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FLUTUAÇÕES DO CICLO DE

NEGÓCIOS NO BRASIL
Autores:
Roberto Ellery Jr. (UnB) / Victor Gomes (UnB) / Adolfo Sachsida (UCB)
INTRODUÇÃO
Artigo - documenta a relação empírica no Brasil pós-guerra entre o PIB e outras
variáveis-chave como consumo, investimento, produtividade e horas
trabalhadas.
Muitas dessas séries não estavam disponíveis para o Brasil, foi construído um
conjunto de dados (incluindo consumo de bens não duráveis, capital e horas
trabalhadas).
Usados dois filtros para extrair os ciclos (o filtro Hodrick-Prescott usual e um
filtro passa-banda).
O artigo fornece simulações de dois modelos de equilíbrio geral dinâmico (o
modelo RBC padrão - ciclo de negócios real - e o modelo de trabalho indivisível)
tentando combinar os fatos da economia artificial com os da economia real.
INTRODUÇÃO
Artigo seminal de Kydland e Prescott (1982), calibram uma versão
modificada do modelo de crescimento de equilíbrio básico para replicar
propriedades básicas da economia americana.
O comportamento ótimo de firmas e indivíduos pode ser testado através da
abordagem RBC, desde que a hipótese seja consistente com uma dinâmica
geral modelo de equilíbrio (DGE).
O artigo pretende fornecer um conjunto de fatos empíricos para caracterizar
as propriedades dos ciclos no Brasil.
Fornece a calibração do modelo básico de RBC e do modelo de trabalho
indivisível, de acordo com os procedimentos propostos por Cooley e
Prescott (1995).
INTRODUÇÃO
SEÇÕES:
A seção 2 descreve um conjunto de dados
A seção 3 mostra os segundos momentos do ciclo brasileiro.
A seção 4 apresenta uma versão calibrada do modelo básico de RBC
A seção 5 estende o modelo a fim de incorporar a hipótese do trabalho indivisível
A seção 6 discute as propriedades cíclicas geradas pelos modelos simulados e as
compara com as propriedades cíclicas da economia brasileira.
a seção 7 apresenta algumas conclusões e sugestões para pesquisas futuras.
CONJUNTO DE DADOS
PNB – a série foi obtida a partir das tabelas de contabilidade nacional (de 1947 a 1986 -
Instituto Brasileiro de Economia (IBRE / FGV)>
Em 1986, o governo decidiu calcular por conta própria por meio do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), que é um instituto oficial.
As mudanças não foram tão relevantes a ponto de prejudicar a série completa.
Foi usado o PNB em vez do PIB mais tradicional para criar um conjunto de dados
compatível com a pesquisa do ciclo de negócios real, pois os modelos de RBC lidam em
sua maioria com economias fechadas.
Ambos estão intimamente relacionados.
Apenas na década de 1980 eles começaram a mostrar alguma diferença perceptível com
a série do PNB acima da série do PIB (o Brasil ser remetente líquido de rendas para o
exterior para pagar juros da dívida externa).
CONJUNTO DE DADOS
CONSUMO - A série original de consumo provém das tabelas
contábeis nacionais (consumo das famílias e consumo do governo).
Dois problemas na série de consumo das famílias - inclusão de
variações nos estoques (contabilizados como consumo desde 1986) -
as tabelas das contas nacionais não fornecem uma série específica
para o consumo de bens não duráveis.
As séries foram extraídas diretamente dos dados das contas
nacionais, apresentando vários os problemas descritos ao longo do
artigo.
CONJUNTO DE DADOS
CONSUMO DAS FAMÍLIAS – MUDANÇAS NOS ESTOQUES – O problema
de separar as variações dos estoques do consumo surgiu em 1986
gerando variações dos estoques nas séries de consumo final (IBGE),
suprimindo da série as variações de estoques das tabelas das contas
nacionais, sendo colocado na série de consumo.
Após 1990, o IBGE publica uma matriz anual de insumo-produto,
podendo identificar as mudanças no estoque agregado como a soma das
mudanças nos estoques de cada setor para os anos entre 1990 e 1998.
Deixou desmarcado apenas os anos de 1987, 1988 e 1989.
CONJUNTO DE DADOS
CONSUMO DE BENS NÃO DURÁVEIS – Como identificar o consumo de bens não
duráveis ​na série de consumo total é muito mais difícil (de 1947 a 1969 não há uma
série regular de matrizes de insumo-produto).
De 1970 a 1989, a situação melhora lentamente (crescente industrialização - década
de 1970)
Os dados da matriz insumo-produto para os anos 1970 a 1980 mostram que a
participação no consumo de bens não duráveis ​passou de 0,62 para 0,61 (suposição
de estabilidade).
Após 1990, o IBGE publica uma matriz anual de insumo-produto, podendo identificar
as mudanças no estoque agregado (soma das mudanças nos estoques de cada setor
para os anos entre 1990 e 1998), desmarcando apenas os anos de 1987, 1988 e 1989.
CONJUNTO DE DADOS
CONSUMO DE BENS NÃO DURÁVEIS – Método utilizado:
a) encontre a parcela durável em cada ano com uma matriz de insumo-produto;
b) utilize uma interpolação linear para preencher as séries nos anos sem dados;
c) crie um choque com média zero e o mesmo desvio-padrão da série atual;
d) calcule uma nova participação, somando o interpolado ao choque, ou seja,
ação = interpolação + choque;
e) multiplique a participação pelo consumo total;
f) encontre o consumo de bens não duráveis como um resíduo, ou seja,
não duráveis = total - duráveis.
CONJUNTO DE DADOS
CONSUMO DO GOVERNO – Método utilizado:
Esta série vem diretamente das tabelas de contas nacionais. Representa o consumo
geral do governo de 1947 a 1998 no Brasil. Como nas outras séries, foi deflacionado
pelo deflator implícito do PIB.

O consumo do governo inclui bens duráveis e não duráveis. Isso é um problema


porque não podemos separar o consumo em duráveis e não duráveis. Não podemos
aplicar a mesma metodologia do consumo das famílias ao consumo do governo
porque a contabilidade nacional não dá suporte para separar o consumo de bens
duráveis do de não duráveis.
CONJUNTO DE DADOS
CONSUMO DO GOVERNO – Método utilizado:
Esta série vem diretamente das tabelas de contas nacionais. Representa o consumo
geral do governo de 1947 a 1998 no Brasil. Como nas outras séries, foi deflacionado
pelo deflator implícito do PIB.

O consumo do governo inclui bens duráveis e não duráveis. Isso é um problema


porque não podemos separar o consumo em duráveis e não duráveis. Não podemos
aplicar a mesma metodologia do consumo das famílias ao consumo do governo
porque a contabilidade nacional não dá suporte para separar o consumo de bens
duráveis do de não duráveis.

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