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GUIMARÃES, E.

TEXTO,
DISCURSO E ENSINO. SÃO
PAULO: CONTEXTO, 2009.
 
 Proposta do livro: explorar a possibilidade de
entrosamento entre as propostas da LT e da AD;
 o que é texto? a resposta depende da vertente teórica;
 texto organizado a partir de uma dupla lateralidade:
microestrutura (articulação de frases na superfície
textual) e macroestrutura (a estrutura que se identifica
com o significado global do objeto do texto);
 LT focalizam o processo (forma de enunciação textual) e
não o produto (texto);
 um texto não tem sentido por si mesmo – interação entre
o conhecimento do texto e o conhecimento de mundo
armazenado na memória do interlocutor.
 discurso: entidade histórica (ideológica) que se elabora
socialmente, através de sua materialidade específica, que
é a língua manifestada no texto; discurso – natureza
funcional e interativa;
 discurso como forma de interação: um evento
comunicativo que é encaixado em estruturas sociais,
políticas ou culturais mais abrangentes; (
 discurso: ponto de articulação dos fenômenos
linguísticos e dos processos ideológicos;
TEXTO E DISCURSO: LIMITES E
CONVERGÊNCIAS

 década de 60: as investigações da LT revalorizam as


questões referentes à existência de uma unidade
linguística superior à frase – o texto; (p. 125);
 propostas da LT: texto como o documento no qual se
inscrevem as múltiplas possibilidades do discurso; (p.
125);
 ciências da linguagem: texto – produção formal
resultante de escolhas e articulações feitas pelo produtor
do texto x discurso – esse mesmo texto que é
discursivizado quando o analista busca a ideologia que
move o autor na elaboração do texto; (p. 126);
 o texto funciona como um repositório da carga
discursiva; (p. 126), unidade de sentido.
 a importância do contexto para a compreensão do texto:
 na fusão texto/discurso, tem-se uma forma linguístico-
histórica; a abordagem da Análise do Discurso conjuga a
Língua com a História; (p. 126);
 análise da convergência entre texto e discurso:
constituem uma mesma materialidade linguística; a
diferença está nos traços com que o processo da
enunciação marca a materialidade textual; o conjunto de
palavras deixa de ser texto e se transfigura em discurso,
quando o leitor ou o ouvinte focaliza o objetivo de suas
intenções; a análise do discurso inicia-se com a análise
do texto; o texto é o repertório do discurso; (p. 127)
 análise da convergência entre texto e discurso:
constituem uma mesma materialidade linguística; a
diferença está nos traços com que o processo da
 discurso como um enunciado caracterizável por
propriedades textuais, mas sobretudo pelos dados
contextuais (participantes, instituição, lugar e tempo) de
um ato de discurso cumprido numa determinada
situação; (p. 128)
- na harmonização texto/discurso, as relações de poder e
dominação estão inscritas no texto e são dinamizadas na
dimensão discursiva; (p. 128)
- dimensão do discurso – mediadora entre o estritamente
linguístico e o estritamente sociológico x dimensão
textual – representa-se implicitamente, quando a
compreendemos como uma sequência que se torna
aberta pelo mecanismo de produção do discurso; o texto
tem começo, meio e fim; o discurso caracteriza-se pela
 em Análise do Discurso, o discurso valida o texto como
unidade de significação; (p. 128)
 o sentido do texto não é único, ele admite uma
pluralidade de leituras, mas não toda e qualquer
interpretação, evidentemente; (p. 128)
- distinção entre articulação do textual e articulação do
discursivo: o que dá ao texto certa unidade, o que faz
dele um todo; (p. 129)
- Linguística Textual – análise do texto x Análise do
Discurso – análise das intenções do produtor do
discurso; (p. 129)
- a necessidade de uma teoria auxiliar que justifique a
pertinência da interação textual e discursiva com essas
manifestações; (p. 129)
 entre a análise do discurso e a linguística existe uma
relação permeada pela língua; (p. 130)
 os limites que distinguem texto e discurso também os
colocam em níveis diferentes: texto – âmbito intratextual
x discurso – esfera extratextual; (p. 130)
 entre os dois níveis – Linguística Textual e Análise do
Discurso – observa-se uma relação de intersecção; (p.
130)
 sentido linguístico – constrói uma visão simbolizada e
referencial do mundo x sentido discursivo – o signo atua
no discurso como uma proposição de sentido e, em uma
articulação com outros signos, contribui para construir o
sentido discursivo; (pp. 131-132)
 - diferenças entre sentido linguístico e sentido
discursivo. (p. 133)
Relações intertextuais e relações discursivas
 interdiscursividade – concernente ao processo de
produção discursiva x intertextualidade – relativa aos
enunciados – textos que resultam do processo da
enunciação; (p. 133)
 diferenças: intertextualidade – processo de incorporação
de um texto em outro x interdiscursividade – interação
com um dado discurso, uma memória discursiva, que
constitui um contexto global que envolve e condiciona a
atividade linguística; (ver exemplo - p. 134)
 Bakhtin: é impossível a apreensão do discurso sem a
percepção das relações dialógicas, ou seja, sem história;
(p. 134)
 as estratégias do processamento textual-discursivo:
estratégias cognitivas – “cálculo mental”; estratégias
textuais – processos explorados pela Linguística Textual;
estratégias sociointeracionais. (pp. 135-136);
 Mecanismos operadores da intertextualidade e da
interdiscursividade:
- mecanismos utilizados no processo de incorporação de
um texto em outro:
* citação – instrumento intertextual capaz de desempenhar
várias funções; o mecanismo da citação no processo de
interdiscursividade; (pp. 138-139)
* alusão – referência pouco precisa ou indireta a alguém
ou alguma coisa; (p. 139)
* estilização – aprimoramento do texto em relação à sua
forma, conservando a configuração temática; (p. 139)
- a intertextualidade nem sempre se faz presente no texto; a
prática da interdiscursividade é um processo inerente ao
discurso. (p. 140)
Análise dos textos
 três textos ligados a um mesmo referente – a língua
portuguesa; três textos repositórios do mesmo discurso –
a dificuldade configurada no ato de escrever; (p. 142)
 um mesmo discurso expresso por textos diferentes –
sentido expresso numa macroestrutura
textual/discursiva; (p. 142)
 a ideologia construída a partir da realidade; (p. 143)
 o enunciador genérico; (p. 143)
 polifonia discursiva; (p. 143)
 os três textos estão em relação intertextual; (p. 144)
 na integração dos conhecimentos prévios com os
significados expressos no texto, capta-se o discurso; (p.
145)
TEXTO, DISCURSO E ENSINO: UMA
NECESSÁRIA ARTICULAÇÃO

Função da sintaxe na rede textual/discursiva


 considerações acerca da necessidade de
instrumentalização do aluno no sentido de construir a
significação completa do seu texto/discurso; (p. 147)
- sugestão de uma metodologia de ensino para o
texto/discurso; (p. 148)
- sintaxe: processo organizacional do texto; (p. 148)
- a microestrutura, a macroestrutura e a superestrutura do
texto traçam uma rede relacional hierárquica; (p. 148)
- dessa ligação resulta o processo de textualização, produto
resultante do elo relacional; (p. 148)
- Halliday e Hasan: fenômeno da textualidade como uma
rede de relações que fazem com que o texto não se
reduza a um simples somatório de frases, o que resulta
Nexos lógicos no processo organizacional do texto
 exercícios que levem à apreensão dos nexos lógicos, dos
elos coesivos no processo organizacional do texto; (p.
150)
 relações presentes na organização textual/discursiva.
- O emprego de conectores; o estudo das relações
discursivas.
 Sintonia entre sintaxe e semântica
- nem sempre os textos apresentam enunciados
suficientemente claros em termos da combinação
tema/rema – deficiências de natureza sintática; (p. 159)
- processos de rematização agrupados em três categorias:
rematização plena (alto grau de informatividade;
perfeita harmonização entre tema e rema); rematização
vazia (ausência de significado no conteúdo do
comentário; anula-se o processo de progressão temática);
rematização circular (repetição de ideias; anula a
possibilidade de acréscimos na carga de informação do
texto); (p. 159)
- análise de textos. (pp. 160-163)
Atividades ligadas à intertextualidade
- intertextualidade: o trabalho de transformação e
assimilação de vários textos, operado por um texto
centralizador, que detém o comando do sentido; (p. 163)
- diversidade de formas sob as quais o sentido do texto
pressuposto é reativado: textos paródicos, textos
estilizadores e textos repetidores; (p. 163)
- atividades a serem desenvolvidas em sala de aula para
trabalhar a intertextualidade; (pp. 164-167)
- intertextualidade como um importante fator de coerência
do texto; (p. 167)
- Bakhtin: tessitura polifônica na qual se entrecruzam
textos. (p. 167)
Atividades apropriadas para incorporar a análise do
discurso à pedagogia da língua materna
 exercícios que configuram as propostas inspiradas nas
técnicas da Análise do Discurso; (p. 169)
- texto como unidade de análise; (p. 170)
- ação pedagógica fundamentada na linguagem como
discurso – aluno: sujeito de sua própria aprendizagem e
professor: seu interlocutor; (p. 170)
- noção de texto em uma perspectiva contextual discursiva;
(p. 170)
- análise das marcas discursivas do texto didático –
“Oração e frase”. (p. 171)
 Análise do texto “Oração e frase”
- o autor (locutor) realiza um macroato expressivo de
definição de oração e frase; (p. 172)
- o título como um hipertema; o título constitui-se em um
importante guia de leitura, a partir do qual inicia-se o
processo de comunicação; (p. 172)
- título com uma função cognitiva básica – papel catafórico
na descoberta do texto/discurso; (p. 173)
- eixo de definições presentes no desenvolvimento do
discurso; (pp. 173-174)
- estratégia de implicitação pragmática; (p. 174)
- Ducrot (1989): estratégia argumentativa de raciocínio
por autoridade; (p. 174)
- uso das aspas: polifonia ostensiva; (p. 174)

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