Você está na página 1de 113

Farmacoterapia 

da
Diabetes mellitus

Bruno Spalenza da Silva


• DIABETES MELLITUS
• “ Síndrome metabólica causada pela deficiência relativa ou
absoluta de insulina, além de resistência à ação da insulina
em tecidos-alvo. Caracterizada por hiperglicemia crônica”
• Valores normais:
• Glicemia em jejum: 70-99mg/dl.
• Glicemia pós-prandial: < 140mg/dl.
• Intolerância à glicose:
• Glicemia em jejum: 100 - 126mg/dl.
• Glicemia pós-prandial: 140-199mg/dl.
• Diabetes:
• Glicemia em jejum: ≥ 126mg/dl.
• Glicemia pós-prandial: ≥ 200mg/dl.
• DIABETES MELLITUS
• Dosagem de insulina para glicemia em jejum 
<100mg/dl
• Valores de referência:
• IMC até 25Kg/m² - 2 a 13mU/L;
• IMC entre 25 e 30 Kg/m² - 2 a 19mU/L;
• IMC acima de 30 Kg/m² - 2 a 23mU/L;
Hemoglobina Glicada ou
HbA1c
Modelos de definição de
Resistência Insulínica
• Modelo 1 – IMC e/ou HOMA –IR:
a) IMC >28,9Kg/m² ou
b) HOMA-IR > 4,65 ou
c) IMC >27,5Kg/m² e HOMA-IR > 3,65;
• Modelo 2 – IMC e/ou HOMA –IR:
a) IMC >28,7Kg/m² ou
b) IMC >27 Kg/m² e história familiar de DM;
• Modelo 1 – IMC e/ou HOMA –IR:
a) IMC >28,7Kg/m² ou
b) IMC >27Kg/m² e história familiar de DM ou
c) História negativa de DM, mas Tg > 2,44mmol/l ou 275 mg/dl
DIABETES MELLITUS
• Cálculo do Homa-IR:
• Avalia resistência insulínica
HOMA-IR = insulina em jejum (mU/mL) x 22,5
glicose em jejum (mmol/L*)
• Conversão de mg/dl para mmol multiplica-se por 0,0555
 VR <= 3,40
• Cálculo do Homa-Beta:
• Avalia capacidade funcional das células beta pancreáticas;
HOMA-Beta = (20 x insulina em jejum (mU/mL)) – 3,5
glicose em jejum (mmol/L*)
• VR : 167 - 175
Quais as diferenças entre diabetes
do Tipo I e II?
Outros tipos de Diabetes
- Diabetes autoimune latente em adultos (LADA)
- Diabetes autoimune latente do jovem (LADY)
- Diabetes tipo MODY
- Diabetes associado a surdez
- Mutações do receptor de Insulina
- Mutações do gene PPAR-γ
- Pancreatectomia ou doença Pancreática
- Endocrinopatias (GH, Cortisol, Glucagon,
catecolaminas)
- Induzida por fármacos
- DM Gestacional
Sintomas Clássicos do Diabetes

Hiperfagia

Ganho ou perda de peso

Cansaço

Visão borrada

Poliúria

Polidipsia

Favorecimento de infecções
DM Tipo 1
Fisiopatologia DM tipo 1
- Fatores ambientais em indivíduos
geneticamente suscetíveis
Infecções virais
HLA – DR3 e DR4
- Genética
Síndrome poliglandular autoimune do tipo 1 (SPA-1)
Síndrome IPEX
- DM tipo I idiopático (DM1B)
Diabetes Tipo 1
- Características
- Fatores de risco
- Prevalência
Diabetes Tipo 1
- Características
- Insulino-dependente
- Tendência a cetose (30% em adultos e 65% em crianças)
- Presença de anticorpos
- Sintomas quase sempre presentes
- peptídeo C

- Fatores de risco
- Prevalência
Diabetes Tipo 1
- Características
- Fatores de risco
- Fatores genéticos (HLA DR3 e DR4)

- Fatores ambientas
*Infecções virais

- Prevalência
Diabetes Tipo 1
- Características
- Fatores de risco
- Prevalência
- Varia de 0,1/100.000/ano na China a mais de
40/100.000/ano na Finlândia
- 0,3% da população até 20 anos
- 0,5 a 1% de todas as Idades
- 5 a 10% dos casos diagnosticados de diabetes
Diabetes Tipo 1
- Diagnóstico
- Hiperglicemia (90% das ilhotas destruídas)
- Anticorpos específicos (anti-ilhota - ICA; anti-
GAD65 – antidescarboxilase do ácido
glutâmico; Anti-insulina – IAA)
- Anti-Znt8A
DM Tipo 2
Diabetes Tipo 2
- Características
- Fatores de risco
- Prevalência
Diabetes Tipo 2
- Características
- Diminuição da produção de insulina
- Resistência Insulínica
- Assintomática ou oligosintomática
- Risco elevado de complicações microvasculares e DCV
- Risco aumentado para câncer, Doenças psiquiátricas,
hepatopatia crônica, artrite, fraturas e outras complicações.

- Fatores de risco
- Prevalência
Diabetes Tipo 2
- Características
- Fatores de risco
- Prevalência
- 90 a 95% dos casos
- Negros, asiáticos, índios
- Aumentando em menores de 18 anos
- Estimativa: > 12 milhões no Brasil
Diabetes Tipo 2
- Características
- Fatores de risco
- Prevalência
- 90 a 95% dos casos
- Negros, asiáticos, índios
- Aumentando em menores de 18 anos
- Estimativa: > 12 milhões no Brasil
DM II - Fatores de risco
• Idade avançada (> 45 anos);
• História familiar de diabetes;
• Obesidade (IMC ≥ 25Kg/m²)
• Circunferência abdominal:
-Mulheres > 80cm;
-Homens >94cm;
• Sedentarismo;
• História de infecções de repetição;
• Diabetes gestacional prévio;
• História de abortos de repetição ou mortalidade perinatal;
• Presença de hipertensão ou dislipidemia;
• Uso crônico de medicações diabetogênicas (ex:
corticóides, tiazídicos).
Complicações microvasculares
• Via do poliol – Sorbitol e NADPH

• Via da Hexosamina - UDP- GlcNAc, PAI-1, TGF

• Glicação de outras substâncias - ROS, altera função proteínas

• Via da Proteinoquinase C (PKC) - Endotelina, ROS,


Permeabilidade vascular, VEGF, PAI-1, Estresse oxidativo, genes
pró-inflamatórios, via dos polióis e hexosamina
Objetivos Terapêuticos Gerais
no Diabetes
• Controlar sintomas agudos da doença;
• Prevenir complicações tardias;
• Promover qualidade de vida.
Redução do peso
Estratégias de tratamento da Diabetes

• Dieta;
• Exercícios físicos;
• Controle da hipertensão e hiperlipidemia;
• Mudanças de hábitos de vida:
• controle do fumo;
• controlar o consumo elevado de álcool;
• Farmacoterapia:
• Insulina;
• Antidiabéticos orais.
Controle da secreção de insulina
Insulina - Síntese

Peptídeo C
Ação da Insulina sobre a Glicose

• https://www.youtube.com/watch?v=E78NsX
75Qgo
Estímulo para secreção de insulina
Insulina
• Ação
Expressão de transportadores de glicose na
membrana (GLUT-4)
• Inanição e hipoinsulinemia:
↑ número de receptores de insulina.
• Hiperinsulinemia, GH, Acromegalia e 
obesidade:
↓ número de receptores de insulina.
• Corticóides - ↓ afinidade da insulina pelo rece
ptor.
Efeitos da insulina
• Hormônio Anabolizante

• Fígado:
• Inibe a gliconeogênese;
• Estimula síntese de glicogênio, Tg e VLDL.
• Inibe a degradação do glicogênio

• Músculo:
• ↑ síntese protéica;
• ↑ síntese de glicogênio;
Resumo dos efeitos da Insulina
Controle da glicemia
Insulina X Glucagon
Tratamento farmacológico
do DM1
Objetivos terapêuticos
Farmacocinética da Insulina
• Degradada por enzimas digestivas;
• t1/2β = 5-6 minutos em indivíduos normais.
• Ligam- se às proteínas plasmáticas β-globulina
• Metabolização:
• Insulinase
• Insulina endógena
• Fígado: 60 %
• Rim: 40%
• Insulina exógena (diabéticos)
• Fígado: 40%
• Rim: 60%
• Outras enzimas de degradação:
• Tiometalproteinase;
• Glutation insulina transidrogenase hepática.
Usos terapêuticos da insulina
 
• DM I
• DM II sem controle com dietas e antidiabéticos
orais.
• DM gestacional
• Tratamento da cetoacidose diabética
• Tratamento do Coma hiperosmolar não-
cetótico ou coma hiperglicêmico;
• Tratamento de hipercalemia.
• Controle perioperatório de pacientes com DM 
tipo I e II.
Insulina
Qual a mais imunogênica?
• Suína:
• B30→ Alanina
• Bovina:
• B30→ Alanina
• B8→ Alanina
• A10→ Valina
Insulinoterapia: Fontes de Insulina

• Bovina:
≠ 3 aas;
mais antigênica;
• Suína:
≠ 1 aa;
• Insulina Humana:
-DNA recombinante
• Escherichia coli:
• Humulin
• Levedura: Novolin
Vias de Administração da Insulina
 
• Subcutânea;
• Injetores portáteis: “canetas”;
• Bombas de insulina:
• regular, velosulin e lispro;
• IV- Emergências;
• Via inalatória.
Via Subcutânea
Local Prós Contras

Abdome (evite uma área de 5 cm Fácil acesso, a insulina é absorvida


em torno do umbigo) de forma rápida e consistente Nenhum

Nádegas e Coxas Absorção mais lenta do que o Absorção mais lenta e mais afetada
abdome e braços por exercícios

Depois do abdome, o braço é a Acesso mais difícil para


Parte externa do braço região que oferece absorção mais autoaplicação
rápida  
Preparações de Insulina: Aspectos 
Gerais
*Grau de pureza:
• Relacionado a quantidade de pró-insulina no peso total
• Mistura de bovina + suína – 50ppm;
• Suína – 1(monocomponentes) a 10ppm;
• Humanas – 1ppm (monocomponentes)
*O grau de pureza está associado :
< produção de anticorpos contra insulina;
< hipersensibilidade insulínica;
< incidência de lipodistrofia nos locais de injeção.
*Concentração:
• 100UI (mais comum);
• 500UI (reservado a casos de resistência grave);
• Quantidade exigida para diminuir a glicemia em jejum de um
coelho de 2Kg, de 120mg/dl para 45mg/dl.
• UI estabelecida corresponde à potência de 24U/mg (OMS).
Preparações de Insulina:
Aspectos Gerais
• Tempo de início (Latência) e duração de ação
biológica:
• Tamanho e composição dos cristais de insulina;
• Quanto menos solúvel, maior duração de ação;
• Outros fatores: dose, ponto da injeção, suprimento
sanguíneo, temperatura e atividade física.
• A insulina humana é absorvida mais rapidamente
que a animal: duração mais curta...... ajuste de
doses. 
• Armazenar em Tª entre 2 e 8ºC;
Insulina de ação
curta (Regular)
• Rápido início de ação e curta duração;
• Início de ação: 30-60 minutos;
• Efeito Máximo: 2-3 horas;
• Duração: 5-7 horas;
• Objetivo: controle da glicemia pós-prandial;
• Soluções cristalinas em pH neutro com Zn (estabilidade
• e conservação)
• Pode ser usada IV (cetoacidose, coma hiperglicêmico
• associado a situações como infecções, choque e trauma
• cirúrgico)
• Usualmente associada com insulinas de ação mais lenta.
Tempo de Ação das insulinas
Insulina de ação
Ultra-curta
Lispro-Humalog®
• Início muito rápido e curta duração de ação;
• Início de ação: 5-15 minutos;
• Efeito máximo: menos de 1-2h;
• Duração: 2-4 horas;
• Objetivo: controle da glicemia pós-prandial;
• Insulina modificada para absorção mais rápida:
• Troca na seqüência dos aminoácidos prolina e lisina nas
• posições 28 e 29 da cadeia β.
• Ideal para uso pré-prandial (5 min antes das refeições) -
• permite maior flexibilidade no regime alimentar.
• Via SC, Via IV e bombas de infusão;
a Ultra-curta
 -
Novorapid®
• Início muito rápido e curta duração de ação;
• Início de ação: 5-15 minutos;
• Efeito máximo: menos de 1h;
• Duração: 3-5 horas;
• Objetivo: controle da glicemia pós-prandial.
• Insulina modificada para absorção mais rápida:
• Substituição do aminoácido prolina na posição 28 da
cadeia β pelo ácido aspártico.
• Ideal para uso pré-prandial (5 min antes das refeições) -
• permite maior flexibilidade no regime alimentar.
• Via SC, Via IV e bombas de infusão;
nsulinas de ação
ntermediária
(isófana, NPH)
• Início de ação: 1-2h;
• Efeito Máximo: 6-12 horas;
• Duração: 18-20 horas;
• Objetivo: controle da glicemia basal.
• Suspensões turvas em pH neutro com 
protamina em tampão fosfato (NPH);
• Insulina pouco solúvel;
• Uso associado a insulina regular ou lispro;
• Proibido uso IV!!!
 longa

ultra-lenta)
• Início de ação: 2-4horas
• Efeito Máximo: 8-14 horas;
• Duração: 18-36horas;
• Objetivo: controle da glicemia basal.
• Suspensões de com concentrações variáveis de Zn e
m tampão acetato:
• Suspensão de insulina Zn - lenta
• Suspensão de Insulina Zn expandida – ultra-lenta
• Suspensão protamina zinco – ultra-lenta;
• Grandes partículas: lenta dissolução;
• Uso principalmente em diabéticos tipo I;
• Proibido uso IV!!!
Insulina Glargina - Lantus®
Ação Ultra-Lenta
• Início de Ação: 2h;
• Duração de ação: até 24h.
• Há introdução de 2 radicais de arginina na extremidade
• carboxiterminal da cadeia β.
• Há substituição de uma asparagina por uma glicina na
• extremidade aminoterminal da cadeia α.
• Liberação uniforme e sustentada da insulina:
• reproduz a secreção basal de insulina pelo pâncreas.
• Não deve ser misturada como nenhuma outra insulina
• devido a manutenção do pH ácido da preparação.
Insulina Detemir - Levemir®
Insulina Ultra-lenta

• Efeito máximo - 6h;
• Duração de ação- máximo de 24h dose-
dependente;
• Análoga basal da insulina, solúvel, de ação lenta -
obtida por técnica de DNA recombinante;
• Há introdução de um ácido graxo na porção
• carboxiterminal da cadeia β;
Insulina Detemir - Levemir®
Insulina Ultra-lenta
• Sua ação lenta é mediada por:
forte auto-associação de moléculas de insulina detemir
no local da injeção;
• ligação com a albumina através da cadeia secundária de
ácidos graxos.
• A insulina detemir distribui-se mais lentamente nos tecidos-
alvo periféricos quando comparada à insulina NPH.
• Mantém constante e em dosagens precisas, a circulação da
insulina no sangue;
• Permiti ao paciente um maior controle glicêmico, além de
diminuir os quadros de hipoglicemia;
• Não está associada a ↑ de peso indesejável.
• Apresenta ph neutro - evita ardência na hora da aplicação;
Insulina
Mista
Objetivo:
• Controle da glicemia pós-prandial - insulina de ação
curta ou ultra-curta;
• Controle da glicemia basal – insulina de ação
intermediária, lenta ou ultra-lenta;
• 10% regular e 90% NPH – Novolin 10/90 Penfill®;
• 20% regular e 80% NPH – Novolin 20/80 Penfill®;
• 30% regular e 70% NPH;Humulin 30R/70N; Novolin 30/70
Penfill®
• 50% regular e 50% NPH.
• 75% lispro protamina + 25% lispro – Humalog Mix 25®;
• 70% aspart protamina + 30% aspart solúvel - Novomix®;
Insulina Inalatória
Exubera®
• Início de ação ≈ à via intravenosa;
• Objetivo:
• controle da glicemia pós-prandial;
• Irá reduzir o nº de aplicações subcutâneas ao 
dia;
• Desvantagens:
• Veículo do produto rico em agentes tensoativo
s, e
• causam irritação das vias aéreas;
• Contra-indicado a asmáticos e DPOC;
Uso da mesma Seringa

• -1 a 60 vezes
• -Descartar a agulha se estiver rombuda
• -Não higienizar a agulha com álcool
• -Manter em geladeira
• -Recolocar o protetor
• -Descartar em caso de alteração
Como usar a
insulina?
https://www.youtube.com/watch?v=ZunjzIqmxY
Y
Complicações da insulinoterapia:
HIPOGLICEMIA
• Motivos:
-Atraso de refeição;
-Esforço físico;
Superdosagem
-Pacientes diabéticos : produção inadequada de
glucagon, cortisol, adrenalina e GH.
• SINTOMAS:
-Comprometimento da função do SNC:
-Confusão mental, comportamento bizarro, coma
-Hiperatividade autônoma: SNS: taquicardia,
-palpitações, sudorese, tremores
-Convulsões e coma se não tratado

• Cuidado com o uso de β-bloqueadores!!!
Tratamento da hipoglicemia

Paciente Consciente
• Fornecer suco de laranja, glicose, ou qualquer lí
quido que contenha açúcar.
Paciente Inconsciente
• Açúcar ou mel embaixo da língua ou entre a 
bochecha e a gengiva.
• Administrar 20 a 50 ml de glicose 50% (IV) dura
nte 2 a 3 min.
• Ou injeção de 1 mg glucagon (SC ou IM);
Após recuperação: ingestão de açúcar.
Complicações da insulinoterapia

• Reações alérgicas
• Mais freqüente: bovinas > suína
• Intervenção com corticóides, anti-histamínicos
e kits de dessensibilização.

• Lipodistrofia
• Atrofia do tecido conjuntivo no local da aplicação;
• Mais raro em preparações mais puras e pH neutro;
• Absorção na área lipodistrófica é prejudicada;
• Promover o rodízio dos locais de aplicação.

• Ganho de Peso Corporal
Interações Medicamentosas

• Redução do efeito hipoglicêmico da Insulina - hiperglicemia
• Corticosteróides – ↑ resistência insulínica.
• Anticoncepcionais orais - ↑ resistência insulínica.
• Dextrotiroxina sódica – aceleram a degradação da insulina.
Aumento do efeito hipoglicêmico da Insulina
• Esteróides anabolizantes
• Salicilatos
• Álcool
• Inibidores da ECA
• Inibidores da MAO
• β-bloqueadores :
-Prolonga o efeito hipoglicêmico da insulina;
-Mascara os sinais e sintomas da hipoglicemia.
Secreção deInsulina
Esquema I:
1 aplicação por dia
Vantagens:
• Esquema simples;
• Desvantagens:
• Difícil de controlar a glicemia de jejum quando 
os efeitos da NPH não
• perduram;
• Ao ↑ dose da NPH na tentativa de controlar 
glicemia de jejum pode
ocorrer hipoglicemia à tarde.
Esquema II:
2 aplicações por dia
 
Vantagens:
• Uso no DM I e II;
• Esquema simples – tenta mimetizar o pâncrea
s;
• Conhecida como “Doses divididas e mistas”
-Desvantagens:
• Exige horário relativamente fixo de refeições e
 do exercício;
Esquema III: 3 a 4 aplicações por dia
Vantagens:
• Esquema simples –mimetiza mais de perto o pâncreas;
• Maior flexibilidade com as refeições e exercícios;
• Cada dose pré-
refeição de insulina REG decidida de forma independente
- 1UI/10g de carboidrato;
• Pacientes diabéticas no período gestacional, diabéticos com tr
ansplante
renal, diabetes instável e pacientes que não são controlados c
om doses únicas.
• Desvantagens:
• Desconforto:requer mais aplicações e testes de glicemia ao 
dia;
• Requer educação e acompanhamento intensivos.
Tipos de
Tratamento
PADRÃO
• 2 aplicações ao dia;
• Níveis glicêmicos entre 225 a 275 mg/dl com Hb glicosilada em torno de
8 a 9%.
• Vantagem:menor custo, menos desconforto;
• Desvantagem: menor eficácia do tratamento: complicações do diabetes
mais freqüentes.
INTENSIVO
• 3 ou mais aplicações ao dia.
• Níveis glicêmicos em torno de 150 mg/dL com Hb glicosilada em torno
de 7%.
• Vantagem: melhor controle da glicemia e menor incidência de
complicações tardias (retinopatias , neuropatias e nefropatias)
• Desvantagem: episódios de hipoglicemia são mais freqüentes, maior
desconforto, maior custo, paciente mais esclarecido.
Posologia Diabetes tipo I
• Dose inicial:
• 0,5 U/Kg/dia a 1U/Kg/dia (obesidade);
• Ajustes de 2 a 4U de insulina em um componente de
cada vez, após observação por 2 a 3 dias;

• Esquema de 2 ou mais doses desde o diagnóstico.

• Dose de manutenção:
• 0,5 a 0,9 U/Kg/dia – sendo maior na adolescência ou
períodos de estresse agudo;
Posologia Diabetes tipo II

• Insulinoterapia associada:
• 10 a 15U ao dia ou 0,2U/Kg nos obesos;
• Dose única, manhã ou noite, insulina intermediária ou longa.
• Ajustes de 2, 4 ou 6U de insulina de acordo com a glicemia em 
jejum de 120mg/dl, 140mg/dl e 160mg/dl, respectivamente.
• Dose de manutenção:
• A NPH ao atingir 40U ao dia – dividir em duas tomadas ao dia.
-2/3 antes do desjejum;
-1/3 antes do jantar.
• Doses variam acentuadamente com o grau de obesidade e/ou
resistência insulínica. (0,3 a 1,5U/Kg/dia)
Pacientes internados
Correção da glicemia
Glicemia (mg/dL) Correção insulina (UI)
70-100 -1
101-140 0
141-180 2
181-220 4
221-260 6
261-300 8
>300 +10 e reavaliar
Glicose 50% em hipoglicemia

• Fórmula: 100-glicemiaX0,04 (dose em mLs)

• -40mL IV
• -Ou 1mg de glucagon IM

• (Glicemia<40 oferta-se o dobro de glicose)


Antidiabéticos orais
Quais são as estratégias de tratamento dos
antidiabéticos orais?

• ↓ Resistência insulínica
• ↓ Produção e secreção hepática de glicose
• ↑ Secreção de insulina pelo pâncreas
• ↓ Absorção de glicose pelo TGI
• ↑ Concentração de incretinas (GIP e GLP-1)
• Classes de antidiabéticos
Sulfoniluréias
Mecanismo de ação das sulfoniluréias
Efeitos das sulfoniluréias
• Estimulam a secreção de insulina pelas células β das
ilhotas de Langherans do pâncreas

Só funcionam se o pâncreas do paciente estiver


funcional.

Secundariamente:
↑ sensibilidade das células β a glicose
↓ níveis séricos de glucagon
↓ resistência insulínica – Potencializa o efeito da insulina nos tecidos
Reações adversas

• Hipoglicemia (1% dos casos)


• Motivos: Insuficiência renal ou hepática; Dieta inadequada;
Interação medicamentosa que potencialize o efeito das
sulfoniluréias (glicazida tem menor probabilidade - ↓ meia vida)
• Distúrbios gastrointestinais:
• Náuseas, vômito, flatulência, queimação epigástrica, sensação de
gosto metálico
• Reações de hipersensibilidade:
• Urticária, erupções cutâneas, Eritema, Síndrome de Stevens
Johnson (clorpropamida)
• Aumento de Apetite (Aumento de peso)
Reações adversas

• Depressão da medula óssea


• Anemia aplásica, agranulocitose e trombocitopenia
• Retenção hídrica e hiponatremia dilucional (Clorpropamida
aumenta ADH)

• Falha Secundária: diminuição da resposta ao medicamento ao


longo do tempo
• -Dieta inadequada
• -Diminuição progressiva das células β no diabetes tipo II
Crônico
Farmacocinética das Sulfoniluréias

• Absorção:
• Boa absorção oral
• Concentração plasmática máxima: 2-4h
• Distribuição:
• Ácidos fortes, com alto índice de ligação a albumina (70-90%)
• Atravessam a barreira placentária – Contraindicado em grávidas
• Biotransformação Hepática (Clorpropamida gera metabólitos ativos)
• Excreção:
• - Renal – Secreção tubular
• - Biliar – Metade dos metabólitos da glibenclamida
Interações medicamentosas

• Redução dos efeitos hipoglicemiantes:


• Corticóides ( aumentam resistência insulínica);
Diuréticos tiazídicos e de alça (abertura dos canais de
K+); Hormônios da Tireóide (aumentam
metabolismo)
• β -bloqueadores – Mascaram os efeitos da
hipoglicemia
• Álcool – Hipoglicemia e efeito dissulfiram
(clorpropamida)
Meglitinas ou Glinidas
Mecanismo de ação

• Modula a liberação de insulina ao regular o efluxo


de K+ através dos canais de K+

– Início de ação mais curto, possibilitando controle mais


efetivo da hiperglicemia pós-prandial
– Tempo de ação mais curto, prevenindo a hipoglicemia no
intervalo entre as refeições
Farmacocinética
• Absorção
• Boa absorção oral
• Pico de secreção de insulina em 60-90 min após a
administração
• Duração de ação: 3-5h
• Dose usada apenas se o paciente se alimentar (Uma
refeição, uma dose. Sem refeição, sem dose)
• Biotransformação: Hepática (sem metabólitos ativos)
• Excreção: Biliar
Indicações e Efeitos Colaterais
INDICAÇÕES

– Controle da glicose pós prandial


– Substituição as sulfoniluréias em pacientes alérgicos
– Monoterapia ou em associação com biguanidas ou
sulfoniluréias.

EFEITOS COLATERAIS
– Comparáveis as sulfoniluréias, porém com menor incidência
de hipoglicemia
Biguanidas
Mecanismo de ação e Efeitos

Mecanismo de Ação
– Ativação da proteína quinase ativada por AMP (AMPK),
responsável pela manutenção da homeostasia energética.

Efeitos
– Diminui resistência insulínica (Aumenta GLUT-4 e Captação de
glicose periférica – 70% da glicose periférica é captada pelos
músculos esqueléticos)
– Diminui gliconeogênese
– Reduz a absorção de carboidratos
– Diminui os níveis circulantes de LDL e VLDL
Reações Adversas

Ao mesmo tempo que previne a hiperglicemia, não causa hipoglicemia


Distúrbios gastrintestinais:
–Anorexia, náuseas, vômitos, desconforto abdominal, diarréia, ocorrem em 20% dos pacientes.
–Efeito transitório e dependente da dose.
–Minimizados se administrados com alimentos.

↓ absorção de vitamina B12 e ácido fólico: No uso crônico, sendo interessante o monitoramento
com hemogramas e reposição de vitamina por via IM, se necessário.

Menor ocorrência de hipoglicemia.


Reações adversas
• Acidose láctica:
• -Mais raro com a metformina, potencialmente fatal.
• Fatores que predispõe à acidose láctica: Situações em que há presença
de hipóxia tecidual & ↑ incidência de glicólise anaeróbica:
• -Insuficiência renal e hepática;
• -Alcoolismo;
• -Sepse;
• -Choque;
• -Cirurgia;
• -Insuficiência cardiorespiratória;
• -IAM.
Farmacocinética
• ABSORÇÃO:
• Boa absorção oral.
• Duração de ação: 10-12h.
• BIOTRANSFORMAÇÃO:
• Não sobre metabolismo hepático;
• EXCREÇÃO:
• Renal – forma inalterada – princípio ativo.
• OBS: Contra-indicado em indivíduos com problemas
renais – risco de acidose láctica.
Indicações clínicas

• -Pacientes diabéticos tipo II obesos com resistência


insulínica;
• -Associação com sulfoniluréias em pacientes DM II com
falência secundária.
• -Associação com insulina para pacientes DM I,
possibilitando a redução das doses da insulina.
• -Tratamento de dislipidemia isolada sem diabetes mellitus.
• -Tratamento da síndrome do ovário policístico;
Tiazolidionas ou Glitazonas
Farmacocinética
• ABSORÇÃO:
• -Boa absorção oral.
• -Pode ser administrada com ou sem alimento.
• BIOTRANSFORMAÇÃO:
• Hepático – muito rápido.
-Pioglitazona – t1/2β = 26-30h.
• EXCREÇÃO:
• -Renal – 2/3 dos metabólitos conjugados;
• -Biliar – restante.
Mecanismo de ação

Estimulam receptores nucleares ativadores de peroxissomo


proliferativo (PPAR-γ), levando a um aumento da
expressão dos transportadores da membrana de glicose
(GLUT-4).

“Euglicemiantes” – Em monoterapia são capazes de


restaurar os níveis de glicose dentro da faixa normal ou não-
diabética, sem causar hipoglicemia.
Efeitos

• -↑ utilização da glicose nos tecidos periféricos – ↑captação e


estimulando o metabolismo da glicose.
• -Supressão da gliconeogênese no fígado.
• -Redistribuição da gordura corporal;
• -↑ níveis de Tgs e LDL - rosiglitazona;
• -↓ níveis de Tgs – pioglitazona;
• OBS I: A instalação de seus efeitos terapêuticos é lenta.
• OBS II:
• -Podem promover a indução enzimática, diminuindo a eficácia de
anticoncepcionais orais.
• -Função hepática deve ser monitorada.
Usos Terapêuticos e Reações adversas

• -Pacientes com DM tipo II apresentando resistência insulínica;


• -Resistentes a outros antidiabéticos orais;
• -Tomando quantidades excessivas de insulina > 100UIdia;
• -Podem ser utilizadas em monoterapia ou em associação com a metformina,
sulfoniluréias e insulina.
• REAÇÕES ADVERSAS:
• -Edema leve a intenso;
• -Ganho de peso: Independente dos efeitos de retenção hídrica;
• -Podem promover anemia leve.
• -Alterações histopatológicas estruturais do tecido cardíaco: ↑ doses em
animais de laboratório;
• -Uso contra-indicado em pacientes com ICC.
Inibidores da α-glicosidase
• MECANISMO DE AÇÃO DOS INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE
• É um inibidor da α-glicosidade não-absorvível, que bloqueia a absorção
de amido, sacarose e maltose, através do bloqueio enzimático envolvido no
processo de digestão de carboidratos complexos.

• EFEITOS DOS INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE


• -Reduz os picos de glicêmicos pós-prandial – estabilizando a glicemia, o peso
e protege as células β, evitando hiperinsulinemia.

• REAÇÕES ADVERSAS DOS INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE


-Flatulência, meteorismo, distenção abdominal, diarréia e dor abdominal devido
à fermentação dos carboidratos não absorvidos no intestino.
-Não há referência de efeitos tóxicos.
• INDICAÇÕES CLÍNICAS DOS INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE
• -Monoterapia em pacientes DM II sob controle de dieta – recém-
diagnosticados;
• -Combinação com outros agentes antidiabéticos orais:
• Sulfoniluréias: a associação pode levar a hipoglicemia.
• Biguanidas: pode ser particularmente útil em pacientes obesos com DM
II.

• CONTRA-INDICAÇÕES DOS INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE


• -Gravidez;
• -Diabetes mellitus tipo I;
• -Transtornos crônicos de absorção intestinal e doença intestinal
inflamatória aguda ou crônica.
• -Úlceras do intestino grosso.
Exenatida - Byetta®
Liraglutida – Victoza®
Desenvolvida a partir da saliva venenosa do lagarto monstro-de-gila;

Imita a ação do GLP-1: Hormônio produzido no intestino, que na presença de


alimentos, estimula a produção e a secreção do hormônio insulina pelo pâncreas;

-Estimula a proliferação das ilhotas de Langerhans;


-Reduz a velocidade de esvaziamento gástrico;
-Agem no SNC ↑ sensação de saciedade;
Exenatida - Byetta®
Liraglutida – Victoza®
• -Controle da glicemia de forma inteligente: Só age
quando as taxas de açúcar atingem níveis anormais.
• -Requer apenas 2 aplicações diárias: Antes do café da
manhã e do jantar;
• -No 1º ano de uso promove perda média de 4 Kg.
• -Tem potencial para conter a progressão do DM II.
• -Indicado para os pacientes em estágio inicial ou
moderado da doença em associação com
antidiabéticos orais (metformina e sulfoniluréias).
Sitagliptina - Januvia®
Vildagliptina – Galvus ®

• Mecanismo de ação: Inibe a enzima dipeptidil peptidase 4 (DPP-4), aumentando os


níveis de incretinas ativas.
• -Incretinas ativas: GLP-1 – peptídeo-1 semelhante ao glucagon;
• GIP – peptídeo insulinotrópico dependente de glicose;
• Efeitos terapêuticos:
• -Melhora a responsividade das células β pancreáticas à glicose
• -↑ síntese e liberação de insulina pelo pâncreas;
• GLP-1: ↓ secreção de glucagon; ↓ produção endógena hepática de glicose;
Sitagliptina - Januvia®
Vildagliptina – Galvus ®
• Indicações Terapêuticas:
• *Monoterapia -adjuvante à dieta e à prática de exercícios na DM
II ;
• *Terapia Combinada -Podem ser associados a metformina e as
glitazonas para melhorar o controle glicêmico na DM II;
• Dose: Sitagliptina - 100mg/dia
Vildagliptina - 50-10mg/dia
• Farmacocinética:
• Absorção: -Boa absorção oral, administrado com ou sem
alimento;
*Eliminação renal – na forma inalterada;
OBS: necessita de ajuste de dose em caso de insuficiência renal;
Dapagliflozina – Forxiga®
Empagliflozina – Jardiance ®

Mecanismo de Ação:
- Bloqueia o cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT2), uma
proteína responsável pela reabsorção da glicose nos rins, levando
à eliminação do excesso de glicose na urina.

Indicação:
- DM II em associação com dieta e exercícios;
- Combinação com metformina, tiazolidinedionas, sulfonilureias,
um inibidor da DPP4 (com ou sem metformina); ou insulina
(isolada ou com até duas medicações antidiabéticas orais),
quando a terapia existente juntamente com dieta e exercícios não
proporciona controle glicêmico adequado
Dapagliflozina – Forxiga®
Empagliflozina – Jardiance ®

Contra-Indicação:
- DM I;
- Problemas renais moderados ou graves;
- Histórico ou risco de cetoacidose diabética;
- Doenças cardiovasculares;
- Uso de Antihipertensivos e/ou diuréticos;
- Gravidez
- ITU de recorrência.

Você também pode gostar