UNIVERDIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO: ENGENHARIA QUIMICA
CURSO: ENGENHARIA DO AMBIENTE
CADEIRA: HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO
TEMA:

ACIDENTES DE TRABALHO

 
    Discentes: Docentes:
 
 Garujo, Flávia F. José C.  Eng. Biquiza, Lucrécio
 Mucauque, Leonardo  Eng. Tsamba, Alberto
 Nhaca, Angélica  Eng. Hélder, Luís

Maputo, Outubro de 2014

Introdução
A operação das empresas dos mais diversos níveis (desde as
pequenas empresas aos megaprojectos) causa um forte impacto na
economia de um País e resulta na melhoria das condições de vida da
população deste mesmo País. No entanto, sua operação traz consigo
riscos e acidentes decorrentes do trabalho.
Por outro lado, a redução do número de tais acidentes e doenças no
trabalho significa maior competitividade, redução de custos, melhoria
das condições e dos locais de trabalho, e ainda melhores condições
de segurança para os trabalhadores.
Assim sendo, é importante estudar os acidentes de trabalho, os riscos
de sua ocorrência, as medidas de mitigação, prevenção e seus meios
de implementação. Também, é importante, ao realizar tal avaliação
dos acidentes de trabalho, ter em conta que o acidente de trabalho ou
a doença profissional interfere na capacidade de ganho financeiro do
trabalhador, pelo que estes estão protegidos pela legislação laboral.
Objectivos

 Identificar as Causas de Acidentes de Trabalho

 Definir os Métodos de Prevenção de Acidentes de Trabalho
 Compreender como é realizada a Investigação de Acidentes
de Trabalho
 1 - Causas de Acidentes de Trabalho

 Basicamente, duas causas primárias: atos inseguros e condições

inseguras.

Acidentes do trabalho podem ainda decorrer por atos de terrorismo

praticado por terceiros, ou ainda originar-se de causas que escapam
do controle humano, como os tufões, terremotos, inundações, etc.

 
 Atos Inseguros
 Causas de acidentes de trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto é,
aqueles que decorrem da execução das tarefas de forma contrária as normas de
segurança, ou seja, a violação de um procedimento aceito como seguro, que pode levar
a ocorrência de um acidente.

Exemplos:

 Agir sem permissão;

 Brincar em local de trabalho;
 Inutilizar dispositivos de segurança;
 Dirigir perigosamente;
 Não usar EPI;
 Não cumprir as normas de segurança, etc.
 Condições Inseguras
 Aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, comprometem a segurança do
trabalhador e a própria segurança das instalações e dos equipamentos.

 Exemplos:
 Falta de dispositivos de proteção;
 Ordem e limpeza deficientes;
 Falha de processo e/ou método de trabalho;
 Excesso de ruído;
 Piso escorregadio;
 Iluminação inadequada;
 Arranjo físico inadequado;
 Ventilação inadequada, etc.
 Conforme estatísticas mundiais, os acidentes de trabalho estão quantificados, segundo
suas causas, da seguinte forma:
 Atos inseguros - 86%;
 Condições inseguras - 12%;
 Elementos da natureza/situações especiais - 2%.
 Outros exemplos
 Fadiga

 Se alguém é forçado ou força a si mesmo para além de seus limites

razoáveis de modo a reduzir a carga de trabalho, os resultados muitas vezes
são a exaustão física e mental. Isso se traduz em dificuldade de raciocínio,
reflexos mais lentos em operar máquinas ou veículos automóveis, atraso na
resposta a situações de emergência e falta de atenção aos detalhes e
instruções.

 Estresse (Stress)

 Segurança no emprego, finanças, questões de saúde e ansiedade sobre

relações pessoais – são todos estes factores de stress. Quando a mente do
funcionário está muito distraída, ameaças reais que surjam ou que devessem
ser percebidas, não são percebidas claramente pelo funcionário estressado,
o que o torna mais propenso a cometer erros que possam causar acidentes,
e também aumenta o risco de um ataque cardíaco, AVC ou hipertensão.
 Outros exemplos – Cont.
 Quedas

 Cozinhas de escritório e salas de descanso são lugares comuns de

ocorrência de quedas devido ao número de líquidos derramados e
não limpos imediatamente. Pavimentos de madeira, linóleo e telha
são particularmente perigosos depois de terem sido esfregados ou
colocados cera. Outro aspecto que merece consideração é o tipo de
calçado usado pelos funcionários, especialmente os calçados
femininos, que podem, em muitos casos, contribuir para uma queda
nas condições já citadas.

 Quedas podem também ocorrer pela não aplicação de medidas de

segurança, como é o caso de funcionários que trabalham em locais
elevados (por exemplo, em empresas de construção e manutenção
de aparelhos de ar condicionado, electricistas e outros).
 Outros exemplos – Cont.
 “Viagens” no local de trabalho

 Itens deixados em um corredor de tráfego intenso, cabos de extensão

que não são devidamente gcolocados para baixo e carpetes que se
soltaram - são todos contribuintes para. Corredores mal iluminados e
escadas são, também, pontos de perigo, pois obscurecem a
capacidade de ver o que está sob os pés.

 Queda de Objectos

 Se peças altas de mobiliário, como estantes e componentes de

arquivamento não estão bem ancoradas, um terremoto poderia levá-
los a lançar para frente e desalojar os seus conteúdos, colocando os
trabalhadores nas proximidades em perigo. Acidentes de trabalho
também podem ser causados por objetos pesados, como é o caso de
queda de materiais e perdas em construções.
 Outros exemplos – Cont.
 Materiais Perigosos

 Equipamentos de protecção individual: óculos, luvas, máscaras e outros e

equipamentos de protecção colectiva são obrigatórios para funcionários
cujos empregos exigem que eles estejam em torno de materiais perigosos,
produtos químicos e resíduos tóxicos. Ignorar essas regras pode resultar
em queimaduras, explosões, doenças respiratórias, cegueira, infecções da
pele, contaminações e mortes.

 Movimentos Repetitivos

 A síndrome do túnel do carpo é uma ocorrência comum para trabalhadores

envolvidos em actividades de movimentos repetitivos que colocam pressão
sobre o nervo mediano, causando dormência e dores nos dedos, punhos e
mãos. Digitadores, operadores de dados chave e funcionários de salões
de beleza estão particularmente em risco de desenvolver esta condição
dolorosa.
 Outros exemplos – Cont.
 Levantamentos

 Muitas lesões nas costas e nos músculos que ocorrem no local de trabalho são o resultado de pegar algo
que é muito pesado, sem ter em atenção questões ergonómicas, como o não dobrar as pernas
correctamente, não pedir um parceiro para ajudar ou tentar levantar ou segurar um objecto pesado acima
dos ombros.
 
 Violência no local de trabalho

 Apesar das medidas segurança e de acesso a escritórios serem restritas para os indivíduos de fora e menos
restrito para aqueles que têm uma razão legítima para estarem no local, as vítimas inocentes são muitas
vezes envolvidas em acidentes no local de trabalho quando um cônjuge, ex-empregados descontentes ou
estranhos, com intenção de vingança dirigem-se ao local de trabalho e envolvem algum funcionário em uma
disputa. Gestores e trabalhadores também devem ficar sensíveis a mensagens suspeitas ou pacotes,
ameaças telefônicas e provas de violações de segurança.

Colisões

 Ao abrir uma porta muito rapidamente ou ao virar de uma esquina muito rápido dentro das instalações,
ocorrem frequentes colisões indesejadas com colegas de trabalho. Embora possa não ser com força
suficiente para derrubar o outro ou deixá-lo inconsciente, o potencial de lesão aumenta se houver líquidos
quentes, utensílios afiados ou objetos pesados envolvidos. Gavetas deixadas abertas em corredores de
passagem são bastante perigosas na medida em que, alguém, passando, pode chutá-las e magoar-se ou,
em caso de queda, pode ferir-se ao colidir com tal gaveta.
 2 - Prevenção de Acidentes de Trabalho
Através da avaliação dos tipos de risco a que os trabalhadores estão
expostos no ambiente de trabalho (Riscos Ambientais), suas
consequências e, assim, definir medidas de prevenção.

 Uma forma de se conhecer tais riscos é pela realização de

Inspeções de Segurança.

parte do controle de riscos que consiste em efetuar vistorias nas áreas e

meios de trabalho, com o objetivo de descobrir e corrigir situações que
comprometam a segurança dos trabalhadores.

 Uma inspeção para ser bem aproveitada precisa ser planeada, e o primeiro
passo é definir o que se pretende com a inspeção e como fazê-la.
 Tipos de InspeçãoDe Segurança

 Inspeção geral - Realizada quando se quer ter uma visão

panorâmica de todos os setores da empresa. Pode ser realizada no
início do mandato de uma nova administração.
 Inspeção parcial - Realizada onde já se sabe da existência de
problemas, seja por queixas dos trabalhadores ou ocorrência de
doenças e acidentes do trabalho. Deve ser uma inspeção mais
detalhada e criteriosa.
 Inspeção específica - É uma inspeção em que se procura
identificar problemas ou riscos determinados. Como exemplo
podemos citar o manuseio de produtos químicos, postura de
trabalho, esforço físico, etc.
 Etapas da Inspeção

 1ª Fase - Observar os atos das pessoas, as condições de

máquinas, equipamentos, ferramentas e o ambiente de trabalho.

 2ª Fase - Registrar o que foi observado e o que deve ser feito,

contendo, entre outros, os dados do local da realização, dos riscos
encontrados, os pontos positivos, os problemas, as propostas feitas
pelos inspecionados, colocando-se data e assinatura.
 3ª Fase - Analisar e Recomendar medidas que visem a
eliminar, isolar ou, no mínimo sinalizar riscos em potencial
advindos de condições ambientais ou atos e procedimentos
inseguros.

 4ª Fase - Encaminhar para os responsáveis para providenciar

as medidas corretivas, necessárias.

 5ª Fase - Acompanhar as providências até que ocorra a

solução final.
 É importante registrar os fatos positivos na prevenção de
acidentes, para que sejam divulgados e adotados outras áreas.

 Depois de registrado, deverão ser incluídos na pauta da reunião

ordinária para análise da comissão responsável pela área na
organização. A conclusão da comissão deverá ser encaminhada
ao responsável pelo local ou serviço inspecionado e mantida na
pendência até a regularização. Todas as fases da inspeção
deverão ser registradas em ata, inclusive o acompanhamento
das providências.

 Os riscos com grande potencial deverão ser informados de

imediato ao responsável e, quando possível, corrigidos no ato.
Caso a solução seja mediata, recomenda-se uma análise de
risco em busca da melhor solução.

 Identificados esses riscos, os mesmos deverão ser transcritos

num Mapa de Riscos.
 Mapa de Riscos
 É a representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos setores de trabalho,
por meio de círculos de diferentes cores e tamanhos.

 Objectivos

 Reunir informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação;

 Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os
funcionários.

 Etapas de Elaboração

 Conhecer o processo de trabalho no local analisado;

 Identificar os riscos existentes no local analisado;
 Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia;
 Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;
 Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando através de círculos,
colocando em seu interior o risco levantado (cor), agente especificado e número de
trabalhadores expostos.
3 - INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO
Objectivos

 Ter informação dos acidentes  Aprender do que aconteceu

 Resposta inicial  Determinar os riscos

 Reunir as evidências  Prevenir futuros acidentes e

incidentes
 Analisar as causas
 Solucionar problemas antes
 Ações corretivas
que resultem em perdas
 Relatórios de Investigação
 Determinar as causas reais
 Acompanhamento
das perdas
 Porque investigar os
 Definir tendências
acidentes
 Demostrar preocupação
 Quando ocorre um acidente - ações imediatas
 Tome o controle.
 Assegure os serviços de
emergência.
 Identifique e conserve a
evidência.
 Determine o potencial de perda.
 Facilite a comunicação.
 O passo seguinte é avaliar a
evidência, ou seja, tudo aquilo
que for encontrado no local de
acidente.
O que a evidencia deve
definir:
 Respostas às perguntas:
 Quem?
 O quê?
 Quando?
 Onde?
 Como?
 Em paralelo à análise das
evidências, realizam-se entrevistas
com todos os que, de alguma forma,
estiveram envolvidos no acidente ou
que possam ter alguma informação
que auxilie na busca de resultados
mais satisfatórios ao fim da
investigação.
 Conselhos para as
entrevistas
 Entreviste individualmente e em
particular;
 Entreviste rapidamente:
 Escolha um local adequado:
 Tranquilize a pessoa;
 Faça perguntas abertas;
 Resuma o que escuta;
 Tome notas breves e repásse-as
com o entrevistado;
 Fomente entrevistas de
continuação se for necessário.
Regras para os chefes no
sistema de investigação
Responsabilidades do Supervisor:
 Investigar, durante o turno em que
ocorrem:
 Todas as lesões/enfermidades
ocupacionais
 Danos à Propriedade/Perdas no
Processo
 Incidentes
 Informar tudo ao Controle de Perdas
antes de 24 horas.
 Os Supervisores de Contratados
avisarão imediatamente e conduzirão
a investigação com a cooperação do
supervisor da área.
 Remeter o relatório ao Controle de
Perdas antes de 48 horas.
Responsabilidades do
Supervisor Geral:
 Participar ativamente na
investigação de:
 Todas as lesões/enfermidades que
requeiram atenção médica
 Perdas da Propriedade
 Incidentes sérios
 Revisar as ações corretivas dos
relatórios de investigação dos
Supervisores.
 Revisar todos os relatórios de
investigação dentro de suas áreas
de responsabilidade dentro das 72
horas de sua ocorrência
 Assegurar que todos os
supervisores novos ou transferidos
assistam a um curso de treinamento
em investigação em até 2 meses.
Responsabilidades do
Superintendente:
 Participar ativamente na
investigação de :
 Todas as lesiones/enfermidades
envolvendo 1 dia de trabalho
perdido.
 Perdas da Propriedade
 Incidentes maiores
 Revisar todos os relatórios de
acidentes com “alto potencial”
que ocorrem em suas áreas,
dentro das 72 horas de sua
ocorrência.
 Assegurar que todos os
supervisores e supervisores
generais novos ou transferidos,
assistam a um curso de
treinamento em investigação.
 Responsabilidades do
Gerente de Operações:
 Participar ativamente na
investigação de :
 Qualquer acidente que resulte
em uma fatalidade.
 Perdas da Propriedade
 Revisar todos os acidentes com
alto potencial, dentro das 72
horas de sua ocorrência.
 Assegurar que todos os
superintendentes novos ou
transferidos assistam a um
curso de trenamento em
investigação.
Responsabilidades do
Gerente Geral/Assistente:
 Participar ativamente na
investigação de:
 Qualquer acidente que resulte
em uma fatalidade.
 Perdas da Propriedade
 Revisar todos os acidentes com
alto potencial, dentro das 72
horas de sua ocorrência.
 Assegurar que todos os
gerentes de operações novos ou
transferidos assistam a um curso
de trenamento em investigação.
Controle de Perdas:
Proporciona mensalmente relatórios dos acidentes e incidentes.

Participa ativamente na investigação de:

 Qualquer acidente que resulte numa fatalidade.

 Perdas da Propriedade
 Qualquer acidente ou incidente, de aordo com a solicitação.
 Dez Conselhos Para Uma
InvestigaçãoEficaz
 Comunicar a Importância de Relatar e Investigar;
 Desenvolver Procedimentois Práticos e Efectivos;

 Treinar Investigadores;
 Considerar a Severidade do potencial e a probabilidade para se
determinar o nível de investigação;
 Usar um enfoque positivo;

 Enfatizar as causas básicas;

 Usar formatos padrões de investigação;

 Implementar e acompanhar as ações correctivas;

 Medir a perfomance;

 Preparar e reforçar melhorias.

 Conclusões
 Não importa o nível de atenção e consciência em relação à
observância das regras de segurança e saúde no trabalho, o potencial
para acidentes de trabalho está sempre presente. Tais acidentes
podem, não apenas colocar os funcionários em risco de hospitalização
ou até mesmo a morte, como podem também afetar as taxas de
seguro, reduzir a produtividade, aumentar as reivindicações da
compensação dos trabalhadores e afetar a imagem da empresa.
Equipes de vigilância em todos os níveis são fundamentais na
manutenção de um ambiente seguro e na prevenção à ocorrência de
acidentes.