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Conversão Pastoral
Pe. Jésus Benedito dos Santos
(pejesusbs@yahoo.com.br)
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Motivação
Toda conversão supõe um processo de transformação
permanente e integral, o que implica o abandono de um
caminho e a escolha de outro (CNBB, 100, 51)
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ca
“A vida litúrgica e o cultivo da espiritualidade precisam ser pontos
fortes nas Igreja da paróquia, pois são centros que fortalecem as
comunidades pequenas e podem atrair aqueles que estão afastados ”
(CNBB, 100, 278
Parte IV
A Conversão Pastoral
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Constatação do documento 100 da CNBB
Constatou-se que a atual paróquia necessita de uma conversão pastoral.
Para tanto, será necessário aplicar a eclesiologia proposta pelo Concílio
Vaticano II, consolidar a proposta do Documento de Aparecida e
concretizar as diretrizes da CNBB que insistem na renovação paroquial
(CNBB, 100, 5)
Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos,
os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à
evangelização do mundo actual que à auto-preservação. A reforma das estruturas, que a
conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se
tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais
comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de «saída» e,
assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade (EG 27).
Conversão pastoral
Temos novos cenários da fé e da religião: Busca de curas e prosperidades, novos
sentimentos de pertenças, vivência religiosa midiática, vasta população ou
extensão territorial, centralização no pároco, grupos fechados em seus ideais
(fundamentalismo católico), comunidades paroquiais que vivem como instituição
e não comunidades de discípulos de Cristo, a transformação do tempo (dia e
noite)
Uma pastoral em chave missionária não está obsessionada pela transmissão desarticulada de
uma imensidade de doutrinas que se tentam impor à força de insistir (EG 35). Um diálogo é
muito mais do que a comunicação duma verdade. Realiza-se pelo prazer de falar e pelo bem
concreto que se comunica através das palavras entre aqueles que se amam (EG 142)
Evangelização
O processo de Evangelização autêntico será aquele capaz
de envolver e dialogar com a racionalidade (cabeça), a
afetividade (coração) e a operacionalidade (mãos e pés da
pessoa humana. A evangelização deve conseguir
harmonizar a explicitação da doutrina ou os conteúdos da
ã o fé cristã, com a preocupação na tradução em
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v e ra comportamentos éticos que brotam da paixão/atração
o n to pela pessoa do Senhor Jesus Cristo
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Nova Evangelização é algo dos anos 60. Ainda não tinha entrado nos documentos
da Igreja. O Concílio Vaticano II foi o grande momento paradigmático para uma
nova evangelização. Tivemos uma grande avalanche que não era Concílio Vaticano
II. Agora estamos tendo uma nova onda do Concílio Vaticano II. Mas o que chega
para nós chega muito filtrado e as vezes tem pouco de Concílio Vaticano II.
O Sínodo dos bispos de 1975 teve como tema: “A evangelização no mundo contemporâneo”. As
conferências dos bispos da América Latina e Caribe – de Medellin a Aparecida, foram na mesma
linha – o papa Bento XVI criou o pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e
convocou para 2012 o sínodo dos bispo com o tema: “Nova evangelização e transmissão da fé”
Qual a missão do povo de Deus?
Nas Diretrizes da Ação Evangelizadora, a Igreja do Brasil (CNBB – 2011-2015), renova seu
compromisso de evangelizar à luz da evangélica opção preferencial pelos pobre! Para que isso
aconteça se faz necessário uma verdadeira conversão pastoral: “Uma verdadeira conversão pastoral
deve estimular-nos e inspirar-nos atitudes e iniciativas de autoavaliação e coragem de mudar várias
estruturas pastorais em todos os níveis, serviços, organismos, movimentos e associações. Temos
necessidade urgente de viver na Igreja a paixão, que norteia a vida de Jesus Cristo: o reino de Deus,
fonte de graça, justiça, paz e amor. Por esse reino, o Senhor deu a vida” (DG 26)
A alegria do Evangelho é tal que nada e ninguém no-la poderá tirar (Jo 16, 22). Os males do nosso mundo –
e os da Igreja – não deveriam servir como desculpa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor (...). A
nossa fé é desafiada a entrever o vinho em que a água pode ser transformada, e a descobrir o trigo que
cresce no meio do joio. Cinquenta anos depois do Concílio Vaticano II, apesar de nos entristecerem as
misérias do nosso tempo e estarmos longe de otimismos ingénuos, um maior realismo não deve significar
menor confiança no Espírito nem menor generosidade (EG 84). O papa Francisco nos convida a dizer não
pessimismo (EG 84-86)
Liturgia Evangelizadora
Liturgia é culto da Nova Aliança e celebração sacramental da Páscoa
do Senhor
Sacrossanctum Concilium
Mysterium fidei
Ecclesia de euchatistia
Instrução Geral do Missal Romano
A Igreja, povo de Deus, que proclama e celebra a sua fé, é comunidade de culto e de santificação. A
liturgia supõe e alimenta a fé, que deve ser aprofundada na catequese. “A Igreja evangeliza e se
evangeliza com a beleza da liturgia, que é também celebração da atividade evangelizadora e fonte
dum renovado impulso para se dar”(EG 24). “Após o Concílio Vaticano II, nas celebrações litúrgicas
buscou-se maior participação da assembleia. Entretanto, algunas experiências têm demonstrado
que, às vezes, fala-se demais e reza-se pouco” (CNBB, 100, 274)
A centralidade de Cristo na Evangelização
A nossa tristeza e vergonha pelos pecados de alguns membros da Igreja, e pelos próprios, não
devem fazer esquecer os inúmeros cristãos que dão a vida por amor: ajudam tantas pessoas seja
a curar-se seja a morrer em paz em hospitais precários (...) e dedicam-se de muitas outras
maneiras que mostram o imenso amor à humanidade inspirado por Deus feito homem (EG, 76).
Sacramentalidade da Palavra
Toda a evangelização está fundada sobre esta Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e
testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte da evangelização (...). A Igreja não evangeliza, se
não se deixa continuamente evangelizar. É indispensável que a Palavra de Deus «se torne cada
vez mais o coração de toda a atividade eclesial» (EG 174). O estudo da Sagrada Escritura deve
ser uma porta aberta para todos os crentes (EG 175)
A sacramentalidade da vida
Santo Agostinho diz que têm 34 sacramentos. Nós é que reduzimos a sete.
Sacramento é o que santifica o homem e glorifica a Deus. Exemplo: uso da cera. Antes
as pessoas faziam mascaras de cera, já os cristãos passaram a usar a cera para fazer o
círio, para dizer que Cristo é sua face, somos sem máscaras. O ser humano é
sacramento de Deus – A comunidade - O corpo é sacramento - A reprodução natural é
um sacramento – As assembleias, tudo é sacramento
A Eucaristia, embora constitua a plenitude da vida sacramental, não é um prémio para os perfeitos, mas um
remédio generoso e um alimento para os fracos. Estas convicções têm também consequências pastorais, que
somos chamados a considerar com prudência e audácia. Muitas vezes agimos como controladores da graça e
não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a
sua vida fadigosa (EG, 47).
Diálogo ecumênico
O compromisso ecumênico corresponde à oração do Senhor Jesus pedindo «que todos sejam
um só» (Jo 17, 21). A credibilidade do anúncio cristão seria muito maior, se os cristãos
superassem as suas divisões e a Igreja realizasse «a plenitude da catolicidade que lhe é própria
naqueles filhos que, embora incorporados pelo Batismo, estão separados da sua plena
comunhão» (EG, 244)
Evangelização para salvação
Discernimento do diálogo da salvação como autonomia de Deus Trino e
critério metodológico para a missão da Igreja como sacramento universal da
salvação
Nostra aetate – Dei Verbum – Gaudium et spes
Redemptoris missio
Diálogo e Anúncio
A ação pastoral deve mostrar ainda melhor que a relação com o nosso Pai exige e incentiva
uma comunhão que cura, promove e fortalece os vínculos interpessoais. Enquanto no
mundo, especialmente nalguns países, se reacendem várias formas de guerras e conflitos,
nós, cristãos, insistimos na proposta de reconhecer o outro, de curar as feridas, de construir
pontes, de estreitar laços e de nos ajudarmos «a carregar as cargas uns dos outros» (Gal 6, 2)
(EG 67).
A evangelização e a doutrina social da Igreja
A doutrina social da Igreja tem que estar atentos aos novos sujeitos sociais. Não
adianta falar que é bonita a doutrina social da Igreja e guardar na estante. Quem
são os sujeitos? – são os leigos. Os padres são os segundos sujeitos políticos,
eles precisam formar os leigos para ser Leigos cristãos na família, na sociedade,
na empresa e na política etc.
O sentido se constrói de ponto a ponto e isto é muito difícil. A vida é feita de sagas,
de contos, e não de ponto. Abandonamos nossa geração para consumir e não
contamos fábula para eles. Temos chances de evangelizar. Estamos perdendo tempo
na evangelização. Evangelizar contando fábulas.
Temos uma geração que esta esperando uma narrativa de sentido. A comunicação
hoje é interacional.
É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que
realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição
permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente
em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho (EG 127).Os
mecanismos da economia atual promovem uma exacerbação do consumo, mas
sabe-se que o consumismo desenfreado, aliado à desigualdade social, é duplamente
daninho para o tecido social (EG 60)
O povo em missão
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