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alexromerolima@yahoo.com.br
DIVISÃO LITERÁRIA
ERA COLONIAL ERA NACIONAL
QUINHENTISMO –
ROMANTISMO – 1836/1881
1500/1601
BARROCO – 1601 / 1768
REALISMO –
ARCADISMO – 1768 /
NATURALISMO –
1808
1881/1893
PARNASIANISMO –

Período de Transição –
SIMBOLISMO – 1893/1922
1808/1836
MODERNISMO – 1922/dias
atuais
ERA COLONIAL
1. QUINHENTISMO: “Literatura sobre o Brasil”.

1.500 ................................................. 1.601

“A CARTA” – Pero Vaz de Caminha

Valor histórico- Cartas, relatórios,


Literatura documental supera documentos, crônicas,
valor literário. mapas, etc.
informativa
(predominante) “Tratado da terra do Brasil”: nativismo /
“espanto” europeu / estímulo à imigração /
descrição da fauna e flora;
Informativa em geral / função pedagógica;
Literatura jesuítica
Pe. José de Anchieta: poesia e teatro.
2. BARROCO: “Arte do Contraste”.
1.601 ................................................. 1.768

“PROSOPOPÉIA” – Bento Teixeira

CONTEXTO HISTÓRICO:

- Reforma Protestante (Martim Lutero)


X
- Contra-Reforma (Inquisição / Companhia de Jesus);
- Domínio Espanhol (1.580/1640);
- Mito Sebastianista;
- Ciclo da Cana-de-açúcar; Bahia / Recife / Olinda;
- Invasões Holandesas / Guerra dos Mascates;
- Sociedade patriarcal / Tráfico negreiro.
Corpo Vida, prazeres terrenos, gozo
Mundano, pecado

EU X MUNDO X
subjetividade
BARROCO Alma Morte, salvação eterna, graça

– antíteses – Cultismo: jogo de palavras /


LINGUAGEM – inversões dificuldade de compreensão
REBUSCADA – paradoxos
– metáforas
– ausência de – Conceptismo: jogo de idéias /
clareza argumentação / persuasão

– Viver a vida
EFEMERIDADE DA VIDA
ou
MEDO / SOFRIMENTO
– Preparar-se para a morte

A arte do conflito / dualidade / bifrontismo / fusionismo / pessimismo


A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR
 
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história,
 
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO

Nasce o sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto, da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falta a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria, sinta-se tristeza.
 
Começa o Mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Achando-se um braço perdido do menino
Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas que
desacataram infiéis na Sé da Bahia.
 
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.

Em todo Sacramento está Deus todo,


E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica todo.
 
PRINCIPAIS AUTORES BARROCOS
POESIA RELIGIOSA O homem ajoelhado diante de Deus
cultista / conceptista
GREGÓRIO DE MATOS
“BOCA DO INFERNO” Amor Mulher = anjo/ pureza
POESIA AMOROSA
X
amor mulher = diabo / tentação

POESIA SATÍRICA Ironiza todos os aspectos da vida colonial, principalmente os


portugueses / pornografia / deboche social / humor.

“Eu sou aquele, que os passados anos


cantei na minha lira maldizente
torpezas do Brasil, vícios e enganos.”
– combate aos cultistas e os sem-fé
PADRE VIEIRA Sermões – defesa dos índios / negros / judeus
– sonho com o “Grande Império” / Sebastianista
– linguagem conceptista

Jesuíta / polêmico
A UMA FREIRA, QUE SATIRIZANDO A DELGADA
FISIONOMIA DO POETA LHE CHAMOU "PICA-
FLOR"

Décima

Se Pica-flor me chamais
Pica-flor aceito ser
mas resta agora saber
se no nome que me dais
meteis a flor que guardais
no passarinho melhor!
Se me dais este favor
sendo só de mim o Pica
e o mais vosso, claro fica
que fico então Pica-flor.
AO CONDE DE ERICEIRA, D. LUÍS DE MENESES, PEDINDO
LOUVORES AO POETA NÃO LHE ACHANDO ELE PRÉSTIMO
ALGUM.
Um soneto começo em vosso gabo;
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
 

Na quinta torce a porca o rabo:


A sexta vá também desta maneira,
Na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-se a vós, e eu fico um Rei.
 

Nesta vida um soneto já ditei,


Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei!
3. ARCADISMO: “O campo e vida simples”.
1.768 ................................................. 1.836

“OBRAS POÉTICAS” – Cláudio Manuel da Costa

“Além do horizonte, deve ter


Algum lugar bonito para viver em paz
Onde eu possa encontrar a natureza
Alegria e felicidade com certeza.
Lá nesse lugar o amanhecer é lindo
com flores festejando mais um dia que vem vindo
Onde a gente possa se deitar no campo
Se amar na relva, escutando o canto dos pássaros.”
Arte ligada ao • Racionalismo / Simplicidade
Iluminismo • Imitação dos clássicos e da natureza
• Bucolismo / Pastoralismo
ARCADISMO • Locus Amoenus / Aurea Mediocritas
(Século XVIII) • Fugere Urbem / Inutilia Truncat
Recusa do • Uso de pseudônimos
sistema barroco • CARPE DIEM

“ Que havemos de esperar, Marília bela?


que vão passando os florescentes dias?
as glórias que vêm tarde, já vêm frias,
e podem, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! Não minha Marília,
aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça!”
(Gonzaga)

ARCADISMO • Relação com a Inconfidência Mineira;


• Literatura com forte ligação sócio-política;
BRASILEIRO • AUTOR – OBRA - PÚBLICO
PRINCIPAIS AUTORES ÁRCADES
OS LÍRICOS:
OBRAS POÉTICAS
(1768) Poeta de transição entre o Barroco e o
CLÁUDIO MANUEL
VILA RICA Arcadismo: oscila entre a Corte e Colônia.
DA COSTA
(Poema épico)

MARÍLIA DE DIRCEU
TOMÁS ANTÔNIO
(Lírica) Poeta tipicamente árcade, preso aos
GONZAGA esquemas bucólicos, pastoris e galantes.
CARTAS CHILENAS
(Satírica)
SILVA Celebração da pastora Glaura, ora num tom galante,
ALVARENGA GLAURA
ora melancólico.

• Sepé
OS ÉPICOS: • Cacambo
A tomada das • “A morte de Lindóia“
BASÍLIO DA O URAGUAI Missões por tropas • Baldeta / Padre Balda
GAMA
luso-espanholas • Gomes Freire de Andrade
Menos camoniano
• Diogo Álvares Correia
SANTA RITA A glorificação do
DURÃO CARAMURU • Paraguaçu
Colonizador branco
• “A morte de Moema”
Imitação de Camões
A ERA NACIONAL
I – ROMANTISMO – CONTEXTO SOCIAL-HISTÓRICO

ASCENSÃO IMPLANTAÇÃO
DA REVOLUÇÃO
FRANCESA DEFINITIVA
BURGUESIA DO CAPITALISMO

– Liberalismo econômico, filosófico,


– Livre concorrência social
– 1ª Revolução Industrial – Democratização da arte e da vida
política

– Criação de escolas
– Alfabetização geral
– Desenvolvimento da imprensa
NOVO PÚBLICO LEITOR

ROMANTISMO (Arte da Burguesia)


ROMANTISMO Arte identificada com
BRASILEIRO a Independência política

Nacionalismo Ufanista

• Indianismo
• Regionalismo
VIGÊNCIA • Culto à natureza
HISTÓRICA • Procura de uma língua brasileira

Início: 1836, Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães.


Duração básica: 1836-1871 (morte do último poeta romântico de valor: Castro Alves.)
CARACTERÍSTICAS
 Subjetividade / Linguagem Simples / coloquial;
 Egocentrismo / culto à natureza / pessimismo;
 Sentimentalismo (paixão, tristeza, angústia, etc.);
 Gosto pela noite / sonho / imaginação / idealização;
 Frustração amorosa / tédio / melancolia / morte;
 Escapismo / Fuga da realidade / religiosidade.
histórico: medievalismo
 valorização do passado:
individual: infância
 Afirmação do romance;
 Liberdade de criação; anticlássico.
ROMANTISMO - POESIA
COMPONENTES MODELOS TEMAS
GERAÇÃO DENOMINAÇÃO
POÉTICOS

Chateaubriand – O ÍNDIO
• Gonçalves de – A SAUDADE DA PÁTRIA
Magalhães – A NATUREZA
1ª Nacionalista / e
– A RELIGIOSIDADE
Indianista • Gonçalves Dias Lamartine – O AMOR IMPOSSÍVEL

• Álvares de – A DÚVIDA
Azevedo Byron – O TÉDIO
• Casimiro de – A ORGIA
Byroniana /
Abreu e – A MORTE
2ª Mal-do-século /
• Fagundes – A INFÂNCIA
Ultra-Romantismo Mussett
Varela – O MEDO DO AMOR
• Junqueira – O SOFRIMENTO
Freire

– DEFESA DE CAUSAS
Social / HUMANITÁRIAS
3ª Condoreira • Castro Alves Vitor Hugo – DENÚNCIA DA
ESCRAVIDÃO
– AMOR ERÓTICO
CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Em cismar, sozinho, à noite,
 
Mais prazer encontro eu lá;
Nosso céu tem mais estrelas,
Minha terra tem palmeiras,
Nossas várzeas têm mais flores,
Onde canta o Sabiá.
Nossos bosques têm mais vida,
(...) 
Nossa vida mais amores.
 
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”
Amor

Amemos! Quero de amor


Viver no teu coração!
Na tua cheirosa trança
Sofrer e amar essa dor
Quero sonhar e dormir!
Que desmaia de paixão!
Vem, anjo, minha donzela,
Na tu'alma, em teus encantos
Minha'alma, meu coração!
E na tua palidez
Que noite, que noite bela!
E nos teus ardentes prantos
Como é doce a viração!
Suspirar de languidez!
E entre os suspiros do vento
Quero em teus lábios beber
Da noite ao mole frescor,
Os teus amores do céu,
Quero viver um momento,
Quero em teu seio morrer
Morrer contigo de amor!
No enlevo do seio teu!
Quero viver d'esperança,
Quero tremer e sentir!
Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa-noite, Maria! É tarde... É tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.

Boa-noite!... E tu dizes - Boa-noite.


Mas não me diga assim por entre beijos...
Mas não me digas descobrindo o peito,
Mar de amor onde vagam meus desejos.
(...)

Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos


Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!
(...)

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