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CEGESP

ESTRUTURA DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
BRASILEIRA

Alexsandro Rahbani
Administração Pública
 Inovação da CF/88 – Título III, Capítulo VII;
 Objetivamente, é a atividade concreta e
imediata que o Estado desenvolve para a
consecução dos interesses coletivos e,
subjetivamente é o conjunto de órgãos e
de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui
o exercício da função administrativa do
Estado;
Administração Pública
 Administração federal, estadual, distrital e
municipal –
 administração direta
(presidência/governadoria/prefeitura e
ministérios/secretarias) e
 administração indireta

(autarquia, empresa pública, sociedade de


economia mista e fundação pública);
Princípios constitucionais da
administração pública (art. 37 CF e
19 CE)
 LEGALIDADE

 O administrador público somente poderá


fazer o que estiver expressamente
autorizado em lei e nas demais espécies
normativas, inexistindo a incidência de
sua vontade subjetiva;
 Na Administração Pública só é permitido
fazer o que a lei autoriza, diferentemente
da esfera particular, onde será permitida a
realização de tudo que a lei não proíba.
 IMPESSOALIDADE

 Também chamado de finalidade


administrativa;

 Por ele, o “administrador público só


pratica o ato para o seu fim legal. E o fim
legal é unicamente aquele que a norma de
direito indica expressa ou virtualmente
como objetivo do ato, de forma impessoal”
(Hely Lopes Meireles);
 O administrador é mero executor do ato,
que serve de veículo de manifestação da
vontade estatal;

 As realizações político-administrativas-
governamentais não são do agente
político, mas da entidade pública em
nome da qual atuou.
 MORALIDADE

 Pressuposto de validade de todo ato da


administração pública, a partir da CF/88;

 Não é preciso penetrar na intenção do


agente, porque do próprio objeto resulta a
imoralidade;
 A moralidade exige proporcionalidade
entre os meios e os fins a atingir;

 Exige proporcionalidade entre os


sacrifícios impostos à coletividade e os
benefícios por ela auferidos;
 “A imoralidade salta aos olhos quando a
Administração Pública é pródiga em
despesas legais, porém inúteis, como
propaganda e mordomia, quando a
população precisa de assistência médica,
alimentação, moradia, segurança,
educação, isso sem falar no mínimo
indispensável à existência digna”. (Maria
Sylvia Zanella de Pietro);
 Ao mesmo tempo em que a CF/88 dispõe
como vetor da atuação da administração
pública, também o consagra pela
responsabilidade do administrador público
amoral ou imoral (Poder Judiciário);

 Está ligada a ideia de probidade;

 Atos de improbidade – art. 37, § 4º CF e


art. 19, § 4º CE/MA;
 Ação penal cabível – ACP por ato de
improbidade (Lei federal n.º 8.429/92)
proposta pelo MP para o controle
jurisdicional do Poder Judiciário sobre a
lesão ou ameaça de lesão ao patrimônio
público.

 Resultados: suspensão dos direitos


políticos, perda da função pública,
indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário.
 PUBLICIDADE
 
 Diário Oficial ou edital fixado no lugar
próprio para divulgação de atos públicos,
para conhecimento do público em geral e
início da produção de seus efeitos;

 A regra é a publicidade que só será


excepcionada quando o interesse público
assim determinar, prevalecendo esse em
detrimento do princípio da publicidade;
 EFICIÊNCIA

 Introduzido pela chamada reforma


administrativa (EC 19/98);

 Tem como um dos aspectos mais


relevantes a busca da economicidade na
Administração, exigida pelo art. 70 ao
estabelecer a fiscalização de seu
cumprimento;
 Qualidade total e redução de custos –
gestão com melhoria na prestação dos
serviços.

 Exemplo: Curso de capacitação dos


servidores.
ESTRUTURA DA ADM. PÚBLICA
 Administração Pública Direta; 
 Administração Direta da União
 1. Presidência da República:
 Casa Civil
 Secretaria-Geral
 Assessoria Especial
 Advogado Geral da União
 Conselho da República e de Defesa
Nacional
 2. Ministérios
 Secretarias
 Conselhos
 Departamentos
 Coordenadorias
 Administração Pública Indireta:

 Pessoa Administrativa vinculada à


Administração Direta que tem o objetivo
de desempenhar as atividades
administrativas descentralizadas;

 Formado por pessoas jurídicas e todas


entidades federativas podem ter a sua
Administração Indireta (art. 19, XVIII
CE/MA);
 Composição:

 Autarquia – pessoa jurídica de direito


público;

 Empresa pública – pessoa jurídica de


direito privado;
 Sociedade de economia mista – pessoa
jurídica de direito privado;

 Fundação – pessoa jurídica de direito


público ou privado;

 A distinção dos regimes determina a


existência ou não de prerrogativas e
restrições próprias do regime
administrativo.
 AUTARQUIA

 Surgem no Brasil na década de 20;

 Apesar do significado do nome, é uma


pessoa jurídica administrativa com
relativa capacidade de gestão dos
interesses a seu cargo;

 Integrante da Administração Indireta;


 São serviços descentralizados, criados
por lei, de iniciativa privativa do Chefe do
Executivo;

 Possuem personalidade jurídica de


natureza pública, patrimônio e receita
próprios, que perseguem finalidades
públicas;
 Desempenham funções próprias e típicas
de Estado;

 Possuem servidores próprios, integrantes


mediante concurso público. Ex: INSS,
INCRA, IBAMA, DNOCS, DETRAN.
 Para extinção de autarquias a lei é o
instrumento jurídico adequado;

 A organização das autarquias é feita por


decreto do Executivo;
 Podem ser:

 Assistenciais – ADENE, ADA e INCRA;


 Previdenciárias – INSS;
 Culturais – UFRJ;
 Profissionais – OAB e CRM;
 Administrativas – INMETRO, BACEN e
IBAMA;
 Controladoras – ANEEL, ANATEL, ANP.
 Quanto ao regime pode ser:

 Comum;

 Especial – agências reguladoras e a OAB.


 Bens: são públicos (impenhoráveis e
imprescritíveis);

 Pessoal: estatutário ou CLT (depende da


lei criadora da autarquia);

 Contratos: regidos pela lei de licitações


(Lei n.º 8.666/93);

 Responsabilidade Civil: art. 37, § 6º da


CF/88 e art. 19, § 5º CE/MA (objetiva);
 Prerrogativas autárquicas:

 Imunidade tributária – de IMPOSTOS (art.


150, § 2º CF/88) sobre patrimônio, renda
e serviços da autarquia;

 Impenhorabilidade dos bens e rendas;

 Imprescritibilidadedos bens – não cabe


usucapião (STF 340);
 Prescriçãoquinquenal para dívidas e
direitos em favor de terceiros contra a
autarquia;

 Crédito
sujeito à execução fiscal – Lei n.º
6.830/80;

 Prazo em dobro para contestar e para


recorrer;

 Sujeita ao duplo grau de jurisdição.


 FUNDAÇÃO PÚBLICA – art. 5°, IV do
Decreto-Lei nº 200/67

 Não visam lucro;

 Os valores que ultrapassem os custos de


execução são considerados superávit e
deverá ser aplicado a novos custos
operacionais;
 Objeto: assistência social, assistência
médica e hospitalar, educação e ensino,
pesquisa e atividades culturais;

 Ex.: IBGE e FNS;

 Tem natureza autárquica;


 Criação e extinção:

 sendo de direito público, natureza


autárquica, só por lei;

 sendo de direito privado, a lei autoriza a


criação e extinção, mas na criação, deve-
se registrar (registro civil de pessoas
jurídicas) a fundação para ter
personalidade jurídica;
 Regime jurídico de direito público –
prerrogativas de autarquia: prazos
processuais, duplo grau de jurisdição;

 Ocorrem privilégios tributários: imunidade


recíproca (impostos);

 Bens: Se a fundação for de direito público,


seus bens serão públicos.
 Pessoal: Se a fundação pública for de
direito público: estatutários ou CLT;

 Exigência de concurso público;

 Sofrem controle do TC;

 Cabe MS e AP;
 Foro:
 Direito Público: Justiça Federal/Estadual;

 Atos e contratos: direito público -


exigência de licitação;
 Responsabilidade Civil: objetiva (art. 37, §
6º da CF e art. 19, § 5º da CE/MA). O
Estado tem responsabilidade subsidiária;

 Escolas de ensino superior que sejam


constituídas sob a forma de fundações
gozam de maior autonomia em relação às
demais fundações, por força do art. 207
da CF. Ex: UNB, UFSE, UFMA;
 EMPRESA PÚBLICA

 Quando se fala que a empresa é pública


quer-se referir não ao seu regime jurídico,
mas sim ao caráter estatal da empresa, do
seu capital;

 Criação e extinção – autorizada por lei e é


esta que deve indicar sua área de
atuação;
 Destinação – prestação de serviço
público ou de atividade econômica
propriamente dita;

 Capital – é possível capital de outras


pessoas de Direito Público interno e
mesmo da Administração indireta, desde
que a maioria do capital acionário
votante (controle e gestão) permaneça de
propriedade do Poder Público ao qual se
vincule. Adota-se a forma de S/A;
 Regime jurídico – art. 173 da CF/88;

 Exigência de licitação pública;

 Quadro de pessoal – todo celetista;

 Sofrem controle e fiscalização pelo


Congresso Nacional/Assembleia e pelo
TC;
 Exigência de concurso público e licitação;

 Há previsão de rubrica orçamentária;

 Aplica-se o regime tributário aplicável às


empresas privadas;

 Patrimônio: os bens são privados, sem


prerrogativas dos bens públicos. A
administração dos bens é disciplinada
pelo estatuto da entidade;
 Atos jurídicos: regras do direito civil e
empresarial;

 Controle por MS e AP;

 Execução e penhora: a do CPC – bens


privados;
 Responsabilidade civil: Se executarem
serviços públicos típicos: objetiva (art. 37,
§ 6º da CF/88); caso executem atividade
econômica em sentido estrito (mercantil e
empresarial), a responsabilidade será a do
CC. O Estado responde subsidiariamente.

 Ex: ECT, Casa da Moeda, CEF, BNDES,


SERPRO e Infraero.
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

 Capital público e privado;

 Instituição e extinção – por autorização


legal sob a forma de S/A;

 Presta serviço público ou explora


atividade econômica;
 Ações – controle acionário com direito a
voto deve ser de propriedade do ente
político respectivo;

 Submete-se a licitação e a concurso


público;

 Seus bens são penhoráveis e


executáveis, salvo as prestadoras de
serviço público;
 A pessoa jurídica à qual se vinculam
responde subsidiariamente por suas
obrigações;

 Patrimônio: os bens são privados, sem


prerrogativas dos bens públicos. A
administração dos bens é disciplinada
pelo estatuto da entidade;
 Atos jurídicos: regras do direito civil e
empresarial;

 Controle por MS e AP;

 Execução e penhora: a do CPC – bens


privados;
 Responsabilidade civil: Se executarem
serviços públicos típicos: objetiva (art. 37,
§ 6º da CF/88); caso executem atividade
econômica em sentido estrito (mercantil e
empresarial), a responsabilidade será a do
CC. O Estado responde subsidiariamente.

 Ex: BB S/A, BASA S/A, IRB,


PETROBRAS S/A.
 Sociedade subsidiária:
 Depende de autorização legislativa;

É a sociedade de economia mista de uma


sociedade de economia mista;

 Ex.: Lei n.º 10.738/03 autorizou o BB S/A


a constituir duas subsidiárias integrais (ele
é o único acionista): o Banco Popular e
uma administradora de consórcios.
Serviços Públicos

 Características:
 Pode ser delegado o exercício da função
a entidade privada, mas a Administração
tem que se fazer presente em todo serviço
público como fiscalizadora de sua boa
prestação;
 Não há serviço público submetido
exclusivamente ao regime privado;

 O fato de ser público não implica sua


gratuidade. Alguns são gratuitos e devem,
inclusive, funcionar com “déficit”. Ex: CF,
art. 208, I e 230;
 Sua prestação deve ser contínua, apesar
do direito de greve;

 Ex: CF, art. 21, X, XI, XII, XV e XXIII; 25,


§2º e 30, V, VI e VII; 175, 194, 196, 201,
203 e 208.

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