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Cloro Residual em Águas

1. Dissociação do Cloro na Água


a) Cloro-gás
Cl2 + H2O HOCl + OCl-
HOCl H+ + OCl- KA = 2,5 x 10-8 (25oC)

b) Compostos Clorados
NaOCl + H2O  Na+ + OCl- + H2O (Hipoclorito de Sódio)
Ca(OCl)2 + H2O  Ca+2 + 2 OCl- + H2O (Hipoclorito de Cálcio)
H+ + OCl  HOCl
Chama-se cloro residual livre o cloro presente na água nas formas do
ácido hipocloroso (HOCl) ou do íon hipoclorito (OCl-).
Dissociação do Cloro na Água

 H  .  ClO
 

Ka 
 HClO
Ka 100  % HClO

 H  % HCl

Ka
  
 ClO

H   HClO

 Para Ka = 2,5 x 10-8, tem-se:


pH [H+] % HClO
3,0 10-3,0 99,99
4,0 10-4,0 99,98
5,0 10-5,0 99,75
5,5 10-5,5 99,22
6,0 10-6,0 97,56
6,5 10-6,5 92,67
7,0 10-7,0 80,00
7,5 10-7,5 55,85
8,0 10-8,0 28,57
8,5 10-8,5 11,29
9,0 10-9,0 3,85
9,5 10-9,5 1,25
10,0 10-10,0 0,40
Cloro Residual em Águas

Efeito do pH na distribuição de ácido hipocloroso e íon hipoclorito na água.


Cloro Residual em Águas
2. Reações do Cloro com a Amônia

NH4+ + HOCl  NH2Cl + H2O + H+ (Monocloramina)


NH2Cl + HOCl  NHCl2 + H2O (Dicloramina)
NHCl2 + HOCl  NCl3 + H2O (Tricloramina)
Destruição das Cloraminas:
2NH3 + 3Cl2  N2 + 6HCl
Chama-se cloro residual combinado o cloro presente na
água nas formas de mono, di e tricloraminas.
Cloro Residual em Águas
Cloro Residual em Águas
Cloro
Aplicado

Demanda Cloro
de Cloro Residual

C.R.Livre C.R.Combinado

HOCl OCl- NH2Cl NHCl2 NCl3


Cloro Residual em Águas
3. Reações do Cloro com Outros Compostos (Ação Oxidante)
O cloro reage com outros compostos orgânicos e inorgânicos, em
decorrência de sua ação oxidante, oxidando ferro, manganês, nitrito e
sulfeto, estes últimos conforme a reação:
H2S + 4Cl2 + 4H2O  H2SO4 + 8HCl
Oxida também compostos orgânicos, entrando na molécula, por
exemplo, através de ruptura de ligações duplas. Compostos tóxicos
podem ser origindos dessas reações.
4. Ação desinfetante: O cloro destrói uma enzima essencial ao
metabolismo de microrganismos (triosefosfato di-hidrogenase),
inativando-os. Virus e protozoários são mais resistentes do que
bactérias, que são bastante suscetíveis à sua ação. Ovos de helmintos
não são destruídos pela ação de oxidantes.
Cloro Residual em Águas
4. Determinação de Cloro Residual em Águas
a) Processos colorimétricos de comparação visual.
 Método da ortotolidina: Reage com o cloro formando um complexo de

coloração amarela. O uso em conjunto de arsenito de sódio permite a


distinção entre os residuais livre e combinado. Problema: Compostos
tóxicos.
 Método do DPD: Reação com o cloro formando complexo de

coloração roxa.
b) Método titulométrico com DPD.

c) Titulação com Tiossulfato de Sódio (Titulação de óxido-redução:

iodometria).
 d) Solução caseira indicadora de cloro: Mistura de cristais de Iodeto de

Potássio, amido (goma, maizena, etc) e vinagre. Adicionando-se gotas


desta solução à amostra de água, se ela contiver cloro deverá se tornar
azulada, do contrário, deverá permanecer incolor.
Cloro Residual em Águas
5. Remoção de Cloro Residual
O cloro residual pode ser removido por processo
de adsorção, empregando-se carvão ativado, ou por
processos de oxi-redução empregando-se agentes
redutores como metabissulfito de sódio, Na 2S2O5,
dióxido de enxofre e outros.
Exemplo: Emprego do Tiossulfato de Sódio
2Na2S2O3 + Cl2  Na2S4O6 + 2NaCl + 10H2O
Fluoreto em Águas
1. Fontes de Fluoreto nas Águas Naturais

 Solo: O flúor é o mais eletronegativo de todos os elementos


químicos, tão reativo que nunca é encontrado em sua forma
elementar na natureza, sendo normalmente encontrado na sua
forma combinada como fluoreto. O flúor é o 17o elemento em
abundância na crosta terrestre, representando de 0,06 a 0,9 % e
ocorrendo principalmente na forma de fluorita (CaF2),
fluoroapatita (C10(PO4)6 e criolita (Na3AlF6).
 Efluentes Industriais: Indústrias de vidro, condutores

elétricos, etc..
 Águas Tratadas: O fluossilicato de sódio era o composto

mais utilizado, tendo sido substituído pelo ácido fluossilícico


em diversas estações de tratamento de água.
Município Número do Poço F- (mg/L)
Riolândia 6/03 8,20
Santa Albertina 13/14 4,40
Barretos 58/21 2,50
Coroados 91/11 5,00
Itápolis 140/05 2,20
Santo Expedito 153/04 4,40
Queiroz 158/07 4,40
Arealva 163/07 3,00
Presidente Prudente 177/82 11,60
Presidente Prudente 177/82 10,50
Presidente Prudente 177/82 13,30
Presidente Prudente 177/82 9,80
Leme 193/02 7,10
Leme 193/16 3,50
Teodoro Sampaio 200/06 9,20
Rio Claro 247/07 6,60
Rio Claro 218/04 2,10
Araras 220/22 2,68
Piracicaba 246/10 3,60
Cosmópolis 249/11 5,60
Jaguariúna 249/36 6,40
Anhembi 273/03 10,40
Conchas 274/05 8,57
Campinas 277/60 3,90
Bofete 297/06 17,60
Pereiras 298/02 8,00
Pereiras 298/02 3,20
Pereiras 298/12 5,14
Pereiras 298/13 6,80
Campo Limpo 302/278 2,50
Taubaté 307/01 2,50
São Paulo 343/2541 8,90
São Paulo 343/3046 4,40
São Paulo 343/2659 2,60
Carapicuíba 342/921 2,10
Cubatão 363/10 2,20
Fluossilicato Fluoreto de Fluoreto de Ácido
de Sódio Sódio (NaF) Cálcio (CaF2) Fluossilícico
Compostos  (Na2SiF6) H2SiF6

Características 
Forma pó pó pó líquido
Peso Molecular (g) 188,05 42,00 78,08 144,08
% Pureza (comercial) 98,5 90-98 85-98 22-30
% Fluoreto (composto 60,7 45,25 48,8 79,02
100% puro)
Densidade (Kg/m3) 881-1153 1041-1442 1618 1,25(Kg/L)
Solubilidade a 25C 0,762 4,05 0,0016 infinita
(g/100gH2O)
pH solução saturada 3,5 7,6 6,7 1,2 (sol. 1%)
Fluoreto em Águas
2. Importância nos Estudos de Controle de Qualidade das
Águas
 Combate à cárie dentária. O fluoreto reduz a solubilidade

da parte mineralizada do dente, tornando-o mais resistente


à ação de bactérias e inibe processos enzimáticos que
dissolvem a substância orgânica protéica e o material
calcificante do dente. Constitui-se também em meio
impróprio ao desenvolvimento de Lactobacilus
acidophilus.
 Fluorose Dentária: Acima de certas dosagens, o fluoreto

provoca o mosqueamento do esmalte dos dentes.


Fluorose Óssea: Descalcificação de ossos de idosos.
Fluoreto em Águas
Temp (oC) I O S
10 - 12,1 0,9 1,2 1,7
12,2 - 14,6 0,8 1,1 1,5
14,7 - 17,7 0,8 1,0 1,3
17,8 - 21,4 0,7 0,9 1,2
21,5 - 26,3 0,7 0,8 1,0
26,4 - 32,5 0,6 0,7 0,8

OBS: Temp.: Temperatura média mensal das máximas diárias.


Dosagens em ppm. I: Inferior O: Ótima S: Superior
Fluoreto em Águas
3. Determinação da Concentração de Fluoreto em Águas
 Métodos Coloriméticos: Alizarina, SPADNS

 Método Eletrométrico: Eletrodo de Íon Seletivo

4. Desfluoretação das Águas

 Troca-Iônica; Alumina Ativada


 Processos de Membrana: osmose Reversa

 Precipitação com Cálcio: Remoção Parcial

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