Você está na página 1de 260

ISP - TUNDAVALA

GENÉTICA HUMANA

Profº : LOURENÇO BENTO


(Mestrando em Adm.Serv. De Sáude –UCES-
Boenos Aires)
OBJECTIVOS

 Proporcionar aos alunos conhecimentos básicos relactivos à genética humana;

 Fornecer meios para que o aluno tenha uma actuação de forma consciente e

ética exercendo um papel crítico em relação aos temas relacionados a área.


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Actividades/Conteúdo
 Introdução à história da genética e sua importância na área
de saúde humana.
 Leis de Mendel. Estrutura e constituição dos
cromossomos.
 Conceito de Gene
 Estrutura do DNA/Replicação, transcrição e tradução.
 Estrutura dos cromossomos – constituição, forma,
tamanho/Ciclo celular- mitose e meiose.
 Citogenética clínica: alterações numéricas e estruturais.
 Conceito, apresentação e análise de cariótipo
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Actividades/Conteúdo
 Análise de heredograma
 Código
 Erros inatos do metabolismo
 Testes bioquímicos de detecção de heterozigotos
 Herança autossômica e ligada ao sexo
 Variações de expressão genética
 Poligenes
 Genética e resposta a acção de drogas
 Resistência Bacteriana as drogas
 Terapias genéticas
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Actividades/Conteúdo

 Síntese de proteínas
 Padrões de herança monogênica.
 Hemoglobinopatias
 Herança mitocôndrial e o mosaicismo
 Casamentos consanguíneos e grupos sanguíneos
 Questões críticas da genética actual, clonagem,
transgênicos e terapia gênica
 Mutações
 Aberrações numéricas
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Actividades/Conteúdo
 Efeito teratogênico de drogas
 Efeito das radiações ionizantes
Histórico
 Por que os filhos são parecidos com os pais?

 Por que gatos geram gatinhos e não cachorrinhos? 

 Antiguidade:

só o homem contribuía com o sêmen, a

mulher era uma espécie de “incubadora” do

ser em formação.
ARISTÓTELES (a.C)

 Líquido seminal do testículo direito /macho e do testículo


esquerdo /fêmea.

Macho Fêmea
A TEORIA DA PRÉ-FORMAÇÃO

 Os indivíduos já se encontravam completamente pré-


formados no interior dos gametas - homúnculos

Desenho de um homúnculo no
interior do espermatozóide
TEORIA DA EPIGÊNESE – 1820

 Karl Ernst von Baer (1792 – 1876) – os indivíduos surgem


da união do gameta masculino com o feminino. Dessa
união forma-se uma célula ovo, que se divide várias vezes,
originando muitas células indiferenciadas, que se modificam
e dão origem aos tecidos e posteriormente aos órgãos.
 PROBLEMA: como estas células transportavam o material
hereditário?
TEORIA DA PANGÊNESE – Charles Darwin (1809 – 1882)

 todos os órgãos e componentes do corpo produziriam suas


próprias cópias em miniaturas infinitamente pequenas,
denominadas gêmulas ou pangenes, que seriam carregadas
pela corrente sanguínea até as gônadas, reunindo-se nos
gametas.

 ?????????????????????????????????????
HERANÇA POR MEIO DE PARTÍCULAS
maior contribuição da genética!!!

“As características de um indivíduo

devem-se a elementos hereditários”

 Gregor Mendel (1822 – 1884) – trabalho com ervilhas –


postulou que a transmissão dos caracteres hereditários era
feita por meio de factores que se encontravam nos gametas
(factores mendelianos – hoje conhecidos como GENES).
O QUE DISTINGUE OS SERES HUMANOS
ENTRE SI?
MAS AFINAL O QUE É A
GENÉTICA?
GENÉTICA

Ciência que estuda a hereditariedade e a


variação de características dos
organismos;

Ciência que permite estudar as leis da


hereditariedade(padrões de
hereditariedade ou herança) – permite
perceber de que forma certas
características são transmitidas pelos
genes de pais para filhos de geração
em geração.
ÁREAS DA GENÉTICA

SUBDIVIDE-SE EM VÁRIOS TIPOS:


 Genética Clássica ou mendeliana (genética das
transmissão de caracteres) – estuda a variabilidade e
hereditariedade dos caracteres;
 Genética Molecular – estuda como os genes se
comportam a um nível molecular;
Genética Clínica– estuda a aplicação da genética ao
diagnóstico e aos cuidados do paciente;
ÁREAS DA GENÉTICA
SUBDIVIDE-SE EM VÁRIOS TIPOS:
 Genética Humana – estuda a variação e a
hereditariedade dos seres humanos;

 Genética Médica – estuda o subgrupo da


variação genética humana que tem significado na
prática da medicina e na pesquisa humana.
Herança Biológica
 Transmissão de caracteres biológicos
normais ou patológicos de um indivíduo,
aos seus semelhantes;
 É o conjunto de factos citológicos,
fisiológicos, anatómicos e psicológicos
transmitidos dos progenitores para seus
descendentes.
Campos de Interesse
 O que é e onde se encontra o material hereditário

(Genético);
 De que maneira é formado o material hereditário

(Genético);
 Como é transmitido, organizado, bem como funcionam o

mesmo;
 O que acontece com o material hereditário no organismo,

com o transcorrer do tempo.


CITOGENÉTICA

2015

Docente: Lourenço Bento


Sumário
 Introdução
 Célula e macro-moléculas

 Proteínas e Ácidos nucléicos


 Ácidos Nucléicos

 Componentes

 DNA x RNA
 Estabilidade do DNA e Flexibilidade do RNA
 Estrutura do DNA

 Dogma Central da Biologia Molecular


 Replicação

 Transcrição
 Tradução
A Célula

 Unidade que constitui os seres vivos e, em geral,


definida como a menor porção de matéria viva
doptada de auto-duplicação independente;

 É capaz de criar cópias de si mesma pelo


crescimento e divisão celular.
Moléculas nas Células
 Dos vários tipos de moléculas presentes na célula, as de nosso
interesse serão as macro-moléculas conhecidas como:
 Proteínas = cadeia de aminoácidos.
 Ácidos nucléicos (DNA e RNA) = cadeia de nucleotídeos.
 A sequência do monômeros que forma essas moléculas dá
identidade e funcionalidade a ambos os grupos
 Mudaças na sequência de aminoácidos ou de nucleotídeos
poderá inactivar completamente a acção biológica desses
compostos;
 Por isso, esses tipos de moléculas são denominadas moléculas
informativas.
Moléculas nas Células
 A forma e o funcionamento de qualquer célula são decorrentes
directa ou indirectamente da presença de um arsenal de proteínas.

 As proteínas são macromoléculas informacionais sintetizadas sob


comandos de instruções específicas presentes nos ácidos
nucléicos (genes).

 Alterações nos genes podem acarretar em mudanças na


conformação e na actuação das nossas proteínas

 De maneira simplista, cada gene (parte funcional do DNA)


codifica uma proteína
Ácidos Nucléicos

 Toda a informação que uma célula necessita durante a sua vida e a


de seus descendentes, está organizada em forma de código nas fitas
dos ácidos nucléicos:
 Constituem os armazenadores e transmissores de informação nos
seres vivos.

 Esta informação traduzida em proteínas permite que a célula execute


todo o trabalho necessário à sobrevivência do organismo.

 Existem dois tipos de ácidos nucléicos:


 Ácido desoxirribonucléico ou DNA e ácido ribonucléico ou RNA
 Ambos são polímeros lineares de nucleotídios conectados entre si
via ligações covalentes denominadas ligações fosfodiéster.
Nucleotídios
 Os nucleotídios, unidades básicas dos ácidos nucléicos, são
constituídos de:
 Uma base nitrogenada (anel heterocíclico de átomos de
carbono e nitrogênio)
 Uma pentose (açúcar com cinco carbonos)
 Um grupo fosfato (molécula com um átomo de fósforo cercado
por 4 oxigênios)
Bases Nitrogenadas
 As bases nitrogenadas são de dois tipos:
 Púricas: Adenina (A) e Guanina (G);
 Pirimídicas: Timina (T), Citosina (C) e Uracil (U).
 As purinas são constituídas de dois anéis fundidos de 5 e 6 átomos e
as pirimidinas de um único anel de 6 átomos;
 Apenas quatro tipos diferentes de bases são encontrados em um
dado polímero de ácido nucléico:
 No DNA as bases constituintes são: A, G, C, e T enquanto que
no RNA são: A, G, C, e U.
Uracila e Timina são moléculas bastante relacionadas,
diferindo apenas pelo grupo metila encontrado no átomo C5
do anel pirimídico da Timina.
Bases Nitrogenadas
Resíduos de Açúcar
 Dois tipos de pentoses são encontrados nos ácidos nucléicos:
 Ribose e desoxirribose:
 Diferem uma da outra pela presença ou ausência do grupo
hidroxila no C 2' da pentose. É baseado nesta característica
que os ácidos nucléicos recebem o nome RNA (ribose) ou DNA
(desoxirribose).
Resíduos de Açúcar
 A pentose é o elo de ligação entre a base e o grupo fosfato
 De um lado, o Nitrogênio 9 das purinas ou o Nitrogênio 1 das
pirimidinas liga-se ao C1' da pentose e, de outro lado, o grupo
carboxila do átomo de C5' da pentose participa da ligação éster
com o grupo fosfato
DNA
DNA (Ácido DesoxirriboNucléico)

Dr. Francis Crick (Prêmio Nobel – 1961) e Dr. James Watson


Estrutura do DNA (Ácido DesoxirriboNucléico)
 Molécula que armazena informações genéticas;
 Formato de um espiral duplo (dupla hélice);
 Dois ramos compostos por moléculas de açúcar (desoxirribose) e
de fosfatos;
 Ligam-se devido ao pareamento de quatro moléculas ligações de
Hidrogênio, denominadas bases nitrogenadas:
. Adenina (A)
. Timina (T)
. Guanina (G)
. Citosina (C)
Estrutura do DNA
 A molécula de DNA é uma dupla hélice cujas cadeias estão unidas
por pontes de hidrogênio estabelecidas entre purinas e pirimidinas.

 Adenina sempre pareia com Timina (A = T) e;


 Guanina sempre pareia com Citosina (G = C);
 O modelo de dupla hélice , proposto por Watson e Crick (1953),
pautava-se:
 Nas fotografias de difração de raio X das fibras de DNA feitas
por Rosalind Franklin;
 E nas razões entre as bases, descritas por Chargaff.
DNA (Ácido DesoxirriboNucléico)

 Transmitir a informação genética de uma célula para a outra,


 Síntese de RNA,
 Os ácidos nucléicos são macro moléculas formadas pela união
de unidades menores chamadas NUCLEOTÍDEOS.

Um NUCLEOTÍDEOS é formado por:

Bases Nitrogenadas
Fosfato Pentose
NUCLEOTÍDEO
.
Bases nitrogenadas/pontes de hidrogênio
DNA (Ácido DesoxirriboNucléico)
Duplicação do DNA

 É a única molécula capaz de sofrer auto-duplicação.

 Ocorre durante a interfase da mitose

 É do tipo semi-conservadora, pois cada molécula nova


apresenta uma das fitas vinda da fita mãe e outra fita
recém sintetizada.
AUTO-DUPLICAÇÃO DO DNA (Replicação)
 Ocorre em presença da enzima DNA polimerase
Molécula DNA

As pontes de hidrogênio se rompem

H
As fitas originais se separam

Nucleotídeos LIVRES encaixam–se nas fitas


Formam–se 2 moléculas de DNA idênticas

Fita NOVA

Fita original Fita original


(velha) (velha)
A duplicação do DNA
permite que
as informações hereditárias
sejam transmitida as células
filhas
DNA (Ácido DesoxirriboNucléico)
 A fita de ADN dentro do núcleo!
RNA
RNA (Ácido Ribonucléico)

 Ácido Ribonucléico

 Molécula de fita simples

 É produzido pelo DNA

 É encontrado no núcleo e no citoplasma.

 Sua função é realizar a síntese protéica


Transcrição
.

Molécula original (DNA)


Molécula de RNA
Transcrição
 Processo pelo qual uma molécula de RNA é
produzida usando como molde o DNA.

 Ocorre em presença da enzima RNA


polimerase
As pontes de hidrogênio se rompem

MOLÉCULA ORIGINAL
(ADN)
As fitas originais se separam

Fita inativa

Nucleotídeos LIVRES encaixam – se em uma das fitas


Tipos
de RNA
RNA Mensageiro (RNAm)
 Tem a mensagem e a orientação para a síntese de proteínas;
 Ele possui a sequência que os aminoácidos devem ocupar na proteína;
 Ele contém uma sequência de trincas correspondente a uma das fitas do DNA.
 Cada trinca (três nucleotídeos) no RNAm é
denominado códon e corresponde a um aminoácido
na proteína que irá se formar
1 códon = 3 nucleotídeos no RNAm
RNA Transportador (RNAt)
 Transporta o aminoácido até o local da síntese protéica

As moléculas de RNAt apresentam, em uma


determinada região, uma trinca de nucleotídeos
que se destaca, denominada anticódon.
 É através do anticódon que o RNAt reconhece o local do RNAm onde deve ser
colocado o aminoácido por ele transportado.
 Cada RNAt carrega um aminoácido específico, de acordo com o anticódon que
possui.

Ligação com aa

Ligação com RNAm


RNA Ribossômico (RNAr)
 São componentes dos ribossomos, organela onde ocorre a síntese protéica.
 Os ribossomos são formados por RNAr e proteínas.

Ribossomo = RNAr+Proteína
DIFERENÇAS

DNA RNA
PENTOSE Desoxirribose Ribose
FITA Dupla Simples
Transmitir Síntese protéica
FUNÇÃO informação genética

ENZIMAS DNA polimerase RNA polimerase


Timina, Citosina Uracila, Citosina
BASES NITROGENADAS Guanina, Adenina Guanina, Adenina
Estabilidade do DNA
A estabilidade e regularidade estrutural da molécula de DNA, deve-se
principalmente ao facto dos anéis de desoxirribose não possuirem grupos
hidroxila no C 2’.
 Os grupos hidroxila tanto do C2' como C3' são muito reactivos:

 Podem participar de uma série de ligações pouco usuais


permitindo uma variedade enorme de conformações para a
molécula de ácido nucléico;
 O exercício de tal função exige estabilidade e regularidade.
Flexibilidade do RNA

O RNA, constituído de riboses é muito mais reactivo e flexível que o DNA;


além disto, o facto de ser fita simples permite um emparelhamento
intramolecular de bases, gerando estruturas bastante complexas:
 Ao adquirir diferentes conformações, as moléculas de RNA podem,
inclusive, apresentar sítios activos que catalisem reacções químicas
da mesma forma que as enzimas protéicas.
A grande flexibilidade dos RNAs que lhes permite executar uma actividade
fundamental na célula:
 Interpretar o código contido na linguagem de nucleotídios e
descodificá-lo para a linguagem de aminoácidos;
 A molécula de RNA é o intermediário no fluxo de informações
dentro da célula, do DNA e das proteínas.
Ligação entre os Nucleotídeos
Ligação entre os Nucleotídeos
• Para a formação da molécula de DNA é necessário que ocorra a ligação entre
os nucleotídeos

– Os nucleotídeos estão ligados covalentemente por ligações fosfodiéster


formando entre si pontes de fosfato

– O grupo hidroxila do carbono-3 da pentose do primeiro nucleotídeo se liga


ao grupo fosfato ligado a hidroxila do carbono-5 da pentose do segundo
nucleotídeo através de uma ligação fosfodiéster
• Devido a esta formação a cadeia de DNA fica com uma direcção

determinada em que numa extremidade temos livre a hidroxila do

carbono-5 da primeira pentose e na outra temos livre a hidroxila do

carbono-3 da última pentose.


Ligação entre os Nucleotídeos
Isto determina que o crescimento do DNA se faça na direcção de 5' para 3'
O Dogma Central e os Moldes
 Desde meados da década de 50 já se pensava na hipótese do DNA
constituir-se num molde para a síntese de moléculas de RNA;
 Os RNAs, por sua vez, devido a sua mobilidade e flexibilidade acoplar-
se-iam aos ribossomos e dirigiriam a síntese de proteínas;
 Baseado neste raciocínio, Francis Crick propôs em 1956 o dogma
central da biologia, salientando o fluxo unidirecional da informação:
do DNA à proteína.
O Dogma Central e os Moldes

 Para compreender este fluxo utilizamos a idéia de moldes


 O DNA serviria de molde para:
 A síntese de novas moléculas de DNA (Duplicação);
 A síntese de moléculas de RNA (Transcrição).
 Algumas destas moléculas de RNA, que denominamos RNA
mensageiros (mRNA), poderiam servir de molde para:
 A síntese de proteínas (Tradução), que ocorre nos ribossomos.
 Nesta proposta, jamais as proteínas servem de molde à síntese de
ácidos nucléicos ou de outras moléculas de proteína.
O Dogma Central e os Moldes

 A proposta original foi ampliada nos últimos anos com a descoberta, em


1970, da enzima transcriptase reversa
 Foi esclarecido que é possível sintetizar DNA utilizando-se RNA
como molde.
 Um pouco antes disto, por volta de 1965, foi demostrado que o RNA
também podia servir de molde à síntese de outras moléculas de RNA
 Isto foi possível graças ao isolamento da enzima replicase
codificada por um vírus infeccioso cuja informação genética está
contida numa molécula simples de RNA.
O Dogma Central e os Moldes

 Estes novos conhecimentos permitiram que o dogma central se


ampliasse sem, contudo, perder a unidirecionalidade, ou seja, de ácido
nucléico para proteína
Código Genético
 Código Genético  mapeamento dos códons nos aminoácidos:

 64 códons
 20 aminoácidos
 Genes, Fragmento de DNA que pode ser transcrito na síntese de proteínas.
 Genes Alelos: Genes que ocupam o mesmo lócus em
cromossomos homólogos.
 Lócus: Local, no cromossomo, onde se encontra o gene.
 Gene Dominante: aquele que sempre que está presente se manifesta.

 Gene Recessivo: aquele que só se manifesta na ausência do dominante.

 Homozigoto ou Puro: indivíduo que apresenta alelos iguais para um ou mais


caracteres.
 Heterozigoto ou Híbrido: indivíduo que apresenta alelos diferentes para um ou
mais caracteres.
 Cromossomos Homólogos: formam um par, possuem o mesmo tamanho, a
mesma forma e mesma sequência de genes, relacionadas as mesmas
características genéticas, um tem origem paterna e outro materna.
 Genótipo: Conjunto de genes que um indivíduo possui que em
interação com o ambiente influenciam nas características de um
indivíduo.

 Fenótipo: É o conjunto das características morfológicas ou funcionais


do indivíduo determinadas pelo genótipo + ambiente;

 Células Diplóides (2n): possuem os cromossomos pares, (Somáticas =


que formam o corpo);

 Células Haplóides (n): possuem apenas um cromossomo de cada par


(Gametas =
PRINCÍPIOS Sexuais);
BÁSICOS
 Um caráter biológico é todo aspecto qualitativo (como cor dos olhos,
forma da boca etc.);
 ou quantitativo (comprimento dos braços) que faz parte da forma ou da
estrutura dos seres vivos e que é transmitido de geração a geração.
Alelos
 São formas alternativas de um mesmo gene;
 Ocupam o mesmo locu em cromossomos homólogos.
 Podem afectar a mesma característica de maneiras diferentes;
 Pequenas diferenças na sequência das bases.

A a
A–T A–T
G–C G–C
G–C C–G
C-G C-G
Cromossomos: estrutura
Classificação dos cromossomos
• Metacêntrico → Centrômero posicionado no centro do
cromossomo;
• Submetacêntrico → Centrômero deslocado para uma das
extremidades do cromossomo;
• Acrocêntrico → Cromossomo portador de uma esfera terminal
(satélite), localizada na extremidade do braço curto;

• Telocêntrico → Cromossomo formado por apenas um braço, com

centrômero estritamente terminal.


Cariótipo
CARIÓTIPO
 Conjunto de cromossomos contidos nas células de um organismo.
Organizados em ordem decrescente e de tamanho.

 Sp. Humana = 46 cromossomos Células diplóides (2n)

 Homem → 22AA + XY ou 46,XY

 Mulher → 22AA + XX ou 46,XX

CARACTERÍSTICA
 Morfologicamente, esses cromossomos são identificados, diferenciados e
classificados quanto ao tamanho e localização do centrômero (região do
cromossomo intermediária aos braços simétricos ou assimétricos, curtos
ou longos).
Genoma
 É todo o material genético de uma célula;
 Conjunto de genes.
CARIÓTIPO
ISP - TUNDAVALA
GENÉTICA HUMANA

Heranças Autossômica e
Ligada ao Sexo
Profº : LOURENÇO BENTO

LUBANGO
Cromossomos Autossômicos e Sexuais
Genótipo

• Conjunto de genes que um indivíduo possui;

• Não é observável;

• Representado por letras.


BB, aa, Dd, etc....
Fenótipo

• Características manifestadas por um indivíduo;

• Determinado pelo genótipo;

• Muitas vezes o fenótipo resulta da interação


entre o genótipo e o ambiente.
Ex.: pessoa branca + sol = pessoa morena
Padrões de Herança Monogênica
• Autossômica Recessiva;
• Autossômica Dominante;
• Ligada ao X recessiva;
• Ligada ao X dominante;
• Restrita ao sexo;
• Influenciada pelo sexo;
• Extracromossômica - Mitocondrial
Padrões de Herança Monogênica
Distúrbio monogênico: é aquele determinado pelos
alelos em um único locus.
Homozigoto(a): quando uma pessoa tem um par de
alelos idênticos.
Heterozigoto(a): quando os alelos são diferentes.
Heterozigoto composto: genótipo no qual estão
presentes dois alelos mutamtes diferentes do
mesmo gene em vez de um normal e um mutante.
Herança Autossômica Recessiva

A doença autossomoca recessiva ocorre apenas nos


homozigoticos, pessoas com dois alelos mutantes e
nenhum alelo normal, porque nesta doença uma
cópia do gene normal em um heterozigoto é capaz
de compensar o alelo mutante e evitar que a doença
ocorra.
Como uma pessoa herda apenas um dos dois alelos
em um locus de um genitor, os homozigotos devem
herdar um alelo mutante(bloqueando a nova
mutação rara).
Herança Autossômica Recessiva
Anemeia falciforme;
Albinismo;
 Fibrose cística;
Fenilcetonúria (erro inato do metabolismo
que determina deficiência de uma enzima
hepática, a hidroxilase de fenilalanina,
responsavel pela conversão da fenilalanina em
tirosina);
Herança Autossômica Recessiva
• Gene localizado num cromossomo autossômico;
• Ambos os sexos tem a mesma probabilidade de
serem afetados;
• Expressam-se apenas em homozigotos
recessivos.
• Os genitores de um filho afectado são portadores
assintomáticos de alelos mutantes.
• O risco de recorrência para cada irmão do
probando é de 1 em 4.
Herança Autossômica Recessiva
• O fenótipo pode ficar por várias gerações sem
aparecer.

• Exemplos: albinismo, olhos azuis, fibrose cística


Heredograma clássico
Herança Autossômica Recessiva
GENITORES   Risco para a Prole
Portador X Portador: R/r x R/r 1/4 R/R, 1/2 R/r, 1/4 r/r
3/4 não - afectados, 1/4
afectados

Portador X Afectado: R/r X r/r 1/2 R/r, 1/2 r/r


1/2 não - Afectados, q/2
Afectados

Afectado X Afectado: r/r X r/r Só r/r


    Toos Afectados
Herança Autossômica Dominante

Cada pessoa afectada tem um genitor afectado,


que também tem um genitor afectado, e
assim por diante, até onde se pode
acompanhar o distúrbio ou até a ocorrência
da mutação original.
Herança Autossômica Dominante
• Gene localizado num cromossomo autossômico;

• Ambos os sexos tem a mesma probabilidade de


serem afetados;

• O fenótipo é expresso da mesma maneira em


homozigotos dominantes e heterozigotos.
Herança Autossômica Dominante
• O fenótipo aparece em todas as gerações;
• Qualquer filho de um genitor afectado tem um
risco de 50% de herdar a característica;
• A pessoa afetada tem um dos pais afetados;
• Homens e mulheres têm igual probabilidade de
transmitir o fenótipo para seus filhos de ambos
sexos;
• Pais normais não tem filhos afetados.
• Exemplo: polidactilia
Heredograma Clássico
Herança Autossômica Dominante

Prole da Reprodução A/a X a/a


Genitor Normal a/a

a a

A/a A/a

A Afectado Afectado

Genitor Afectado a/a a/a

A/a a Normal Normal


Herança ligada ao X recessiva

• O fenótipo aparece em todos os homens que


apresentam o alelo, mas as mulheres só
expressam o fenótipo se em homozigose
recessiva.
• A incidência do fenótipo é muito mais alta em
homens do que em mulheres.
Herança ligada ao X recessiva

• Um homem afetado passa para todas as filhas o


alelo afetado;
• O pai afetado nunca passa o gene para os filhos,
Exemplos: hemofilia, daltonismo.
Herança ligada ao X Dominante
• Se expressa em homozigotas e heterozigotas.

• Homens afetados casados com mulheres


normais não tem filhos afetados, mas todas as
filhas são afetadas.
Herança ligada ao X Dominante
• Exemplos: Raquitismo Hipofosfatêmico, síndrome de
Rett.
Heredograma clássico
Heredograma clássico
Herança Restrita ao sexo (Y)

• Os genes estão localizados no cromossomo Y;

• Só aparece em masculinos.
• Exemplo: hipertricose

XYhi  afetado
XYHI  normal
Herança Influenciada pelo sexo

• É a variação na expressão de determinados


genes em Homens e Mulheres.

• Pode ser devido à influência dos hormônios


sexuais.
Herança Influenciada pelo sexo

• Exemplo: calvície, determinada por um par de


genes autossômicos, C e c.
Masculino: comporta-se como dominante
Feminino: comporta-se como recessivo
Herança Mitocondrial
• Somente a mãe fornece mitocôndrias para os
filhos de ambos os sexos;
• Filhos e filhas de mães afetadas são afetados;
• O grau de severidade da doença dependerá da
quantidade de mitocôndrias defeituosas
passadas da mãe para os filhos.
Heredograma clássico
1 - MUTAÇÕES

1.1. O que são?

 São alterações ou modificações súbitas ou espontâneas, em genes ou


cromossomos, podendo acarretar variação hereditária. Elas podem ser
gênicas quando alteram a estrutura do DNA, num determinado gene, ou
cromossômicas quando alteram a estrutura ou o número de
cromossomos.

 As mutações podem ser silenciosas, ou seja, não alterar a proteína ou


sua acção. Podem ainda ser letais, quando provocam a morte, ou ainda
acarretar doenças ou anomalias.

 As mutações também promovem a evolução já que determinam


aumento na variabilidade genética.
1.2. Onde / Como ocorrem?

 Por erros na replicação de DNA que antecede uma divisão celular


(mitose ou meiose).

 Por erros relacionados com a individualização dos cromossomos, por


exemplo no crossing-over, na separação de cromossomos ou de
cromatídes, durante uma divisão celular (meiose ou mitose)

 Nas células somáticas (durante a mitose) reflectindo-se nas células,


desse indivíduo e de seus descendentes (ex: cânceres).

 Na formação dos gâmetas (meiose), e serão transmitidas


hereditariamente.
1.3. Mutações gênicas

 São responsáveis por alterações nos genes e consequentemente nas


proteínas, determinando, muitas vezes, a formação de novas proteínas
ou alterando a acção de enzimas importantes no metabolismo.

 Alteram a sequência de nucleotídeos de um gene (alteram uma ou mais


bases do DNA), o que afectará a leitura durante a replicação ou durante
a transcrição.

 Constitui-se assim um alelo, uma nova versão, do gene alterado.

1.3.1. Substituição: ocorre a troca de um ou mais pares de bases.

1.3.2. Inserção e delecção: acontece quando uma ou mais bases são


adicionadas ou removidas, respectivamente, ao DNA, modificando a
sequência de leitura da molécula durante a replicação ou a transcrição.
1.4. Mutações cromossômicas

 Também chamadas de aberrações cromossômicas, são alterações na


estrutura ou no número de cromossomos.

 Podem ocorrer nos autossomos ou em cromossomos sexuais.

 Podem provocar anormalias e mal formações no organismo ou até a


inviabilidade dele.

1.4.1. Mutações cromossômicas Estruturais

 Provocam alterações na estrutura dos cromossomos, podendo


ocasionar a perda de genes, a erros na leitura de um ou mais genes,
provocando duplicada ou déficit dos mesmos.

 Podem acontecer por deleção, duplicação, translocação ou inversão de


partes de cromossomos.
1.4.2. Mutações cromossômicas Estruturais

Deleção; Duplicação; Inversão e Translocação;

1.4.3. Mutações cromossômicas Numéricas

Provocam alterações no número típico de cromossomos da espécie


(cariótipo).

Aneuploidias - os erros envolvem apenas determinado par de


cromossomos. Formam-se indivíduos cujas células possuem: um
cromossomo a menos (monossomia); um cromossomo a mais (trissomia),
dois ou mais cromossomos a mais (polissomia) ou sem os dois
cromossomos de um determinado par (nulissomia).

Poliploidias – os erros multiplicam o conjunto de todos os cromossomos.

Formam-se indivíduos cujas células possuem múltiplos de n cromossomas:


3n (triplóides), 4n (tetraplóides), (…).
1.5. Causas

 As mutações podem ocorrer espontaneamente na Natureza ou serem


induzidas por exposição a agentes físicos e químicos (agentes
mutagénicos)

 Agentes mutagénicos Físicos - raios X, radiação alfa, beta e gama e


raios ultravioleta;

 Agentes mutagénicos Químicos - colquicina, gás, nitrosaminas,


constituintes do fumo do tabaco, álcool, etc.

 As células possuem a capacidade de reparar muitos dos erros do DNA


causados pelos agentes mutagénicos.

 Quando o equilíbrio entre a mutagénese e a reparação se rompe surge


a mutação.  
1.5. Causas (Cont.)

 A exposição a agentes mutagénicos é, em alguns casos, natural e


inevitável, como a exposição a fontes naturais de radiação solar,
radioactividade de minerais, (…) mas, a intensidade com que atingem os
organismos provoca baixo nº de mutações;

 A exposição a agentes mutagénicos pode ser deliberada:

 para fins médicos (Ex: raios X);

 por hábitos (alimentares ou outros);

 com fins bélicos (Ex: gás mostarda, armas nucleares);

 As mutações espontâneas ocorrem com frequência muito reduzida;

 Quando a exposição é prolongada ou a intensidade dos agentes


mutagénicos é elevada, aumenta a frequência das mutações.
Histórico das Malformações Congênitas

 Primeiros casos de malformações congênitas: +2500 anos em


Esparta → neonatos com malformações congênitas eram avaliados
pelos mais velhos → decidiam se a criança deveria viver ou morrer,

 Mais antiga escultura mostrando um defeito de nascimento: Deusa


com duas cabeças (sudeste da Turquia, 6500 a.C);

 Egipto: múmias com acondroplasia, pé torto, fenda palatina,


estatuetas antigas de figuras com proporções e características
faciais acondroplásicas;

 México e América-Central: estatuetas com duas cabeças humanas


(500 a.C à 800 d.C).
CONCEITOS

Estudo das causas ambientais das anomalias


congênitas ( teras = monstro, origem grega),
TERATOLOGIA
embora seu significado literal não se refira à
etiologia (teratogênese).

Agente externo ao genoma do feto que induz


TERATÓGENOS malformações estruturais, deficiência de
crescimento e/ou alterações funcionais durante
o desenvolvimento pré-natal.

Estudo do desenvolvimento físico anormal


DISMORFOLOGIA (morfogênese alterada e malformações
congênitas), anomalias anatômicas ou
funcionais que se originam antes do
nascimento.
Malformação: Defeito morfológico primário de um órgão ou parte do
corpo resultante de um processo de desenvolvimento intrinsecamente
Anormal:
Ex.: Erro Inato da Morfogênese (palato, fenda labial e polissindactlilia).
Disrupção: Defeito morfológico de um órgão, parte de um órgão, ou de
uma região maior do corpo resultante de perturbação extrínseca, ou
interferência, em um processo de desenvolvimento originalmente normal,
(radiação, doenças infecciosas, doenças auto-imunes, teratológicas,
gemelar, defeitos secundários dos membros, resultado de um evento
vascular).

Gemelaridade conjugada (xifópagos)


Disrupção/Pseudossindactilia e amputação falanges distais
Deformação: alteração na forma, ou posição, de uma parte do corpo
normalmente formada por forças mecânicas extrínseca ou intrínseca
principalmente no segundo trimestre. (ausência de líquido amniótico, miomas).
Ex.: deformação intrínseca: hidrocefalia – estenose do aqueduto de Sylvius
Deformação: Exemplos
Displasia: Defeito primário envolvendo a organização anormal de
células ao formarem tecidos → afeta a histogênese (hemangioma,
mancha café com leite, fibroma, papiloma e lipoma).

hemangioma
Hipo / Hiperplasia: Sub ou super desenvolvimento de um organismo,
órgão ou tecido, por diminuição ou aumento do número de suas células.
Hipo / Hipertrofia: Diminuição ou aumento do tamanho das células, dos
órgãos ou tecidos.

Malformação vascular com hipertrofia Lipodistrofia de Berardinelli


Agenesia: ausência de uma parte do corpo devida a um primórdio
ausente (agenesia radial, agenesia renal).

Agenesia radial Agenesia tíbial


Aplasia: ausência devida ao primódio não ter se desenvolvido (aplasia de
medula)

Aplasia de couro cabeludo Aplasia de tíbia


Atrofia: uma massa normalmente desenvolvida de tecido ou órgão que
decresce devido a uma redução do tamanho ou número de células ou
ambos.

Atrofia muscular Atrofia do bulbo direito


ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS
(Síndromes genéticos)

Docente: Lourenço Bento

Lubango – HLA/2015
A maioria dos (as) síndromes genéticos (as) são
causadas por:
 ANEUPLOIDIAS
 EUPLOIDIAS

ANEUPLOIDIAS - Alterações no número de cromossomos


encontrados em cada célula ( geralmente é aumento ou
diminuição de 1 cromossomo de cada par).
 O ser Humano possui 23 pares de cromossomos em cada célula
 As aneuploidias podem atingir qualquer um desses 23 pares
 Dependendo do par envolvido, teremos o desenvolvimento de uma certa
doença;
 Quanto maior o cromossomo atingido, maiores serão as alterações.

Causas das aneuploidias


 Vírus;
 Radiações;

 Substâncias químicas (drogas como, maconha, nicotina, cafeína ...),

 Idade materna;
 Calor;

 Predisposição genética a não-separação dos cromossomos na divisão


celular meiótica.
Fórmula genética
 Inicialmente coloca-se o número total de
cromossomos do indivíduo;
 Separa-se por vírgula;
 Segue o sexo do indivíduo atingido;

 Mais o par cromossômico em que ocorre a alteração.

Ex.: 47, XX + 21 (lê-se: indivíduo do sexo feminino com


Síndrome de Down, com 47 cromossomos, devido à
trissomia do 21.
Exemplos de síndromes
 Síndrome de Down
 Síndrome de Patau
 Síndrome de Klinefelter
 Síndrome de Turner
 Síndrome de Edwards
 Condição triplo X
 Condição duplo Y
Descrita em 1866 por Langdon Down (médico inglês)

Frequência 1 a 2 indivíduos em
cada 1000 nascimentos
(aumentando com a idade da
mãe: 1/350 (35 anos).
Síndrome de Down
Trissomia do 21: Fórmula genética (47, XY + 21) ou (47, XX
+ 21)
CARACTERÍSTICAS
Síndrome de Edwards

Trissomia do 18: fórmula genética (47, XY + 18) ou (47, XX + 18)


Trissomia 18 = Síndrome de Edwards
 Frequência: 1 em cada 3500 nascimentos (aumentando com
a idade materna).
 95% são abortados espontâneos.

Características
 Indicador e polegar flexionados sobre o dedo médio e dedo
mendinho sobre o anelar.
 Genitais externos anormais.
 Anomalias renais.
 Mãos fortemente fechadas.
 Pés em cadeira de balanço.
 Orelhas dismórficas e de baixa implantação.
 Retardo mental e de crescimento.
Síndrome de Patau
Trissomia do 13: fórmula genética (47, XY + 13) ou (47, XY +
13)
Trissomia do 13 = Síndrome de Patau
 Frequência: 1 em cada 4000 nascimentos, aumentando com a idade
materna.
 45% morrem antes do primeiro mês de vida.
 90% morrem antes dos seis meses.
 5% morrem antes dos 3 anos.

Características
 Retardo mental e motor.
 Microcefalia.
 Anoftalmia ou microftalmia.
 Nariz achatado.
 Lábio e/ou palato fendido/ fenda palatina.
 Orelhas dismórficas e de baixa implantação
 Surdez.
 Mãos e pés com polidactilia.
Síndrome de Klinefelter
Trissomia do par sexual: fórmula genética (47, XXY)
 Frequência: 1 em cada 850 recém-nascidos do sexo masculino (aumenta com a idade
materna).

 Características
Condição Duplo Y
TRISSOMIA DO PAR SEXUAL: (47, XYY)
 Frequência: 1 em cada 800 nascimentos masculinos.

CARACTERÍSTICAS
 Retardo mental moderado.
 Comportamento agressivo.
 Anormalidades eletroencefálicas .
 Orelhas anormais.
 Subfertilidade.
 Dedos longos.
Condição Triplo X
TRISSOMIA DO X: (47, XXX)
CARACTERÍSTICAS

 Frequência: 1 em cada 1000 recém-nascidos femininos.


 Retardo mental leve (65% dos casos).
 Dificuldades verbais e na memória a curto prazo.

 Falta de coordenação motora leve.


 Desatenção.
 Esterilidade em alguns casos.
Síndrome de Turner
MONOSSOMIA DO X: (45,X)
C
A
R
A
C
T
E

S
TI
C
A
S
EUPLOIDIAS
 Aumento do número total de cromossomos do indivíduo.

 Formam-se trios e/ou mais de cromossomos homólogos.

 Por ex.: 2n=69 ou mais (letal durante o desenvolvimento fetal ou


morte neonatal).

INDIVÍDUO POLIPLÓIDE - TRIPLOIDIA


Tipos sanguíneos e
Eritroblastose Fetal

Docente: Lourenço Bento

Lubango – HLA/2015
SUMÁRIO

 Generalidades;
 Herança dos Grupos Sanguíneos;
 Sistema ABO : tipos de Sangue;
 Dominância do sistema ABO;
 Tipagem sanguínea;
 Factor Rh;
 Herança do factor Rh;
 Eritroblastose Fetal;
 Anemias Hereditárias;
SUMÁRIO
 Anemia Falciforme (Drepanocitose);
 Hemofilia;
 Leucemia;

 Raquitismo.
A descoberta dos grupos sanguíneos
 Estudado em 1900 pelo médico Austríaco Karl
Landsteiner.

 Algumas amostras de sangue quando misturadas


formavam coágulos nas hemácias.

 Na transfusão de sangue quando ocorre


incompatibilidade as hemácias transferidas vão se
aglutinando assim que penetram na circulação, formando
aglomerados compactos que podem obstruir os capilares,
prejudicando a circulação do sangue.
Sistema ABO
Uma casal onde ambos é AB Um casal onde ambos são tipo
pode nascer um filho O? O, pode nascer um filho AB? ou
A? ou B?
I AI B x I AI B ii x ii

IA IB i i

I A I A IA I A IB i ii ii

IB I A IB I B IB i ii ii

PG PF PG PF

25% 25% 100% ii 100% O


I I
A A
A
25% 25%
IB IB
Como ocorre a Herança dos Grupos Sanguíneos no Sistema
ABO?

Fenótipo (PF) Genótipos (PG)

A IA IA

B IB IB

AB IA IB

O ii
Dominância do sistema ABO
 Os genes IA IB são dominantes em relação ao gene i.
 Os genes I A IB são co-dominantes.
 O gene i é recessivo.

Quatro tipos de Sangue

 No sistema ABO existem quatro tipos de sangues: A, B, AB e O;


 Esses tipos são caracterizados pela presença ou não de certas
substâncias na membrana das hemácias, os aglutinogênios;
 E pela presença ou ausência de outras substâncias, as aglutininas, no
plasma sanguíneo.
Aglutinogênios Aglutinogênio: A e B
Aglutininas Aglutinina: anti-A e anti-B
Método para descobrir a tipagem sanguínea

 Numa lâmina colocam-se uma gota de soro anti-A e uma


gota de soro anti-B separados.
 Mistura-se em cada um deles um pouco de sangue da pessoa que
se vai determinar o grupo sanguíneo...
 Então, quatro situações podem ocorrer:

A B AB O
Factor Rh

Um outro sistema de grupos


sanguíneos descoberto a partir dos
experimentos de Landsteiner e
Wiener, em 1940, com sangue de
macaco do gênero Rhesus.

Rhesus Macaque (Macaca mulatta)


Herança do factor Rh
Genótipos Fenótipos

RR ou Rr Rh +

rr Rh -

Na presença do factor Anti-Rh o sangue pode:

 Rh- ( 15% da população)

 Rh+ ( 85% população)


Transfusão de sangue

Grupo sanguíneo Aglutinogênio Aglutinina

A A anti-B

B B anti-A

AB AeB Não possui

O Não possui anti-A e anti-B


Eritroblastose Fetal ou
Doença Hemolítica
do RN

Docente: Lourenço Bento

Lubango
Eritroblastose Fetal ou doença hemolítica do RN

 Doença provocada pelo factor Rh;

 Caracterizada pela destruição das hemácias do feto ou do


recém-nascido;

 As consequências desta doença são graves, podendo levar


à morte.
Pai Rh+

Mãe Rh -

Feto
Rh+
O segundo
bebê corre
riscos....
Eritroblastose fetal:
Os sintomas no recém-nascido são:

 Anemia (devida à destruição de hemácias pelos anticorpos);


 Icterícia (a destruição de hemácias aumentada levará a
produção maior de bilirrubina indireta que não pode ser
convertida no fígado);
 Doença chamada Kernicterus: que corresponde  ao
depósito de bilirrubina nos núcleos da base cerebral o que
gerará retardo no desenvolvimento do bebê.
Genética Humana
Anemias Hereditárias

Docente: Lourenço Bento

Lubango
SUMÁRIO

Hemoglobina fisiológica

Localização Genética da Hemoglobina

Anemia Hereditária

Origem das Talassemias

Talassemias

Talassemia Beta

Talassemia Alfa

Variantes de Hemoglobínicas

Hemoglobina S

Hemoglobina C

Padrão de Herança das HbS e HbC

Hemoglobina D

Hemoglobina E
CARACTERIZAÇÃO DAS CADEIAS DE GLOBINA

 Cadeias  e : tamanhos semelhantes:

cadeia   141aa
cadeia   146 aa

DISTRIBUIÇÃO DOS GENES DAS GLOBINAS

 Genes da cadeia : cromossomo 16  ; 2; 1


 Genes da cadeia : cromossomo 11  ; G; A; ;  e 
Hemoglobina fisiológica

 A combinação de duas cadeias alfa (  ) com duas beta (  ) formam as

hemoglobinas. Portanto, a hemoglobina tem estrutura tretamérica. 22.

 No eritrócito encontramos de 250 a 350 milhões de moléculas de

hemoglobina.
Localização Genética da Hemoglobina
Cadeia beta 146 aa Cadeia alfa 141 aa
O que são as hemoglobinopatias ?

Distúrbios das hemoglobinas

Mutações nos genes das globinas

Doença monogênica

mais comum
Anemia Hereditária
Anemia Hereditária

 É um grupo heterogêneo de distúrbios hereditários que ocorre por


alterações gênicas dos cromossomos e que apresentam como
consequência alterações de membrana, deficiência de produção
enzimática e de preenchimento hemoglobínico no eritrócito, tanto
qualitativa quanto quantitativamente.

 A história familiar e descendência tomam carácter decisivo na


ilucidação das anemias hereditárias, em especial as
hemoglobinopatias e talassemias.
Anemias Hereditárias

Defeitos de Defeitos Defeitos na


Membrana Metabólicos Hemoglobina
Esferocitose Piruvato Quinase Pirimidina Síntese deficiente:
Ovalocitose 5-Nucleotidase Talassemia ;
Estomatocitose G–6-FD
Talassemia .
Glutitiona Redutase
Variantes anormais:
HbS,
HbC.
Origem das Talassemias
 Talassemia alfa  Ásia e África
 Talassemia beta  Mediterrâneo

Talassemias
 Presença de HbH = Tal. Alfa

 Aumento de Hb A2 = Tal. Beta Menor

 Diminuição ou Ausência de HbA = Tal. Beta Maior

 Elevação > 20% de Hb Fetal = Tal. Beta Maior

 Reticulocitose = Anemias Hemolíticas

 Aumento de Bilirrubina Indireta = Anemias Hemolíticas


Talassemia Beta
 As talassemias beta, ocorrem por falha do gene que sintetiza a globina
beta, situados no cromossoma 11.

 A diminuição da globina beta prejudica sua associação com a globina


alfa.

     
NORMAL TAL. BETA TAL.+ TAL. 0
MENOR MAIOR MAIOR

Talassemia Alfa
 É a consequências da lesão ou alteração genética no cromossomo 16.

 Ocorre por um desequilíbrio /, em que a cadeia  se tetrameriza


formando HbH (4).
Variantes de Hemoglobínicas
 Existem cerca de 400 tipos diferentes sem consequências
patológicas. Ex.: HbN, HbJ, HbG ...

 Existem anormalidades hereditárias em que a produção de


hemoglobina normal é suprimida e substituída, parcial ou totalmente,
pela formação de uma ou mais das muitas variantes hemoglobínicas.

 De entre as variantes de Hemoglobina, apenas a HbS e HbC são


patológicas.

 HbS (SS, SC, SD, S/tal)  Falça configuração do Eritrócito.

 HbC (SC, CC, S/TAL)  Cristalização da Hb.


Hemoglobina S
 É causada por uma mutação no gene beta da globina.

 Há substituição de um base nitrogenada do códon GAC para GTC,

resultando na substituição do ácido glutâmico (Glu) pela valina (Val) na

posição 6 da globina beta.

Hemoglobina C
 É causada por uma mutação no gene beta da globina.
 Há substituição do ácido glutâmico (Glu) pela lisina (Lis) na posição 6
da globina beta.
Padrão de Herança das HbS e HbC
Tipo de
Hemoglobina Homozigótica Heterozigótica

HbS 89 a 99% 20 a 40%

HbC 100 % 20 a 40 %
Hemoglobina D
 D Los Angeles  o Ác. Glutâmico (Glu) é substituído

pela Glutamina (Gln) na posição 121 da globina beta.

 D Bushman  A Glicina (Gli) é substituída pela

Arginina (Arg) na posição 16 da globina beta.

Hemoglobina E
 É causada por uma mutação no gene beta da globina
em que ocorre a substituição da lisina (Lis) pelo Ácido
Glutâmico (Glu) na posição 26 da globina beta.
ANEMIA
ANEMIA
FALCIFORME
FALCIFORME

Docente: Lourenço Bento

Lubango
O que é a anemia falciforme?
Anemia falciforme e hemoglobina S (HbS)
 A HbS apresenta um resíduo de valina na posição 6 da cadeia b, no
lugar do ácido glutâmico presente na HbA.
 Essa troca resulta em alteração da solubilidade da HbS, que apresenta
tendência de polimerizar quando desoxigenada, formando fibras que se
depositam dentro da hemácia, deformando-a.
 Deformadas, essas hemácias são retiradas de circulação, causando o
quadro anêmico.
 A figura ao lado é uma micrografia de uma fibras de HbS, que se
organizam por polimerização de muitas moléculas.

Hemácia falcêmica Fibra de HbS


O que é a anemia falciforme? Como ela se transmite?

LEGENDA:

AA - Sem alteração.

AS- Traço falciforme.

SS- Anemia falciforme.


Por que ela é tão comum no nosso
meio?
O que acontece na anemia falciforme?
O que acontece na anemia falciforme?

Célula com O2 Afoiçamento


Hemoglobina S
Entupimento
dos vasos

Destruição das
células
O que acontece na anemia falciforme?
Vaso
oclusão
Infecção

Estresse Febre

Mudança Desidrataç
no clima ão

Exercício Falta de
físico oxigênio
O que sente uma pessoa com anemia falciforme?

Aumento
Olhos e pele
doInfecções
Úlcera Cansaço
baço
amarelos Derrame
Dor
cerebral
Priapismo*
Sinais e
Sintomas
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

 Destruição prematura dos eritrócitos em forma de foice;


 Anemia surge nos dois primeiros anos de vida,
 Atraso no crescimento e atraso da puberdade,
 Esplenomegalia,
 Infecções repetidas (hipofunção esplênica),
 Infartos nos tecidos (ulceração)
 Problemas osteoarticulares e renais
O que sente uma pessoa com anemia falciforme?
Uma mulher com anemia falciforme pode ter filho?

Acompanhamento com pré-natal!

 Testes no recém-nascido.

 Teste do pezinho.

 Eletroforese de hemoglobina.
Hemofilia
Hemofilia

Docente: Lourenço Bento

Lubango
SUMÁRIO:
 O que é hemofilia
 História...

 Aspectos genéticos
 Factores de coagulação

 Processo de coagulação
 Tipos de Hemofilia
 Herança
 Sangramentos e lesões comuns na Hemofilia
 Hemofilia tem Cura?
O QUE É HEMOFILIA?
 Doença genético-hereditária que se
caracteriza por desordem no
mecanismo de coagulação do
sangue e manifesta-se quase
exclusivamente no sexo masculino.

 Característica genética que se


manifesta por um defeito na
coagulação do sangue.

 Doença hereditária recessiva ligada


ao cromossomo X.
HISTÓRIA

A hemofilia é, muitas vezes


associada a história da Monarquia
na Europa.
 A rainha Victoria passou a doença
para os seus descendentes;
 Tratamento foi iniciado na década
de 1960.
ASPECTOS GENÉTICOS
 As doenças hemorrágicas provocadas por alteração no
mecanismo da coagulação podem ser classificadas em
congênitas e adquiridas.

 Entre as congênitas estão as hemofilias e a doença de von


Willebrand.
 As hemofilias são doenças resultantes da deficiência
quantitativa dos factores VIII ou IX da coagulação.

 Podem decorrer dos factores adquiridos ou hereditários.


 As formas adquiridas, raras, mais são resultantes do
desenvolvimento de auto anticorpos associados a doenças
autoimunes, câncer ou causas de origem idiopáticas.
ASPECTOS GENÉTICOS

 A hemofilia hereditária resulta de alterações nos genes que


codificam o factor VIII ou IX da coagulação.
 É uma doença genética recessiva ligada ao cromossomo X.
 Afeta quase que exclusivamente homens.
 Homens porque possuem um único alelo do factor VIII (XY)
enquanto as mulheres possuem dois alelos (XX).
 Homens: (XHY, hemizigose).
 Mulheres: (XHX, heterozigose).
 As mulheres (XHXH, homozigose).
ASPECTOS GENÉTICOS
 O gene esta localizado na extremidade do braço longo do
cromossomo X: porção Xq28 ( hemofilia A) e porção Xq27.1
( hemofilia B)
 30% dos pacientes diagnosticados com hemofilia não
possuem historia familiar da doença.
 Podem ser explicados pela ocorrência de mutações
espontâneas que podem acontecer em duas situações:
Mosaicismo Germinativo e Mosaicismo Somático.
ASPECTOS GENÉTICOS

 O mosaicismo: descreve a ocorrência de células que diferem em seu


componente genético de outras células do corpo. O individuo resultante
será uma mistura de células, algumas com uma percentagem de
mutação.

 O mosaicismo germinativo: O mosaicismo da linhagem germinativa


pode ser observado como algum padrão de herança, mais é comumente
visto em disfunções ligadas ao X e autossômicas dominantes.
ASPECTOS GENÉTICOS
Mosaicismo
 Mosaicismo Somático: Uma pessoa que é mosaica para uma mutação
somática pode ou não ser afetada pela disfunção causada por uma mutação
germinativa.

 Os indivíduos expressarão o fenótipo dependendo de quantas e quais células


seriam afetadas e exibem um fenótipo médio, apenas uma parte do corpo é
afetada.

 O câncer é um exemplo clássico de mosaicismo somático.


Hemostasia
Conceito:

Processo através do qual o sangue é mantido no estado


fluido na circulação, evitando sua perda na ocorrência de
lesão vascular.
Hemostasia Primária Anticoagulação
Proteínas da coagulação Fibrinólise

Hemorragia Trombose
Coagulação
XII FT + VII
HMWK Ca
Pré-calicreína
Superfície FT-VII

Ca/PL FT-VIIa
XI XIa Ca

X
IX IXa Ca/PL
VIIIa
Ca/PL
VIII
Superfície
X Xa
XIII V Va Ca/PL

Trombina Protrombina
XIIIa
PL PL
Ca PL
Fibrina
Fibrina Fibrinogênio plaqueta Va Va
estável PL
FVIIIa/FIXa
TIPOS DE HEMOFILIA
Hemofilia A: a mais comum e representa 80% dos casos, ocorre
pela deficiência ou alteração funcional do Factor VIII (FVIII);

Hemofilia B: ocorre pela deficiência ou alteração funcional do


Factor IX (FIX);

Hemofilia C: também conhecida como síndrome de Rosenthal, é


decorrente da falta do Factor XI, envolvido na via intrínseca da
cascata de coagulação; acomete em ambos os sexos; é uma
doença de herança autossômica dominante.
HERANÇA
 Por ser uma doença hereditária relacionada ao
cromossomo X , a hemofilia é transmitida por um homem
hemofílico ou por uma mulher portadora do gene com essa
informação, aos seus descendentes.
Hemofilia: herança

XY
XY XX
XX

Família
não afetada

XX
XX XY
XY XX
XX XY
XY
CRUZAMENTOS
CRUZAMENTOS
CRUZAMENTOS
CRUZAMENTOS
CRUZAMENTOS
SANGRAMENTOS E LESÕES
COMUNS NA HEMOFILIA
Hematomas na
pele Sinovite Hemartroses
SANGRAMENTOS E LESÕES COMUNS NA
HEMOFILIA
Sangramento
intramuscular Sangramentos na boca, olhos,
pescoço, garganta...

Hematuria
SANGRAMENTOS E LESÕES
COMUNS NA HEMOFILIA
Epistaxes Hemorragia intracraniana
SANGRAMENTOS E LESÕES
COMUNS NA HEMOFILIA
Sangramentos gastro- intestinais
Melena Hematemese
SANGRAMENTO ARTICULAR E
HEMORRAGIA MÚSCULAR
 A pessoa com hemofilia, sente formigamento e calor nas
articulações quando um sangramento começa;

 A articulação incha, fica dolorida e com seus movimentos


limitados.

 Se não houver tratamento, nessa fase, o sangramento só


para depois do sangue encher totalmente o espaço dentro
da articulação.
SANGRAMENTO ARTICULAR E HEMORRAGIA
MÚSCULAR
 As hemorragias mais comuns
acontecem nos tornozelos,
joelhos, e cotovelos.
 Também podem ocorrer em outras
articulações, como os dedos dos
pés, ombros, e quadris.
 Geralmente as articulações das
mãos não são afetadas a não ser
depois de um traumatismo.
SANGRAMENTO ARTICULAR E
HEMORRAGIA MÚSCULAR

 Os sangramentos repetidos, em uma


mesma articulação, fazem com que a
sinóvia (revestimento) fique inchada e
sangre muito mais facilmente.
 Um resto de sangue permanece na
articulação após cada sangramento;
 Artropatia hemofílica.
SANGRAMENTO ARTICULAR E
HEMORRAGIA MÚSCULAR

 Os sangramentos nos músculos


podem ocorrer por traumatismo
ou espontaneamente;

 O músculo se contrai por um


mecanismo de protecção, que é
chamado espasmo muscular;
SANGRAMENTO ARTICULAR E
HEMORRAGIA MÚSCULAR
 As hemorragias musculares podem ocorrer nas panturrilhas
(batata da perna), nas coxas e na parte superior dos braços.
 As hemorragias do músculo do quadril e do antebraço são
também comuns.
 Depois de repetidas hemorragias, os músculos podem
tornar-se enfraquecidos (flácidos), com cicatrizes e
encurtados (muitas vezes para sempre); eles passam a não
mais proteger as articulações.
SANGRAMENTO ARTICULAR E
HEMORRAGIA MÚSCULAR

 Se os nervos forem
atingidos pelo sangramento
muscular, aquele músculo
pode ficar fraco ou até
mesmo paralisado.
Complicações Agudas/Episódios
Hemorrágicos

Joelho
Cotovelo
Tornozelo
Quadril
Ombro
80% articulares
Punho
90% sistema
músculo-esquelético
20% musculares

10% outras regiões


Hemofilia Classificação
Quadro clínico x Actividade FVIII:C ou FIX:C
Incidência
Classificação Factor: C Características clínicas HA HB

Grave 1% sangramentos espontâneos


70 % 50 %
desde a Infância, hemartroses
espontâneas frequentes

hemorragia secundária a
Moderada 1-5%
pequenos Traumas, hemartrose
15 % 30 %
espontânea pouco frequentes

hemorragia secundária a
Leve 5-40% traumas e Cirurgias, hemartrose 15 % 20 %
espontânea incomum
HEMOFILIA TEM CURA?
 Por enquanto NÃO, mas, pesquisas apontam para possível
cura.

 Os geneticistas estão trabalhando de maneiras que seja


possível inserir o gene responsável pela produção dos F8 e
F9 dentro das células de um hemofílico para que seu próprio
organismo passa a produzir os mesmos factores.

 Fundamentado na administração dos factores de coagulação


VIII e IX, de preferência, logo após o sangramento ou antes
de uma cirurgia.

 O nível terapêutico do factor desejável para manter boa


hemostasia varia conforme a localização e intensidade do
sangramento.
LEUCEMIA
ERROS INATOS DO

METABOLISMO

Docente: Lourenço Bento

Lubango
Garrod:alcaptonúria, pentosúria , cistinúria , albinismo.

Guthrie, 1963 :Triagem neonatal

Bickel, 1953: Dieta pobre em fenilalanina

Jervis, 1947: bloqueio enzima fenilalanina hidroxilase

Folling, 1934: Deficiência mental x Ácido fenilpirúvico na


urina
EIM - Conceito

 Doenças causadas por defeitos genéticos que afetam o


funcionamento normal de proteínas envolvidas em reacções
químicas que ocorrem como parte de um processo contínuo
de degradação e renovação de moléculas necessárias ao
funcionamento do organismo.
 Doenças decorrentes de mutações em genes que codificam
moléculas metabolicamente activas , determinado
alterações anatômicas e funcionais
 Em sua maioria, os EIM são doenças recessivas:
Erros inatos podem ocorrer em qualquer área do
metabolismo
 EIM dos aminoácidos
 EIM dos ácidos orgânicos
 EIM do ciclo da uréia
 EIM dos carboidratos
 EIM da ß-oxidação de ácidos graxos
 EIM dos lisossomos
 EIM dos peroxissomas
 EIM das mitocôndrias
 Entre outros EIM
EIM: Manifestações Clínica
 Os EIM se manifestam com apresentação clínica variada, conforme o
defeito específico, podendo ter manifestações típicas ou atípicas;
 É comum os EIM terem um espectro amplo de gravidade e, conforme a
situação, o quadro clínico pode iniciar-se na fase neonatal, infantil,
juvenil ou adulta;
 A evolução é geralmente aguda (moléculas pequenas) ou geralmente
subaguda/crônica (moléculas complexas).
Alguns dados que podem sugerir um EIM
 História de morte precoce em crianças na família, sem que uma causa
tivesse sido definida;
 Consanguinidade entre os pais;
 Encefalopatia inexplicável que pode ocorrer em qualquer idade e de
forma recorrente (algumas vezes pode ser intermitente) ;
 Episódios de hipoglicemia, acidose metabólica e desequilíbrio hidro-
eletrolítico;
 Regressão neurológica e retardo mental;
 Hepatomegalia e/ou esplenomegalia
 Déficit de crescimento e/ou alterações ósteo-articulares.
Erros Inatos são herdados!
Doenças autossômicas recessivas:
– Maioria das doenças metabólicas herdadas

– Mendelianas, defeitos em gene único

– Doença se expressa em homozigotos, com 2 mutações, nem


sempre iguais, no mesmo gene
– Raros:

• Mutação de novo

• Isodissomia uni-parental (cromossomo duplicado)

– Consanguinidade:

• Mesma mutação recessiva (rara)


Erros Inatos são herdados!
• Doenças recessivas ligadas ao X:
– Sexo masculino, mutação de um gene no cromossomo X →
DOENÇA
– Mutações novas representam até ⅓ dos casos, quando as
mães não são portadoras
– Exemplo:
• Doença de Hunter
• Mucopolissacaridose do tipo II
• Doença de herança recessiva ligada ao X
• Herança materna ou mutação nova
Erros Inatos são herdados!
Doenças autossômicas dominantes:

– Contribuem pouco como causas de doenças metabólicas herdadas,

embora sejam causas comuns de doenças genéticas

• Enzimas e proteínas de transporte geralmente não são ligados a

processos ou interações que envolvam dominância;

• 1 dos pais é afetado ou mutação nova

• Afecta ambos generos (Sexos)

– Exemplos:

• Síndrome de Marfan, Amiloidose Hereditária, Esferocitose

Hereditária, Porfiria Aguda Intermitente.


Erros Inatos são herdados!
• Herança mitocondrial:
– mtDNA: molécula de DNA pequena, circular e de dupla-
cadeia
– Genes codificando p/ produção de RNA ribossomico e tRNA
necessários à síntese de proteínas mitocondrial e algumas
proteínas envolvidas no transporte de eletrons na
mitocôndria (maioria das proteínas → DNA nuclear)
– Origem do mtDNA: óvulo materno
• mtDNA e mitocôndrias do espermatozóide perdem-se
• HERANÇA MITOCONDRIAL É MATERNA!!!
Fontes de Confusão Diagnóstica
1. Confusão com condições adquiridas comuns:
Infecções
Hepatites, entero vírus, mononucleose, toxoplasmose,
arbovírus, herpes-vírus
Intoxicações
Depressores SNC, anti-histamínicos, anti-convulsivantes,
etanol, salicilismo, amiodarona, cardiomiopatia...
Deficiências nutricionais
Deficiência de vitaminas B1 e B12
Problemas hematológicos
Hemoglobinopatias, linfomas, histiocitose com má-
evolução.
Fontes de Confusão Diagnóstica
2. Confusão causada por associação com doenças
intercorrentes:
Resistência ao tratamento:

Problema comum em crianças com mucopolissacaridoses


Neutropenia:
Algumas Acidemias Orgânicas
Sepse neonatal por E.Coli:
Galactosemia
Fontes de Confusão Diagnóstica
3. Confusão proveniente de heterogeneidade
genética:
Entre as doenças metabólicas herdadas, duas ou mais
doenças clinicamente semelhantes podem ser causadas
por mutações em genes completamente diferentes

Exemplo: Doença de sanfilippo:


Grupo de doenças clinicamente indistinguíveis, causadas
por defeitos em diferentes enzimas envolvidas na
degradação do Heparan sulfato, um glicosaminoglican
EIM: Classificação por Grupos
GRUPO 1:
 Defeito de síntese ou catabolismo de moléculas complexas
(doenças de depósito)
 Sinais e sintomas permanentes e progressivos

Doenças Lisossomicais:
 Mucopolissacaridoses
 Esfingolipidoses
 Glicoproteinoses
 Distúrbios do transporte da membrana

Doenças Peroxissomicais:
 Zellweger, Adrenoleucodistrofia, entre outras...
EIM: Classificação por Grupos
GRUPO 1:
Manifestações clínicas das doenças do Grupo 1 em todas
as faixas etárias
Hidropsia fetal, ascite Achados dismórficos

Hepato-esplenomegalia Discrasias sanguíneas

Alterações esqueléticas Alterações oculares

Hipotonia e convulsões Alterações de pele

Fácies grotesco Limitação articular

Neurodegeneração aguda Involução DNPM

Mieloneuropatias subagudas Deficiência auditiva


EIM: Classificação por Grupos
GRUPO 2:
 Defeito no metabolismo intermediário
 Intoxicação aguda e crônica

Aminoacidopatias
Fenilcetonúria
Tirosinemias, e outras...
Acidemias Orgânicas
Doenças do Ciclo da Uréia
Intolerância aos Açúcares

Galactosemia
Intolerância à Frutose
EIM: Classificação por Grupos
GRUPO 2:
Manifestações clínicas de intoxicação aguda das doenças do
Grupo 2
Acidose metabólica Desidratação

Alcalose respiratória Vômitos

Hiperamonemia Letargia e coma

Hipoglicemia Cetose

Hiperglicemia Icterícia

Insuficiência hepática Hepatomegalia

Complicações tromboembólicas Odor anormal


EIM: Classificação por Grupos
GRUPO 3:

Defeito na produção e utilização de energia


Metabolismo intermediário de fígado, músculo e cérebro
 Doenças de Depósito de Glicogênio
 Hiperlacticemias Congênitas
 Doenças Mitocondriais
 Defeitos de β-Oxidação de Ácidos Graxos
 Déficit transporte de carnitina.
EIM: Classificação por Grupos
GRUPO 3:
Manifestações clínicas das doenças do Grupo 3 em todas as
faixas etárias

Hipoglicemia Diabetes Alterações oculares

Hepatomegalia Hepatopatia MF cerebral

Hiperlacticemia Hipotonia Abortos repetidos

Cardiomiopatia Miopatia Alterações renais

Acidente vascular cerebral Surdez Convulsões


Insuficiência cardíaca Morte súbita

Déficit de crescimento Odor anormal


EIM: Classificação Clínica

 Síndrome Neurológico

 Acidose Metabólica

 Síndrome Hepático

 Síndrome Cardíaco

 Síndrome de Depósito e Dismorfismo

 Doença Metabólica do Recém-Nascido


BIBLIOGRAFIA BÁSICA

 BORGES-OSÓRIO, M.R.; ROBINSON, W.M. Genética humana. 2a ed.


Porto Alegre: Artmed, 2002. 459p.
 GRIFFITHS, A.J.E. et al. Introdução à Genética. 7 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
 GRIFFITHS, A.J.E. et al. Genética Moderna. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001.
 LANGAMAN, J.. Embriologia Médica. Ed Atheneu, São Paulo, 4ª ed.,
1987.LEWIN, B.. Genes VII. Porto Alegre: Artmed, 2001.
 Moore, K.L.. Embriologia Clínica. Ed. Inyeramericana. Rio de Janeiro,
1990.
 MUSTACCHI, Z. & Rosone, G.. Síndrome de Down, aspectos clínicos
e odontológicos. Ed. Cered, São Paulo, 1ª ed., 1992.
 OTO, PRISCILA G; Oto, Paulo Alberto & Frota Pessoa. Genética
Humana e Clínica. Ed. Rica, São Paulo, 1ª ed., 1998.
 ROBERTIS, E.D.P. Saez, F.A. & tis, E.M.F.. Biologia Celular. Ed.
Atheneu, Rio de Janeiro, 1976.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

 SMITH, D.W.. Atlas de Malformaciones em el ninõ. Ed. Pediatrica,


Barcelona, 2 ed., 1978.
 SNUSTAD, D.P.: SIMMONS, M. Fundamentos de Genética. 2ª ed..
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
 THOMPSON, Margareth W. et al. Genética médica. 5 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.
 WIDEMANN, HANS. Rudolf, Jurguen & Dibbern, Herta. Atlas de
Síndromes Clínicas Dismórficas. Ed. Manole Ltda, 3ª ed. 1992.
OBRIGADO!!

Você também pode gostar