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Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Pato Branco

Disciplina: Laboratório de Leitura e Redação de Textos Literários


Professora: Mariana Chinellato Ferreira
Acadêmica: Gabriela Aiolfi Turma: 4LN

Não sou eu, eu juro!

Há algum tempo, vi o filme que dá nome para este texto. A trama conta a história
do menino Léon, de dez anos, que tem uma visão peculiar sobre a vida para uma criança
de sua idade. Léon tenta o suicídio diversas vezes, tentando desistir de uma vida na qual
não se encontrava.
Pensando em como Léon encarava suas questões com tanta coragem e tanta
inocência, percebi o quão assustados somos com a vida. Sim, assustados. Esperamos
demais da vida. Esperamos sempre algo bom, que venha tranquilamente, sem causar
nenhum dano ou sofrimento. Vivemos pisando em ovos, receando que ao menor estalo,
algo terrível acontecerá e a bonança jamais aparecerá novamente. Mas não é bem assim
que as coisas acontecem. Muitos são tristes por isso.
No mundo em que vivemos, não há como não sofrer. É inevitável. Sofrer por falta
de dinheiro, por um emprego melhor, por problemas familiares, por falta de tempo, por
um amor, por estar fora de moda, por não acompanhar as tendências, pela violência, pela
insegurança, pela morte. O alívio para isso é poder culpar algo ou alguém pelas
dificuldades. A culpa pelas tragédias cotidianas nunca é atribuída para si mesmo, mas
sempre para “a vida”.
Tudo bem. Acredito que muitos pensam assim. É difícil acreditar que possamos
fazer algo que trará más consequências para nós mesmos. Também é difícil de acreditar
que uma tristeza profunda e momentânea poderá ser superada.
A tristeza, a dor e o pessimismo são encarados com maus olhos. Por isso, vemos
tanta alegria sendo esbanjada por aí. A alegria que surge para fingir a tristeza é uma das
formas mais comuns e puras de alegria.
A verdade é que todos trazemos dentro de nós uma tristeza. Às vezes é algo
bobo. Às vezes é algo que nos define e que levamos para o resto da vida. Paciência. É
assim que deve ser. Somos formados com base em nossos sentimentos. Como
saberíamos o que é alegria se não sentíssemos tristeza?
E, por mais deprimente que uma situação pareça, é importante estar preparado
para ela. É importante estar ciente de que se está preparado para ela. E quando parecer
imprescindível desistir, vale lembrar de uma frase de Léon: “A vida não é feita para mim,
mas eu pareço ter sido feito para a vida.”

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