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FORMAÇÃO PERMANENTE –

Arquidiocese de Olinda e Recife


16 a 18 de Setembro de 2014

Conversão Pastoral
Pe. Jésus Benedito dos Santos
(pejesusbs@yahoo.com.br)

1
Motivação
Toda conversão supõe um processo de transformação
permanente e integral, o que implica o abandono de um
caminho e a escolha de outro (CNBB, 100, 51)

A expressão “conversão pastoral” remete, acima de tudo, a uma renovada


conversão a Jesus Cristo, a qual consiste no arrependimento dos pecados, no
perdão e na acolhida do dom de Deus. Trata-se de uma conversão pessoal e
comunitária. Há muitos batizados e até agentes de pastoral que não fizeram
um encontro pessoal com Cristo, capaz de mudar sua vida para se configurar
cada vez mais ao Senhor(CNBB, 100, 52)
Motivação – Igrejas que mais crescem
a) Liderança capacitadora
b) Ministérios orientados pelos dons
c) Espiritualidade contagiante
d) Estruturas eficazes
e) Culto inspirador
f) Pequenos grupos, células familiares
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o r g) Evangelização orientada para as necessidades
fat i s concretas das pessoas
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O rin h) Relacionamentos marcados pelo amor fraternal
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Pesquisa realizada na Alemanha por A. Schwarz e Christoph Schalk –


Publicada com Editora Esperança: O desenvolvimento natural da Igreja
Motivação – Igrejas que mais crescem
a) Pastoral bíblica
b) Vibrantes celebrações litúrgicas com intensa
participação dos fieis
c) Convocam e formam leigos para a missão
d) Têm gestos de solidariedade para com os
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ro c que sofrem
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Q ter
Observador do encontro de Aparecida – Membro da Igreja Batista

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“A vida litúrgica e o cultivo da espiritualidade precisam ser pontos
fortes nas Igreja da paróquia, pois são centros que fortalecem as
comunidades pequenas e podem atrair aqueles que estão afastados ”
(CNBB, 100, 278
Parte IV

A Conversão Pastoral

5
Constatação do documento 100 da CNBB
Constatou-se que a atual paróquia necessita de uma conversão pastoral.
Para tanto, será necessário aplicar a eclesiologia proposta pelo Concílio
Vaticano II, consolidar a proposta do Documento de Aparecida e
concretizar as diretrizes da CNBB que insistem na renovação paroquial
(CNBB, 100, 5)

As questões que norteiam o texto são: qual é a situação de nossas paróquias


hoje? Quais são as causas de certo esfriamento na comunidade cristã? O que é
preciso perceber para que ocorra um mudança? Que aspectos merecem revisão
urgente? O que é possível propor e assumir na pluralidade da realidade brasileira?
Em Aparecida
Em Aparecida, segundo o papa Francisco, “há algo de
perene para aprender sobre Deus e sobre a Igreja;
um ensinamento que nem a Igreja no Brasil nem o
próprio Brasil devem esquecer” (Papa Francisco, encontro com
o episcopado brasileiro – JMJ). – Ler e reler, reinterpretar os fatos e
acontecimentos da Igreja com atenção à verdade dos pequenos
e da pequenez de Deus em nossa fragilidade e humanidade.
Documento de Aparecida - Evangelização

“Assumir atitude de permanente


conversão pastoral, que implica
escutar com atenção e discernir o
o que o Espírito está dizendo às
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v e ra Igrejas” (DAp 366)
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Não ignoro que hoje os documentos não suscitam o mesmo interesse


que noutras épocas, acabando rapidamente esquecidos (...).
Constituamo-nos em «estado permanente de missão», em todas as
regiões da terra. (EG 25)
Documento de Aparecida e a renovação
eclesial
“A conversão pastoral de nossas comunidades
exige que se vá além de uma pastoral de mera
conservação para uma pastoral
decididamente missionária” (DAp 370). “Daí
nasce a necessidade de uma renovação
eclesial que implica reformas espirituais,
ã o pastorais e também institucionais” (DAp 367)
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A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer
com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas
instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante
de «saída» e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua
amizade (EG 27)
Documento de Aparecida e a renovação
eclesial
“A conversão pastoral de nossas comunidades
exige que se vá além de uma pastoral de mera
conservação para uma pastoral
decididamente missionária” (DAp 370). “Daí
nasce a necessidade de uma renovação
eclesial que implica reformas espirituais,
ã o pastorais e também institucionais” (DAp 367)
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A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer
com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas
instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante
de «saída» e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua
amizade (EG 27)
A conversão Pastoral em Aparecida
A missionariedade tão fortemente repisada no Documento de Aparecida, torna-se
para a Igreja no Brasil uma estrela que conduz a vida da Igreja. Ela existe para
evangelizar. A evangelização exige uma conversão pastoral. Conversão nos modos, nos
meios, nas estruturas: “Espero que todas as comunidades se esforcem por atuar os
meios necessários para avançar no caminho duma conversão pastoral e missionária,
que não pode deixar as coisas como estão. Neste momento, não nos serve uma
‘simples administração’. Constituamo-nos em ‘estado permanente de missão’, em
todas as regiões da terra” (EG 25)

“A conversão pastoral supõe passar de uma pastoral


ocupada apenas com atividades internas da Igreja, a uma
pastoral que dialogue com o mundo” (CNBB, 100, 58)
A conversão Pastoral
“A transformação missionária da Igreja”, primeiro capítulo Evangelli Gaudium
fala da Conversão pastoral da Igreja. Propondo a passagem de uma Igreja
voltada para si para uma Igreja “em saída” (Eg 20-24). A renovação acontece a
partir do coração do Evangelho (EG 34-39) para que alcance urgentemente
todas as instâncias pastorais: o papado, o episcopado, o clero, as paróquias, as
instituições eclesiais, os teólogos etc. (EG 25-33).

Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos,
os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à
evangelização do mundo actual que à auto-preservação. A reforma das estruturas, que a
conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se
tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais
comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de «saída» e,
assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade (EG 27).
Conversão pastoral
Temos novos cenários da fé e da religião: Busca de curas e prosperidades, novos
sentimentos de pertenças, vivência religiosa midiática, vasta população ou
extensão territorial, centralização no pároco, grupos fechados em seus ideais
(fundamentalismo católico), comunidades paroquiais que vivem como instituição
e não comunidades de discípulos de Cristo, a transformação do tempo (dia e
noite)

Encontram-se paróquias que não assumiram a renovação


proposta pelo Concílio Vaticano II e se limitaram a realizar suas
atividades principais no atendimento sacramental e nas
devoções (CNBB, 100, 29). Para haver comunidade eclesial é
preciso que haja fé, esperança e caridade (CNBB, 100, 36)
Conversão Pastoral da paróquia
“A conversão pastoral da paróquia consiste em ampliar a
formação de pequenas comunidades de discípulos
convertidos pela Palavra de Deus e conscientes da urgência
de viver a estado permanente de missão” (CNBB, 100, 8)

Isso implica revisar a atuação dos ministros ordenados,


consagrados, leigos, superando a acomodação e o
desânimo. O discípulo de Jesus Cristo percebe que a
urgência da missão supõe desinstalar-se e ir ao encontro dos
irmãos (CNBB, 100, 8)
Renovação paroquial
Basta olhar suas atividades: não há plano pastoral; há
uma concentração na liturgia sacramental e nas
devoções; a evangelização se reduz à catequese para as
crianças, sem a iniciação cristã; a administração se
concentra no pároco, não há ação missionária.
Cuidar demais das estruturas e da práticas levou-nos a muitas
formas de ativismo estéril (CNBB, 100, 45). Em muitas partes,
predominam o aspecto administrativo sobre o pastoral, bem
como uma sacramentalização sem outras formas de
evangelização (CNBB, 100, 48)
Conversão Pastoral
A renovação paroquial depende de um renovado amor à
pastoral, que se exerce como expressão do sacerdócio
recebido pelo Batismo e pela Ordem (CNBB, 100, 193)

Todos os sujeitos da conversão pastoral como discípulos


missionários hão de se comprometer a ser presença
evangelizadora, próximo de todos, especialmente junto aos
que encontram nas periferias, sejam geográficas, sejam
existenciais (CNBB, 100, 194)
Promotores da Conversão Pastoral - Bispos

Os bispos serão os primeiros a fomentar, em toda a diocese, a


conversão pastoral das paróquias. Eles são os responsáveis por
desencadear o processo de renovação das comunidades,
especialmente na missão com os afastados, chamados a fazer da
Igreja casa e escola de comunhão (CNBB, 100, 195)

O papa questionou os bispos: “Procuramos


que nosso trabalho e o de nossos presbíteros
sejam mais pastorais que administrativos?”
(CNBB, 100, 197)
Promotores da Conversão Pastoral- Presbíteros

A conversão pastoral da paróquia depende muito da


postura do presbítero na comunidade. Isso exige uma
profunda consciência de que o padre não é um mero
delegado ou representante, mas um dom para a
comunidade à qual serve, como pastor e guia, sendo
presença visível de Cristo (CNBB, 100, 202)
Promotores da Conversão Pastoral- Presbíteros

A paróquia há de fazer a diferença no atendimento, começando pelo padre. Isso requer


que o presbítero cultive um profunda experiência de Cristo vivo, como espírito
missionário, coração paterno, que seja animador da vida espiritual e evangelizador,
capaz de promover a participação (CNBB, 100, 203) – O pároco precisa ser um homem
de Deus que fez e faz uma profunda experiência de encontro com Jesus Cristo (CNBB,
100, 204)

Exigência fundamental é que o o padre seja


autêntico discípulo de Jesus Cristo, porque só
um sacerdote apaixonado pelo Senhor pode
renovar uma paróquia(CNBB, 100, 203) – Dap, 201
Promotores da Conversão Pastoral- Diáconos permanentes

A conversão paroquial supõe oportunamente a atuação de


diáconos permanentes, preferencialmente se estiverem
morando nessas comunidades urbanas ou rurais (CNBB,
100, 206)

O Documento de Aparecida sugere que os diáconos


permanentes acompanhem a “formação de novas
comunidades eclesiais, especialmente nas fronteiras
geográficas e culturais, aonde ordinariamente não chega a
ação evangelizadora da Igreja?” (CNBB, 100, 206)
Promotores da Conversão Pastoral- Consagrados

Os religiosos e as religiosas, bem como os


membros de Institutos Seculares, são
chamados a participar ativamente da
renovação paroquial (CNBB, 100, 207)
Promotores da Conversão Pastoral - leigos

A missão dos leigos deriva do Batismo e da Confirmação: “A sua


ação dentro das comunidades eclesiais é tão necessária que, sem
ela, o próprio apostolado dos pastores não pode conseguir, na
maior parte das vezes, todo o seu efeito” (AA, 10 - CNBB, 100, 210)

Leigos e leigas devem crescer na consciência de vocacionados a “ser Igreja”


e precisa dispor de espaço para atuarem na comunidade, assumindo sua
participação na construção da comunidade de comunidades (CNBB, 100,
214) - Famílias, as mulheres, os jovens e os idosos, as CEBs e os
Movimentos e associações de fieis – “A Igreja, família de Cristo, precisa
acolher com amor todos os seus filhos” (CNBB, 100, 218 )
Leigo evangelizador

Todos nós somos membros do povo de Deus.


Quando o leigo evangeliza não é privilégio do
padre, mas direito do batizado.

A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos (...). Cresceu a


consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja (...). A formação
dos leigos e a evangelização das categorias profissionais e intelectuais
constituem um importante desafio pastoral (EG, 102). Como é bom que
sacerdotes, diáconos e leigos se reúnam periodicamente para encontrarem,
juntos, os recursos que tornem mais atraente a pregação! (EG 169)
O diálogo evangelizador e a doutrina

Deus continua dialogando com a humanidade. Cristo é o diálogo do Pai. O diálogo é


perceber como Deus continua dialogando com os povos. Atentos ao diálogo salvífico de
Deus em Jesus, vamos ouvir esse diálogo. Não é um diálogo de grandes conteúdos, mas
sendo Cristo na relação com eles e não somente falando sobre Jesus para eles. Tem
padre que fala de Jesus, mas não tem a mística de Jesus. “Não basta ocupar-se de
conteúdos e temas; é preciso encontrar metodologias e processos que permitam
desencadear uma conversão nas pessoas e uma mudança na comunidade” (CNBB, 100,
302)

Uma pastoral em chave missionária não está obsessionada pela transmissão desarticulada de
uma imensidade de doutrinas que se tentam impor à força de insistir (EG 35). Um diálogo é
muito mais do que a comunicação duma verdade. Realiza-se pelo prazer de falar e pelo bem
concreto que se comunica através das palavras entre aqueles que se amam (EG 142)
Evangelização
O processo de Evangelização autêntico será aquele capaz
de envolver e dialogar com a racionalidade (cabeça), a
afetividade (coração) e a operacionalidade (mãos e pés da
pessoa humana. A evangelização deve conseguir
harmonizar a explicitação da doutrina ou os conteúdos da
ã o fé cristã, com a preocupação na tradução em
rs l
v e ra comportamentos éticos que brotam da paixão/atração
o n to pela pessoa do Senhor Jesus Cristo
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A renovação da paroquial exige novas formas de evangelizar


tanto o meio urbano como o rural (CNBB, 100, 21).
Nova Evangelização - Afastados

É urgente ir ao encontro daqueles que se afastaram da


comunidade ou dos que concebem apenas como uma
referência para serviços religiosos (CNBB, 100, 318)

Ocasião especial para acolher os afastados pode ser a


preparação de pais e padrinhos para o Batismo, a
preparação de noivos para o Sacramento do
Matrimônio, as Exéquias e a formação de pais de
crianças e jovens da catequese (CNBB, 100, 318)
Nova Evangelização

Nova Evangelização é algo dos anos 60. Ainda não tinha entrado nos documentos
da Igreja. O Concílio Vaticano II foi o grande momento paradigmático para uma
nova evangelização. Tivemos uma grande avalanche que não era Concílio Vaticano
II. Agora estamos tendo uma nova onda do Concílio Vaticano II. Mas o que chega
para nós chega muito filtrado e as vezes tem pouco de Concílio Vaticano II.

O Sínodo dos bispos de 1975 teve como tema: “A evangelização no mundo contemporâneo”. As
conferências dos bispos da América Latina e Caribe – de Medellin a Aparecida, foram na mesma
linha – o papa Bento XVI criou o pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e
convocou para 2012 o sínodo dos bispo com o tema: “Nova evangelização e transmissão da fé”
Qual a missão do povo de Deus?

Bento XVI ao explicar a nova evangelização nos disse que a “Igreja


existe para evangelizar” (Homília da missa de abertura do XIII Sínodo,
2012). A razão de existir da Igreja é evangelizar. A missão da Igreja é o
mandamento do Senhor: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas a
nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou
convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,19-20).
Nova Evangelização

Nas Diretrizes da Ação Evangelizadora, a Igreja do Brasil (CNBB – 2011-2015), renova seu
compromisso de evangelizar à luz da evangélica opção preferencial pelos pobre! Para que isso
aconteça se faz necessário uma verdadeira conversão pastoral: “Uma verdadeira conversão pastoral
deve estimular-nos e inspirar-nos atitudes e iniciativas de autoavaliação e coragem de mudar várias
estruturas pastorais em todos os níveis, serviços, organismos, movimentos e associações. Temos
necessidade urgente de viver na Igreja a paixão, que norteia a vida de Jesus Cristo: o reino de Deus,
fonte de graça, justiça, paz e amor. Por esse reino, o Senhor deu a vida” (DG 26)

O Documento de Aparecida (365) propõe “abandonar as ultrapassadas estruturas que


não favorecem mais a transmissão da fé”. A Evangelli Gaudium (27) explicitou as
consequências dessa revisão: A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige,
só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais
missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais
comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de
«saída» e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a
sua amizade (CNBB, 100, 46)
Evangelizar com otimismo
Deus não nos criou por divertimento, mas por graça. Como criatura soberana
ele decidiu criar o homem. Calvino olhou depois da redenção. Ele não conseguiu
voltar a criação. Mas Deus, segundo São Paulo, nos criou em graça e nos elegeu
em Cristo. Somos, na criação, salvos (Ef 1,2-14).
Nas parábolas escatológicas vemos as estações do ano (Mt 13) – Se rompemos a
criação e ficamos vazio.

A alegria do Evangelho é tal que nada e ninguém no-la poderá tirar (Jo 16, 22). Os males do nosso mundo –
e os da Igreja – não deveriam servir como desculpa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor (...). A
nossa fé é desafiada a entrever o vinho em que a água pode ser transformada, e a descobrir o trigo que
cresce no meio do joio. Cinquenta anos depois do Concílio Vaticano II, apesar de nos entristecerem as
misérias do nosso tempo e estarmos longe de otimismos ingénuos, um maior realismo não deve significar
menor confiança no Espírito nem menor generosidade (EG 84). O papa Francisco nos convida a dizer não
pessimismo (EG 84-86)
Liturgia Evangelizadora
Liturgia é culto da Nova Aliança e celebração sacramental da Páscoa
do Senhor
Sacrossanctum Concilium
Mysterium fidei
Ecclesia de euchatistia
Instrução Geral do Missal Romano
A Igreja, povo de Deus, que proclama e celebra a sua fé, é comunidade de culto e de santificação. A
liturgia supõe e alimenta a fé, que deve ser aprofundada na catequese. “A Igreja evangeliza e se
evangeliza com a beleza da liturgia, que é também celebração da atividade evangelizadora e fonte
dum renovado impulso para se dar”(EG 24). “Após o Concílio Vaticano II, nas celebrações litúrgicas
buscou-se maior participação da assembleia. Entretanto, algunas experiências têm demonstrado
que, às vezes, fala-se demais e reza-se pouco” (CNBB, 100, 274)
A centralidade de Cristo na Evangelização

Caráter cristocêntrico da revelação vinculando criação e


salvação
Dei Verbum – Verbum Domini – Documentos da Pontifícia
Comissão Bíblica

E o mesmo acontece quando se fala mais da lei que da graça,


mais da Igreja que de Jesus Cristo, mais do Papa que da Palavra
de Deus (EG 38); Pondo a Igreja em movimento de saída de si
mesma, de missão centrada em Jesus Cristo, de entrega aos
pobres (EG 97)
Eu também sou pecador – papa Francisco

Somos contraditórios. O pecado atrapalha- Deus nos criou em criatura e


não no pecado. Somos chamados a ter uma santidade original. O pecado
faz parte de nossa condição. Deus nos criou santos. Ele não tem duas
vontades. Só fomos lembrar de uma teologia da criação depois da Dei
Verbum. Cuidamos somente de homem para a salvação e esquecemos da
natureza. Deus criou Adão e Eva e os colocou no Jardim. Cristo é o Novo
Adão (LG, 39-42).

A nossa tristeza e vergonha pelos pecados de alguns membros da Igreja, e pelos próprios, não
devem fazer esquecer os inúmeros cristãos que dão a vida por amor: ajudam tantas pessoas seja
a curar-se seja a morrer em paz em hospitais precários (...) e dedicam-se de muitas outras
maneiras que mostram o imenso amor à humanidade inspirado por Deus feito homem (EG, 76).
Sacramentalidade da Palavra

Sacramentalidade das Escrituras e seus lugar próprio na liturgia, na Teologia


(incluindo o diálogo ecumênico) na catequese e na espiritualidade
Dei Verbum (unitatis redintegraticio)
Verum Domini
Catequease Tradendae
Diretório Ecumênico

Toda a evangelização está fundada sobre esta Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e
testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte da evangelização (...). A Igreja não evangeliza, se
não se deixa continuamente evangelizar. É indispensável que a Palavra de Deus «se torne cada
vez mais o coração de toda a atividade eclesial» (EG 174). O estudo da Sagrada Escritura deve
ser uma porta aberta para todos os crentes (EG 175)
A sacramentalidade da vida

Santo Agostinho diz que têm 34 sacramentos. Nós é que reduzimos a sete.
Sacramento é o que santifica o homem e glorifica a Deus. Exemplo: uso da cera. Antes
as pessoas faziam mascaras de cera, já os cristãos passaram a usar a cera para fazer o
círio, para dizer que Cristo é sua face, somos sem máscaras. O ser humano é
sacramento de Deus – A comunidade - O corpo é sacramento - A reprodução natural é
um sacramento – As assembleias, tudo é sacramento

A Eucaristia, embora constitua a plenitude da vida sacramental, não é um prémio para os perfeitos, mas um
remédio generoso e um alimento para os fracos. Estas convicções têm também consequências pastorais, que
somos chamados a considerar com prudência e audácia. Muitas vezes agimos como controladores da graça e
não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a
sua vida fadigosa (EG, 47).
Diálogo ecumênico

No meio evangélico temos o movimento litúrgico e no meio católico


os movimentos bíblicos. A igreja não pode ser sinal sacramental se ela
não viver em comunhão. Acolher o ecumenismo é acolher o
evangelho. Alguma coisa nos faltou antes e o estrago foi pior. “É no
cotidiano da paróquia que aparecem as dificuldades e as
possibilidades de relação com as Igrejas e religiões” (CNBB, 100, 298)

O compromisso ecumênico corresponde à oração do Senhor Jesus pedindo «que todos sejam
um só» (Jo 17, 21). A credibilidade do anúncio cristão seria muito maior, se os cristãos
superassem as suas divisões e a Igreja realizasse «a plenitude da catolicidade que lhe é própria
naqueles filhos que, embora incorporados pelo Batismo, estão separados da sua plena
comunhão» (EG, 244)
Evangelização para salvação
Discernimento do diálogo da salvação como autonomia de Deus Trino e
critério metodológico para a missão da Igreja como sacramento universal da
salvação
Nostra aetate – Dei Verbum – Gaudium et spes
Redemptoris missio
Diálogo e Anúncio

A ação pastoral deve mostrar ainda melhor que a relação com o nosso Pai exige e incentiva
uma comunhão que cura, promove e fortalece os vínculos interpessoais. Enquanto no
mundo, especialmente nalguns países, se reacendem várias formas de guerras e conflitos,
nós, cristãos, insistimos na proposta de reconhecer o outro, de curar as feridas, de construir
pontes, de estreitar laços e de nos ajudarmos «a carregar as cargas uns dos outros» (Gal 6, 2)
(EG 67).
A evangelização e a doutrina social da Igreja

Percepção dos novos cenário e novos sujeitos para a Doutrina Social


da Igreja
Gaudium et spes
Populoroum progressio
Sollicitudo rei socialis
Caritas in veritate
Para avançar nesta construção de um povo em paz, justiça e fraternidade, há quatro
princípios relacionados com tensões bipolares próprias de toda a realidade social. Derivam
dos grandes postulados da Doutrina Social da Igreja, que constituem o «primeiro e
fundamental parâmetro de referência para a interpretação e o exame dos fenômenos
sociais» (EG 221): a) O tempo é superior ao espaço (EG 222-225); b) A unidade prevalece
sobre o conflito (EG 226-230); c) A realidade é mais importante do que a ideia (EG 231-
233); d) O todo é superior a parte (EG 234-237)
O diálogo social como contribuição para a paz

A doutrina social da Igreja tem que estar atentos aos novos sujeitos sociais. Não
adianta falar que é bonita a doutrina social da Igreja e guardar na estante. Quem
são os sujeitos? – são os leigos. Os padres são os segundos sujeitos políticos,
eles precisam formar os leigos para ser Leigos cristãos na família, na sociedade,
na empresa e na política etc.

Para avançar nesta construção de um povo em paz, justiça e fraternidade, há quatro


princípios relacionados com tensões bipolares próprias de toda a realidade social. Derivam
dos grandes postulados da Doutrina Social da Igreja, que constituem o «primeiro e
fundamental parâmetro de referência para a interpretação e o exame dos fenómenos
sociais»(EG 221)
A evangelização e opção preferencial
pelos pobres
A própria beleza do Evangelho nem sempre a conseguimos manifestar adequadamente, mas há
um sinal que nunca deve faltar: a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e
lança fora (EG 195). Para a Igreja, a opção pelos pobres é mais uma categoria teológica que
cultural, sociológica, política ou filosófica. Deus «manifesta a sua misericórdia antes de mais» a
eles. Esta preferência divina tem consequências na vida de fé de todos os cristãos, chamados a
possuírem «os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus» (Fl 2, 5) - EG 198

Sem a opção preferencial pelos pobres, «o anúncio do Evangelho –


e este anúncio é a primeira caridade – corre o risco de não ser
compreendido ou de afogar-se naquele mar de palavras que a
atual sociedade da comunicação diariamente nos apresenta» (EG
54)
Evangelização interacional

O sentido se constrói de ponto a ponto e isto é muito difícil. A vida é feita de sagas,
de contos, e não de ponto. Abandonamos nossa geração para consumir e não
contamos fábula para eles. Temos chances de evangelizar. Estamos perdendo tempo
na evangelização. Evangelizar contando fábulas.
Temos uma geração que esta esperando uma narrativa de sentido. A comunicação
hoje é interacional.

É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que
realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição
permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente
em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho (EG 127).Os
mecanismos da economia atual promovem uma exacerbação do consumo, mas
sabe-se que o consumismo desenfreado, aliado à desigualdade social, é duplamente
daninho para o tecido social (EG 60)
O povo em missão

Da missão para o povo à missão com o povo, em vista de


um povo em missão.
Ad gentes (Gaudium et spes)

A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos. Ao seu serviço,


está uma minoria: os ministros ordenados. Cresceu a consciência da
identidade e da missão dos leigos na Igreja. Embora não suficiente, pode-se
contar com um numeroso laicato, dotado de um arreigado sentido de
comunidade e uma grande fidelidade ao compromisso da caridade, da
catequese, da celebração da fé (EG 102)
Questões

a) O que significa para nós presbíteros, para nossas


paróquias e Arquidiocese a Conversão Pastoral?
b) Que atividades pastorais e estruturas precisam ser
revisadas a partir do Documento 100 da CNBB?
c) Destacar os pontos em que já estão acontecendo a
Conversão Pastoral e os que ainda não estão
acontecendo, mas precisa acontecer a Conversão
Pastoral, para que possamos avançar na questão de ser
uma paróquia: Comunidade de Comunidades, conforme
nos orienta o Documento 100 da CNBB

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