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Ciências Humanas e suas

tecnologias - Filosofia
Ensino Médio – 2ª Série
Interfaces do Conhecimento: Senso
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

INTERFACES

DO

CONHECIMENTO
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

Um homem dirigia seu carro por uma estrada bem estreita de


montanha, daquelas que ficam à beira dos precipícios. Passando por uma
curva perigosa, defrontou-se com um outro carro na contramão. Fez
então um grande esforço para desviar, quase caindo no despenhadeiro. A
mulher que dirigia o carro na contramão pôs a cabeça fora e gritou:
“Porco!” O homem, sentindo-se ofendido e já furioso, pôs também a
cabeça fora e gritou: “Vaca!” Segundos depois, no final da curva, o
homem atropelou um porco que estava no meio da estrada.

Nossos sentimentos, preconceitos, esquemas mentais


condicionam nossa forma de ver o mundo?
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

Podemos confiar nos nossos sentidos?


Tópico 2

inteira
Eles são
FILOSOFIA - 2º Ano

realmente

realidade?
perceber a
capazes de

Imagem: "My Wife and My Mother-in-Law", a famous optical illusion. Appears in Puck, v. 78, no.
2018 (1915 Nov. 6), p. 11. / Public Domain.
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

PONTEVEDRA /  Creative Commons Attribution-Share Alike


Imagem: IES MANUEL GARCÍA BARROS A ESTRADA-

2.0 Generic
Será que o que vemos é somente sombra, cópia,
aparência das coisas verdadeiras, como sugerem Platão
ou o filme “Matrix”?
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

Pode a nossa

consciência

chegar ao

conhecimento

das coisas

exteriores?
Imagem: Robert Fludd (1574-1637) /  public domain.
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

É possível ao ser humano


chegar ao conhecimento das coisas?

POSTURA CÉTICA

POSTURA DOGMÁTICA

? POSTURA RELATIVISTA

Se é possível, então de que de forma?


FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

Senso comum

Mito Interfaces
Religião do
Filosofia
conhecimento
Ciência
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

O conhecimento a partir do senso comum

Trata-se de uma “noção” ou de um saber


adquirido pelas pessoas em “geral” de modo
espontâneo, a partir das variadas experiências
do cotidiano. Um saber geralmente obtido pelos
sentidos, que não foi sistematizado ou
submetido à verificação rigorosa, como se faz no
âmbito científico, porém muito útil para guiar o
ser humano no seu dia a dia.
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

O conhecimento a partir do senso comum

Universal Public Domain Dedication.


Imagem: Paulo César Santos /
 Creative Commons CC0 1.0
Quando decidimos atravessar a rua e sabemos se
podemos passar devagar ou apressar os passos.

Egidio Meléndez

 public domain .
(1716-1780) /
Imagem: Luis
Quando comemos mamão ou ameixa para ajudar o intestino a funcionar melhor.

Imagem: Giulia Ciappa /

Commons Attribution
Quando corremos para tirar as roupas
do varal ao perceber que está ventando

2.0 Generic
 Creative
e que o céu está nublado.
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

O conhecimento a partir do senso comum

Um saber que pode levar ao equívoco.


Marilena Chauí esclarece:

“O sol é menor do que a Terra. Quem duvidará disso


se, diariamente, vemos um pequeno círculo
avermelhado percorrer o céu indo de leste a oeste?
O sol se move em torno da Terra, que permanece
imóvel. Quem duvidará disso se diariamente vemos o
sol nascer, percorrer o céu e se por?
[...] A Astronomia demonstra que o sol é muitas vezes
maior do que a Terra e, desde Copérnico, que é a Terra
que se move em torno do sol.”
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

Daquilo que eu sei Ivan Lins e Vitor Martins


Nem tudo me deu clareza
Nem tudo foi permitido
Nem tudo me deu certeza...
Daquilo que eu sei
Nem tudo foi proibido
Nem tudo me foi possível
Nem tudo foi concebido...
Não fechei os olhos
Não tapei os ouvidos
'A'_(PSF).png: Pearson Scott Foresman /  public domain
Cheirei, toquei, provei
Ah Eu!
Usei todos os sentidos
Só não lavei as mãos
E é por isso que eu me sinto
Cada vez mais limpo!
FILOSOFIA, 2º Ano
Tópico 2

O conhecimento a partir do Mito


O ser humano desde a antiguidade iniciou suas indagações sobre
o porquê das coisas. O Mito é uma das formas mais antigas de
fornecer respostas a tais indagações.
O Mito é um saber oral revelado e, por isso, inquestionável,
transmitido pelo poeta-profeta, que narra a origem de todas as
coisas.
Os principais mitos gregos que conhecemos são encontrados nas
obras de Homero, Ilíada e Odisseia, escritas por volta do século
VII a.C.
Zeus, considerado o deus dos deuses, Poseídon (dos oceanos e
dos mares), Hades (do mundo inferior), Apolo (do sol, das artes e
das profecias), Dionísio (do teatro, do vinho e das festas),
Afrodite (do amor e da beleza) são alguns dos deuses gregos
mais conhecidos.
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Tópico 2

O conhecimento a partir do Mito

Eis algumas características do Mito:


Das relações sexuais entre os deuses tudo tem origem:
outros deuses, os titãs (semidivinos), os heróis (filho de um
deus com um humano), os humanos, as coisas, as
qualidades (bom, mal, escuro, justo...);
As coisas surgem no mundo a partir das relações e da
rivalidade entre os deuses (genealogias);
Os deuses recompensam ou castigam os humanos e
tomam partido em relação a eles;
O tempo que está na narração é um passado longínquo,
fabuloso;
As contradições não configuram problemas para os
ouvintes, dada a autoridade do narrador.
FILOSOFIA - 2 Ano
Tópico 2

O mito de Prometeu e Pandora


Imagem: Jordiferrer Prometeu, criador e protetor da humanidade,
/ Creative
Commons Attributio entrou no Olimpo e roubou uma centelha de
n-Share Alike 3.0
Unported fogo para os humanos. Zeus, por esse e outros
fatos que se seguiram, ficou furioso e castigou
Prometeu acorrentando-o a um monte,
Imagem: Sailko / determinando que uma ave de rapina lhe
 Creative
Commons Attributio devoraria o fígado, que se regeneraria durante
n-Share Alike 3.0
Unported a noite para que o castigo fosse eterno. Além
disso, mandou uma caixa de presente ao
casamento do irmão de Prometeu com
Pandora. Na caixa estavam contidas todas as
Imagem: Jules
Joseph Lefebvre / desgraças que recairiam sobre os humanos,
Pandora, 1882 /
Private Collection / uma vez que a caixa fosse aberta. Curiosa e
 United States
public domain imprudente, Pandora abriu a caixa.
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Tópico 2

O mito do Cupido
“...banqueteavam-se os deuses, e entre os demais se encontrava também o
filho de Prudência, Poros, o esperto. Enquanto se banqueteavam,
aproximou-se Penia, a Penúria, para mendigar as sobras da festa, e sentou-
se à porta. Embriagado pelo néctar, pois o vinho ainda não existia, Poros se
encaminhou para os jardins de Zeus e lá adormeceu, dominado pela
embriaguez. Foi então que Penia, em sua miséria, desejou ter um filho de
Poros. Deitou-se a seu lado e concebeu a Eros, o amor.
[...] E por ser filho de Poros e Penia, Eros tem o seguinte fado: é pobre, e muito longe
está de ser delicado e belo, como todos vulgarmente pensam. Eros, na realidade, é
rude, é sujo, anda descalço, não tem lar, dorme no chão duro, junto aos umbrais das
portas, ou nas ruas, sem leito nem conforto. Segue nisso a natureza da mãe que vive
na miséria.
Por influência da natureza que recebeu do pai, Eros dirige a atenção para tudo que é
belo e gracioso: é bravo, audaz, constante e grande caçador: está sempre a deliberar
e urdir maquinações, a desejar e a adquirir conhecimentos, filosofa durante toda sua
vida; é grande feiticeiro, mago e sofista.
[...] Oscila, igualmente, entre a sabedoria e a tolice.”
Platão,
Banquete, Imagens de cima para baixo: (a) Helix84 / GNU Free Documentation License, (b) shakko / Creative
203b Commons Atribuição-Partilha nos Termos da Mesma Licença 3.0 Unported, (c) Jacopo
Tintoretto and/or Domenico Tintoretto / Alegoria da Prudência /  United States public domain.
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

O conhecimento religioso também nasceu da procura pela causa e pelo sentido do


mundo e das coisas. O ser humano, percebendo que há coisas da realidade em volta dele
que não dependem de sua ação, passou a considerar poderes superiores, forças
sobrenaturais, divindades. E buscou, através das várias religiões, meios para se
comunicar com eles.
Trata-se de um tipo de conhecimento considerado infalível, indiscutível, exato, sagrado,
por ter sido revelado pelo sobrenatural. O conteúdo das revelações, em alguns casos,
está contido nos livros sagrados. Em geral apresenta de modo sistemático a origem, o
significado, a finalidade e o destino do ser humano, das coisas e do mundo, estabelecidos
pelo divino. Por isso mesmo é um saber que não pode ser verificado e que implica numa
atitude de fé para ser aceito.
As explicações da realidade provenientes da religião foram duramente criticadas no
âmbito filosófico sobretudo a partir da modernidade. Tais críticas, no entanto,
terminaram por ser, no sentido prático utilitarista, um certo reconhecimento da
importância da religião. Por exemplo, como forma de acalmar os medos, de contentar o
humano diante de sua impotência, de estabelecer regras e fixar valores. Um elemento
muito interessante da religião é o fato de ela, em alguns casos, render-se ao mistério.
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Eis alguns dos livros considerados sagrados ou de grande importância doutrinal:

Imagens da esquerda para a direita: (a) O Livro dos Espíritos, 1864 / public domain, (b) A Bíblia de Gutenberg - Primeira Edição impressa da
Bíblia, 1455 / United States Public Domain, (c) Alcorão, por Roel Wiinants / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic, (d) A Torá /
public domain in the United States. (e) O Livro de Mórmon, Edição Soft Cover /  public domain in the United States.

E algumas figuras que lembram as religiões mais antigas com tradição oral:

Imagens da esquerda para a direita: (a) Jorge Andrade / Creative Commons Attribution 2.0 Generic, (b) Mysticvoodoo Created by artist Denise
Alvarado / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported, (c) Autor Desconhecido / Disponibilizado por Rsabbatini / GNU Free
Documentation License, (d) Rowanwindwhistler / GNU Free Documentation License.
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Tópico 2

A preocupação filosófica com o conhecimento


A possibilidade de conhecer não foi a indagação dos primeiros filósofos, os chamados
pré-socráticos. Sua preocupação era cosmológica (sobre a origem e a ordem do
mundo) e ontológica (sobre a essência das coisas).
Sócrates e os sofistas foram os pioneiros em se ater à questão do conhecimento. Para
os sofistas, a essência das coisas não pode ser conhecida, restando somente a opção
das opiniões subjetivas, às quais mais se imporão tanto maior for seu nível de
persuasão (uma questão de linguagem). Para Sócrates, contrariamente, é possível
conhecer, a partir do momento em que se afastam as ilusões dos sentidos e a
multiplicidade das opiniões. Em outras palavras, ao passar da aparência à essência.
Platão e Aristóteles, explorando o debate sobre as opiniões, progrediram na discussão.
Na opinião do primeiro, existe o conhecimento sensível (crença e opinião, que nos dão
a aparência), a ser abandonado, e o conhecimento inteligível (raciocínio e intuição
intelectual, que nos levam à essência). Aristóteles, diferentemente, afirma a
continuidade entre os conhecimentos sensível e intelectual, um acúmulo de
informações obtidas de várias formas ou em vários graus: sensação, percepção,
imaginação, memória, linguagem, raciocínio e intuição (essa última enquanto
conhecimento puro, na medida em que não é proveniente de nada que se ofereça a
nós nos seis primeiros graus).
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

A preocupação filosófica com o conhecimento


Princípios gerais do conhecimento verdadeiro:
A determinação e as fontes do conhecimento: sensação, percepção, imaginação,
memória, linguagem, raciocínio e intuição intelectual;
A distinção entre conhecimento sensível e conhecimento intelectual;
A diferença entre aparência e essência;
O papel da linguagem;
A diferenciação entre opinião e saber verdadeiro;
Definição dos princípios: identidade, não-contradição, terceiro excluído;
da forma: ideias, conceitos, juízos;
dos procedimentos: indução, dedução, intuição;
O estabelecimento de procedimentos corretos: dialético (em Platão);
lógico (em Aristóteles);
Distinção dos campos do conhecimento: teorético (das coisas que apenas se contempla);
Prático (das ações humanas);
Técnico (das coisas relacionadas ao trabalho).
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

A preocupação filosófica com o conhecimento

A concepção cristã introduziu novos problemas: Podemos conhecer a


verdade, sendo nós seres decaídos e pervertidos? O humano, finito, pode
conhecer a verdade, infinita ou divina?
Para os pensadores medievais cristãos, a fé ilumina o intelecto e as verdades de
fé têm a primazia sobre as da razão. A liberdade humana, com a vontade
pervertida, sujeita a razão ao erro e ao falso. Conhecer passa ser uma questão
de consciência. É possível conhecer a verdade desde que a razão não
contradiga a fé.
Muitos filósofos modernos, para romper com tal concepção tiveram que
recusar a autoridade eclesiástica sobre as verdades da razão: fé e razão são
voltados para conhecimentos diferentes (sem subordinação).
Francis Bacon e Descartes examinaram exaustivamente as causas e as formas
do erro como pressupostos para tentar compreender e explicar a
correspondência entre nossas ideias e a realidade verdadeira.
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

A preocupação filosófica com o conhecimento

A Crítica dos ídolos de Francis Bacon.

Ídolos da caverna: são os erros provenientes dos sentidos (mais fáceis de corrigir).

Ídolos do fórum: são as opiniões formadas em nós a partir linguagem e das relações
com os outros (difíceis de corrigir).
Ídolos do teatro: são as opiniões formadas em nós a partir do poder das autoridades
(corrigidas somente com mudanças sociais e políticas).

Ídolos da tribo: são as opiniões próprias da natureza humana (a ser trabalhada).

É preciso organizar e controlar as informações provenientes da experiência sensível,


fazer o mesmo com os resultados obtidos, para se chegar a teorias verdadeiras, e
desenvolver procedimentos para a aplicação prática dos resultados teóricos.
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

A preocupação filosófica com o conhecimento


O método cartesiano
Para Descartes, a origem do erro, que atrapalha o intelecto, está no que ele chama de
atitudes ou preconceitos da infância.
Prevenção: erro de levar-se por ideias ou opiniões alheias sem verificá-las.
Precipitação: erro cometido pela emissão de juízos sobre as coisas antes de verificação
(vontade mais forte que o intelecto).
Os erros são provenientes do conhecimento sensível. Para corrigi-los é preciso adotar
regras para orientar a direção do intelecto:
certas fáceis amplas
que deem segurança que descompliquem que tenham amplo alcance
Regra da evidência: aceitação somente de conhecimentos que não comportem dúvidas.
Regra da divisão: realidade complexa dividida em partes simples nas quais se aplica a
regra da evidência.
Regra da ordem: conhecimentos ordenados do simples ao complexo de modo a passar do
conhecido ao desconhecido.
Regra da enumeração: revisão dos passos dados para cada novo conhecimento,
verificando o encadeamento.
FILOSOFIA - 2 Ano
Tópico 2

A preocupação filosófica com o conhecimento


Com Bacon e Descartes chegamos à clara distinção entre racionalismo (para conhecer
basta a razão) e empirismo (a base de todo conhecimento é a sensação). A coincidência é
que, para ambos, a questão do sujeito do conhecimento e da consciência é relevante.
Sem entrar nas dimensões psicológica, ética e politica que o termo comporta, a
consciência é a atividade sensível e intelectual capaz de análise e síntese, representação
por meio de ideias e avaliação, compreensão e interpretação por meio de juízos.
A consideração da consciência torna possível a propriamente dita Teoria do
conhecimento, enquanto ciência cujo objeto de estudo é o próprio conhecimento que
busca conhecer a si mesmo tomando distância para ser analisado nas suas formas,
origem e finalidade, mas sempre considerando a capacidade do sujeito cognoscente.
John Locke, no seu Ensaio sobre o entendimento humano, afirma que o conhecimento é
como o olho humano, que não consegue ver a si próprio. É preciso esforço e trabalho
para conseguir analisar a si mesmo.
Para o filósofo o processo de conhecimento se dá na medida em que a sensação capta os
dados da realidade (de onde se extraem impressões, ideias simples) e a percepção faz a
associação por semelhanças e diferenças, formando ideias compostas. Num processo de
generalização, se eliminam as diferenças até se chegar a uma ideia universal (convenções,
nomes, porque só captamos pelos sentidos coisas singulares). Eis a base da ciência
experimental.
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Tópico 2

O conhecimento científico e seus procedimentos

A ciência formulará suas afirmações a partir da:

Indução Toma-se um número satisfatório de casos particulares, nas


mesmas condições, e o submete à verificação. Se os
resultados se repetirem, será formulada uma afirmação
universal.

Dedução Toma-se uma afirmação geral já conhecida e submente a ela


um caso particular.

Abdução Trata-se da interpretação racional (não demonstrativa) de


sinais ou indícios, uma espécie de intuição que se dá passo a
passo até se chegar a uma conclusão.
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Tópico 2

Exemplo de indução:

Se repetirmos experiência de colocar

Imagem: GRAN /  GNU


uma quantidade de água para ser

Free Documentation
aquecida no fogo, verificaremos que
ela sempre atingirá o ponto de
ebulição em 100o C.

License

 Creative Commons Attribution-
Imagem: Darren Hester /

Share Alike 2.5 Generic


E se colocarmos várias vezes uma
quantidade de água no congelador
poderemos verificar que ela se tornará
gelo quando atingir 0o C.

Poderemos então afirmar que a água evapora ao alcançar 100o C e congela ao atingir 0o C.
Exemplo de dedução:

Se tomarmos a afirmação universal de que a soma dos ângulos internos de um


triângulo é sempre 180o e formos verificar num triângulo equilátero, isósceles,
retângulo ou qualquer outro, obteremos esse mesmo resultado. Submetemos uma
regra geral a casos particulares e a regra funcionou.

A B

60 60 45º

60 60 30 45º
B C C A
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Tópico 2

Exemplo de abdução:

Imagens da esquerda para a direita: (a) Fbat /  Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0
Unported, (b) Mario Valencia /  Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic.

Estudando pegadas, ossos pequenos e grandes e o ambiente onde foram encontrados, o


arqueólogo torna-se capaz de construir a imagem e a caracterização completa de um
determinado dinossauro.
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

O conhecimento científico e seus procedimentos


A ciência, como já pudemos notar, não se contenta com explicações que não sejam
provadas concretamente. Para tal, se apoia num método todo próprio de construção e
síntese, no qual encontramos.
Factualidade: considera somente ocorrências, formas de existência que se manifestam
de algum modo.
Contingência: as proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida
através da experimentação e não pela razão.
Verificação: confirma somente hipóteses comprováveis.
Objetividade: exatidão, clareza, correspondência factual e aplicabilidade.
Análise: trata-se de uma investigação metódica que segue regras disciplinadoras
e ordenação lógica, evitando a dispersão e garantindo o concatenamento
dos conhecimentos.
Explicação: leva à compreensão de algum fato, o que garante sua utilidade.
Comunicação: o conhecimento proposto é comunicável e tem caráter universal.
Abertura: o conhecimento produzido não é definitivo ou absoluto, isto é, pode ser
reformulado.
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

A preocupação filosófica com o conhecimento


Voltando brevemente à preocupação filosófica sobre a origem do conhecimento,
apontamos mais um problema antigo e ainda longe de respostas satisfatórias:
O conhecimento é inato ou adquirido?
O inatismo platônico:
Platão propõe, na República, a chamada teoria da reminiscência, segundo a qual já
nascemos com a razão e as ideias verdadeiras. Uma vez que a alma pertence
originalmente ao mundo das coisas inteligíveis (decaída no mundo das coisas
sensíveis), onde já contemplou toda verdade, durante a vida, apenas relembramos do
que já estava em nós. Conhecer é recordar.
O inatismo cartesiano.
vindas de fora, das sensações, percepções, lembranças, ou
Ideias adventícias:
derivantes delas. São qualidades sensoriais: odor, sabor, textura etc.;
Ideias fictícias: criadas pela nossa fantasia ou imaginação, com uma base nas ideias
adventícias: cavalos alados, fadas, sereias etc. Estão nas fábulas,
mitos, superstições e nunca são verdadeiras;
Ideias inatas: Inteiramente racionais, pois não têm nenhuma correspondência
sensorial (ideia de infinito, sentimentos etc.), dom de Deus.
FILOSOFIA - 2º Ano
Tópico 2

A preocupação filosófica com o conhecimento

Exemplificando a compreensão do inatismo cartesiano:

Corajoso;

Justo;

Solidário;

Livre;

Imortal.
Imagens da esquerda para a direita: (a) Mikael Häggström / public domain, (b)
Mark and Allegra / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic.
COMPONENTE CURRICULAR - Série
Tópico

Referências
Livros:
CHAUÍ, M. Filosofia: Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2005.
RODRIGO, L.M. Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio.
Campinas: Autores Associados, 2009, p.145-159.
GALLIANO, G. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1979, p.24-
30.
DIMENSTEIN, G.; STRECKER, H.; GIANSANTI A.C. Dez lições de Filosofia para um
Brasil cidadão. São Paulo: FTD, 2008, p.65-121.

Sites:
www.filoinfo.bem-vido.net
www.mundoeducacao.com.br/filosofia
www.ocanto.esenviseu.net
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5 "My Wife and My Mother-in-Law", a famous http://commons.wikimedia.org/wiki/File:My_Wif 19/04/2012
optical illusion. Appears in Puck, v. 78, no. 2018
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(1915 Nov. 6), p. 11. / Public Domain.
6 IES MANUEL GARCÍA BARROS A ESTRADA- http://commons.wikimedia.org/wiki/File:O_hom 16/04/2012
PONTEVEDRA /  Creative Commons Attribution- e_sen_sombra_(A_Estrada).jpg
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7 Robert Fludd (1574-1637) /  public domain. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:El_cere 16/04/2012
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11a Paulo César Santos /  Creative Commons CC0 1.0 http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rua_Ui 16/04/2012
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11b Luis Egidio Meléndez (1716-1780) /  public http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bodeg 16/04/2012
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11c Giulia Ciappa /  Creative Commons Attribution http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Roupa_ 16/04/2012
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13 'A'_(PSF).png: Pearson Scott Foresman /  public http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Audio_a 16/04/2012
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16a Jordiferrer / Creative Commons Attribution-Share http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Promet 17/04/2012
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16b Sailko /  Creative Commons Attribution-Share http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Zeus,_al 17/04/2012
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16c Jules Joseph Lefebvre / Pandora, 1882 / Private http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pandora 17/04/2012
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17c Jacopo Tintoretto and/or Domenico Tintoretto / http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jacopo_ 17/04/2012
Alegoria da Prudência /  United States public Tintoretto_-_Alegoria_da_Prud%C3%AAncia.jpg
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19a O Livro dos Espíritos, 1864 / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Le_Livre 17/04/2012
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19b A Bíblia de Gutenberg - Primeira Edição impressa http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gutenb 17/04/2012
da Bíblia, 1455 / United States Public Domain erg_Bible_(page).JPG
19c O Alcorão, por Roel Wiinants / Creative http://commons.wikimedia.org/wiki/File:WLM_- 17/04/2012
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19d A Torá / public domain in the United States.  http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Torah.jp 17/04/2012
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19e O Livro de Mórmon, Edição Soft Cover /  public http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Book_o 17/04/2012
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19i Rowanwindwhistler / GNU Free Documentation http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Egipcio. 18/04/2012
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27a GRAN /  GNU Free Documentation License http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Boiling_ 18/04/2012
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27b Darren Hester /  Creative Commons Attribution- http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ice_cub 18/04/2012
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29a Fbat /  Creative Commons Attribution-Share Alike http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fossil_d 18/04/2012
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29b Mario Valencia /  Creative Commons Attribution- http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Walking 18/04/2012
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32a Mikael Häggström / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Muscles 18/04/2012
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32b Mark and Allegra / Creative http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Estatua 18/04/2012
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