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Verdades

Inconvenientes
“Ver a Terra como ela é realmente,
pequena, azul e bela nesse silêncio
eterno em que flutua, é vermo-nos
como viajantes sobre a Terra”
Archibald MacLeish (1968)
Fonte: NASA
Há ainda hoje muita gente que crê
– erradamente – que a Terra é tão
grande que nós, seres humanos,
não podemos ter qualquer impacte
relevante na forma como o sistema
ecológico do nosso planeta
funciona.
Afirmação que pode ter sido
verdadeira outrora, mas hoje já não
é assim: Tornámo-nos tão
numerosos e a nossa tecnologia
tão poderosa que, hoje, somos
capazes de exercer uma influência
significativa em muitas facetas do
ambiente da Terra.
Crescimento Populacional ao longo da História

Fonte: Nações
Efectivamente, durante o século XX, teve lugar um acontecimento decisivo que
estamos longe de assimilar: a humanidade que durante milénios viveu dentro
do que em termos ecológicos se descreve como um “Mundo Vazio” passou a
viver num “Mundo Cheio”. Habitamos hoje um planeta dominado pelo ser
humano que extrai recursos e deposita resíduos, contaminação esquecendo
que depende das funções básicas vitais que a biosfera proporciona.

A época, das sociedades humanas com economias relativamente pequenas e


de fraco impacte na biosfera pertence ao passado.
Somos, efectivamente, muitos a viver num espaço ambientalmente limitado e
torna-se imperioso organizar formas radicalmente distintas de o habitar.

Urge que nos voltemos a situar frente a frente como


inquilinos da biosfera.
A parte mais vulnerável do
sistema ecológico da Terra é
a atmosfera.
É Vulnerável porque é muito ténue!
“Se tivéssemos um globo coberto com uma camada de verniz,
a espessura desse verniz seria sensivelmente a mesma
que a espessura da atmosfera da Terra, comparada com a própria Terra.”
Carl Sagan
A atmosfera da Terra é tão fina que
temos a capacidade de alterar
drasticamente a concentração de
alguns dos seus componentes
moleculares básicos. Em especial,
aumentámos e muito a quantidade de
dióxido de carbono (o mais importante
dos gases com efeito estufa).
Fonte: Uma Verdade Inconveniente, Al Gore
A energia solar entra na atmosfera sob a
forma de ondas electromagnéticas e
aumenta a temperatura da Terra. Uma
parte dessa energia aquece a Terra e é
depois irradiada para o espaço sob a forma
de radiação infravermelha.
Em condições normais, uma porção da
radiação infravermelha emitida é,
naturalmente, retida pela atmosfera, o que
é bom, porque mantém a temperatura da
Terra dentro de parâmetros confortáveis.
Fonte:
Fonte: Uma Verdade Inconveniente, Al Gore
O problema que agora enfrentamos é que esta
fina camada da atmosfera está a tornar-se mais
espessa devido às enormes quantidades de
dióxido de carbono e outros gases emitidos pela
acção do ser humano. À medida que se torna
mais espessa retém uma grande quantidade de
radiação infravermelha, que, se assim não fosse,
se escaparia da atmosfera e continuaria a
avançar pelo Universo. O resultado é o aumento
perigoso da temperatura da atmosfera da Terra e
dos oceanos.
O aumento de emissões

O dióxido de Carbono é o gás de


efeito estufa mais importante. A
global concentração atmosférica
de CO2 aumentou de um valor
pré-industrial de 280 ppm para
360 ppm3 (aproximadamente)
em 2000

Fonte: IPPC (2001)


A concentração atmosférica
global de CO2 aumentou para
379 ppm3 em 2005.

O dióxido de carbono anual foi


maior durante os últimos 10
anos (de 1995 a 2005
aumentou 1,9 ppm por ano) e
verifica-se um aumento desde
1960 a 2005 de 1,4 ppm por
ano.

Legenda: Concentrações
atmosféricas de dióxido de
carbono, metano e dióxido nitroso
durante os últimos 10000 anos
(quadro grande) e desde 1750
(quadro pequeno)

Relatório do IPPC, 2007


A concentração atmosférica global de metano aumentou
de 715ppb numa época pré-industrial para 1732ppb em
1990 e é de 1774ppb, em 2005. A concentração
atmosférica de metano em 2005 excede a produção
natural dos últimos 650 000 anos (320ppb para
790ppb). Aumento devido a causas antropogénicas.

A concentração atmosférica global de óxido nitroso


aumentou de 270ppb numa época pré-industrial para
319ppb em 2005. A taxa de crescimento foi
praticamente constante desde 1980 e mais de 1/3 das
emissões de dióxido nitroso tem origem antropogénica.

A concentração de dióxido de carbono aumentou 20%


de 1995 a 2005.
Emissões de Dióxido de Carbono no Mundo

As emissões de dióxido
de carbono (medidas
em milhões de
toneladas de carbono
por ano, em 1998) estão
concentradas sobretudo
nas regiões
industrializadas

Fonte: State of the world and policy retrospective


Emissões per capita em diferentes países

EUA:
As emissões de dióxido de carbono
em 2000 eram 14% maiores que as de
1990.
O incremento das emissões entre
1990 e 2000 foi de 3,1%, o maior
aumento anual desde meados da
década de 1990.

Fonte: IPPC
Em 420 000 anos nunca houve tanto
dióxido de carbono e metano na
atmosfera.
Temperatura
global desde 1860:
Temperaturas
conjugadas da
Terra, do Ar e da
superfície do Mar
de 1860 a 2005

Fonte: IPPC
O ano mais quente registado durante todo este período foi o de 2005
O terceiro Boletim Informativo
(2001) refere:
• Sinais de aquecimento do nosso
planeta ao largo do século
passado:
– A década de 1990 foi a mais
quente (os nove anos dos
dez anos mais quentes dos
últimos 140 anos ocorreram
desde 1990,

– O ano de 1998 foi o mais


quente,

– Depois de 1998 foi o de


2001,

– A temperatura está a
aumentar a uma taxa três
Fonte:Protocolo de Kyoto
vezes superior ao início do http://archivo.greenpeace.org/Clima/Prokioto.ht
século XX. m
1850 1900 1950 2000

Legenda: Mudanças observadas da temperatura global

Os onze dos últimos 12 anos (1995-2006) estão entre os 12 mais


quentes desde 1850 (ano a partir do qual há registos
instrumentais da temperatura global).

Relatório do IPPC, 2007


Estimativas se assim continuarmos:
Entre 1990 e 2100 a temperatura global média aumentará pelo
menos 1,4ºC e talvez possa ir até 5,8ºC.

É de notar que o aumento de 1ºC nas temperaturas médias será


maior que qualquer alteração produzida em um século nos
últimos 10 000 anos.

É de referir que as alterações regionais serão muito mais


extremas e difíceis de prever.

Mesmo que as emissões de gases de efeito estufa se estabilizem em 2100,


as alterações climáticas persistirão durante centenas de anos
ou talvez
milhares de anos.
É evidente que estão a ter lugar
alterações drásticas no mundo que
nos rodeia
O aumento da temperatura média trará consigo graves efeitos

Redução das calotes


Subida do nível do
polares
mar

Redução dos Inundações


glaciares

Furacões
Secas

Ondas de calor
Saúde Pública

Perda da biodiversidade
Tudo isto, obriga-nos a pensar de forma diferente a nossa ética:

- O nosso sistema de valores evoluiu em circunstâncias nas


quais a atmosfera, como os oceanos, pareciam um recurso
ilimitado e as responsabilidades dos danos eram geralmente
claros e bem definidos.

O facto das acções humanas aparentemente


inofensivas e triviais poderem afectar pessoas em
países distantes está a começar a ter efeitos sobre a
soberania das nações e obriga à adaptação da nossa
ética.
Hoje, quase todos os glaciares de
montanha do mundo estão a
derreter-se e muitos deles
rapidamente
Fonte: Greenpeace
As tempestades tornam-se mais
fortes à medida que os oceanos
ficam mais quentes
Tufão Namtheun, ao largo da costa do Japão, Julho 2004
Furacão Catarina, Brasil, Março 2004
Um número crescente de estudos científicos está a confirmar que a água mais quente
na camada superior do oceano pode projectar mais energia de convecção
que alimenta furacões mais violentos.
À medida que a temperatura das águas sobe,
a velocidade do vento aumenta,
bem como a condensação da humidade da depressão.

Fonte: NOAA
Nas últimas 3 décadas o fenómeno El Nino
no hemisfério sul intensificou-se

Fonte: IPPC Fonte: Revista Forum Ambiente


Em muitas partes do mundo, o
aquecimento global também aumenta a
percentagem de precipitação anual,
inclusivamente na Primavera e
princípio do Verão.

A United Press International resumiu


os sentimentos de muitos Europeus,
a 26 de Agosto 2005, quando
noticiou: “A natureza enlouqueceu na
Europa”
Número de importantes situações de cheia
por Continente e por Década
350

300

250

200 Europa
150 América
Ásia
100

50

0
1960/1969 1980/1989
1950/1959 1970/1979 1990/2000

Fonte: Millenium Ecosystem Assessment


Os efeitos das alterações climáticas
não são uniformes: se a quantidade
de precipitação aumentou
globalmente (quase 20% no último
século), em algumas regiões,
efectivamente diminuiu
Tragédias inacreditáveis têm tido lugar na região de África que
inclui o Sul do Sudão. A leste do Lago Chade (outrora o sexto
maior do mundo que desapareceu, num período de apenas 40
anos), onde os crimes de genocídio se tornaram comuns na
região do Darfur

1963 1973

1987 2001
Degradação dos solos e
desertificação
A erosão do solo na
Europa é
essencialmente
causada pela água.
Este facto é ainda
mais visível na região
do Mediterrâneo e
nas regiões de solo
negro da República
da Moldávia, da
Federação Russa e
da Ucrânia
Fonte: World Resources 2000-2001
O aquecimento global que causa mais evaporação dos oceanos e enche a
atmosfera mais quente e com cada vez mais humidade,
suga também mais humidade do solo.
Daí, a desertificação ter vindo a aumentar década após década.
Há dois lugares na Terra que
são especialmente sensíveis aos
efeitos do aquecimento global

O Árctico
A Antárctida
Gronelândia

A calote de gelo tem, em média, menos de três metros de espessura


O Árctico é oceano rodeado de terra
Larsen B

Ocidental

Oriental

A calote de gelo tem, aproximadamente, 3.000 metros de espessura


A Antárctica é terra rodeada de gelo
É nestes dois reinos gelados que
se estão a assistir a mudanças
muito rápidas, a efeitos drásticos
das mudanças climáticas

Estes dois extremos da Terra assemelham-se só


superficialmente. Nos dois locais o gelo e a neve estão
em qualquer ponto para onde se olhe, mas por debaixo
da superfície existe uma diferença crucial entre eles. É
por baixo do gelo que está a razão da diferença.
1.000 anos de Temperatura do Hemisfério Norte (ºC)

Fonte: IPPC
Legenda: Manto de neve durante Março/Abril, no hemisfério norte

Relatório do IPPC, 2007


Em 1992 os cientistas começaram a medir a quantidade de degelo, na Gronelândia

1992 2005
2002
Fonte: ACIA 2005
Desde a década de 60 a camada de gelo e neve
diminuiu 10% e os glaciares continentais estão em
retirada.

• 1979
• 7,5 milhões de km2 de calote
gelada

• 2003
• 5,3 milhões de km2 de calote
gelada

• O Árctico pode derreter até ao


fim do século

Fonte: NASA
Os Mapas do Mundo vão ter de ser redesenhados

Fonte: NASA
Plataforma Ward Hunt, no Árctico,
partiu-se ao meio (há três anos) o que nunca tinha acontecido
As razões por que a
calote gelada do
Árctico tem vindo a 1.º
derreter tão depressa
são: primeiro, é muito
mais fina que a calote
da Antárctida; segundo,
logo que uma porção
de gelo se derrete, há
uma diferença drástica 2.º
na quantidade de calor
absorvida.
Tal como se vê na
ilustração, o gelo
reflecte a maior parte
da radiação solar
emitida, como se fosse
um espelho gigantesco, 3.º
enquanto a água do
mar absorve a maior
parte desse calor. Ao
aquecer, a água exerce
uma maior pressão de
fusão na extremidade
4.º
de gelo adjacente. É o
que está a acontecer,
neste momento, no
Árctico. Fonte: Uma Verdade Inconveniente, Al Gore
Plataforma de Gelo a Desaparecer
na
Península Antárctida

Plataforma de gelo Larsen B,


na Antárctica

Fonte: J. Kaiser, Science, Vol. 297, 2002


A plataforma de gelo Larsen B, nas fotografias que se seguem, tinha cerca de 240 Km
de comprimento e 5 Km de largura

Quando olhamos para as lagoas negras parece que estamos a ver através do gelo o
Oceano que está por baixo, mas isso é uma ilusão. Essas são, na realidade, lagoas de
água do degelo que se concentra no topo da plataforma.

Os cientistas pensavam que esta


plataforma de gelo iria manter-se
estável, pelo menos, mais um
século – mesmo com o
aquecimento global. Mas começou
a partir-se a 31 de Janeiro de 2002
e 35 dias depois fracturou-se
completamente. Os cientistas
ficaram simplesmente
estupefactos.
31 de Janeiro, 2002
Os Mapas do Mundo vão ter de ser redesenhados

17 de Fevereiro, 2002 23 de Fevereiro, 2002 5 de Março, 2002

Fonte das Imagens: Modis Images do Satélite Terra da NASA, in “ Verdade


Inconveniente”, Al Gore
Desmoronamento da frente do Glaciar
Yahtse, Parque Nacional, AK, 1995
A fusão do gelo constitui
uma má
notícia para animais
como os Ursos Polares.
Um novo estudo
científico mostra que,
pela primeira vez, um
número significativo tem
vindo a afogar-se. Essa
mortes eram raras no
passado, mas hoje,
esses ursos têm de
nadar distâncias muito
maiores entre as
plataformas de gelo.
A ave mais famosa da Antárctida

Calcula-se que a
população de pinguins-
imperador tenha diminuído
cerca de 70% nos últimos
50 anos – os cientistas
suspeitam que o
aquecimento global é a
principal causa dessa
diminuição.

Ver documentário
A Marcha dos Pinguins,de 2005 um
filme de Luc Jacquet e produção de
Bonne Pioche
Nível superior das temperaturas
dos oceanos previstas e observadas,
1940-2004

Fonte: Scripps Institution Of Oceanogrphy


1850 1900 1950 2000

Legenda: Mudanças observadas da temperatura do mar

Observações desde 1961 mostram que a temperatura global do oceano


aumentou até à profundidade de, pelo menos, 3000 m e que o oceano tem
absorvido mais de 80% do aumento global da temperatura. Tal
aquecimento faz com que a água do oceano se expanda.
Relatório do IPPC, 2007
Os Corais são das formas de vida mais sensíveis a mudanças
climáticas e à poluição. Um estudo do World Wildlife Fund (WWF)
diz que, se nada for feito, em 2050 não deverá sobrar mais de 5%
da Grande Barreira de Coral australiana

• A Grande Barreira de Coral australiana,


com 2 mil kilómetros de extensão, é o
maior ser vivo do mundo,
• As alterações climáticas são a maior
ameaça à sobrevivência da espécie:
20% dos corais estão tão danificados
que não deverão recuperar, enquanto
outros 50% estão em risco de colapso,
• O aquecimento e acidificação das
águas do mar provocam a
descoloração em massa dos corais –
em 1998, 16% da população mundial
morreu por esta razão.

Fonte: WWF
Fonte: Greenpeace
O Branqueamento dos corais – o processo
que transforma recifes de coral multicolores
em esqueletos brancos ou cinzentos –
ocorre quando minúsculos organismos que
vivem na membrana transparente que cobre
o esqueleto são submetidos a tensão pelo
calor, ou por outros factores, e os
abandonam. Quando saem, a pele fina e
clara – já sem as zooxantelas coloridas –
revela o esqueleto descolorido de carbonato
de cálcio, que está por baixo. O aspecto
esbranquiçado é geralmente o prelúdio da
morte de coral
Os recifes de coral, que são tão importantes para as espécies do oceano como
as florestas tropicais para as espécies terrestres, estão a ser mortos em
grande
número pelo aquecimento global

Em 2005, o ano mais quente registado até à


data, houve uma perda maciça de recifes de
coral, incluindo alguns que eram saudáveis e
estavam a desenvolver-se quando o Colombo
chegou às Caraíbas.

Muitos factores contribuem para a morte dos


recifes de coral – a poluição das costas
próximas, a pesca destrutiva com dinamite nas
regiões menos desenvolvidas, e águas dos
oceanos mais ácidas. Contudo, os cientistas
acreditam que a causa mortífera, mais recente,
mais rápida e sem precedentes, da
deteriorização dos recifes de coral, são as
temperaturas mais elevadas do oceano devido
ao aquecimento global.
Os corais, tal como muitas outras formas de vida oceânicas, estão
ameaçados pelo crescimento sem precedentes das emissões de dióxido de
carbono em todo o mundo, não só porque estes gases se formam na
atmosfera do nosso planeta e aumentam as temperaturas do oceano, mas
também porque um terço dessas emissões acabam por se afundar no
oceano e aumentar a acidez da água.

Estamos habituados a pensar nos efeitos perniciosos de todo o CO2


excedente que temos lançado na atmosfera, mas temos agora de nos
preocupar também com a transformação química dos oceanos.

O ácido carbónico resultante do excesso de CO2 altera o pH da água do


oceano e a proporção de iões de carbonato e bicarbonato. Isto, por sua vez,
afecta os níveis de saturação do carbonato de cálcio nos oceanos – e isso é
importante porque muitas pequenas criaturas marinhas (para além do recife
de coral) utilizam o carbonato de cálcio como material básico com que
constroem as estruturas duras ex: conchas, estrelas do mar).
A ligação entre aquecimento global e o branqueamento
dos corais em larga escala, considerada controversa
há apenas 10 ou 15 anos, é hoje universalmente aceite
Milhares de espécies dependem dos
corais para sobreviver
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Muitas espécies em todo o mundo estão hoje
ameaçadas pelas alterações climáticas e outras estão a
extinguir-se – em parte devido à crise climática e em
parte devido à intromissão do ser humano em locais
onde elas antes se desenvolviam.
Estamos, realmente, a enfrentar aquilo que os biólogos
estão a começar a descrever como uma crise de
extinção em massa, com uma percentagem de extinção
que é hoje 1.000 vezes superior à percentagem normal
do passado.
Muitos dos factores que contribuem para esta onda de
extinção estão também a contribuir para a crise
climática. As duas estão ligadas. Por exemplo, a
destruição da floresta tropical da Amazónia leva à
extinção de muitas espécies e, ao mesmo tempo,
acrescenta CO2 à atmosfera.
Vertebrados em risco ( por região)
Mamíferos Aves Répteis Anfíbios Peixes Total

África 294 217 47 17 148 723

Ásia e 526 523 106 67 247 1469


Pacífico
Europa 82 54 31 10 33 260

América 526 523 106 67 247 1469


Latina e
Caraíbas
América 51 50 27 24 117 269
do Norte
Oeste 24 30 8 9 71 142
Asiático
Pólos 0 6 7 0 1 14

Fonte: Nações Unidas


Espécies em extinção existem aqui mesmo no nosso próprio país.
Um exemplo disso é o Lince Ibérico que nos últimos anos tem
vindo a desaparecer da paisagem portuguesa
Vectores para Doenças Infecciosas Emergentes

A Migração Temida
Algumas das 30 chamadas novas doenças surgiram
nos últimos 25 a 30 anos e algumas doenças antigas
que estavam sob controlo estão a ressurgir
A questão das alterações climáticas, como vimos, é um indicador
seguro de que somos, neste momento, um só mundo. No
entanto, ao mesmo tempo, o líder da nação que emite maior
quantidade de gases afirma: «nada fazemos que prejudique a
nossa economia porque primeiramente temos que pensar na
gente que vive na América do Norte»
Estes comentários são a expressão clara da sua visão (não)
ética.

Mas,
Acontece que vivemos num mundo global, pessoas que vivem em esquinas
opostas do planeta estão conectadas, a revolução das comunicações criou
uma audiência global que nos deve provocar o desejo de justificar o nosso
comportamento para além da nossa acção e nação.

Temos o dever de nos justificar ao mundo inteiro


O nosso “Mundo Cheio” é um mundo vulnerável e deve ser
pensado como um mundo sem arredores porque desapareceram
as fronteiras nesta era da globalização. Global é o que não deixa
nada de fora, o que contém tudo, vincula e integra de forma que
não resta nada solto, isolado, independente, perdido ou protegido,
a salvo ou condenado, no seu exterior. O “resto do mundo” é uma
ficção. Devemos insistir na ideia que nos encontramos cara a
cara com os demais seres humanos e que a nós regressam as
consequências dos nossos actos.

As alterações climáticas situam-nos numa unidade cosmopolita


de destino, que suscitam uma comunidade involuntária, de forma
que nada fica de fora desta sorte comum.

Num mundo globalizado é impossível não ver o que se passa


olhando para o lado, porque não há outro lado.

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