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QUÍMICA

Prof. Pedro

Estrutura Atômica
ÁTOMO: o desenvolvimento de uma idéia.
O átomo é a partícula que representa um determinado elemento
químico. O desenvolvimento da Química como ciência deu-se ao
acatar e desenvolver esse conceito e no trabalho de definir as
propriedades físicas e químicas dos mesmos.
Nas culturas grega e hindu (há mais de 2500 anos) pregava-se
que o universos era formado de quatro elementos
fundamentais: Fogo, ar, terra e água.

A=não TOMO=divisão
ÁTOMO: cultura grega.

450 a.C. – Leucipo de Mileto: A matéria pode se dividir em


partículas cada vez menores até atingir uma partícula fundamental,
minúscula e indivisível.
400 a.C. – Demócrito de Abdera: Denominação átomo para a menor
partícula de matéria. Considerado o pai do atomismo grego.
EVOLUÇÃO DOS MODELOS

350 a.C. – Aristóteles: A descontinuidade da matéria: os quatro


elementos fundamentais (a água, o fogo, o ar e a terra).

Apesar de errado, o conceito aristotélico de matéria, juntamente com toda a sua filosofia, foi
aceito oficialmente durante mais de 2000 anos. Nesse período, apenas ao alquimistas aceitavam a
existência de elementos básicos.
DALTON 1803: modelo da bola de bilhar

Primeiro modelo atômico com base experimental. O


átomo é uma partícula neutra maciça e indivisível. O
modelo vingou até 1897.
DALTON 1803: modelo da bola de bilhar
A ampola de Crookes
Na metade do século XIX, Sir William Crookes desenvolveu um dispositivo para estudar
descargas elétricas em gases a baixa pressão (Tubo de Crookes). Este dispositivo era
constituído de um tubo com uma saída ligada a um sistema de vácuo e dois eletrodos,
sendo um negativo (cátodo) e outro positivo (ânodo), ligados a uma fonte de alta tensão
acima de 20.000 V.

Tubo A: vácuo mediano com certa incandescência no interior do tubo.


Tubos B e C: Quanto menor a pressão interna mais a incandescência aparece em
torno do ânodo.
Tubo D: a introdução de um pedaço de ZnS possibilita a projeção de uma sombra na
parede do ânodo.
THOMPSON 1897: pudim de passas

Descargas elétricas em alto vácuo (tubos de Crookes) levaram à descoberta do


elétron (raios catódicos). O átomo seria uma partícula maciça, mas não
indivisível. Seria formado por uma geléia com carga positiva, na qual estariam
incrustados os elétrons (modelo do pudim de passas).

O número de elétrons seria tal que a carga total do


átomo seria zero.
THOMPSON 1897: pudim de passas

Determinação da relação carga/massa do elétron.


Thompson verificou que os raios catódicos sofriam desvio em sua trajetória,
caracterizando assim sua natureza negativa. Aplicando os campos elétrico e
magnético simultaneamente, Thompson pôde determinar a relação q/m do
recém descoberto elétron.
Na época: -1,8x1011C/kg Hoje corrigida: -1,76x108C/g
PHILIP LENARD 1903

Philip Lenard aperfeiçoou o modelo que descrevia a estrutura dos átomos. Como a
matéria é ordinariamente eletricamente neutra (ninguém leva um choque elétrico ao
segurar um objeto), Lenard ponderou que as cargas negativas e positivas que
compõem os átomos devem anular-se mutuamente. Desta forma, propõe que o
átomo seja formado por pares de cargas negativas e positivas distribuídos pelo seu
interior.
HANTARO NAGAOKA 1904

Foi um grande físico. Nasceu no ano de 1865 no Japão.


Nagaoka criou o Modelo Atômico Saturniano, em 1904. O modelo estabelecia que o
átomo era formado de um caroço central carregado positivamente e, portanto,
rodeado de anéis de elétrons, girando semelhante ao planeta Saturno, por isso, o
nome do modelo.
Hantaro Nagaoka faleceu no ano de 1950.
EINSTEIN 1905
Teoria da relatividade. Relação entre massa e
energia (E = mc2). Esclarecimento do efeito
fotoelétrico. Denominação fóton para o quantum
de energia radiante.
A experiência de Millikan 1908

Robert Millikan realizou um experimento pulverizando gotas de óleo entre duas placas
metálicas paralelas. Após a irradiação com raios-X, as gotas de óleo receberam elétrons do
ar. Millikan impediu que as gotas caíssem com uma variação no campo elétrico entre as
placas. Conhecendo a massa da gota de óleo e carga necessária para que esta permanecesse
suspensa, Millikan determinou a carga de elétron (-1,602x10-19C). Utilizando a relação c/m do
elétron determinada por Thompson, Millikan calculou a massa do elétron (9,1x10-28g).
RUTHERFORD 1911

O átomo seria formado por um núcleo muito pequeno, com carga positiva, onde estaria
concentrada praticamente toda a sua massa. Ao redor do núcleo ficariam os elétrons,
neutralizando sua carga. Este é o modelo do átomo nucleado, um modelo que foi comparado
ao sistema planetário, onde o sol seria o núcleo e os planetas seriam os elétrons. Nesta
perspectiva, a eletrosfera teria um raio de 104 a 105 vezes maior que o núcleo.
RUTHERFORD 1911
CRONOLOGIA DOS MODELOS ATÔMICOS
LUZ

É uma onda eletromagnética que se propaga no vácuo e possui é um


perturbações oscilantes dentro do campo visível do olho humano.

c = .

c: velocidade da luz = 2,9979246x108m/s


: comprimento de onda
: freqüência
A amplitude esta relacionada com a intensidade do brilho
(energia por unidade de volume) da onda. A intensidade é
proporcional ao quadrado da amplitude (A2).
TESTE DE CHAMA
Todo composto químico, quando levado à chama ou exposto a raios
catódicos (no caso de gases), emite luz com cor característica. Por
exemplo, na figura abaixo podem ser vistas as cores para diversos
compostos metálicos quando levados à chama.
LINHAS ESPECTRAIS
SÉRIES ESPECTRAIS
Série de Balmer Série de Lyman
(luz visível) (ultravioleta)
 1 1  1 1 
  R. 2  2    R. 2  2 
2 n  1 n 
n  3,4,5,... n  2,3,4,...
Série de Paschen Série de Brecktt
(Infravermelho) (ultravioleta)
1 1   1 1 
  R. 2  2    R. 2  2 
3 n  4 n 
n  4,5,6,... n  5,6,7,...
R = 3,29 x 1015 Hz (constante de Rydberg)
SÉRIES ESPECTRAIS
SÉRIES ESPECTRAIS
BOHR - 1913

Niels Bohr (1885-1962), físico dinamarquês, resgatou a teoria de


Rutherford e sugeriu que as leis que davam conta do movimento dos
grandes corpos não eram adequadas para explicar o comportamento
do mundo atômico. Assim, utilizando a teoria do alemão Max Planck
(pai da Física Quântica), Bohr concebeu a idéia de que um elétron
poderia ocupar certas órbitas, ou níveis de energia. Suas previsões
foram mais tarde confirmadas experimentalmente por outros
cientistas, embora ninguém imaginasse como funcionavam.
BOHR - 1913
Postulados:
•Os elétrons movem-se ao redor do núcleo em órbitas bem definidas
(orbitas estacionárias);
•Movendo-se em uma órbita estacionária, o elétron não emite nem
absorve energia;
•Ao saltar de uma camada para outra, o elétron emite ou absorve uma
quantidade definida de energia (quantum)
•Niels Bohr mostrou que a energia do elétron na n-ésima órbita do
átomo de hidrogênio é dada pela equação:
En = – R.h.c/n2, onde R é a constante de Rydberg, h é a constante de
Planck e c é a velocidade da luz.

Condição de
frequência de
Bohr
BOHR - 1913

Limitações do modelo de Bohr


•Pode explicar adequadamente apenas o espectro de linhas do átomo
de hidrogênio.
•Os elétrons não são completamente descritos como partículas
pequenas.
A contribuição de Sommerfeld

1916 – Arnold Sommerfeld. Modelo das órbitas elípticas para o


elétron - introdução dos subníveis de energia.
Para cada camada eletrônica (n), há uma órbita circular e (n-1) orbitas
elípticas.
Princípio de Dualidade (Louis De Broglie)
A todo elétron em movimento está associada uma onda
característica, ou seja, ora o elétron se comporta como uma partícula
material e ora como uma onda eletromagnética.
As sementes para um novo modelo viriam do conceito de que todas
as formas de irradiação eletromagnéticas apresentam as
propriedades das ondas e das partículas. Esse conceito levou o oficial
da marinha Louis de Broglie (1892-1987) a pensar que as partículas da
matéria poderiam apresentar características ondulatórias.
Utilizando as equações de Einstein e de Planck, De Broglie mostrou:

O momento linear (p), mv, é uma propriedade de partícula, enquanto


 é uma propriedade ondulatória.
Princípio da Incerteza (Werner Heisenberg)

Não é possível determinar com precisão a posição e a velocidade de


um elétron num mesmo instante, pois os próprios instrumentos de
medição interferem na trajetória do elétron.

x.p  1
2 
x  incerteza na localização
p  incerteza no momento linear

ħ  h/2 = 1,054x10 -34


J.s
A mecânica quântica

Resultados experimentais com partículas podem ser explicados por


padrões como as ondas. Assim, o conceito mecânico ondulatório de
Erwin Schöedinger (1887-1961) produziu outra visão do átomo, que
substituiu o modelo de Bohr. Quase simultaneamente, A. Rosemberg
chegou à mesma conclusão, apesar de ter trilhado caminhos
diferentes.

Densidade de probabilidade de encontrar


o elétron em torno do núcleo. Onde é mais
denso, a probabilidade é maior. Sua
posição só pode ser estabelecida no
momento do experimento.
O ÁTOMO
O ÁTOMO
PARTÍCULAS SUBATÔMICAS

Nome Símbolo Localiza- Carga Carga Massa Massa


ção relativa efetiva relativa efetiva
u C u g
Próton P Núcleo +1 + 1,6.10-19 1 ~1,67.10-
24

Nêutron N Núcleo 0 0 1 ~1,67.10-


24

Elétron e- Eletrosfe -1 -1,6.10-19 1/1836 ~9,11.10-28


ra
Quark

Murray Gell-Manm e
George Zweig propuseram uma
substrutura mais elementar
das partículas – o Quark
Podemos identificar principalmente duas
variedades (sabores) de Quarks: up e down.
Quark:

Sabor Quark Carga Anti- Carga Massa


quark
up u + 2/3 u* -2/3 0,3 GeV
down d - 1/3 d* +1/3 0,3 GeV
charm c + 2/3 c* -2/3 1,5 GeV
strange s - 1/3 s* +1/3 0,45 GeV
top t +2/3 t* -2/3 >0,45
GeV
bottom b - 1/3 b* +2/3 4,9 GeV
NÚMERO ATÔMICO

É a identificação de um átomo.
Corresponde ao número de prótons
presentes no núcleo.

Z=P
OBS.: em um átomo (neutro) o n.º de
prótons é igual ao n.º de elétrons.
NÚMERO DE MASSA
É a somatória de prótons e nêutrons. A=P+N

Ex:
P=13 13 27
Alumínio (Al) N=14 Z= A=
e-=13
P=11 11 23
Sódio (Na) N=12 Z= A=
e-=11
MASSA ATÔMICA
É a média ponderada das massas atômicas dos
átomos isótopos mais abundantes na natureza.
Em termos práticos, “é o mesmo” que número
de massa (correspondente a massa de
carbono12, a ser estudado oportunamente),
porém medido em UNIDADES DE MASSA
ATÔMICA (u).
H=1u C = 12 u N = 14 u O = 16 u
MASSA ATÔMICA
MASSA MOLECULAR
É a massa total de uma molécula (u), obtida pela somatória da massa dos átomos
constituintes.

Ex:
H2O=
18 u
H2SO4=

98 u
ELEMENTO QUÍMICO
É o conjunto de átomos de mesmo número atômico (Z).

H2O  3 átomos e 2 elementos

CaCO3 5 átomos e 3 elementos


ÍONS
São átomos ou grupo de átomos com excesso de carga.

P≠e -

CÁTIONS (+): perdem elétrons P > e-

ÂNIONS (-): ganham elétrons P < e-


ÍONS
ÍONS
ÁTOMOS ISÓTOPOS
São átomos de um mesmo elemento químico que apresentam o mesmo número de
prótons e semelhantes propriedades químicas.

ISO = mesmo TOPOS = lugar


ÁTOMOS ISÓTOPOS

Ex:Isótopos do Hidrogênio

1H1
Hidrogênio ou Hidrogênio leve ou prótio

1H2
Hidrogênio pesado ou deutério

1H3
Trítio
ÁTOMOS ISÓBAROS
São átomos de diferentes elementos químicos que possuem o mesmo número de
massa.

Ex:

19K 40
20Ca 40
ÁTOMOS ISÓTONOS
São átomos de diferentes elementos químicos que possuem o mesmo número de
nêutrons.

Ex:

34 Se 79
35 Br 80
SÉRIE ISOELÊTRONICA
São espécies químicas (átomos ou íons) que apresentam a mesma quantidade de
elétrons.

Ex:

7N -3
8O -2
9F -1

10Ne Na Mg
+1 +2
11 12
ELETROSFERA
CAMADAS OU NÍVEIS
SUBNÍVEIS

Subníveis s p d f

Nº máximo de 2 6 10 14
Elétrons
ORBITAIS s
ORBITAIS p
ORBITAIS d
NÚMEROS QUÂNTICOS
São parâmetros matemáticos, calculados por Paul Dirac,
utilizados para determinar a posição de um elétron no
átomo.

a) N º Quântico Principal (n): Indica a camada (energia).

b) N º Quântico Azimutal (l): Indica o subnível.

c) N º Quântico Magnético (m): Indica a orbital.

d) N º Quântico Spin (s): Indica a rotação de elétrons.


NÚMEROS QUÂNTICOS
Número
Valores
Nome Associado a máximo de
permitidos
e–
Número quântico Energia, raio médio
2.n2 1, 2, 3, ...
principal (n) (tamanho)
Módulo do momento
Número quântico
angular do orbital 2(2ℓ + 1) 0, 1, 2, ..., n-1
azimutal ou orbital (ℓ)
(forma)
Número quântico 0, 1, 2, …, ℓ
magnético Direção do momento
2 (2ℓ+1 diferentes
angular do orbital
(m ou mℓ) valores)
Número quântico de
spin magnético Sentido de rotação do
-- ½
e– (estado do spin)
(S ou ms)
NÚMEROS QUÂNTICOS
NÚMEROS QUÂNTICOS

Elétron mais energético, é aquele


que apresenta a maior soma:

n+ 

6s 4f

6+ 0 = 6 4+ 3 = 7
NÚMEROS QUÂNTICOS
5s 4s

5+ 0 = 5 4+ 0 = 4

Se dois elétrons apresentarem a


mesma soma, terá mais energia aquele
que apresentar o maior n.

5s 4p

5+ 0 = 5 4+ 1 = 5
PRÍNCIPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI

Em um mesmo átomo, não existem dois elétrons com


quatro números quânticos iguais. Como conseqüência
desse princípio, dois elétrons de um mesmo orbital têm
spins opostos. Um orbital semicheio contém um elétron
desemparelhado. Um orbital cheio contém dois elétrons
emparelhados (de spins opostos).

Wolfgang Pauli (1900-1958)


REGRA DE HUND

Ao ser preenchido um subnível, cada orbital desse


subnível recebe inicialmente apenas um elétron;
somente depois de o último orbital desse subnível ter
recebido seu primeiro elétron começa o preenchimento
de cada orbital semicheio com o segundo elétron.

Friedrich Hermann Hund (1896-1977)


ELÉTRON DE DIFERENCIAÇÃO

Elétron de maior energia ou elétron de


diferenciação é o último elétron
distribuído no preenchimento da
eletrosfera, de acordo com as regras
estudadas.
DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA
Diagrama de Linus Pauling
DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA
DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA

2e K (1) 1 s2
8e L (2) 2 s2 2 p6

18e M (3) 3 s2 3 p6 3 d10


32e N (4) 4 s2 4 p6 4 d10 4 f14
32e O (5) 5 s2 5 p6 5 d10 5 f14
18e P (6) 6 s2 6 p6 6 d10
2/8e Q (7) 7 s2 7 p 6
DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA

Hf (Z=72)
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d2

Ordem Energética.
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 4d10 4f14 5s2 5p6 5d2 6s2

Ordem Geométrica.

2e 8e 18e 32e 10e 2e


DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA
Hf (Z=72)
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d2

Ordem Energética.
Xe (Z=54)
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6

Hf (Z=72) [Xe] 6s2 4f14 5d2

Cerne do Gás Nobre.


DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA

Fe(26e ) 1
- s2
2 s 2
2 p 6
3 s 2
3 p6
4 s 2
3 d6
26
K L M N M

26 Fe (24e
2+
) 1 s
- 2
2 s2
2 p6
3 s2
3 p 6
3 d6

26Fe (23e-)
3+ 1 s 2
2 s 2
2 p6
3 s2
3 p6
3 d5

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