Você está na página 1de 12

PAULO FREIRE E A PEDAGOGIA DA LIBERTAÇÃO

Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de


1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e
filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da
educação popular, voltada tanto para a escolarização como
para a formação da consciência. É considerado um dos
pensadores mais notáveis na história da pedagogia
mundial, tendo influenciado o movimento chamado
pedagogia crítica
Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 em
Recife. Sua família fazia parte da classe média, mas
Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância
durante a depressão de 1929, uma experiência que o
levaria a se preocupar com os mais pobres e o
ajudaria a construir seu revolucionário método de
alfabetização. Por seu empenho em ensinar os mais
pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para
gerações de professores, especialmente na América
Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a
perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985),
sendo preso e forçado ao exílio.
desenvolvimentista do governo João Goulart.
O educador procurou fazer uma síntese de algumas
correntes do pensamento filosófico de sua época,
como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a
dialética hegeliana e o materialismo histórico.Essa
visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou
a conquistar um amplo público de pedagogos,
cientistas sociais, teólogos e militantes políticos,
quase sempre ligados a partidos de esquerda.
A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande
do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler
e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu
um método inovador de alfabetização, adotado
primeiramente em Pernambuco. Seu projeto
educacional estava vinculado ao nacionalismo.
ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS E CONSCIENTIZAÇÃO
(Educação e Mudança, 1979)

I. Instrumentação da Educação: mediar a relação de um sujeito


situado e temporalizado com seu espaço-tempo.

II. O homem como um ser de relações: o homem se produz na


relação com o outro

III. O homem e a sua época: o homem deve compreender sua


época e nela intervir.

IV. A transição: O homem precisa desenvolver um pensamento crítico


para promover a transição.

V. Brasil, uma sociedade em transição: A passagem de uma


sociedade “fechada”para uma “aberta”.

VI. Democratização fundamental: O povo “emerge”, uma


educação que colocasse o homem como sujeito.
VII.Mais uma vez o homem e o mundo: o homem precisa estar
como o mundo e não apenas no mundo.

VIII.A organização reflexiva do pensamento: captação mágica


X captação crítica da realidade: sujeito com o mundo.

IX. Como fazê-lo: método ativo, dialógico e participante “não cria


aquele que impõe, nem aqueles que recebem, ambos se atrofiam e a
educação já não é educação”

X. Novo conteúdo programático: Disitinção de natureza/cultura;


papel ativo do homem sobre a realidade; comunicação entre os homens;
como ser no mundo e com o mundo. (onze situações para o debate ao
todo)

XI. A alfabetização como um ato criador: O domínio da técnica


de ler e escrever em termos conscientes; entender o que se lê e escrever
o que se entende.

15 ou 18 palavras geradoras para formar novas palavras.


XII. Levantamento do universo vocabular: pesquisa na
comunidade; palavras típicas do povo; exuberância insuspeita.

XIII. Seleção de palavras geradoras: riqueza fonética, dificuldades


fonéticas, aspecto pragmático da palavras.

XIV. Criação de situações sociológicas: situações-problemas


onde as palavras se encaixem

XV. Fichas auxiliares: sugestões para o trabalho dos coordenadores de


debates no círculo de cultura (turmas)

XVI. Ampliação: Tijolo: análise da situação; visualização da palavra-


chave; decomposição em famílias silábicas; criar palavras com combinações
fonéticas

TA-TE-TI-TO-TU FICHA DA DESCOBERTA


JA-JE-JI-JO-JU
TATU – LAJOTA – LATA –LATE
LA-LE-LI-LO-LU TUTU – JATO – JILO - LOTO
XVII. A capacitação dos coordenadores: criar nova atitude
(dialogal) relação sujeiro – sujeito e não sujeito – objeto.

XVIII. Resultados práticos: Alfabetizados:


• Mês e meio dois meses (45/60 dias)
• 1 hora e meia diárias de segunda – sexta
• Grupos de 25 / 30 alunos
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA
Saberes necessários a prática pedagógica
Não há docência sem discência 11
1.1 – Ensinar exige rigorosidade metódica 14
1.2 – Ensinar exige pesquisa 15
1.3 – Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos 16
1.4 – Ensinar exige criticidade 17
1.5 – Ensinar exige estética e ética 18
1.6 – Ensinar exige corporeificação das palavras pelo
exemplo 19
1.7 – Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a
discriminação 20
1.8 – Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática 22
1.9 – Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da
identidade cultural
Cap. 2 – Ensinar não é transferir conhecimento 27

2.1 – Ensinar exige consciência do inacabado 28


2.2 – Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado
31
2.3 – Ensinar exige respeito à autonomia do ser do
educando 34
2.4 – Ensinar exige bom senso 36
2.5 – Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa
dos direitos dos educadores 39
2.6 – Ensinar exige apreensão da realidade 41
2.7 – Ensinar exige alegria e esperança 43
2.8 - Ensinar exige a convicção de que a mudança é
possível 46
2.9 – Ensinar exige curiosidade
Cap. 3 – Ensinar é uma especificidade humana 56
3.1 – Ensinar exige segurança, competência profissional e
generosidade 56
3.2 – Ensinar exige comprometimento 59
3.3 – Ensinar exige compreender que a educação é uma
forma de intervenção no mundo 61
3.4 – Ensinar exige liberdade a autoridade 64
3.5 – Ensinar exige tomada consciente de decisões 68
3.6 – Ensinar exige saber escutar 70
3.7 – Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica
79
3.8 – Ensinar exige disponibilidade para o diálogo 86
3.9 – Ensinar exige querer bem aos educandos 90
A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER
A leitura do mundo precede
sempre a leitura da palavra.
O ato de ler se dá pela
experiência, primeiro a leitura
do mundo, deste pequeno
mundo que o cerca, depois a
leitura da palavra com a
escolarização.

O ato de ler implica na percepção crítica,


interpretação e “re-escrita” do lido.
Na alfabetização pós-alfabetização não nos interessa
transferir ao Povo frases e textos para ele ir lendo sem
entender.
“É preciso que quem sabe, saiba sobretudo que ninguém
sabe tudo e que ninguém tudo ignora” (FREIRE, p.32).
“O processo de aprendizagem na alfabetização de
adultos está envolvida na prática de ler, de interpretar o
que lêem, de escrever, de contar, de aumentar os
conhecimentos que já têm e de conhecer o que ainda não
conhecem, para melhor interpretar o que acontece na
nossa realidade” (FREIRE, p. 48).

Você também pode gostar