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no território:
Territórios,
interdisciplinaridade e
intersetorialidade
OBJETIVOS
• Objetivo geral:
• Objetivos específicos:
Assim como o território geográfico possuí suas divisões e particularidades, a população que
nele habita também. Para compreender melhor as características de determinada população
Santos 2010, afirma a necessidade de se conhecer suas condições e o processo de evolução,
nós utilizamos a demografia, uma ciência que nos fornece dados estatísticos para analisar,
organizar e avaliar informações sobre um determinado território.
Os dados demográficos que serão analisados neste e-book são a idade, sexo, condições
socioeconômicas, escolaridade, ocupação, acesso a informação e desagregação, pois
tais elementos manifestam-se de maneira diferente nas diversidades regionais e sociais
no território Brasileiro.
A transição dos aspectos demográficos podem tanto criar possibilidades que
colaboram para o desenvolvimento da economia e bem estar social, quanto ampliar
as desigualdades sociais que marcam a sociedade brasileira, aumentando a
vulnerabilidade de determinada população.
A base sanitária do território tem como função mapear as áreas sem saneamento
básico, as áreas de risco, assim como as condições ambientais e infraestrutura da
população. O conhecimento de todas essas
condições ajuda a avaliar a iminência constante de novos surtos de doenças, ou o
retorno de surtos já erradicados, a exposição a agentes químicos, a poluentes
ambientais contribuem para a elevação dos riscos nessa sociedade global (CONASS,
2017).
http://redehumanizasus.net/94416-a-importancia-da-territorializacao/
Os territórios são destinados para dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social,
econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, possibilitando uma
ampla visão de cada unidade geográfica e subsidiando a atuação na atenção básica, de
forma que atendam às necessidades da população.
Entende-se por macrorregião como uma grande região que envolve os territórios dos
estados ou parte deles, compostos por aspectos comuns, como, por exemplo,
caraterísticas físicas, sociais, políticas, humanas, etc. O Brasil possui uma divisão em
cinco macrorregiões; Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Juntamente com
a definição de macrorregião, existem outros dois termos importantes: mesorregião e
microrregião. Mesorregião é a subdivisão dos estados do Brasil que incorpora vários
municípios de uma área geográfica com similaridades sociais e econômicas.
Estas áreas, por sua vez, são subdivididas em microrregiões, que determina um
agrupamento de municípios limítrofes, com o objetivo de organizar, planejar e
executar funções públicas de interesse comum, estabelecidas por lei complementar
estadual.
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Em suma, as macrorregiões de saúde são formadas por uma ou mais regiões
de saúde organizada para atender a parte da média complexidade que se evidencia a
alta complexidade ambulatorial e hospitalar. Exemplificativamente, o município de
São Paulo é a macrorregião de saúde composta por seis mesorregiões que são as
Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS). Cada Coordenadoria tem sua
Supervisão de Saúde.
Tomando como exemplo a CRS Leste, esta é constituída por sete Supervisões
Técnicas de Saúde, que são as microrregiões. Cada uma delas abrangem uma área
onde atuam as Unidades Básicas de Saúde (UBS), essas são baseadas na lógica da
Vigilância em Saúde; em cada UBS existem as equipes de saúde onde cada uma
atua em uma micro área que deve abranger no máximo 750 moradores.
O Brasil teve seu território demográfico modificação ao longo dos anos, uma vez
que grande parte da a população brasileira, migrou para as zonas urbanas, durante
este processo de mudança, houve a inserção da mulher no mercado de trabalho
(fator que interfere diretamente na queda das taxas de fecundidade), houve redução
da mortalidade infantil, uso de métodos contraceptivos, melhoria nas condições
sanitárias, conforme a comunidade se desenvolvia e com a criação do SUS em 1988,
uma grande parcela desta teve acesso aos serviços de saúde, consequentemente,
neste momento o programa da atenção primaria, que tem como principal objetivo, a
prevenção e promoção de saúde dos brasileiros teve um importante significado;
Com todos estes fatores e muitos outros a esperança de vida da população foi
aumentando.
Ao considerar o território com todos seus diversos aspectos junto ao processo saúde-
doença abre maiores possibilidades para um estudo mais aprofundado em uma
análise da saúde naquele espaço geográfico. Para Monken, M. (2008), os autores
destacam, como elementos importantes, a copresença, a vizinhança, a intimidade, a
emoção, a cooperação e a socialização com base na contiguidade. Esta sociabilidade
do cotidiano é constituída de pessoas, empresas, instituições, formas sociais e
jurídicas e formas geográficas. Assim, após analisarem outros aspectos do conceito
do território, aproximando-o ao campo da saúde, os autores concluem afirmando que
o território da saúde coletiva é composto de produções coletivas, com materialidade
histórica, social e configurações espaciais singulares compatíveis com a organização
político-administrativa e institucional do setor.
É necessário desenvolver o conhecimento da comunidade como um todo para
estabelecer vínculos sociais, interpretar o contexto em que vivem, situação de saúde
presente, saneamento básico disponível, aspectos financeiros e o ser biopsicossocial,
todo esse conjunto é fundamental para o planejamento em saúde. Não mais com
foco na doença e no tratamento, mas no que causou, como podemos agir em frente a
questão que causa o adoecer na comunidade, além de estabelecer diagnósticos que
efetivamente possam aproximar as estratégias, práticas e ações da saúde ao nosso
perfil da sociedade, para que o profissional esteja incluído em tal ambiente para
melhor participação e efetivação de sua função. Além do mais o foco deve estar
direcionado para a vivência, hábitos, costumes, cultura, meio, relações como
proximidade da família e amigos, inter-relação com os vizinhos e pessoas da rua, ou
seja uma análise completa levando todos esses aspectos em consideração.
Cuidar da saúde da população é algo que vai além de tratar enfermidades. Garantir o
saneamento básico, elaborar ações para a prevenção de doenças e criar medidas para
evitar e tratar epidemias, são algumas das funções atribuídas na administração da
parte sanitária de um território, assim como a manutenção do SUS. Para garantir que
pessoas não fiquem doentes é preciso cuidar do ambiente em que vivem, com
medidas que beneficiem a população como um todo (BANDEIRA, 2018).
Dentre os objetivos e atribuições do SUS, regulados pela LOS 8080/1990, cabe à ele
nortear ações que estejam voltadas para administrar e cuidar de um território
sanitário, como ações de saneamento básico, mapear áreas de risco, verificar as
condições ambientais e a infraestrutura de um determinado território.
As áreas de risco, são aquelas partes de determinado território que possuem mais
chances de ocorrer "algo indesejado". Na Estratégia Saúde da Família (ESF), são
delimitadas as microáreas de risco, em que os moradores têm os níveis de saúde
inferiores ao restante da população geral, tendo maiores chances de adoecer e
desenvolver complicações em relação à eles, ou seja, possuem maior
vulnerabilidade. Exemplos de condições que definem uma microárea de risco são a
grande frequência de violência, desemprego, analfabetismo, uso de drogas, crianças
que sofrem maus-tratos e a ausência de infraestrutura, como saneamento básico e
moradias adequadas.
Figura 2: Exemplos de prevenção de doenças: tomar vacinas, realizar higiene bucal diariamente, praticar
exercícios físicos, ir para a escola e realizar atividades de lazer. Fonte: NUTE-UFSC (2016).
Referências
GONDIM, Grácia M. M.; et al. O território da Saúde: A organização do
sistema de saúde e a territorialização. Paraná: Escola de saúde pública do
Paraná. Disponível em:
http://www.escoladesaude.pr.gov.br/arquivos/File/TEXTOS_CURSO_VIGILA
NCIA/20.pdf
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morbidade;
nutrição, crescimento e desenvolvimento; Condições
aspectos demográficos; socioeconômicas Demografia
condições socioeconômicas,
saúde ambiental;
Nutrição,
serviços de saúde. crescimento e Morbidade de saúde
desenvolviment
o
Saúde
Categorizados Ambiental
A partir da análise dos dados coletados, podemos mapear cada um dos pontos de
risco e sua população, representando locais de vulnerabilidade social. Alguns
exemplos seriam: falta do acesso a escolarização e/ou renda, pontos de
comercialização de drogas ilícitas, terrenos baldios, locais que serviriam como
possíveis focos de reprodução do mosquito vetor da dengue, esgoto a céu aberto,
ruas não pavimentadas, entre outros (MACHADO JUNIOR, 2014).
Por fim, de acordo com Batistella (2007), a saúde e a doença decorrem tanto
de risco tradicionais – como a contaminação das águas e dos alimentos, a
ausência de saneamento, a maior exposição aos vetores e às condições
precárias de moradia – quanto de riscos modernos – como tabagismo,
alimentação não saudável, inatividade física, estresse, sobrepeso/obesidade,
consumo de álcool, mudanças climáticas globais, manejo inadequado de
fontes energéticas, entre outros.
DIRETRIZES DO NASF – Núcleo De Apoio A Saúde Da Família P.31 Ministério DA Saúde, 2009