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TRABALHO

é uma das principais maneiras de


compreender como a sociedade se
estrutura.

Por exemplo: a história das sociedades é


narrada a partir dos diferentes modos de
organização do trabalho e os modos de
produção.
TRABALHO
As épocas da história podem ser definidas a partir de seu
modelo de trabalho:

Antiguidade Clássica: Escravismo


Idade Média: Feudalismo/Servidão
Idade Moderna: Mercantilismo/Comercialismo
Idade Contemporânea: Industrialização
TRABALHO
Uma outra maneira de compreender a
centralidade do trabalho é na constituição
da subjetividade:

O trabalho/profissão define nosso lugar


no mundo.
Ao nos apresentarmos: eu sou (nome),
Sou (trabalho, profissão)
TRABALHO
Nos anos 1970, há uma mudança na forma de organizar a
produção e as relações de trabalho.
Esta mudança ficou conhecida como

TOYOTISMO.
TOYOTISMO: CONTEXTO
Nos anos 1970, o capitalismo viveu uma
grande crise mundial, devido ao esgotamento
do modelo clássico de produção industrial.

 A recuperação econômica da Europa Ocidental e


Japão, destruídos pela II Guerra,

 mercado interno estava saturado

 tinha de começar o impulso para criar mercados de


exportação para os seus excedentes.
TOYOTISMO
COMO RESOLVER A CRISE?

Teorias neoliberais apresentaram algumas saídas, entretanto, foi


também nas teorias dos engenheiros japoneses, denominada de
toyotismo, que se encontrou uma solução para aumentar as taxas de
lucro.

NEOLIBERALISMO livre concorrência e o livre comércio a nível


mundial, de modo que haja a derrubada de barreiras econômicas entre
os países
TOYOTISMO
A produção é realizada em pequenos lotes e com variedade
de produtos, que são mais requintados, adaptando-se aos
gostos variáveis do mercado.

Para redução de custos e de aumento de lucro, não há


grandes estoques, o que é viabilizado pela informatização,
meios de comunicação e transporte, possibilitando que os
fornecedores entreguem as peças necessárias à produção
na hora certa (just in time).
TOYOTISMO

Outras características são:

 controle de qualidade,
 pagamento de salário feito de forma pessoal
 múltiplas tarefas e a alta competitividade
 competitividade.
TOYOTISMO

1) PRODUÇÃO POR DEMANDA COM ESTOQUES MÍNIMOS.

Não há grandes volumes de estoque a serem utilizados na


linha de produção, apenas níveis mínimos para serem
utilizados imediatamente.
TOYOTISMO

2) FLEXIBILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO, PARA TORNÁ-LA


VARIADA, AO INVÉS DE FIXA COMO ERA NO FORDISMO.

A produção pode ser readequada e remanejada de acordo


com as necessidades do mercado.
TOYOTISMO
3) AUTOMATIZAÇÃO DA PRODUÇÃO E DAS MÁQUINAS,
QUE FUNCIONAM COM MENOR GRAU DE INTERVENÇÃO
DO TRABALHADOR E DESEMPENHAM VÁRIAS FUNÇÕES.

As máquinas se tornam cada vez mais independentes e


robotizadas, o trabalho humano acaba sendo reduzido.
TOYOTISMO
4) SISTEMA JUST-IN-TIME, NO QUAL A MATÉRIA PRIMA
CHEGA A LINHA DE PRODUÇÃO NO MOMENTO DE USO.

As matérias-primas só chegam ao local de uso na hora de


serem usadas, não necessitando de estoques volumosos.
TOYOTISMO
5) SISTEMA KANBAN, NO QUAL SE PODE CONTROLAR A
NECESSIDADE DE REPOSIÇÃO NOS ESTOQUES POR MEIO DE
CORES.

Com isto, dispensa-se o uso de estoques e de espaço de


armazenamento de matérias-primas a serem utilizadas no
processo produtivo.
TOYOTISMO
6) CRIAÇÃO DOS CCQ, GRUPO DE TRABALHADORES QUE
CONTROLAM A PRODUÇÃO E OS PADRÕES DE QUALIDADE.

Com isto, dispensa-se o uso de estoques e de espaço de


armazenamento de matérias-primas a serem utilizadas no
processo produtivo.
A produção e acumulação de capital
flexível, modificaram profundamente as
relações de trabalho, dos empresários e
do Estado com os trabalhadores, gerando
novas formas de relações sociais.
PRODUÇÃO E ACUMULAÇÃO DE CAPITAL FLEXÍVEL
processo de ofensiva do capital na produção que
reorganiza o espaço-tempo da exploração da força
de trabalho assalariado nas condições da crise
estrutural do capital.

• A terceirização atinge os coletivos organizados do trabalho

• Precarização de direitos trabalhista

• Precarização do trabalho debilitando a consciência


de classe dos coletivos de trabalho
TOYOTISMO

• possibilitou uma revolução


e reestruturação no
trabalho.

• permitiu o incremento das


taxas de lucro com a
superexploração da força
de trabalho.
CONSEQUÊNCIAS
A instalação deste modelo de produção ganha força no
mundo a partir dos anos 1970 e no Brasil, em fins dos anos
1980 e 1990.

Que consequências, para o trabalho e para a sociedade,


podem ser apontadas como resultados deste processo?

O primeiro deles diz respeito a manutenção e ao


AUMENTO DAS DESIGUALDADE SOCIAIS.
CONSEQUÊNCIAS
De um lado, estão as empresas, que saíram ganhando, com
alta produtividade e redução de custos.

De outro, podemos perceber que aparece a exigência de


um trabalhador multitarefas, que fica sobrecarregado e
acaba sendo responsabilizado diretamente pela qualidade
e pelo ritmo de produtividade.
Perdem poder também os sindicatos, entidades
coletivas representantes dos Direitos dos
trabalhadores,

Estado fragiliza estes direitos.


CONSEQUÊNCIAS

• os empregos agora exigem maior


qualificação do trabalhador,

• ao mesmo tempo em que o número de


vagas diminuiu, pois muitos trabalhos
foram ocupados pelas máquinas.

Que trabalhos feitos pelo ser humano que


agora são feitos exclusivamente por
máquinas?
CONSEQUÊNCIAS
Apesar do sucesso inicial e da difusão do modelo
toyotista pelo mundo, aparecem críticas:

> Não houve promoção de autonomia do trabalhador


> Continuaram havendo mecanismos de controle
rígidos

Richard Sennett chamou esse processo de corrosão do


caráter.
CORROSÃO DO CARÁTER
A corrosão do caráter se expressa no seguinte ponto:
objetivos de longo prazo e questões das relações como
lealdade, comprometimento e confiança perdem lugar
no mundo do trabalho.

Ao invés disto as relações, inclusive as pessoais, se


tornam padronizadas com expectativas de
produtividade.
acumulação de capital flexível

superexploração da força de trabalho

NEOLIBERALISMO
NA AULA DE HOJE
Comentamos algumas mudanças do mundo do
trabalho.
REFERÊNCIAS
MACHADO, I. 2017. Sociologia Hoje. São Paulo, Ática.
QUINTEIRO, T. Et alli. 1999. Um toque de clássicos:
Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte, Editora da
UFMG.
SENNETT, Richard. 2000. A Corrosão do Caráter. Rio de
Janeiro, Record.
SILVA, A. 2016. Et alli. Sociologia em Movimento. São
Paulo, Moderna.

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