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Lição 3

Quando nosso
mundo desmorona
“Se vocês não ficarem firmes na fé, com
certeza não resistirão!” (Is 7:9, NVI).
Nesta semana, a lição está
destacando a história do Rei
Acaz, seus desafios e sua
postura diante das crises.

“Às vezes, é difícil descobrir


quem são seus amigos e
inimigos.”
A história de Acaz é um
grande exemplo de
como não devemos
reagir a determinadas
circuntâncias.
Ênfases da semana
1. Crise interna e externa
2. Segunda chance
3. Deus conosco
Crise interna
e externa
PERGUNTA PARA A UNIDADE

Qual crise aterrorizante o rei Acaz enfrentou no início de


seu reinado? (2Rs 15:37, 38; 16:5, 6; Is 7:1, 2).
O reino de Israel do Norte (representado por
Efraim, uma de suas tribos) e o reino da Síria (Arã)
atacaram o reino menor de Judá, ao sul. Isso
ocorreu quando Judá estava enfraquecido pelos
ataques dos edomitas e dos filisteus.
No passado, Judá havia lutado contra Israel, mas
uma aliança entre Israel e a Síria apresentava
agora um perigo avassalador.
Parecia que Israel e a Síria queriam forçar Judá a
participar com eles de uma coalizão contra o forte
poder de Tiglate-Pileser III, da Assíria (chamado
de “Pul” em 2Rs 15:19), que continuava a
ameaçá-los com seu império em expansão. Israel e
a Síria haviam deixado de lado seu conflito de
longa data, diante de um perigo maior. Se eles
conseguissem conquistar Judá e instalar ali um
“governante fantoche” (Is 7:5, 6), poderiam usar
os recursos e a mão de obra de Judá.
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Qual foi a solução de Acaz quando seu mundo


estava desmoronando? 2Rs 16:7-9; 2Cr 28:16
Em vez de reconhecer que Deus era o único que
poderia resgatar seu país, Acaz tentou fazer
amizade com Tiglate-Pileser III, o inimigo de seus
inimigos. O rei assírio atendeu com satisfação seu
pedido de ajuda contra a Síria e Israel. Tiglate-
Pileser III não apenas recebeu um rico suborno de
Acaz, como também obteve uma boa desculpa
para tomar a Síria, o que ele prontamente fez
(2Rs 16:9). O poder da aliança sírio-israelita foi
destruído. No curto prazo, parecia que Acaz havia
salvado Judá.
Essa ação por parte de Acaz,
no entanto, não devia ser
uma surpresa. Ele tinha sido
um dos piores reis de todos
os tempos a governar Judá
até então (2Rs 16:3, 4; 2Cr
28:2-4).
Enquanto Acaz avaliava suas opções para
enfrentar a ameaça de Israel e da Síria,
Deus permitia que os problemas viessem
sobre o rei para ­discipliná-lo e fazê-lo
recobrar o bom senso (2Cr 28:5, 19).
Embora o pedido de
auxílio a Tiglate-Pileser III parecesse
atrativo, isso colocaria o reino davídico de
Judá sob domínio estrangeiro, do qual ele
nunca poderia se recuperar.
O risco era surpreendentemente
alto. Por isso, o Senhor enviou Isaías
para interceptar o rei Acaz
(aparentemente, enquanto ele
estava inspecionando o aqueduto de
Jerusalém em preparação para um
cerco) a fim de convencê-lo a não
entrar em contato com o líder
assírio.
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Por que o Senhor mandou Isaías levar seu filho,


Sear-Jasube, com ele (Is 7:3, ARC)?
Acaz deve ter ficado surpreso quando Isaías o cumprimentou e
apresentou seu filho, chamado “Um-Resto-Volverá”. Resto ou
remanescente de quem? Volverá a quê? Visto que o pai do garoto era
profeta, o nome soava como uma fatídica mensagem acerca do
cativeiro. Ou poderia ser que a mensagem se tratasse do retorno do
povo arrependido a Deus? (o verbo “volver” também tem o significado
de arrependimento). A mensagem para Acaz era: Depende de você!
Afaste-se dos pecados ou vá ao cativeiro, do qual um remanescente
retornará. A decisão é sua!
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Como a mensagem de Deus resolvia a situação


do rei? Is 7:4-9
Para tomar a decisão certa,
Acaz precisava confiar nas
promessas do Senhor. Devia
crer para permanecer (Is
7:9). As palavras para “crer”
e “permanecer” são da
mesma raiz hebraica, da qual
também vêm a palavra que
designa “verdade” (aquilo
que é confiável) e a palavra
“Amém” (confirmar o que é
verdadeiro/confiável). Acaz
precisava ter certeza para
estar seguro; precisava
confiar para ser confiável.
Segunda chance
Acaz não atendeu ao chamado de Isaías à fé.
Portanto, Deus misericordiosamente deu ao rei outra
oportunidade, mandando-lhe que pedisse um sinal
que fosse “embaixo, nas profundezas, ou em cima,
nas alturas” (Is 7:11). Esse foi um dos maiores apelos
à fé já feitos a um ser humano.
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Por que Acaz respondeu daquela maneira? Is 7:12


À primeira vista, a resposta de Acaz parece piedosa e
respeitosa. Ele não tentou a Deus, como os israelitas
haviam feito séculos antes, durante sua peregrinação
pelo deserto (Êx 17:2; Dt 6:16). Mas a diferença foi que
Deus pediu ao rei que O provasse (compare com Ml
3:10). O ato de aceitar Sua dádiva irresistivelmente
generosa O agradaria, e não tentaria Sua paciência. Mas
Acaz nem sequer estava disposto a permitir que Deus o
ajudasse a crer. Ele fechou e trancou a porta do coração
a fim de excluir a fé.
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Leia Isaías 7:13. O que o profeta disse nesse texto?


Quando Acaz recusou a
oferta divina, ele rejeitou
que o Senhor fosse seu
Deus. O Senhor era o Deus
de Isaías, mas não de
Acaz.
Deus conosco
A oferta de um sinal, “embaixo, nas profundezas, ou em
cima, nas alturas” (Is 7:11) não persuadiu Acaz. Por isso,
quando Deus declarou que Ele mesmo apresentaria um
sinal (Is 7:14), nossa expectativa é que esse sinal tivesse
dimensões impressionantes (Is 55:9; 1Co 2:9).

Surpresa! O sinal era um filho. Mas como poderia o fato


de uma jovem ter um filho e chamá-lo de “Emanuel” ser
um sinal de proporções bíblicas?
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Quem é a mulher e seu filho?


O Antigo Testamento (AT) não mostra o
cumprimento desse sinal, como indicam
sinais dados a outras pessoas, como Gideão
(Jz 6:36-40). Aqui estão algumas
interpretações possíveis, com base no AT:
1. Como a palavra “jovem” (NTLH) se refere a uma mulher em
idade de se casar, muitos pressupõem que ela fosse casada e
vivesse em Jerusalém, talvez a esposa de Isaías. O capítulo 8:3
registra o nascimento de um filho do profeta com uma
“profetisa” (sua esposa, cujas mensagens proféticas tratavam,
pelo menos, de seus filhos; compare com Isaías 7:3; 8:18). No
entanto, esse filho foi chamado de “Maer-Salal-Hás-Baz” (Is
8:1-4; ARC), não Emanuel. Os sinais dos dois meninos são
semelhantes, pois, antes de chegarem à fase em que
poderiam escolher o bem ou o mal, a Síria e Israel seriam
devastados (Is 7:16; 8:4).
2. Alguns sugerem que Emanuel seja Ezequias, filho de
Acaz, que o sucedeu no trono. Mas em nenhuma parte
o nome Emanuel se aplica a Ezequias.
3. Emanuel, comumente traduzido como “Deus
conosco”, refere-se à presença de Deus. Ele poderia
ser o Filho especial profetizado em Isaías 9 e 11. Se
esse for o caso, Sua sublime descrição como divino (Is
9:6) e “raiz de ­Jessé” (Is 11:10) supera tudo o que for
atribuído até mesmo ao bom rei Ezequias.
4. Um parto de uma mulher em idade de se casar traria um
filho ilegítimo, fruto da promiscuidade (Dt 22:20, 21). Por que
Deus Se referiria a tal filho como sinal para inspirar fé?
Jesus é identificado como Emanuel (Mt 1:21-23),
nascido miraculosamente de uma virgem solteira, mas
comprometida. Ele é o Filho divino (Is 9:6; Mt 3:17), o
“rebento” e a “raiz” de Jessé (Is 11:1, 10; Ap 22:16).
Talvez um ­“Emanuel” anterior, cujo desenvolvimento
provasse a Acaz a pontualidade da profecia, servisse
como precursor de Cristo. “Vindo, porém, a plenitude
do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher”
(Gl 4:4), para nos dar Sua presença.
O nome “Emanuel” significa literalmente “Deus conosco”. Porém,
“Deus conosco”, há uma perda importante. O verbo “ser” deve ser
acrescentado, pois não é expresso em hebraico. Portanto, “Emanuel”
deve ser traduzido como “Deus é conosco”

Mas o nome “Emanuel” não é apenas uma descrição abstrata; é uma


asseveração de uma promessa cumprida: “Deus é conosco”!
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Qual é o significado da promessa de que Deus está


conosco?
Não há garantia nem conforto mais
poderosos. Deus não prometeu que Seu
povo não teria dores e dificuldades, mas
prometeu estar com ele. “Ainda que eu
ande pelo vale da sombra da morte, não
temerei mal nenhum, porque Tu estás
comigo; o Teu bordão e o Teu cajado me
consolam” (Sl 23:4).
“Como teria sido bom para o reino de Judá se Acaz tivesse recebido
essa mensagem como vinda do Céu! No entanto, escolhendo apoiar-
se no poder humano, buscou ajuda de pagãos. Em desespero, ele
enviou uma mensagem a Tiglate-Pileser III, rei da Assíria: ‘Eu sou seu
servo e seu filho. Venha me livrar do poder do rei da Síria e do poder
do rei de Israel, que se levantam contra mim’ (2Rs 16:7). O pedido
foi acompanhado de um valioso presente tirado do tesouro do rei e
das reservas do templo” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 329).
Ao tomar decisões, é
apropriado pedir sinais a
Deus? Quais são os perigos
de se fazer isso?

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