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RENASCIMENTO

Contexto Cultural
*Copérnico defende o heliocentrismo
*Instrumentos de observação: Microscópio,
Luneta, Telescópio
*Física: princípio da inércia (Galileu
Galilei)
*Religião: Giordano Bruno contesta a
escolástica medieval
*Tradução da Bíblia em alemão na Reforma
de Lutero
*Filosofia Política: O Príncipe (Maquiavel)
*Imprensa de tipos móveis (Gutemberg)
3
O Nascimento de Vênus
Sandro Botticelli - 1483
4
A Última Ceia
Leonardo Da Vinci
1495-1498
5
Pietá
Michel
angelo
Buonar
otti
1499

6
O homem
vitruviano
Leonardo Da
Vinci
1490

7
Monalisa (La
Gioconda)
Leonardo Da Vinci
Óleo sobre painel -
77 x 53 cm
1503 – 1506

8
Nicolau
Maquiavel
Filósofo
9
Nicolau
Copérnico
Astrônom
10
oe
Nicolau
Maquiavel
Arquiteto
11
Galileu
Galilei
Físico,
Matemát
12
ico,
William
Shakespe
are
Escritor
13
Dante
Alighieri
Escritor

14
Francesc
o
Petrarca
Escritor
15
Sá de
Miranda
Escritor

16
Luís Vaz
de
Camões
Escritor
17
O QUE FOI O
RENASCIMENT
O?
Importante movimento de
renovação cultural, ocorrido na
Europa durante os séculos XV e
XVI.
É considerado o marco inicial da
era moderna.
Estimulou a vida urbana e o
surgimento de um novo homem.

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QUAL A VISÃO
DO MUNDO?
Antropocentrismo:
Não se tratava de opor o homem a
Deus e medir suas forças. Deus
continuou sendo soberano. Tratava-
se na verdade de valorizar as
pessoas em si, encontrar nelas as
qualidades e as virtudes negadas
pelo pensamento católico medieval.

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CARACTERÍSTI
CAS DO
CLASSICISMO
1- Imitação dos autores clássicos
gregos e romanos da antigüidade:
Homero, Virgílio, Ovídio, Horácio,
Teócrito

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2- Uso da mitologia: Os deuses e as
musas, inspiradoras dos clássicos
gregos e latinos aparecem também
nos clássicos renascentistas. Em Os
Lusíadas:(Vênus) = a deusa do
amor; Marte (o deus da guerra),
protegem os portugueses em suas
conquistas marítimas.

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3- Predomínio da razão sobre os
sentimentos: A linguagem clássica
não é subjetiva nem impregnada de
sentimentalismos e de figuras,
porque procura filtrar, através da
razão, todos os dados fornecidos
pela natureza e, desta forma,
expressou verdades universais.

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4- Uso de uma linguagem sóbria,
simples, sem excesso de figuras
literárias.

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5- Idealismo: O Classicismo aborda
o homem ideal, liberto de suas
necessidades diárias. Os perso-
nagens centrais das epopeias nos
são apresentados como seres
superiores, verdadeiros. Ex.: Vasco
da Gama em os Lusíadas: é um ser
dotado de virtudes extraordiná-rias,
incapaz de cometer qualquer erro.
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6- Platonismo amoroso: Os poetas
clássicos revivem a ideia de Platão
de que o amor deve ser sublime,
elevado, espiritual, puro, não-físico.

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7- Busca da universalidade e
impessoalidade: A obra clássica
torna-se a expressão de verdades
universais, eternas e despreza o
particular, o individual, aquilo que é
relativo.

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8. Substituição da "medida velha"
medieval (versos de 5 e 7 sílabas
métricas - redondilha menor e
redondilha maior) pela "medida
nova", proveniente da Itália (versos
decassílabos - soneto).

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Luís de
Camões
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Renascimento
• Renovação cultural e artística
• Reinvenção das formas artísticas,
com base numa perspetiva naturalista
e humanista
• Interesse pela arte e cultura da
Antiguidade Clássica
Contextualização
histórico-literária
(século XVI)
Classicismo
• Recuperação de figuras e temas
mitológicos
• Gosto pela harmonia e simetria
• Entendimento do corpo humano
como medida da arte
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Renascimento | Classicismo

Leonardo da Vinci, Homem Vitruviano, 1490 Miguel Ângelo, Moisés, 1513-1515


Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Renascimento | Classicismo

Miguel Ângelo, A Criação de Adão (Capela Sistina), c. 1511


Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Influências
da lírica
camoniana

Lírica Inspiração
tradicional clássica
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Nível temático
• Sociedade rural como universo de
referência (ida à fonte, pastorícia)
Ex.: “Descalça vai para a fonte”
• Referência aos olhos verdes
Ex.: “Verdes são os campos”

Lírica
tradicional
Nível formal
• Métrica: medida velha (redondilha)
• Géneros literários:
– Vilancete (Ex.: “Minina dos olhos verdes”)
– Cantiga (Ex.: “Verdes são os campos”)
– Trovas (Ex.: “Aquela cativa”)
– Esparsa (Ex.: “Os bons vi sempre passar”)
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

• O vilancete, formado por um mote de 2 ou 3 versos, seguido da glosa


ou volta, composta por uma ou mais estrofes, com 7 versos, dispostos
em esquemas fixos de rima. A palavra vilancete deriva de vilão,
habitante de vila, sugerindo a origem popular desse tipo de
composição, de estrutura idêntica ao villancico espanhol.

• A esparsa, composta de uma única estrofe de 8 a 16 versos,


destinava-se a comunicar sentimentos de tristeza e melancolia. De
origem provençal, não impunha mote nem repetição de versos.

• A cantiga, reservada quase sempre aos temas amorosos, compunha-


se de um mote de 4 ou 5 versos e de uma única glosa, com de 8 a 10
versos.

• A trova, composição de forma livre, com número variável de


estrofes, predominando as de 4 versos (quadras ou quartetos) e as de
8 versos (oitavas). As trovas foram utilizadas tanto em longos poemas
narrativos, como em poemas curtos, de apenas uma estrofe, de
intenção satírica ou zombeteira ou, ainda, sob a forma de “desafios”,
debates poéticos sobre os mais variados temas.
LXXVIII (Camões, 1525?-1580)

Leda serenidade deleitosa,


Que representa em terra um paraíso;
Entre rubis e perlas doce riso;
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;
Presença moderada e graciosa,
Onde ensinando estão despejo e siso
Que se pode por arte e por aviso,
Como por natureza, ser fermosa;
Fala de quem a morte e a vida pende,
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
Repouso nela alegre e comedido:
Estas as armas são com que me rende
E me cativa Amor; mas não que possa
Despojar-me da glória de rendido.
CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto, um desconcerto;


Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando;


Numa hora acho mil anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.

Se me pergunta alguém por que assim ando,


Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Nível temático
• Ideal de mulher
Ex.: “Leda serenidade deleitosa”
• Efeitos do amor
Ex.: “Tanto de meu estado me
acho incerto”
Inspiração
clássica
Nível formal
• Métrica: medida nova (decassílabo)
• Género literário:
– Soneto (Ex.: “Leda serenidade
deleitosa”)
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Tema da
mudança
Tema do Representação
desconcerto da amada
Temas
predominantes
da lírica
Reflexão camoniana Representação
sobre a vida
da natureza
pessoal
Experiência
amorosa e reflexão
sobre o amor
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Temas predominantes da lírica camoniana


Representação da amada

• Mulher inacessível, misteriosa, quase • Mulher terrena, por


divina, de beleza inefável, a quem o quem o sujeito poético
sujeito poético presta vassalagem e se sente atraído e
adoração e que se relaciona com o amor fascinado
espiritual (cf. ideal de beleza Ex.: “Aquela cativa”
petrarquista) “Minina dos olhos
Ex.: “Ondados fios d’ouro reluzente” verdes”
“Leda serenidade deleitosa”
“Um mover d’olhos, brando e piadoso”
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Temas predominantes da lírica camoniana


Representação da natureza

• Cenário associado ao • Personificação da • Reflexo de um


locus amoenus clássico natureza (encarada estado de alma
(paisagem ideal, tranquila/ como confidente) Ex.: “Alegres
serena e bucólica ou pastoril) Ex.: “Alegres campos, verdes
Ex.: “A fermosura desta campos, verdes arvoredos”
fresca serra” arvoredos”
“Alegres campos, verdes “Verdes são os
arvoredos” campos”
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o Mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,


diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,


que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,


outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Temas predominantes da lírica camoniana


Experiência amorosa
e reflexão sobre o amor

• Amor • Amor ••Amor


Amorconturbado,
conturbado,dividido
dividido
espiritualizado, experienciado, entre
entreooanseio
anseioespiritual
espiritualeeoo
sereno, vivido desejo,
desejo,eemarcado
marcadopela
pela
racionalmente Ex.: “Aquela culpa,
culpa,saudade
saudadeeeinsatisfação
insatisfação
intelectualizado, cativa” Ex.:
Ex.:“Alma
“Almaminha
minhagentil,
gentil,que
que
de influência “Pastora da tetepartiste”
partiste”
petrarquista serra” “Tanto
“Tantodedemeu
meuestado
estadomeme
Ex.: “Ondados fios acho
achoincerto”
incerto”
d’ouro reluzente” “Amor
“Amorééum umfogo
fogoque
quearde
arde
sem
semsesever”
ver”
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Temas predominantes da lírica camoniana


Reflexão sobre a vida pessoal

• Reflexão sobre a situação atual e sobre


as causas que lhe deram origem
(“erros”, “Fortuna”, “amor”)
Ex.: “O dia em que eu nasci, moura e pereça”
“Erros meus, má fortuna, amor ardente”
“Eu cantei já, e agora vou chorando”
“De que me serve fugir”
“Sôbolos rios que vão”
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Temas predominantes da lírica camoniana


Tema do desconcerto

• Desconcerto social – distribuição • Desconcerto


arbitrária dos prémios e castigos; individual e subjetivo
sobreposição da cobiça e da vileza aos – sujeição à Fortuna
valores morais; necessidade de (cf. Reflexão sobre a
submissão à desordem / irracionalidade vida pessoal)
da vida Ex.: “Eu cantei já, e
Ex.: “Os bons vi sempre passar” agora vou chorando”
“Correm turvas as águas deste rio” “De que me serve
“Verdade, Amor, Razão, Merecimento” fugir”
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Temas predominantes da lírica camoniana


Tema da mudança

• Oposição entre o tempo • Oposição entre o bem


da natureza e o tempo passado e o mal presente
humano (cf. reflexão sobre a vida
Ex.: “Mudam-se os tempos, pessoal)
mudam-se as vontades” Ex.: “Sôbolos rios que vão”
Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Redondilha (maior e menor)

Mi/ni/na/ dos/ o/lhos/ verdes Redondilha maior


1 2 3 4 5 6 7 (7 sílabas métricas)

Ver/des/ são/ os/ campos


1 2 3 4 5
Redondilha menor
da/ cor/ de/ li/mão
(5 sílabas métricas)
2 2 3 4 5

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Luís de Camões, Rimas – Síntese da unidade

Decassílabo (10 sílabas métricas)

Mu/dam/-se os/ tem/pos,/ mu/dam/-se as/ von/tades


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Mu/da/-se o/ ser,/ mu/da/-se a/ con/fi/ança
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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