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TUTSI E HUTU

Os dois grupos étnicos são na verdade muito similares - falam a mesma língua, vivem nas
mesmas áreas e seguem as mesmas tradições. Entretanto, tutsis tendem a ser mais altos, mais
magros e de pele um pouco mais clara do que a dos hutus. Alguns acham que a etnia teria sua
origem na Etiópia.

Quando os colonizadores belgas chegaram à região em 1916, produziram carteiras de


identidade classificando as pessoas de acordo com sua etnia. Os belgas consideravam os tutsis
superiores aos hutus. Naturalmente, os tutsis gostaram da ideia e durante cerca de 20 anos
desfrutaram de empregos e oportunidades de educação melhores do que os dos vizinhos hutus.

O ressentimento entre os hutus foi crescendo gradualmente e culminou em uma série de revoltas
em 1959. Mais de 20 mil tutsis foram mortos e muitos fugiram para países vizinhos como
Burundi, Tanzânia e Uganda.
Quando a Bélgica deixou o poder e deu independência a Ruanda, em 1962, os hutus assumiram
o governo. Nas décadas seguintes, os tutsis tornaram-se os bodes expiatórios em todas as
crises.
 DECADA DE 60;

 DECADA DE 1990: Nos anos a seguir à independência tanto no


Ruanda como no Burundi verificou-se a intensificação da
segregação política e social entre os dois grupos, fato que nos
anos 90, perante uma crise econômica extrema (originada pela
enorme dependência agrícola - 94% da população - da produção
de café na altura em que os preços deste produto entram em
colapso e o mercado é liberalizado, suspendendo-se as cotas de
exportação até aí existentes) que aumentou a fome, a pobreza
e as doenças criou as condições para a profunda crise social em
que estes países estavam mergulhados no dia 7 de Abril de
1994.

 ANO DE 1993: um acordo de paz entre o governo e os membros


do FPR não teve forças para resolver o conflito
Em 6 de abril de 1994, com a derrubada do avião presidencial, eclodiu uma guerra
civil que foi o estopim para o início da matança de Tutsi e Hutus. Forças armadas da
Guarda Presidencial e as milícias " Interahamwe e Impuzamugambi" matavam
deliberadamente Tutsi e Hutus removendo os corpos com caminhões, manejando e
controlando os bloqueios de entrada, estuprando mulheres e saqueando as vítimas
assassinadas.
A elite hutu que incitava a população contra os Tutsis, tinha alvo certeiro e lutava
contra o poder da burguesia tutsi. Armas e listas de alvos foram entregues a grupos
locais, que sabiam exatamente onde encontrar suas vítimas. Porém, o ódio instalado
com a disseminação do terror colocou toda população no campo de guerrilha.
Ruanda é uma sociedade rigidamente controlada
e organizada. O então partido governante,
MRND, tinha uma ala jovem chamada
Interahamwe, que foi transformada em uma
milícia para realizar o genocídio. Armas e listas
de alvos foram entregues a grupos locais, que
sabiam exatamente onde encontrar suas vítimas.
Os extremistas hutus tinham estações de rádio e
jornais que transmitiam propaganda de ódio,
exortando as pessoas a "eliminar as baratas", o
que significava matar os tutsis. Os nomes das
pessoas a serem mortas foram lidos na rádio. Até
mesmo padres e freiras foram condenados por
matar pessoas, incluindo alguns que buscaram
abrigo em igrejas.

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