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LINGUÍSTICA TEXTUAL – NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

RESUMO

A presente pesquisa analisou a linguística textual como uma parte importante na


formação do professor, podendo ser utilizada como ferramenta de ensino.
Delimitando o tema estudado para o uso da linguística textual como auxílio para o
professor. Como problema foi analisado como o professor pode transformar a
linguística textual em uma ferramenta para auxilia-lo na construção de uma atrativa e
produtiva para os alunos. A justificativa da presente pesquisa foi a linguagem usada
pelo professor em sala de aula deve estar adaptada para a prática, já que os alunos
vivem um contexto social contemporâneo, utilizando uma linguagem moderna de
acordo com o meio em que vive. Como objetivo geral dessa pesquisa foi analisado a
possibilidade da linguística textual ser utilizados pelo professor e como objetivos
específicos à conceituação da linguística textual, sua utilização na formação do
professor e a possibilidade de utilização como ferramenta de ensino. No que se
refere aos seus procedimentos práticos, este artigo é um estudo de natureza
bibliográfica acerca da temática Linguista textual que visa alcançar os objetivos
propostos. A pesquisa será realizada por meio da leitura sistemática e produção de
fichamentos, a partir livros, artigos, e fontes eletrônicas que abordam o tema
proposto.

Palavras-chaves: Linguística textual, professor, ensino.

INTRODUÇÃO

A linguística textual é uma ferramenta para investigação textual, que analisará


o texto de maneira completa, não apenas palavras soltas, sem sentido.

A importância da linguística textual na formação do professor é importante ao


entender que o texto é mais do que um simples apanhado de palavras, mas uma
analise criteriosa de todo o contexto.

Ao dominar a linguística textual o professor produzirá textos de acordo com o


seu objetivo e seu público, os alunos.

Ao produzir um texto com coesão e coerência, o escritor torna o papel do


leitor mais fácil, já que o texto está de acordo com o seu entendimento e interesse.
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Entendendo que o professor é um elo entre o aluno e o aprendizado a


linguística textual é a ferramenta mais dinâmica que pode ser utilizada, sendo a
língua mutante, acompanhando a evolução das tecnologias e da sociedade.

Ao estudar a linguística textual, a coerência e a coesão terão destaques, por


serem fundamental para dar sentido a expressão, como formadora do texto,
deixando para o leitor a interpretação desse texto de acordo com seu entendimento.

1. TEXTUAL

1.2 HISTÓRICO

A linguística textual surgiu no início do século XX, como um estudo mais


aprofundado da língua, estudando além da sentença, que era o objeto estudado até
então.

Ferdinand Saussure, professor da Universidade de Genebra, Suíça,


apresentou a linguística textual no começo do século XX, revolucionando o estudo
da, estudando a como um todo, demonstrando que sua principal função, a
comunicação.

Entre 1960 e 1970 nasce à linguística textual, o estudo além da frase, focando
o texto como um todo, criou-se a partir daí as três fases da linguística, fase
transfástica, gramáticas do texto e teorias do texto.

Na sua fase inicial, que vai, aproximadamente, desde a segunda metade da


década de 60, até meados de 70, a linguística textual teve por preocupação
básica, primeiramente, o estudo dos mecanismos interfrásticos que são
parte do sistema gramatical da língua, cujo uso garantiria as duas ou mais
sequencias o estatuto de texto. [...] Os estudos seguiam orientações
bastante heterogêneas, de cunho ora estruturalista ou gerativista, ora
funcionalista. (DELLAGNELO, p.49, 2012)

Os gramáticos começaram a descrever as categorias e as regras para analise


e estudo dos textos, ampliando o entendimento que tinham até então, partindo da
premissa que todos aqueles que falam a Língua possuem capacidade de
parafrasear, resumir, resenhar um texto, podendo descrever se o texto estudado
está bem construído ou não. (SEGATE, p. 03, 2008)

A primeira fase foi a transfástica que analisava além da frase, e deu lugar
para a segunda fase as gramáticas do texto, que tinham como objetivo conceituar o
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texto e defini-lo de várias formas, como tamanho por exemplo, e a terceira fase são
as teorias do texto, que analisam o texto de maneira ampla, englobando vários
elementos.

A linguística textual começou a ganhar destaque na década de 70, tendo se


desenvolvido em massa na Alemanha, contando com aproximadamente 500 títulos
sobre linguística textual até o ano de 1973, de acordo com Dressler e Schimidt que
realizaram um levantamento bibliográfico sobre o tema. (FÁVERO, p. 226, 2012)

Cidades alemãs Pesquisadores


Munster Hartmann - transferiu-se depois para
Constança
Harweg – transferiu-se depois para
Bielefeld Alfred Koch
Colônia H.Weinrich
Elisabeth Gulich
Wolfgang Raible
Os três transferiram-se depois para
Bielefeld
Berlin Est M. Bierwisch
Heidolf Isenberg
E. Lang
Constança Janos Petofi – transferiu-se depois
para Bielefeld
Bielefeld H. Weinrich
H. Riese
r Siegfried Schmidt

A Holanda teve seu maior representante, da cidade de Amsterdã o


pesquisador van Dijk.

A Áustria teve como seu maior pesquisado Wolfgand Dressles, da cidade de


Viena.

Os gramáticos começaram a descrever as categorias e as regras para analise


e estudo dos textos, ampliando o entendimento que tinham até então, partindo da
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premissa que todos aqueles que falam a Língua possuem capacidade de


parafrasear, resumir, resenhar um texto, podendo descrever se o texto estudado
está bem construído ou não. (SEGATE, p. 03, 2008)

Com essa definição de que a linguística textual é ampla e englobo todo o


texto, a definição usada até meados de 1970 foi descartada e deu lugar ao estudo
do texto divido em unidade maior e unidade menor.

Sendo a unidade maior, o texto e a unidade menor os elementos que formam


o texto, como os pronomes, artigos, concordância verbal, a ordem das palavras,
adjetivos, etc., a grande mudança foi justamente a ordem do estudo, que antes era
feita primeiro pela unidade menor e depois a unidade maior. (SEGATE, p. 03, 2008)

Entre 1971 e 1976 os autores Lang, Dressler, Dijk e Petöfi elaboraram várias
gramáticas, com a finalidade de refletirem sobre os fenômenos linguísticos
inexplicáveis por meio de uma gramática de enunciados, ou seja, pela teoria
sintática, consideravam unanime o entendimento de que não há uma continuidade
entre frase e texto, porque há entre elas uma diferença de ordem qualitativa e não
quantitativa, constituindo um todo diferente das partes. (BENTES, p. 249, 2004)

1.3 CONCEITO

De acordo com FÁVORE (p. 231, 2012) a linguística textual pode ser
conceituada como sendo o estudo das operações linguísticas e cognitivas
reguladoras e controladoras da produção, construção, funcionamento e recepção de
textos escritos ou orais.

1.4 FASES DA LINGUISTICA TEXTUAL

1.4.1 Transfrástica

A análise transfrástica começa na frase e depois analise o texto, nessa a fase


a preocupação dos pesquisadores eram as relações que se estabelecem entre as
frases e os períodos do texto, onde eram construídos unidades de sentido.
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Durante essa análise os pesquisadores encontraram fenômenos que não


podiam ser explicados com as teorias sintáticas ou semânticas utilizadas, chamando
esse fenômeno de co-referenciação1.

Como exemplo de uma análise transfrástica “Joana foi ao shopping. Ela não
gostou das lojas”.

A análise observará a frase em uma perspectiva textual, observando que o


pronome pessoal está empregado em terceira pessoa de uma maneira diferente,
não é uma relação nome – pronome de simples substituição, o que seria comum.

Nessa frase o uso do pronome fornece ao leitor instruções de conexão entre a


predicação que se faz do pronome, ajudando a construir uma imagem de Joana.
(BENTES. p, 247, 2004)

Esse tipo de estudo exemplificado acima que deu origem a análise


transfrástica, que ampliou sua pesquisa para investigar vários fenômenos
transfrásticos, como a pronominalização, a seleção dos artigos definido e indefinido,
a concordância dos tempos verbais, a relação tópico-comentário.

Os pesquisadores da fase transfrástica ao estudarem sobre a conexão entre


enunciados perceberam que havia uma relação entre uma sequencia e outra mesmo
sem a presença de um conector2.

Com o avanço das pesquisas, surgiu uma linha de pesquisa que não
considerava apenas o texto de maneira simples, como uma soma das frases ou
mesmo uma lista dos significados de suas construções, mas um todo, surgindo à
necessidade de elaborar uma gramática textual.

1.4.2 As gramáticas textuais

As gramáticas de textos foram responsáveis por introduzir o texto como objeto


de estudo da linguística com a intenção de criar um sistema determinado e
invariante para ser comum a todos os usuários da língua. (MACIEL; BONIFÁCIO. p.
08, 2010)

1
Co-referência é a relação existente entre duas expressões nominais usadas com um mesmo valor
referencial que constituem uma cadeia referencial (KOCH, 1989)
2
Conectivos são palavras ou expressões que interligam as frases, períodos, orações, parágrafos,
permitindo a sequência de ideias.
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Com a introdução desse sistema os usuários poderiam identificar que uma


sequencia de frases compreendidas ou não em um texto, entendendo se esse texto
está coerente, bem formado, de fácil compreensão.

A formação das gramáticas textuais foi influenciada pelo gerativismo, que


buscava descrever e explicar, de maneira abstrata como funciona a linguagem
humana. (MACIEL; BONIFÁCIO. p. 08, 2010)

A transição da primeira fase conhecida como Transfrástica para essa


chamada das gramáticas textuais foi pela percepção que muitos textos não
apresentavam o fenômeno da co-referenciação e que para a compreensão de textos
seria essencial que se levasse em consideração o conhecimento intuitivo do falante.
(BENTES. p. 249, 2004)

A partir dessa percepção concluiu-se que todo falante de uma determinada


língua é capaz de parafrasear, reconhecer e diferenciar diversos tipos de textos,
como narrativo, descritivo e dissertativo.

Entendendo essas capacidades como competências, é possível determinar


que todos os falantes possuem três competências básicas, de acordo com
CHAROLLES (1983), são elas:

 Capacidade formativa: permite produzir e compreender um número


potencialmente elevado e ilimitado de textos inéditos e que também lhe
possibilita a avaliação, com convergência, da boa ou má-formação de um
texto dado.
 Capacidade transformativa: que o torna capaz de reformular, parafrasear e
resumir um texto dado, bem como avaliar, com convergência, a adequação
do produto dessas atividades em relação ao texto a partir do qual a atividade
foi executada.
 Capacidade qualificativa: que lhe confere a possibilidade de tipificar, com
convergência, um texto dado, isto é, dizer que se ele é uma descrição,
narração, argumentação etc., e também a possibilidade de produzir um texto
de um tipo particular.

Com essas competências os falantes conseguem determinar quais os


princípios de constituição de um determinado texto, diferenciar os vários tipos de
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textos e levantar critérios para delimitar um texto. (MACIEL; BONIFÁCIO. p. 08,


2010)

Mesmo com todos os avanços os pesquisadores não esgotaram o assunto e


encontraram falhas nesse método de pesquisa, com isso surgiu a elaboração de
uma teoria de texto.

1.4.2 Elaboração de uma teoria de texto

Nessa fase, não haverá a separação entre texto e não texto, representado pelo
contexto de produção, que pode ser explicado como sendo a atividade verbal,
consciente e interacional entre falante ou ouvinte, ou escritor e leitor. (MACIEL;
BONIFÁCIO. p. 10, 2010)

Criando um processo de atividades globais de comunicação, unificando o


universo de ações humanas, dando ênfase para a coesão e coerência, observando
o texto nos seus aspectos semânticos, juntamente com suas funções pragmáticas.

Essa teoria trás três maneiras de analisar a elaboração do texto, criando a


união de todos os elementos para um texto coeso e coerente.

 Microestrutura: análise linear do texto é o significado das orações assim


como a relação entre elas; estrutura superficial do texto, ordenança das
sentenças, semântica linear; eixo horizontal (coesão);
 Macroestrutura: análise do texto como um todo; é a estrutura profunda do
texto, ou seja, a forma lógica, estrutura subjacente; semântica global; eixo
vertical (coerência).
 Superestrutura: estrutura formal global de um texto, descrita em categorias e
regras de formação, elementos cognitivos, dependentes, resultantes de
processos de descrição; tipos de discurso, sequência esquemática,
características de linguagem, recursos retóricos ou estilísticos; modelos
cognitivos globais (tipologia textual).

Depois de detalhado a linguística textual de maneira a entender o que é


preciso para uma produção textual eficiente, é preciso entender o texto como uma
parte importante da linguística textual na formação dos professores.
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1.5 TEXTO

Pode-se conceituar texto como sendo uma manifestação verbal constituída


por elementos linguísticos selecionados e ordenados pelos falantes em uma
atividade verbal, permitindo aos parceiros a interação, não só do conteúdo
semântico como de todo o processo e estratégia de ordem cognitiva. (BENTES, p.
255, 2004)

Texto é tudo aquilo que comunica algo, seja ele oral, escrito, visual ou
musical, sendo do ponto de vista oral e escrito, o texto se constrói a partir de
mecanismos sintáticos e semânticos, os quais são responsáveis pela produção do
sentido.

Pode-se considerar o texto como objeto cultural, produzido a partir de certas


condicionantes históricas em relação dialógica com outros textos, uma das vias
dessa redistribuição é a permuta de textos, seus fragmentos, que existiriam ou
existem ao redor do texto fonte, e, por fim, dentro dele mesmo; todo texto é um
intertexto, uma vez que outros textos estão presentes nele, em vários níveis, sob
formas mais ou menos reconhecíveis. (BENTES, p. 256, 2004)

Todo texto deve ser construído com coerência, para que os elementos
subjacentes à superfície textual possam ganhar vida ao sair da mente do
interlocutor, tendo começo, meio e fim, de maneira a poder ser entendido.

A coesão esta ligada diretamente aos processos empregados na produção


textual, a fim de obter o produto final, que seja o texto, dotado de sentido.

Portanto, nos textos em que a coesão está presente – já que ela não é
condição nem necessária, nem suficiente da coerência -, pode-se afirmar
que ambas passam a constituir as duas faces de uma mesma moeda, ou
então, para usar de uma outra metáfora, o verso e o reverso desse
complexo fenômeno que é o texto. (ROCHA; SILVA, p. 35, 2017)

Evidenciando a importância em dar maior atenção aos processos de


formação textual, objetivando um texto claro e de fácil entendimento para seu
ouvinte ou falante. (BENTES, p. 256, 2004)

A coesão ocorre quando a interpretação de algum elemento do discurso é


dependente de um outro, ou seja, quando um elemento pressupõe o outro,
no sentido de que ele não pode ser efetivamente decodificado exceto por
referir-se ao outro. Quando isso ocorre, a relação de coesão é estabelecida,
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e os dois elementos, o que pressupõe e o pressuposto, são pelo menos


integrados num texto. (MACIEL; BONIFÁCIO. p. 08, 2010)

Outro elemento indispensável para elaboração de bom texto é a coerência,


que depende de vários fatores, quais são, linguísticos, cognitivos, socioculturais e
interacionais.

Sendo que a textualidade ou a textura é aquilo que faz de uma sequencia


linguística um tipo de texto, e não apenas uma coleção de palavras sem sentido
entre si. (MACIEL; BONIFÁCIO. p. 12, 2010)

Construir um texto, capaz de funcionar sociocomunicativamente num


contexto específico, uma operação de natureza também lexical e gramatical.
Quer dizer, não se pode escolher aleatoriamente as palavras nem arrumá-
las de qualquer jeito; nem tampouco optar por qualquer sequência de
frases. (ROCHA; SILVA, p. 36, 2017)

Para uma produção de texto satisfatória é necessário que o escritor e o leitor


tenham o mínimo de conhecimento linguístico, para que o texto tenha significado,
sendo obrigatórios três tipos de conhecimentos, são eles:

 O saber: o conhecimento enciclopédico (memória semântica), que é a


organização dos conhecimentos e situações do mundo real nas quais são
estabelecidas relações lógicas.
 O conhecimento linguístico: que compreende o conhecimento tanto lexical,
quanto gramatical que dão total suporte linguístico à estrutura superficial do
texto, isto é, à linearidade sequencial e referencial da produção textual.
 O conhecimento sociointeracional: que consiste na organização de
interação e de ações verbais da linguagem.

A coesão e a coerência precisam estar juntas para que a produção de um


texto seja satisfatória, por isso não basta que o escritor ou leitor mostrem domínio da
língua, mas também, conhecimento sobre o assunto a ser retratado, e que tenha
informações sobre quem será seu publico alvo, para que texto seja compreensível
aos destinatários.

1.6 LINGUISTICA TEXTUAL NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR


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O processo de formação do professor tem o objetivo de criar um profissional


capacitado para formar outros indivíduos, passando seu conhecimento e
entendimento dos mais variados assuntos, incluindo o processo de alfabetização.

Sendo obrigatório para o professor ter um profundo conhecimento da


estrutura e o funcionamento da língua, e no caso do professor que trabalhará com
alfabetização, seu trabalho será mais eficaz ao dominar a teoria da linguística
textual.

A língua não é estática, esta sempre mudando, se transformando, absorvendo


as mudanças sociais e temporais, fazendo com que o professor esteja em constante
atualização. (ROCHA; SILVA, p. 38, 2017)

A TEXTUALIDADE é uma relação de envolvimento entre o texto e o usuário


em uma determinada situação comunicativa, agenciada por elementos de
diferentes níveis textuais. As marcas linguísticas que estruturam um texto
guiam o leitor para a interpretação semântica dos sentidos em uma
determinada direção argumentativa. Assim, os sentidos de um texto são
construídos por fatores linaüísticos. Coanitivos culturais e interacionais, que
devem ser recuperados na leitura. (MACHADO, 2012)

Para que o professor se torne um profissional dinâmico e capaz de alfabetizar


e ser um facilitador da língua é imprescindível que recebe em sua formação todo o
conteúdo linguístico, para que tenha condições de entender todos os tipos de
linguagens apresentadas, entendendo as diferenças entre elas como um importante
elo entre o publico que lhe será dado.

A alfabetização em seu processo de aprendizagens de línguas, tem por


finalidade munir o alfabetizador com mais um instrumento de comunicação
verbal, a escrita, parece-nos improcedente um professor alfabetizador não
ter conhecimentos das variações linguísticas. Neste caso “como pode-se
ensinar uma língua sem conhecer sua estrutura e o seu funcionamento,
bem como os mecanismos que permitem sua aquisição” . (MACHADO,
2012)

Os conhecimentos da linguística textual são imprescindíveis para a formação


do professor, já que conhecendo como produzir, interpretar e repassar um texto faz
com que o aluno tenha mais condições de ser atingido pela aula produzida pelo
professor, se maneira que ao repassar o conteúdo já preparado para o auditório que
o receberá a aula será bem sucedida.

O produtor do texto pode recorrer a uma série de estratégias de focalização,


para dar destaque quer à informação nova, quer à informação dada, bem
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como para realizar a tematização ou a rematização. (ROCHA ;SILVA, p. 36,


2017)

A linguística textual na formação do professor engloba o conhecimento


histórico das teorias e concepções de língua ao longo do tempo, para que a sua
formação incluía leitura, questão crucial para a formação de um bom escritor.

Ao direcionar a formação do professor para o uso da linguagem textual como


uma ferramenta de ensino, o professor terá um papel importante na vida do aluno,
participando da sua formação como individuo e pensador critico.

A linguagem textual deve estar ligada as mudanças como os conteúdos


chegam para os alunos, às tecnologias devem ser usadas em favor dos professores,
para a produção de texto de acordo com o vivencia dos alunos, interagindo de
maneira e ser aceitável aos novos rumos da educação na era da internet.

A observância dos fatores de textualidade, propostos pelos analistas


textuais, assim como os fatores cognitivos, propostos pela Didática da
escrita, poderiam contribuir grandemente para a melhoria da qualidade das
aulas de escrita, através de métodos mais sistemáticos de análise de textos
e de estratégias que valorizassem a tessitura textual. (BENTES, p. 258,
2004)

Com a facilidade de acesso a internet, a leitura passou a ser mais dinâmica,


tornando a escrita uma questão a parte, ao mesmo tempo em que o aluno lê
determinado assunto, pode ouvir musica, acessar outras paginas da rede mundial de
computadores e perder a atenção no texto principal.

É nesse contexto que a linguística textual ganha força na formação do


professor, preparando-o para produzir aulas conforme o ambiente no qual está
inserido.

Conhecer os recursos que tornam um texto coeso, conhecer regras de sua


coerência representam um benefício, já que o texto deixa de ser um enigma
e passa a revelar informações que até então pareciam ininteligíveis.
Compreender os mecanismos de textualidade acarreta um outro olhar sobre
o texto, sobre sua forma de funcionamento e sobre a ideia que ele
apresenta. (MACHADO, 2012)

Sendo capaz de interagir com as tecnologias e com os alunos na mesma


proporção, criando uma aula onde possa passar mais que o conteúdo, e formar um
aluno que entenda a matéria e possa produzir um texto coerente e conciso.

1.7 LINGUISTICA TEXTUAL COMO FERRAMENTA DE ENSINO


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A linguística textual poderá ser usada como ferramenta de ensino pelo


professor, que teve na sua formação a linguística textual como um reforço.

Ao preparar uma aula, o professor utilizará os elementos de coesão nas


relações de conexão, e coerência, para tornar o texto claro, e facilitar o
entendimento do aluno em relação ao que é passado.

Apresentando ao aluno a coordenação e a subordinação como processos de


estruturação do período, ensinando a gramática do discurso, para que os alunos
aprendam a interpretar e produzir textos.

É preciso que as aulas preparadas pelo professor tenham a coerência e o uso


da linguística textual para um bom entendimento das ideias repassadas ao
leitor/aluno, pois um texto não é apenas um conjunto de palavras isoladas, ele
apresenta propriedades gramaticais contidas de coesão e coerência, apresentando
princípios de constituição de texto e língua.

Quando o professor utiliza a linguística textual na preparação de suas aulas, é


responsável pelo padrão da textualidade bem como o processo de produção do
texto, relacionando a estrutura e interpretação.

Tornando a aula um ato de comunicação unificada repassada através da


manifestação da linguagem, facilitando o entendimento e interação do aluno na sala
de aula.

Quando o professor usa a linguagem textual como ferramenta de ensino,


além de proporcionar ao aluno um aprendizado amplo sobre interpretação e
produção de texto, o aluno será capaz de refletir sobre sentidos por meio da
mediação de textos.

O professor ao utilizar a intratextualidade na preparação das suas aulas,


tornará o texto compatível com os alunos, acrescentando a vivencia em sua
dinâmica de ensino.

A informatividade pode ser incluída na linguística textual como uma


informação nova ou não no texto., já que o excesso ou a escassez de informações
novas podem prejudicar o entendimento do texto, no caso da aula preparada pelo
professor.
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A situacionalidade refere-se a fatores que dão relevância a um texto numa


dada situação comunicativa. O texto vincula-se às circunstâncias em que
interagimos com ele e sua configuração aponta a utilidade e a pertinência
dos nossos objetivos. Assim, a situacionalidade se configura como um
princípio importante para a constituição da textualidade, já que a coesão, a
coerência, a informatividade e as atitudes/disposições de produtor e
recebedor (intencionalidade e aceitabilidade) são funções do modo como os
usuários interpretam as relações entre o texto e sua situação de ocorrência:
o sentido e o uso do texto são decididos via situação. (MACIEL;
BONIFÁCIO. p. 12, 2010)

Entendendo que a linguística textual dará ao professor a possibilidade de


preparar textos para criação de suas aulas, o entendimento do público, ou seja, dos
alunos para receberem a aula é importante, pois não será eficaz uma aula
preparada de maneira perfeita utilizando a linguística textual, sem observar o
conhecimento do aluno que receberá esta aula.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao utilizar a linguística textual como uma ferramenta na formação do


professor, será possível formar profissionais capazes de criar aulas que prendam a
atenção dos alunos, formando indivíduos com condições de interpretarem um texto e
reproduzi-lo de maneira a produzir conhecimento.

Ao analisar o texto como um todo o professor poderá entender o texto e com


isso produzir aulas dinâmicas onde utilizará a linguagem textual para ensinar ao
aluno não apenas a gramática, mas a interpretação de todo o contexto envolvido.

Os tipos e gêneros textuais estão diretamente ligados à oralidade e a escrita,


sendo elementos distintos dentro da linguística textual, podendo o professor
preparar aulas com todos os elementos que compõe a linguística textual, que são
importantes para a produção de texto, assim como a escrita e a oratória, sendo
primordial para o professor conhecer o nível de informação da plateia, para que a
sua aula seja direcionada ao público correto, por isso o uso da linguística textual.

REFERÊNCIAS

BENTES, Anna Christina; MUSSALIM, Fernanda. Introdução a Linguística,


domínios e fronteiras. 4 ed. São Paulo, 2004.
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DELLAGNELO, Adriana Kuerten. 4º Período: Estudos linguísticos II.


Florianópolis: UFSC/CCE/LLE, 2012. 116 p. Disponível em site <

ESTRELA, Antónia; SOUSA, Otília. Competência textual à entrada no Ensino


Superior. Ano 2011. Disponível em site
http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/2560/2512 Acesso
em 21/03/2018

FÁVERO, Leonor Lopes. Linguística textual: memória e representação.


Disponível em site <https://www.revistas.usp.br/flp/article/download/59911/63020/>.
Acesso em 10/03/2018

MACIEL, João Wandermberg Gonçalves; BONIFÁCIO, Carla Alecsandra de Melo.


Linguística Textual. Ed. Editora Universitária UFPB, João Pessoa. 2010. Disponível
em site <biblioteca.virtual.ufpb.br/files/linguastica_textual_1360183766.pdf>. Acesso
em 03/03/2018

MACHADO, Marta Virgínea. A importância da Linguística na formação do


professor alfabetizador. 5 de junho de 2012. Disponível em site <
http://clinguisticos.blogspot.com/2012/06/importancia-da-linguistica-na-
formacao.html>. Acesso em 20/08/2018.

MORTARI, Catiane; CAVICHIOLI. Fabricia. A importância da linguística para a


formação do professor de língua portuguesa. Disponível em site
http://w3.ufsm.br/revistaideias/Artigos%20em%20PDF%20REvista%2019/a
%20importancia%20da%20linguistica.pdf. Acesso em 20/04/2018

SEGATE, Aline. GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA.


Disponível em site < file:///C:/Users/Tia%20Aline/Downloads/37333-Texto%20do
%20artigo-43869-1-10-20120809.pdf>. Acesso em 10/03/2018

ROCHA. Max Silva da; SILVA, Maria Margarete de Paiva. A linguística textual e a
construção do texto: um estudo sobre os fatores de textualidade. Revista
Digital dos Programas de Pós-Graduação do Departamento de Letras e Artes da
UEFS Feira de Santana, v. 18, n. 2, p. 26-44, maio-agosto 2017. Disponível em site
http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/index. Acesso em 20/04/2018

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