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KANT E A MORAL DO DEVER (O

FORMALISMO MORAL, EM KANT)

08-12-21
Kant – (1724-1804)
• Kant nasceu em Konigsberg, em 1724, e aí
morreu, em 1804, sem nunca ter saído da sua
cidade natal, em cuja Universidade foi docente,
tendo sido nomeado professor titular em 1770.
• Nos primeiros anos da Universidade, interessou-
se pelo estudo das Ciências da Natureza e pela
mecânica newtoniana. Foi um pensador que
abrangeu os diversos campos do saber do seu
tempo, desde a física, à geografia, à filosofia e à
matemática, sendo marcante a sua teoria moral.
• Admirador dos ideais racionalistas e iluministas,
foi uma pessoa de bem que cultivou as virtudes
da prudência, da moderação, do rigor moral e do
cumprimento do dever.

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Kant – (1724-1804)

. Kant procurou conciliar o empirismo com


o racionalismo (o valor universal e
necessário do conhecimento com o valor
particular oriundo da experiência sensível).
Para conhecer é necessária a experiência;
mas a mente tem de intervir.
• Refere o papel das três faculdades, no
processo do conhecimento: Sensibilidade,
Entendimento, Razão.

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Kant – (1724-1804)

• O imperativo categórico foi importante para


salvar a Metafísica (inviabilizada ao nível
da razão pura/teórica).
• Só temos acesso directo às aparências das
coisas e não às coisas em si mesmas. Este
acesso só possível através das formas a
priori.
• Kant Sublinha o aspecto racional do homem
e a liberdade como livre arbítrio.

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A MORAL DE KANT

• O estudo da Moral, centrada no


conceito de dever, foi a principal
preocupação da vida de Kant.
• Os deveres morais são, para Kant,
leis que a razão estabelece de
modo idêntico para todos os seres
racionais.
• A moral kantiana não possui outro
fundamento para além da
consciência humana, baseando-se,
essencialmente, na razão.
• (A problemática da moral é tratada por Kant sobretudo
na Crítica da Razão Prática e na Fundamentação da
metafísica dos costumes)

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• A Moral é um sistema de regras
absolutas.
• O valor moral das acções provém
das intenções com que são
praticadas.
• As regras morais devem ser
respeitadas independentemente
das suas consequências.
• As regras morais são leis que a
razão estabelece para todos os
seres racionais.

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• Segundo Kant, só somos realmente livres se formos
nós próprios a definir as leis a que o nosso
comportamento deverá obedecer.
• Acentua, também, a importância da boa vontade e da
reflexão na construção da moralidade, privilegiando o
raciocínio e a orientação para o bem.
• Só o acto oriundo da boa vontade é considerado
absolutamente bom.

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Qual a intenção que deve mover a boa vontade?

• Para Kant, a resposta encontra-se no respeito pelo


dever. Contudo, o respeito pelo dever tanto pode
expressar um simples cumprimento da lei, como a
moralidade.
• Kant afirma que o homem que se limita a cumprir a
lei, agindo para evitar reprovação, ainda não
atingiu um patamar de moralidade autónoma, a
qual exige que se seja capaz de contrariar
inclinações naturais, orientando-se apenas pelo
respeito pelo dever.

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A Moral de Kant

1. A moral é, para Kant, um sistema de


regras absolutas;

2. O valor moral das acções resulta da


intenção com que são praticadas;

3. As regras morais são leis que a razão


estabelece para todos os seres
racionais;

4. As regras morais devem ser


respeitadas independentemente das
suas consequências.

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Acção e Intenção
1. A mesma acção pode ser praticada
com diferentes intenções: posso,
ajudar um amigo por compaixão, para
obter um benefício (por exemplo, para
ficar bem visto) ou por sentir que
tenho esse dever.

2. Para determinar o valor moral de


uma acção é preciso saber a intenção
com que foi praticada.

3. Por exemplo, segundo Kant, ajudar


um amigo só tem valor moral se isso
tiver sido feito em nome do dever.

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Princípio do dever

• O dever é uma regra estipulada


por uma razão desinteressada e
imparcial.
• “Age apenas por dever e não
segundo quaisquer interesses,
motivos ou fins”

08-12-21
Moral e Razão
1. As obrigações morais não são impostas
por Deus, nem resultam dos nossos
sentimentos.

2. Os deveres morais são leis que a razão


estabelece de modo idêntico para todos os
seres racionais.

3. Kant afirmava que só somos realmente


livres se formos nós próprios a definir as
leis a que o nosso comportamento deve
obedecer.

4. A moral baseia-se na razão e, nessa


medida, pode ser conhecida a priori, sem
qualquer contributo da experiência.

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Obrigações Morais

• Se a moral consistisse, apenas, em seguir


regras hipotéticas, só teríamos, por
exemplo, a obrigação de ajudar os outros
em certas condições, não em todas.

• Mas temos o dever de ajudar quem precisa


em todas as circunstâncias, quaisquer que
sejam os nossos desejos.

• Kant conclui que a obrigação de dizer a


verdade (como todas as outras obrigações
morais), não é hipotética.

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• As obrigações morais não dependem de
condições; por isso, apenas têm valor moral as
acções praticadas em nome do dever.

• Uma acção praticada por compaixão, por


exemplo, não tem valor moral porque a sua
máxima seria apenas hipotética: as máximas
morais são absolutas, ou categóricas.

• Ajudar uma pessoa, só por compaixão, significa


que se está a seguir a máxima “Ajuda o próximo
na condição de sentires compaixão”.

• Se esta condição deixasse de se verificar, a


obrigação desapareceria. Mas, o dever de ajudar
o próximo existe mesmo que já não sintamos
compaixão alguma.

08-12-21
• Um imperativo é hipotético quando existe apenas em
certas condições, isto é, a obrigação apenas se dá em
função de o agente ter um desejo ou finalidade; se o
agente abandonar o desejo, a obrigação desaparece.

• Um imperativo categórico diz-nos apenas que característica


deve ter a máxima em nome da qual praticamos uma
acção, para que essa seja moralmente admissível: ser
universalizável. Este imperativo formula o princípio de
todos os deveres.

08-12-21
•Uma vez que as leis que a razão se impõe não
podem, em nenhum caso, receber um conteúdo
da experiência, devendo exprimir a autonomia da
razão prática, as regras morais só podem
consistir na própria forma da lei: "Age sempre de
tal maneira que a máxima da tua acção possa
ser erigida em regra universal".

•Esta formulação do imperativo categórico


salienta a autonomia da vontade – é, ela
mesma, legisladora universal. A acção livre
da vontade é dotada de valor universal.

•A razão fala sob a forma imperiosa do dever


porque é preciso impor silêncio à natureza,
porque é preciso, ao preço de grande esforço,
submeter a vontade humana à lei do dever.

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•O respeito pela razão impõe-se a todo o
sujeito racional (a todo o ser humano
considerado na sua dignidade própria): "Age
sempre de maneira a tratares a humanidade
em ti e nos outros sempre ao mesmo tempo
como um fim e jamais como um simples
meio”.

•O princípio do dever, porque é


absolutamente rigoroso, não implica
nenhuma "heteronomia“ (nenhuma
"alienação", dir-se-ia hoje).

•Para se unirem, numa justa reciprocidade


de direitos e obrigações, os homens só têm
que obedecer às exigências da sua própria
razão: "Age como se fosses, ao mesmo
tempo, legislador e súbdito na república das
vontades“.

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• Kant formula, na sua filosofia, o
conceito de uma comunidade de
seres livres, resultante da reunião
sistemática entre todos os seres
racionais considerados como fins
em si mesmos.

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KANT – Formulações do
imperativo categórico:

• "Age sempre de maneira a tratares a


humanidade em ti e nos outros sempre ao
mesmo tempo como um fim e jamais como um
simples meio”.

• "Age sempre de tal maneira que a máxima da


tua acção possa ser erigida em regra
universal".

• "Age como se fosses, ao mesmo tempo,


legislador e súbdito na república das vontades“.

08-12-21

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