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CURSOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL SECUNDÁRIO

Técnico de Apoio Psicossocial


Componente de Formação Técnica
Disciplina:
Animação Sociocultural

MÓDULO 7 – TÉCNICAS DE SOCORRISMO


INEM
http://www.inem.pt/

António Amaral
2010/2011
O SIEM
Portugal tem, desde 1981, um Sistema Integrado de Emergência Médica
(SIEM).
O SIEM é de um conjunto de entidades que cooperam com um objectivo:
prestar assistência às vítimas de acidente ou doença súbita. Essas entidades
são a PSP, a GNR, o INEM, os Bombeiros, a Cruz Vermelha Portuguesa e os
Hospitais e Centros de Saúde.
O SIEM

O INEM é o organismo do Ministério da Saúde responsável por coordenar o


funcionamento, no território de Portugal Continental, do SIEM. O Sistema começa
quando alguém liga 112, o Número Europeu de Emergência. O atendimento das
chamadas cabe à PSP e à GNR, nas centrais de emergência. Sempre que o motivo da
chamada tenha a ver com a área da saúde, a mesma é encaminhada para os Centros
de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM.

Sempre que o CODU acciona um meio de emergência procura que o mesmo seja o
que está mais perto do local, independentemente da entidade a que pertence (INEM,
Bombeiros ou CVP).
Cadeia de Sobrevivência
À luz do conhecimento médico actual, considera-se que há três atitudes que
modificam o resultado n socorro à vítima de paragem cardio-respiratória (PCR):

1. Pedir ajuda, accionando de imediato o Sistema Integrado de Emergência


Médica;

2. Iniciar de imediato manobras de Suporte Básico de Vida (SBV);

3. Aceder à desfibrilhação tão precocemente quanto possível mas apenas


quando indicado.

Estes procedimentos sucedem-se de uma forma encadeada e constituem uma


cadeia de atitudes em que cada elo articula o procedimento anterior com o
seguinte. Surge assim o conceito de Cadeia de Sobrevivência composta por
quatro elos ou acções em que o funcionamento adequado de cada elo e a
articulação eficaz entre os vários elos é vital para que o resultado final seja uma
vida salva.
Os quatro elos da cadeia de sobrevivência são:

1. Acesso precoce ao Sistema Integrado de Emergência Médica – 112

2. Início precoce de SBV

3. Desfibrilhação precoce

4. Suporte Avançado de Vida (SAV) precoce


1. ACESSO PRECOCE

O rápido acesso ao Sistema Integrado de Emergência Médica


assegura o início da Cadeia de Sobrevivência. Cada minuto sem se
chamar o socorro reduz a possibilidade de sobrevivência da
vítima. Para o funcionamento adequado deste elo é
fundamental que quem presencia uma determinada ocorrência
seja capaz de reconhecer a gravidade da situação e saiba activar
o sistema, ligando adequadamente 112 (para poder informar o
quê, onde, como e quem).

A incapacidade de adoptar estes procedimentos significa falta de


formação. A consciência de que estes procedimentos podem
salvar vidas humanas deve ser incorporada o mais cedo possível
na vida de cada cidadão.
2. SBV PRECOCE

Para que uma vítima em perigo de vida tenha maior hipótese de


sobrevivência é fundamental que sejam iniciadas, de imediato e
no local onde ocorreu a situação, manobras de SBV. Isto só se
consegue se quem presencia a situação tiver a capacidade de
iniciar o SBV.

O SBV permite ganhar tempo, mantendo alguma circulação e


alguma ventilação até à chegada de socorro mais diferenciado
para instituir os procedimentos de SAV.
3. DESFIBRILHAÇÃO PRECOCE

A maioria das PCR no adulto, ocorrem devido a uma perturbação do ritmo


cardíaco a que se chama Fibrilhação Ventricular (FV). Esta perturbação do
ritmo cardíaco caracteriza-se por uma actividade eléctrica caótica de todo
o coração, em que não há contracção do músculo cardíaco e, como tal,
não é bombeado sangue para o organismo. O único tratamento eficaz
para esta arritmia é a desfibrilhação que consiste na aplicação de um
choque eléctrico, externamente a nível do tórax da vítima, para que a
passagem da corrente eléctrica pelo coração pare a actividade caótica que
este apresenta. A desfibrilhação eficaz é determinante na sobrevivência
de uma PCR.

Também este elo da cadeia deve ser o mais precoce possível. A


probabilidade de conseguir tratar a FV com sucesso depende do tempo. A
desfibrilhação logo no 1º minuto em que se instala a FV pode ter uma
taxa de sucesso próxima dos 100%, mas ao fim de 8-10 minutos a
probabilidade de sucesso é quase nula.
SAV PRECOCE

Este elo da cadeia é uma “mais-valia”. Nem sempre a


desfibrilhação é eficaz, por si só, para recuperar a vítima. Outras
vezes a desfibrilhação pode não ser sequer indicada. O SAV
permite conseguir uma ventilação mais eficaz (através da
entubação endotraqueal) e uma circulação também mais eficaz
(através da administração de fármacos). Idealmente, o SAV
deverá ser iniciado ainda na fase pré-hospitalar e continuado no
hospital, permitindo a estabilização das vítimas recuperadas de
PCR.

Integram também este elo os cuidados pós-reanimação, que têm


o objectivo de preservar a função, particularmente do cérebro e
coração.
A Cadeia de Sobrevivência representa,
simbolicamente, o conjunto de procedimentos que
permitem salvar vítimas de paragem cardio-
respiratória.
Para que o resultado final possa ser, efectivamente,
uma vida salva, cada um dos elos da cadeia é vital e
todos devem ter a mesma força.

Todos os elos da cadeia são igualmente


importantes: de nada serve ter o melhor SAV se
quem presencia não sabe ligar 112.
Ligue 112
Em caso de acidente ou doença súbita ligue 112.

A chamada é gratuita e está acessível de qualquer ponto do país a


qualquer hora do dia.

O 112 é o Número Europeu de Emergência, sendo comum, para


além da saúde, a outras situações tais como incêndios, assaltos,
etc. As chamadas efectuadas para o 112 são atendidas, em
primeira linha, por uma Central de Emergência da PSP, ou em
alguns locais pela GNR, que apenas canalizam para os Centros de
Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM as chamadas
que à saúde digam respeito.
A sua colaboração é fundamental:

Faculte toda a informação que lhe for solicitada, para permitir um


rápido e eficaz socorro às vítimas.

Informe, de forma simples e clara:

• O tipo de situação (doença, acidente, parto, etc.);


• O número de telefone do qual está a ligar;
• A localização exacta e, sempre que possível, com indicação de
pontos de referência;
• O número, o sexo e a idade aparente das pessoas a necessitar de
socorro;
• As queixas principais e as alterações que observa;
• A existência de qualquer situação que exija outros meios para o
local, por exemplo, libertação de gases, perigo de incêndio, etc.
Depois de feita a triagem a situação…

Os operadores dos CODU indicam-lhe a melhor forma de proceder, enviando - se


necessário - os meios de socorro adequados.

Lembre-se que as ambulâncias do INEM deverão ser apenas utilizadas em


situação de risco de vida iminente.

No caso de não ser necessário enviar uma ambulância do INEM são dadas todas
as informações sobre a melhor forma do doente ser transportado para as
unidades de saúde adequadas.

Desligue o telefone apenas quando o operador indicar.

Da próxima vez que ligar 112 lembre-se:

As chamadas desnecessárias sobrecarregam o sistema, pondo em


perigo de vida aqueles que realmente precisam de ajuda
imediata. Os falsos alarmes afectam a capacidade de resposta às
verdadeiras emergências.
Programa DAE
INEM

PERGUNTAS E RESPOSTAS
O que é o INEM?

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) é o organismo


do Ministério da Saúde responsável por coordenar o
funcionamento, no território de Portugal Continental, de um
Sistema Integrado de Emergência Médica, de forma a garantir aos
sinistrados ou vítimas de doença súbita a pronta e correcta
prestação de cuidados de saúde.

A prestação de socorros no local da ocorrência, o transporte


assistido das vítimas para o hospital adequado e a articulação
entre os vários intervenientes do Sistema, são as principais tarefas
do INEM.

O INEM, através do Número Europeu de Emergência “112”, dispõe


de vários meios para responder com eficácia, a qualquer hora, a
situações de emergência médica.
O que é o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)?

O Sistema Integrado de Emergência Médica SIEM trata-se de um conjunto de


entidades que cooperam com um objectivo: prestar assistência às vítimas de
acidente ou doença súbita. Essas entidades são a PSP, a GNR, os Bombeiros, a
Cruz Vermelha Portuguesa, o INEM e os Hospitais e Centros de Saúde.

O funcionamento deste sistema começa quando alguém liga 112, o Número


Europeu de Emergência.

O atendimento das chamadas cabe à PSP e à GNR, nas centrais de emergência.


Sempre que o motivo da chamada tenha a ver com a área da saúde, a mesma é
encaminhada para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do
INEM.

Sempre que o CODU acciona um meio de emergência procura que o mesmo


seja o que está mais perto do local, independentemente da entidade a que
pertence (INEM, Bombeiros ou CVP).
O que é o CODU?

Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) são Centrais de Emergência


Médica responsáveis pela medicalização do Número Europeu de Emergência "112".

Na prática são transferidos para os CODU os pedidos de socorro efectuados por aquela
via, referentes a situações de urgência ou emergência na área da saúde. O seu
funcionamento é assegurado ao longo das 24 horas do dia por uma equipa de
profissionais qualificados - Médicos, Enfermeiros e Operadores de Central de
Telecomunicações de Emergência - com formação específica para efectuar o
atendimento, triagem, aconselhamento, selecção e envio de meios de socorro.

Os CODU coordenam e gerem um conjunto de meios de socorro - Ambulâncias, Viaturas


Médicas, Motos e Helicópteros de Emergência - seleccionados com base na situação
clínica das vítimas, com o objectivo de prestar o socorro mais adequado no mais curto
espaço de tempo.

O INEM tem quatro CODU em funcionamento: Lisboa, Porto, Coimbra e Algarve.


Que tipo de meios de socorro tem o INEM?

Para acorrer com rapidez e eficácia às múltiplas situações na área


da emergência médica, o INEM dispõe de meios não
medicalizados e medicalizados.

Os primeiros são as Ambulâncias, que podem ser Ambulâncias de


Suporte Básico de Vida (SBV) ou Ambulâncias de Suporte
Imediato de Vida (SIV) e as Motas de Emergência Médica; os
meios medicalizados, ou seja, aqueles que têm um Médico na sua
tripulação, são as Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação
(VMER) e os Helicópteros de Emergência Médica.
O que é uma Mota de Emergência Médica?

As Motas de Emergência Médica do INEM permitem a chegada


mais rápida do primeiro socorro junto de quem dele necessita.
A principal vantagem da mota em relação aos meios de socorro
tradicionais é a sua agilidade no trânsito citadino.

A carga da mota inclui Desfibrilhador Automático Externo (DAE),


oxigénio, adjuvantes da via aérea e ventilação, equipamento
para avaliação de sinais vitais e glicemia capilar, entre outros.
Tudo isto permite ao tripulante a adopção das medidas iniciais,
necessárias à estabilização da vítima, até que estejam reunidas
as condições para o seu eventual transporte.
O que é uma Ambulância de Suporte Básico de Vida (SBV)?

As Ambulâncias de Suporte Básico de Vida destinam-se à


estabilização e transporte de doentes que necessitem de
assistência durante o transporte. A tripulação e equipamento
permitem a aplicação de medidas de Suporte Básico de Vida.

Estas ambulâncias devem ter uma tripulação composta por dois


tripulantes, sendo que pelo menos um destes elementos deverá
ter, obrigatoriamente, o curso de Tripulante de Ambulância de
Socorro (TAS).
O que é uma Ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV)?

As Ambulâncias de Suporte Imediato de Vida destinam-se a garantir


cuidados de saúde diferenciados, designadamente manobras de
reanimação, até estar disponível uma equipa com capacidade de
prestação de Suporte Avançado de Vida.

Este conceito é extensível às situações que poderão evoluir para Paragem


Cárdio-Respiratória, caso não sejam imediatamente tomadas as medidas
necessárias.

A tripulação da Ambulância de Suporte Imediato de Vida é constituída


por um Enfermeiro e um Técnico de Ambulância de Emergência. Ao nível
dos recursos técnicos tem a carga de uma Ambulância de Suporte Básico
de Vida, acrescida de um monitor-desfibrilhador e diversos fármacos. O
equipamento das SIV permite a transmissão de electrocardiograma e
sinais vitais.
O que é uma VMER?

A Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) é um


veículo de intervenção pré-hospitalar, destinado ao transporte
rápido de uma equipa médica directamente ao local onde se
encontra o doente.

Esta equipa é constituída por um Médico e Enfermeiro, dispõe de


equipamento para o Suporte Avançado de Vida em situações do
foro médico ou traumatológico. Actuando na dependência directa
dos CODU, as VMER têm base hospitalar, funcionando como uma
extensão do Serviço de Urgência à comunidade.

Têm como principal objectivo a estabilização pré-hospitalar e o


acompanhamento médico durante o transporte de vítimas de
acidente ou doença súbita.
O que é um Helicóptero de Emergência Médica?

Os Helicópteros de Emergência Médica são utilizados no


transporte de doentes graves entre unidades de saúde
(transporte secundário) ou entre o local da ocorrência e a
unidade de saúde (transporte primário).

Estão equipados com material de Suporte Avançado de Vida,


sendo a tripulação composta por um Médico, um Enfermeiro e
dois Pilotos.
Quais os critérios utilizados pelo INEM para activação dos meios?

A decisão dos meios a enviar é tomada pelos Médicos dos CODU,


após a triagem da chamada. Basicamente, são enviados meios
quando exista uma situação de risco de vida ou esteja em causa
uma função vital da vítima.

A decisão do tipo de meios a enviar - medicalizados ou não-


medicalizados - tem em conta um conjunto de factores, entre os
quais: situação clínica da vítima, meios disponíveis em cada
momento e distância às unidades de saúde.
O que devo fazer numa situação de emergência? Que número
devo ligar?

Em caso de acidente ou doença súbita deve ligar 112.

A chamada será atendida pela Central de Emergência 112 (da


PSP ou da GNR) e transferida para o INEM em caso de
emergência médica. Esta chamada é gratuita.

É importante lembrar que o 112 é o Número Europeu de


Emergência, sendo comum, para além da saúde, a outras
situações tais como incêndios, assaltos, etc.
Que informação devo dar à pessoa que atende a chamada de
emergência?

Deve informar, de forma simples e clara: 

• O tipo de situação (doença, acidente, parto, etc.);


• O número de telefone do qual está a ligar;
• A localização exacta e, sempre que possível, pontos de
referência;
• A gravidade aparente da situação;
• O número, o sexo e a idade aparente das pessoas a necessitar de
socorro;
• As queixas principais e as alterações que observa;
• A existência de qualquer situação que exija outros meios para o
local, por exemplo, libertação de gases, perigo de incêndio, etc.

As chamadas são atendidas por pessoal qualificado que trabalha para o


ajudar. Siga sempre as instruções indicadas pelos serviços de emergência
médica. Desligue o telefone apenas quando o operador indicar.
Se não for uma emergência, o técnico que atende o telefone dá-
me indicações sobre o que devo fazer?

Sim.

O Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) indica


sempre o que deve ser feito, de acordo com o tipo de situação.

No caso de não ser necessário o envio de uma Ambulância de


Emergência ao local da ocorrência, são dadas todas as
informações sobre a melhor forma de ser transportado para as
unidades de saúde adequadas.
Quando há intoxicação ou envenenamento, o que devo fazer?
Em caso de envenenamento ou intoxicação, ligue para o Centro
de Informação Antivenenos (CIAV) do INEM:

808 250 143

Este serviço médico funciona 24 horas por dia, todos os dias do


ano.

Para cada situação será informado sobre as medidas que deverá


tomar.

Procure dar informação que possa ajudar o CIAV a identificar a


situação:
• produto,
• quantidade usada,
• hora provável do uso.
Qualquer pessoa pode aprender a socorrer?

Até uma criança pode aprender gestos simples que salvam.

Há cursos de socorrismo organizados por várias instituições e


associações, como o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM),
o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), a Cruz Vermelha Portuguesa
(CVP), a Associação Portuguesa dos Transportadores de Doentes e
Sinistrados (APTDS) e a Escola Nacional de Bombeiros (ENB), que se
destinam a profissionais de saúde ou ao público em geral.

Os conhecimentos básicos de socorrismo adquiridos permitem actuar


até que o auxílio adequado chegue ao local. Esta aprendizagem inclui
os procedimentos indicados nas situações de emergência e,
principalmente, os conhecimentos sobre o que não deve ser feito,
pelos perigos que, por vezes, uma actuação não apropriada pode trazer
ao doente ou sinistrado.
Se eu estiver doente em casa o INEM leva-me ao Hospital?

O INEM não tem como missão o transporte de doentes.


O INEM apenas acciona os seus meios quando existe perigo de
vida.

Neste caso, terá que ser efectuada uma chamada para os


Bombeiros da área de residência e solicitada uma ambulância
de transporte para o hospital desejado.

Lembre-se que as ambulâncias do INEM deverão apenas ser


utilizadas em situações de risco de vida iminente.
Se for socorrido, porque é que o INEM não me transporta
para o Hospital que eu peço?

Porque o INEM avalia a situação clínica do doente e


transfere-o para os Hospitais que melhor se adequam à sua
patologia, isto é, para a unidade de saúde que está melhor
apetrechada para o socorrer.

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