Demonstração do Resultado do Exercício”
“Demonstração do Superávit ou Déficit das Atividades”
• Tem como objetivo evidenciar todas as atividades
desenvolvidas pelos gestores relativas a um determinado
período de tempo, chamado “Exercício”.
• O destaque não deve ser dado ao Resultado (lucro/
prejuízo), como ocorre nas entidades de fins lucrativos. A
preocupação maior para essas entidades é com as
atividades/projetos desenvolvidos do que o resultado.
• Deve-se ressaltar que o “resultado”de cada atividade, para
se saber quais delas exigirão mais ou menos recursos no
próximo périodo orçamentário.
• Devem-se evidenciar, também, nessa demonstração, as
receitas e despesas com depreciações, amortizações, se
for o caso, e os ganhos ou perdas de capital.
POR QUE SUPERÁVIT OU DÉFICIT E
NÃO LUCRO OU PREJUÍZO?
• São utilizadas as expressões superávit e déficit para evidenciar o
resultado positivo ou negativo, respectivamente, obtido em atividades
sem fins lucrativos e lucro ou prejuízo nas atividades com finalidade
lucrativas.
• Por outro lado, tem-se a expressão déficit, que no sentido literal,
significa o oposto de superávit, ou seja, o que falta para completar.
• SUPERÁVIT: excesso das receitas sobre as despesas
• DÉFICIT: o que falta nas receitas para igualá-las as despesas

• O que leva, então, as ESFL a utilizarem as terminologias superávit ou


déficit em vez de lucro ou prejuízo esta intimamente relacionado as
suas finalidades institucionais.
Demonstração das Mutaçõ es
do Patrimô nio Líquido Social
•A elaboração da demonstração das mutações do patrimônio liquido só é obrigatória para as companhias
abertas; Porém, independente do porte ou natureza jurídica, trata-se de uma demonstração de grande
utilidade, por fornecer a movimentação ocorrida durante determinado período nas diversas contas que
integram o patrimônio líquido.
•Nas ESFL, essa demonstração também é muito útil por explicar as modificações ocorridas no patrimônio
liquido social (PLS) durante determinado período.
•Integram o Patrimônio Líquido Social (PLS) as seguintes contas: patrimônio social, reservas de
reavaliação, subvenções e doações patrimoniais e superávit ou déficit do exercício.
•Nessa demonstração há os saldos no inicio do período e os acréscimos/decréscimos por doações
recebidas, superávit ou déficit obtido na Demonstrações do superávit ou Déficit do exercício e
eventualmente, por possíveis ajustes ao patrimônio social.


NOTAS EXPLICATIVAS
As notas explicativas têm como objetivo:
• Explicar os principais critérios adotados pela Contabilidade para elaborar as
demonstrações contábeis
• esclarecer algumas operações realizadas pela organização que estão
refletidas nessas demonstrações.
As empresas devem complementar suas demonstrações contábeis com as
notas explicativas e outros quadros analíticos para auxiliar seus usuários a
melhor entendê-las. Essas notas estão previstas na legislação societária indica
alguns critérios, como:
• Apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações
financeiras e das praticas contábeis selecionadas e aplicadas para negocio e
eventos significativos;
• Divulgar as informações exigidas pelas práticas adotadas no Brasil que não
estejam em outra parte das demonstrações contábeis;
• Fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações
Plano de Contas

• O plano de contas é um agrupamento de todas as contas que serão


utilizadas pela Contabilidade dentro de uma organização, servindo de guia
para os respectivos registros contábeis.

• O plano deve ser construído de forma a atender ao modelo básico d


padrão normativo e principalmente possibilitar aos usuários compreender
as informações geradas pela contabilidade.

• Objetivo apresentar estrutura básica de contas patrimoniais (Ativo, Passivo


e Patrimônio Liquido Social) e de Superávit/Déficit (Receitas e Despesas)
Plano de Contas

1. Ativo

1.1 Ativo Circulante


1.1.1. Disponibilidades
1.1.1.1. Caixa
1.1.1.2. Bancos c/ Movimento
1.1.1.3. Bancos c/ Movimento – Recursos com restrição
1.1.1.4. Aplicações Financeiras de liquidez imediata
1.1.1.5. Aplicações Financeiras de liquidez imediata - Recursos com restrição
1.1.2. Valores a Receber
1.1.2.1. Mensalidades a receber
1.1.2.2. Subvenções a receber
1.1.2.3. Doações a receber
Plano de Contas

1.1.3. Adiantamentos a Funcionários


1.1.3.1. Adiantamento p/ Viagens
1.1.3.2. Adiantamento p/ Despesas
1.1.3.3. Adiantamento de Salários
1.1.4. Estoques
1.1.4.1. Produtos
1.1.4.2. Mercadoria para revenda
1.1.4.3. Almoxarifado
1.1.5. Despesas a Apropriar
1.1.5.1. Prêmios de Seguros a apropriar
1.1.5.2. Assinaturas e anuidades a apropriar
1.1.5.3. Despesas pagas antecipadamente a apropriar
Plano de Contas

2. Passivo

2.1Passivo Circulante
2.1.1. Obrigações com entidades financeiras de crédito
2.1.1.1. Empréstimos e Financiamentos
2.1.1.2. Títulos a pagar
2.1.2. Fornecedores
2.1.2.1 Fornecedor A
2.1.2.2 Fornecedor B
2.1.2.3 Fornecedor C
2.1.2 Convênios, Contratos e Termos de Parceiras
2.1.2.1 Recursos de Entidade Pública.
2.1.2.2 Recursos Aplicados de Entidade Pública (conta credora).
2.1.3. Recursos de Entidade Privada
2.1.3.1. Recursos de Entidade Privada
 
Plano de Contas

2.2 Passivo Não Circulante


2.2.1. Exigível a longo prazo
2.2.1.1. Instituições financeiras de crédito
2.1.1.2. Convênios, Contratos e Termos de Parceiras

3. Patrimônio Liquido Social


3.1 Patrimônio Social
3.1.1. Fundo Patrimonial Social
3.1.1.1 Fundo Patrimonial
3.1.2. Fundos Especiais
3.2 Reservas, Doações e Subvenções Patrimoniais
3.2.1. Reservas Especiais
3.2.2. Reservas Tributarias 
3.3 Superávit ou Déficit Acumulados
3.3.1 Superávit ou Déficit Acumulados
3.3.2 Superávit ou Déficit de exercícios anteriores
Plano de Contas

II Contas de Resultados
 4. Receitas
4.1. Subvenções, Doações e Contribuições
4.1.1. Subvenções
4.1.1.1 Subvenções Governamentais
4.1.1.2 Subvenções Não - Governamentais
4.1.2. Doações
4.1.2.1 Doações Governamentais
4.2. Venda de Bens e serviços
4.2.1. Venda de bens e serviços
4.2.1.1. Venda de mercadorias
4.2.1.2. Venda de serviços
4.3. Receitas Financeiras
4.3.1. Receitas de aplicações financeiras
4.3.1.1. Cadernetas de poupanças
4.3.1.2. Fundos de Investimentos
Plano de Contas

5. Despesas
5.1. Despesas com RH
5.1.1. Honorários da diretoria
5.1.1.1 Remuneração de diretoria
5.1.1.2 Encargos Sociais
5.1.2. Despesas Empregatícias
5.1.2.1. Salários
5.1.2.2. Férias
 5.2. Despesas administrativas
5.2.1 Despesas contratuais, ocupação, utilidades e serviços.
5.2.1.1. Alugueis e taxas de condomínio
5.2.1.2. Agua e esgoto
5.2.1. Despesas Financeiras
5.2.1. Despesas Financeiras
5.2.1.1. Despesas Bancárias
5.2.1.2. Juros e Multas
Plano de Contas

6. Resultado com Gratuidades e Trabalho Voluntário

6.1. Resultado com Gratuidades


6.1.1. Receita com Gratuidade – Benefícios Obtidos
6.1.1.1 Receita Fiscal de Tributos Federais
6.1.1.2 Receita Fiscal de Tributos Estaduais
6.2. Resultado com trabalho Voluntário
6.2.1. Receita com trabalho Voluntário
6.2.1.1 Serviço Voluntario nas atividades administrativas
6.2.1.2 Serviço Voluntario nas áreas de saúde, educação e assistência social
6.2.2. Despesas do trabalho Voluntário
6.2.2.1 Despesa do voluntariado nas atividades administrativas
6.2.2.2 Despesa do voluntariado nas áreas de saúde, educação e assistência
social
Plano de Contas
7. Encerramento do Exercício

7.1. Apuração do Resultado do Exercício


7.1.1. Superávit do Exercício
7.1.1.1 Transferência do superávit para o balanço patrimonial
7.1.1. Déficit do Exercício
7.1.1.1 Transferência do déficit para o balanço patrimonial

Observações:
• Disponibilidades: É comum a uma ESFL haver recursos vinculados. Neste caso
devem ser classificados em conta separada.
•Investimento: A renda gerada por imóveis ou quotas de aplicações servem para
gerar renda à entidade.
•Patrimônio Liquido Social: A expressão social designa a quem realmente
pertence o patrimônio, ou seja à sociedade.
Fluxo Contábil de Operações Típicas
Contabilização das doações, subvenções, contribuições e auxílios
recebidos pelas entidades sem fins lucrativos.

Para entidades sem fins lucrativos (NBC T – 10.19 – Resolução CFC nº


877/00) a norma é:
“10.19.2.3 – As doações, subvenções e contribuições para custeio são
contabilizadas em contas de receita. As doações, subvenções e
contribuições patrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituição da
entidade, são contabilizadas no patrimônio social.”
Recursos Características Destino Registro Contábil /
(Aplicação) Demonstração
Subvenções Financeiras Custeio Receita (Resultado)
(Dinheiro)
Contribuições Financeiras Patrimonial Patrimônio Social
(Dinheiro)   (Balanço Patrimonial)
Doações Bens / Direitos Patrimonial Patrimônio Social
(Balanço Patrimonial)
Fluxo Contábil de Operações Típicas

Reconhecimento Contábil do trabalho voluntário


Segundo o Conselho Federal de Contabilidade:

“Configura doação somente a situação em que o serviço prestado é


especializado (contadores, médicos, eletricistas, seguranças, advogados
e etc.), sendo que a entidade pagaria por este s serviço caso não
ocorresse o serviço voluntário. Nesses casos, deve-se registrar o fato
pelo valor justo; e a tabela se serviços utilizados pelas entidades de
classe poderá servir de parâmetro na determinação do valor

Pela Proposta do CF Teríamos:


 D: Despesa Conta Correspondente
C: Receita (Gratuidade Trabalho Voluntário)
Fluxo Contábil de Operações Típicas

Reconhecimento Contábil do trabalho voluntário


D: Grupo 5 Despesas
Despesa Correspondente
C: 6.2.1 Receitas do trabalho Voluntário
Serviço Voluntário na área de...

Existe uma segunda opção: Utilizando apenas contas do grupo de


Resultado com trabalhos voluntários:

D: 6.2.1 Despesas do Trabalho Voluntário


Despesa do Voluntariado na área de...
C: 6.2.1 Receitas do Trabalho Voluntário
Serviço Voluntário na área de...
Reconhecimento contábil da gratuidade e
dos benefícios tributários
Oferecer serviços gratuitos à sociedade é condição Sine Qua non da maioria das
entidades de fins não lucrativos, principalmente as beneficentes de assistência
social.

Em termos contábeis, o sistema deve ser construído de forma a gerar relatórios


úteis e compreensíveis para diverso tipos de usuários.

Para obter a certificação pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), as


entidades beneficentes de assistência social precisam comprovar que aplicam, em
gratuidade, pelo menos 20% da receita bruta proveniente da venda de serviços,
acrescida da receita decorrente de aplicações financeiras, locação de bens,
doações particulares e da venda de bens não integrantes do ativo.

Esse certificado credencia a instituição a requerer isenção das contribuições


previdenciárias de que tratam os artigos 22 e 23 da Lei n°8.212, de 24 de julho de
1991.
Reconhecimento contábil da gratuidade e
dos benefícios tributários
Portanto é imprescindível que os registros contábeis possibilitem evidenciar
tal gratuidade, devendo então seguir o que diz a Resolução n°66/2003, do
CNAS,
“As demonstrações contábeis das entidades que pleiteiam a concessão ou
a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social
devem observar estritamente as resoluções expedidas pelo Conselho
Federal de Contabilidade, especialmente os Princípios Fundamentais de
Contabilidade (PFC) e as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), sendo
vedada a aplicação de qualquer outro entendimento que não esteja em
conformidade com as citadas normas, sob pena de indeferimento do
pedido.
Não há nenhuma orientação quanto aos procedimentos contábeis relativos
às gratuidades. A orientação geral é de que se observem as normas
Brasileiras de contabilidade e os princípios fundamentais de contabilidade,
com destaque para os princípios da Oportunidade e Competência.
Reconhecimento contábil da gratuidade e
dos benefícios tributários
O Manual do CFC, ao abordar a contabilização de gratuidade e benefícios
tributários, assim se posiciona:
1. Pelos consumo de ativo na geração do serviço objeto da gratuidade
 D- DESPESA GRATUIDADE (variações patrimoniais – Benefícios Concedidos)
C- ATIVO CONTA CORRESPONDENTE ( materiais, por exemplo)
 
2. Pela prestação do serviço objeto da gratuidade:
 D- ATIVO GRATUIDADE – Renuncia da Receita
C- RECEITA RECEITAS ORDINÁRIAS
 
3. Pela colocação do serviço à disposição do beneficiário(assistido):
 D- DESPESA GRATUIDADE (Variações Patrimoniais – Benefícios Concedidos)
C- ATIVO GRATUIDADE – RENÚNCIA DA RECEITA
Reconhecimento contábil da gratuidade e
dos benefícios tributários
A gratuidade é um custo incorrido que provoca alterações no
patrimônio liquido da entidade. O uso de contas de compensação,
serve para controlar operações que não impactam economicamente
o patrimônio.

Dessa forma, considerando que o custo da gratuidade gera, em


algum momento, desembolsos efetivos, deverá ter o devido
tratamento contábil, na demonstração do resultado (superávit ou
déficit).

A renúncia fiscal dos tributos também é um aspecto muito


importante, nesse caso, o registro da renúncia fiscal evidenciará se
as entidade deverá ou não gozar os benefícios concedidos pela
legislação pertinente.
Reconhecimento contábil da gratuidade e
dos benefícios tributários
Para a Renúncia Fiscal com o Imposto de Renda Pessoa Jurídica(IRPJ) e Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Contribuição Patronal à previdência social, o
manual propõe os seguintes lançamentos:
1. CSLL E IRPJ como se devidos fossem
D- DESPESA Impostos e Contribuições Federais
C- PASSIVO Impostos e Contribuições – Renúncia Fiscal

2. Imunidade ou isenção do IRPJ e CSLL sobre o Lucro Líquido


D- PASSIVO Impostos e Contribuições – Renúncia Fiscal
C- RECEITA Impostos, Taxas e Contribuições Federais (Variações Patrimoniais –
Benefícios Obtidos)
 
3. Benefício do não pagamento da contribuição patronal
D- PASSIVO Impostos e Contribuições – Renúncia Fiscal
C- RECEITA Impostos, Taxas e Contribuições Federais (Variações Patrimoniais –
Benefícios Obtidos)
Custos da Gratuidade

O ministério da previdência e assistência social (MPAS), para fins de


comprovação de gratuidade considera o Parecer Jurídico
n°2.414/2001:

“1 - São considerados como aplicação em gratuidade os serviços,


prestações ou benefícios de assistência social beneficente
concedidos “a quem dela necessitar” (art. 203, CF/88) para o
atendimento de suas ‘‘necessidade básicas” (art. 1.°, Lei 8.742/93).

2 - Não se enquadram nesse conceito os serviços, prestações ou


benefícios conferidos a todos indistintamente, os que não se
destinam a suprir uma necessidade básica do cidadão e os que têm
por finalidade qualificar funcionários ou conceder-lhes benefícios
trabalhistas.
Custos da Gratuidade

3 - Eventuais prejuízos ou não realização de receitas não são reputados


aplicação em gratuidade.

4 - No cálculo do percentual mínimo deve-se levar em conta a renda


bruta da entidade, não podendo ser excluído os custos contábeis.

5- Os percentuais estabelecidos no inciso VI e § 4.° do Dec. 2.536, de


1998 não podem ser conjugados, não sendo lícito complementar o
percentual de 20% de aplicação em gratuidade com eventual
atendimento via convênio com o SUS, previsto no §4.°, e vice versa.
Custos da Gratuidade
Pela resolução n°177/2000 do CNAS, as entidades, para fins de
renovação do certificado de entidade de fins filantrópicos,
precisam evidenciarem notas explicativas a demonstrações
contábeis

“o resumo das principais práticas contábeis e os critérios de


apuração do total das receitas, das despesas, das gratuidades,
público alvo beneficiado com atendimento gratuito, doações,
aplicações de recursos, bem como da mensuração dos gastos e
despesas relacionadas com projetos assistenciais”

As Regras devem ser claras e os critérios consistentes.


Reconhecimento contábil de convênios,
contratos e termos de parcerias
As entidades sem fins lucrativos normalmente recebem grandes
volumes de recursos de entidades púbicas e provadas para executarem
projetos ou atividades específicas, cujas ações são regulamentadas por
instrumentos jurídicos que irão definir aspectos como:

- Regras de repasse
- Volumes de recursos
- Movimentação
- Duração
- Fiscalização
- Formas de prestação de contas
Reconhecimento contábil de convênios,
contratos e termos de parcerias
Para fins contábeis, esse instrumento jurídico (contrato, termo de
convênio ou termo de parceria) será o documento hábil tanto
para o registro da operação quanto para a definição de quais
procedimentos contábeis devam ser adotados de forma a melhor
evidenciar, nos respectivos relatórios, o fluxo financeiro da
operação.

Sendo assim a análise cuidadosa desses instrumentos é


primordial.
Perguntas

1. Conforme orientação do Conselho Federal de Contabilidade, como


deve ser feita a contabilização do trabalho voluntário?

2. Cite 3 aspectos regulamentados pelos instrumentos jurídicos.

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