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CIDADES-ESTADOS

ESPARTA E ATENAS
ESPARTA

 Esparta, localizada na Lacônia, na península do Peloponeso, foi fundada pelos dórios, que conseguiram dominar
os aqueus e se apossaram de suas terras. Cercada por montanhas, não tinha saída para o mar. Assim, não
desenvolveu o comércio e a navegação.
 Segundo a tradição, a legislação que regia a vida de Esparta fora criada por Licurgo, personagem lendário que
teria vivido na cidade no inicio de seus tempos.
 Para manter o controle sobre os povos conquistados, os espartanos desenvolveram uma sociedade altamente
militarizada. Eles estavam sempre se preparando para a guerra, o que influenciou a educação dos jovens, as
instituições politicas e a construção de moradias. A cidade de Esparta parecia um acampamento militar.

03/31/2021
A SOCIEDADE EM ESPARTA

 A sociedade espartana estava organizada em três camadas sociais:

• Esparciatas – essencialmente guerreiros, eram descendentes dos dórios, povo que conquistou a região. Eram a
camada dominante, detentora das terras férteis, que possuía direitos políticos;
• Periecos - os aqueus que não resistiram aos invasores. Eram homens livres, mas sem direitos políticos. Atuavam
como camponeses, artesãos e comerciantes. Em época de guerra, eram convocados para o serviço militar;
• Hilotas - os aqueus que resistiram a invasão. Compunham a maior parte da população. Eram servos do Estado e
trabalhavam nas terras dos esparciatas.
Organizaram muitas revoltas contra a opressão em que viviam. Porém, os esparciatas mantinha-os em clima de
terror, perseguindo e matando quem fosse considerado perigoso.

03/31/2021
O GOVERNO EM ESPARTA
 Politicamente, Esparta era organizada de maneira a manter os privilégio da camada dominante. Os principais
órgãos políticos eram:
• Diarquia – formada por dois reis, com autoridade religiosa e militar;
• Gerúsia - também conhecida como Conselho dos Anciãos, era composta de 28 esparciatas com mais de 60 anos.
Fiscalizavam a administração e decidiam sobre a maior parte dos assuntos do governo;
• Apela - era a Assembleia Popular, formada pelos cidadãos com mais de 30 anos. Sua principal função era eleger os
éforos;
• Eforato - composto por cinco éforos, com mandato de um ano. Eram os verdadeiros administradores da cidade.
Fiscalizavam os reis, controlavam o sistema educacional e distribuíam a propriedade entre os esparciatas.

03/31/2021
A EDUCAÇÃO ESPARTANA

O governo de Esparta cuidava da educação dos jovens esparciatas. Ao nascer, a criança espartana só merecia cuidados se fosse considerada
saudável. Caso contrário, podia ser morta ou abandonada.
 A partir dos 7 anos, os filhos dos cidadãos eram entregues à orientação do Estado, que tinha professores para educá-los.
 O objetivo principal da educação era transformar os jovens em soldados vigorosos. Para isso, eram importantes os exercícios físicos, como o
salto, corrida, lançamento de disco e dardo.
As crianças andavam descalças, para aumentar a resistência dos pés. Usavam um só tipo de roupa o ano inteiro, para que aprendessem a suportar
as mudanças de temperatura - frio e calor. E a alimentação era controlada. Caso algum jovem fosse apanhado roubando alimentos, era castigado.
Os adolescentes cuidavam da segurança da cidade. No entanto, qualquer cidadão adulto podia vigiá-los puni-los. O respeito aos mais velhos era
uma regra básica. Na hora das refeições, por exemplo, os jovens deviam ficar calados, só respondendo de forma breve as perguntas que os
adultos fizessem.
Aos 30 anos, tinham autorização para casar, mas continuavam vivendo nos acampamentos até os 60 anos, quando ocorria a sua liberação.
Também as mulheres espartanas praticavam exercício físico e deviam dar filhos sadios para o Estado. Tinham maior independência do que as
mulheres das outras cidades.

03/31/2021
03/31/2021
LEITURA COMPLEMENTAR

 Esparta forma centro natural da Lacônia, o fértil vale do Eurotas, pouco sabemos do começo da sua história. Na era greco-egeia, a
Lacônia contava-se entre os mais poderosos reinos do Peloponeso. Na época da guerra de Tróia era governada pelo "louro" Menelau e
pela "bela" Helena, sua mulher, que segundo Homero, foi a causa da guerra. Homero apresenta Menelau como um dos mais ricos e
esclarecidos reis greco-egeus; isto é natural porque o vale do Eurotas produz excelentes colheitas e o golfo da Lacônia, como deságua o
Eurotas, tem vários portos convenientes que proporcionam os trajetos mais curtos de Creta para a Grécia.
 Segundo a tradição, a Lacônia foi conquistada pelos dórios no fim da invasão destes, e tornou-se o principal baluarte desse ramo no
Peloponeso. No oitavo a.C., e novamente no sétimo, Esparta, tendo se tornado a capital da Lacedemônia dória, levou a cabo uma guerra
ferrenha contra sua vizinha, a Messênia, para obter as terras férteis de propriedade deste distrito, o mais rico de toda a península. Sobre a
segunda dessas guerras, temos informações nos versos de Tirteu, poeta nascido em Atenas e que desempenhou importante papel na
vitória alcançada por Esparta sobre a Federação dos Estados do Peloponeso que haviam ajudado a Messênia a defender sua liberdade.
Escavações realizadas pelos ingleses em Esparta tem mostrado que, nessa época, ela era uma terra rica e estava na vanguarda da
civilização grega. Sua cultura é do tipo semi-oriental e juntamente com considerável número de remanescentes egeus, observáveis em
todos os distritos progressistas da Grécia desse tempo.

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 Não sabemos se os traços peculiares do sistema espartano já haviam tomado forma nessa época tão recuada. Segundo a tradição
espartana, elas são atribuídas a um único reformador, Licurgo, provavelmente um personagem mítico. Ainda assim, é bem
provável que a tradição esteja certa ao considerar o último sistema, que sabemos ter existido entre o sexto e o quarto séculos,
como o resultado de uma ou várias reformas realizadas sucessivamente. Podemos supor que essas reformas tiveram início entre
os perigos e dificuldades das guerras missênias, quando os habitantes foram obrigados a usar toda sua força para salvar o reino.
 A principal característica é a seguinte: um grupo residente em Esparta, e chamado espartano, dominava a população muitas vezes
mais numerosa. Parte dessa população subordinada recebia o nome de hilotas. Eles viviam em fazendas isoladas no domínio da
cidade em algumas regiões da Messênia conquistada; sua posição era de escravos do Estado e as famílias dos espartanos
utilizavam seu trabalho. Outra parte era chamada perioeci ou provincianos. Eles viviam na Lacônia e na Massênia, nas cidades e
domínios destas; gozavam de liberdade pessoal e certa dose de autogoverno; mas nos assuntos políticos e militares estavam
inteiramente subordinados ao grupo dominante.
ROSTOVTZEFF, M. História da Grécia.
Rio de Janeiro: Zahar, 1983. p.91-92

03/31/2021
ATENAS

 A cidade de Atenas, localizada na Ática, nas proximidades do mar Egeu, formou-se com a aglutinação de tribos
jônicas. No século VIII a.C., era um núcleo rural., mas começava a desenvolver o artesanato e o comércio. Em
pouco tempo, essas duas atividades ganharam importância na economia da cidade.

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A SOCIEDADE ATENIENSE

 Atenas era formada pelas seguintes camadas sociais:

• Eupátridas - os "bem-nascidos", camada aristocrática que detinha os privilégios, constituída pelos grandes proprietários de
terras;
• Georghois - pequenos proprietários de terras em regiões pouco férteis;
• Thetas — não possuíam terras. Eram trabalhadores assalariados;
• Demiurgos - artesãos e comerciantes concentrados no litoral;
• Metecos - estrangeiros que moravam em Atenas, geralmente se dedicando as atividades comerciais e ao artesanato. Não
possuíam direitos políticos nem podiam comprar terras;
• Escravos - eram prisioneiros de guerra ou pessoas condenadas por dividas. Atenas tambm possuía um numero significativo
de escravos.

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AS TRANSFORMACOES SOCIAIS E
POLITICAS

 Na evolução politica de Atenas, podemos identificar as seguintes formas de governo: a monarquia, o arcontado, a
tirania e finalmente a democracia.
 A monarquia foi a primeira forma de governo de Atenas. O poder era exercido por um rei, intitulado basileus.
Gradativamente, os eupátridas passaram a limitar o poder do rei, instituindo o arcontado. O governo ficou nas mãos
de nove arcontes eleitos pelo conselho dos eupátridas. No arcontado, o regime politico era a oligarquia.
 O movimento de colonização favoreceu o desenvolvimento do artesanato e do comércio e transformou Atenas em um
importante centro comercial. Os artesãos e comerciantes enriqueceram e passaram a reivindicar participação política.

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AS TRANSFORMACOES SOCIAIS E
POLITICAS

 O confronto entre os grupos sociais levou a uma crise politica. Para resolve-la, eram necessarias reformas. Os
aristocratas encarregaram Drácon de elaborar um código de leis escritas para a cidade. Eram leis rígidas, mas que
não conseguiram resolver os conflitos sociais.
 Como as tensões sociais continuavam, um novo legislador, Sólon, prôpos reformas mais radicais. Houve a
abolição da escravidão por dívidas e a adoção de um novo critério de divisão social baseado na riqueza,
aumentando o número de cidadãos. Entretanto, as reformas de Sólon também não conseguiram apaziguar os
ânimos.

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AS TRANSFORMACOES SOCIAIS E
POLITICAS

 Essa crise facilitou a tomada do poder por Pisístrato, que instalou a tirania. Esse tirano deu terras dos aristocratas
aos pequenos proprietários, concedeu empréstimos aos agricultores, incentivou a colonização e o comércio e
construiu obras públicas.
 Pisístrato foi sucedido pelos seus filhos Hípias e Hiparco, que deram continuidade as obras do pai. Contudo,
Hiparco foi assassinado e Hípias, deposto.

03/31/2021
A DEMOCRACIA ATENIENSE

 Em 509 a.C., um aristocrata, Clístenes, realizou reformas que deram origem a democracia ateniense. O direito de
cidadania foi ampliado. Passaram a ser considerados cidadãos os filhos de pai ateniense. Clístenes criou a Lei do
Ostracismo, que era a condenação ao exílio de Atenas, por dez anos, as pessoas consideradas perigosas pelo
Estado democrático ateniense.
 A democracia ateniense atingiu o apogeu no século V a.C., com Péricles, que governou 14 anos e promoveu
Atenas tanto politica como culturalmente.

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A DEMOCRACIA ATENIENSE

 O governo democrático de Atenas era constituído da seguinte forma:

 • Bulé - assembleia encarregada da elaboração das leis;

 • Eclésia - votava as leis e escolhia os estrategos, encarregados de fazer executar as leis;

 • Hileia - tribunal de justiça. É importante lembrar que os cidadãos de Atenas representavam a minoria da
sociedade. Não podiam participar da vida política as mulheres, os estrangeiros (que eram em grande número), os
jovens e os escravos. Ao mesmo tempo que se aperfeiçoavam as instituições democráticas, consolidava-se o
escravismo.

03/31/2021
03/31/2021
A EDUCAÇÃO EM ATENAS

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