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ANA LUÍSA VIEIRA| DIREITO CONSTITUCIONAL II

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
ORGANIZAÇÃO DOS
PODERES NA
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988
1. A FEDERAÇÃO BRASILEIRA
» Surge com o Decreto n. 1, de 15.11.1889, por meio do qual restou definida a forma
republicana de governo.
» Embora a Constituição Federal de 1988 tenha trazido o presidencialismo como sistema
de governo, o artigo 2º do ADCT (ato das disposições constitucionais transitórias) previu
a realização de um plebiscito.
» Realizado em 21/04/1993, ocasião em que o país contava com 90.256.461 de eleitores,
dos quais, somente 66.209.385 (73,36%) compareceram às urnas.
» A forma de governo República obteve 43.881.747 (66,28%) votos, a Monarquia recebeu
6.790.751 (10,26%) dos votos. Votos em branco somaram-se 6.813.179 (10,29%)
eleitores, e de forma expressiva 8.741.289 (13,20%) anularam o voto.
» Quanto ao sistema de governo 36.685.630 (55,41%) eleitores optaram pelo
presidencialismo, e 16.415.585 (24,79%), pelo parlamentarista. Os votos em branco
neste item foram 3.193.763 (4,82%) eleitores, e 9.712.913 (14,67%) nulos.
1. FEDERAÇÃO BRASILEIRA
» Art. 1º da CF/1988: “A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito.”
» Art. 18 da CF/1988 “A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.”
a) Forma de governo: republicana;
b) Forma de Estado: Federação;
c) Característica do Estado brasileiro: trata-se de Estado de Direito, democratizado,
qual seja, Estado Democrático de Direito;
d) Entes componentes da Federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
e) Sistema de governo: presidencialista.
1.1 FUNDAMENTOS DA RFB

» Soberania;
» Cidadania;
» Dignidade da pessoa humana;
» Valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa;
» Pluralismo político.
» Atenção: A Soberania é Fundamento da República Federativa do Brasil e não
da União, enquanto ente federativo. A soberania é do conjunto formado pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Estes, individualmente gozam
simplesmente de autonomia, encontrando limites na própria CF/1988.
1.2 OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA RFB

» Construir uma sociedade livre, justa e solidária;


» Garantir o desenvolvimento nacional;
» Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
» Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação
» Atenção: “A ideia de objetivos não pode ser confundida com a de
fundamentos, muito embora, algumas vezes, isto possa ocorrer. Os
fundamentos são inerentes ao Estado, fazem parte de sua estrutura. Quanto
aos objetivos, estes consistem em algo exterior que deve ser perseguido” .
(Celso Bastos)
1.3 PRINCÍPIOS QUE REGEM A RFB

» Independência nacional; » Defesa da paz;


» Prevalência dos direitos humanos; » Solução pacífica dos conflitos;
» Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
» Autodeterminação dos povos;
» Cooperação entre os povos para o
» Não intervenção; progresso da humanidade;
» Igualdade entre os Estados; » Concessão de asilo político.
1.4 IDIOMA OFICIAL E SÍMBOLOS DA RFB

» O idioma oficial da República Federativa do Brasil é a língua portuguesa. É,


Contudo, assegurada às comunidades indígenas, também a possibilidade de
utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem
(art. 13, caput, c/c o art. 210, § 2º da CF/1988).
» Os símbolos da República Federativa do Brasil são: a bandeira, armas
nacionais (brasão de armas) e o selo nacional, o hino, as sendo que os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter os seus próprios
símbolos (art. 13, §§ 1.o e 2.o).
» Atenção: Art. 35 da Lei 5.700/71 (norma penal em branco) e Art. 161 do CPM.
3. VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS IMPOTAS AOS ENTES
FEDERATIVOS

» Dispõe o artigo 19 da CF: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito


Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas,
subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos
documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências
entre si.”
» Atenção: O disposto no inciso I do art. 19 da CF/1988 é a concretização da separação do
Estado e da Igreja, ou seja, a definição de Estado Laico. Ainda assim, essa laicidade
deve ser encarda de forma ‘relativa’, já que o próprio constituinte previu situações em que
eles (Estado e Igreja) se aproximariam, por exemplo: Art. 210, §1º, art. 226, §2º, art. 5º,
VII. Entre outros.
3. VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS IMPOTAS AOS ENTES
FEDERATIVOS
» Ainda no que tange à ‘relativização’ da laicidade do Estado laico, merece destaque:
a) Previsão da expressão “Deus” no preâmbulo;
b) Inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias (art. 5.o, VI);
c) Colaboração de interesse público, na forma deste dispositivo em análise (art. 19, I);
d) Escusa de consciência por motivo de crença religiosa (arts. 5.o, VIII, e 143, § 1.o);
e) Imunidade religiosa (art. 150, VI, “a”);
f) Possibilidade de destinação de recursos públicos para escolas confessionais, na forma do descrito no
art. 213;
g) Reconhecimento aos índios, dentre outros, de seus costumes, crenças e tradições (art. 231).
» Destaca-se, por oportuno, a respeito do ensino religioso nas escolas públicas de ensino fundamental,
que constituirá disciplina dos horários normais, o STF, por 6 x 5, estabeleceu a possibilidade de se ter
natureza confessional, na medida em que a sua matrícula é facultativa, nos termos do art. 210, § 1.o,
CF/88 e, também, diante deste reconhecimento de separação atenuada entre Estado e igreja (ADI
4.439, j. 27.09.2017)

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