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O que é mediação?

É uma forma de solução de conflitos na qual uma terceira


pessoa, neutra e imparcial, facilita o diálogo entre as
partes, para que elas construam, com autonomia e
solidariedade, a melhor solução para o problema.

Profa MSc Elisabete Wayne


Nogueira
Em regra, é utilizada em conflitos multidimensionais, ou
complexos. A Mediação é um procedimento estruturado,
não tem um prazo definido, e pode terminar ou não em
acordo, pois as partes têm autonomia para buscar soluções
que compatibilizem seus interesses e necessidades
Conselho Nacional de Justiça
• Criado pela Emenda Constitucional 45 de 2004, com a inclusão da letra B ao artigo 103 da
Constituição Federal. Criado no contexto da Reforma do Judiciário.

• Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com
mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:

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• § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de
outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
•         I -  zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da
Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;
•         II -  zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a
legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder
Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do
Tribunal de Contas da União;
Artigo 37- Constituição Federal
• A administração pública indireta e direta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
• “o princípio da eficiência impõe à Administração Pública direta e indireta a
obrigação de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento,
além, por certo, de observar outras regras, a exemplo do princípio da

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legalidade”.
• A administração pública indireta e direta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
• “o princípio da eficiência impõe à Administração Pública direta e indireta a
obrigação de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento,
além, por certo, de observar outras regras, a exemplo do princípio da
legalidade”. (Gasparini, Diógenes. Direito Administrativo. 10ª edição, Editora
Saraiva, São Pau, 2005, pág. 21).
Emenda Constitucional 45/2004
• A partir da Emenda Constitucional 45/2004 a eficiência passou
a ser um direito com sede constitucional, pois, no título II, Dos
Direitos e Garantias fundamentais, inseriu no artigo 5º, o
inciso LXXVIII, que assegura a todos, no âmbito judicial e
administrativo, a razoável duração do processo e os meios que

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garantam a celeridade de sua tramitação”.
• Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 37ª
Edição, Malheiros Editores, pag. 98/99.
Resolução 125/2010
• Dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento
adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder
Judiciário e dá outra providências.
• Capítulo II – Das Atribuições do Conselho Nacional de Justiça
• Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Justiça organizar

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programa com o objetivo de promover ações de incentivo à
auto composição de litígios e à pacificação social por meio da
conciliação.
• Capítulo III – Seção I – Dos Núcleos Permanentes de Métodos
Consensuais de Solução de Conflitos
• Art. 7º Os tribunais deverão criar no prazo de 30 dias , Núcleos
Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de
Conflitos (Núcleos),...
MEDIAÇÃO
LEI 13.140/2015
• PRINCÍPIOS
• I - imparcialidade do mediador; 
• II - isonomia entre as partes; 
• II - oralidade; 

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• IV - informalidade; 
• V - autonomia da vontade das partes; 
• VI - busca do consenso; 
• VII - confidencialidade; *
• VIII - boa-fé. 
CONFIDENCIALIDADE
• Art. 30.  Toda e qualquer informação relativa ao procedimento
de mediação será confidencial em relação a terceiros, não
podendo ser revelada sequer em processo arbitral ou judicial
salvo se as partes expressamente decidirem de forma diversa
ou quando sua divulgação for exigida por lei ou necessária

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para cumprimento de acordo obtido pela mediação. 
Parágrafo 1º
• § 1o O dever de confidencialidade aplica-se ao mediador, às
partes, a seus prepostos, advogados, assessores técnicos e a
outras pessoas de sua confiança que tenham, direta ou
indiretamente, participado do procedimento de mediação,
alcançando: 

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• [...] documento preparado unicamente para os fins do
procedimento de mediação. 
• § 2o A prova apresentada em desacordo com o disposto neste
artigo não será admitida em processo arbitral ou judicial. 
• § 3o Não está abrigada pela regra de confidencialidade a
informação relativa à ocorrência de crime de ação pública. 
• § 4o A regra da confidencialidade não afasta o dever de as
pessoas discriminadas no caput prestarem informações à
administração tributária após o termo final da mediação,
aplicando-se aos seus servidores a obrigação de manterem
sigilo das informações compartilhadas nos termos do art. 198

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da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário
Nacional. 
• Art. 31.  Será confidencial a informação prestada por uma
parte em sessão privada, não podendo o mediador revelá-la
às demais, exceto se expressamente autorizado. 
APLICABILIDADE – Art. 3º
• Pode ser objeto de mediação:
• Direitos disponíveis;
• Direitos indisponíveis que admitam transação; 
• Exemplo: direito relativo a menores e incapazes

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• Neste caso dependerá de homologação judicial;
•  A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele. 
MODIFICAÇÕ ES DO CPC/2015 SOBRE
MEDIAÇÃ O E CONCILIAÇÃ O
• O novo Código de Processo Civil traz algumas modificações a
respeito dos métodos alternativos à Justiça que merecem
reflexão. Inicialmente, em seu art. 3º, §3º, ao tratar do
princípio da inafastabilidade da jurisdição, o CPC ressalva que:
• “A conciliação, a mediação e outros métodos de solução

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consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério
Público, inclusive no curso do processo judicial.”
• Ainda, em seu art. 139, V, afirma que: “Art. 139. O juiz dirigirá
o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe: [...] V - promover, a qualquer tempo, a
autocomposição, preferencialmente com auxílio de
conciliadores e mediadores judiciais;”
MEDIADORES
• Conceito: O mediador deve ser alguém treinado a propiciar o
• restabelecimento da comunicação entre as partes. Para tanto
deve ser alguém paciente, sensível, sem preconceitos e com
habilidades de formular as perguntas certas às partes.

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Limitadores à atuação
• Art. 5o Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de
impedimento e suspeição do juiz.
• Art. 6o O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do
término da última audiência em que atuou, de assessorar, representar
ou patrocinar qualquer das partes. 
• Art. 7o O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como

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testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em
que tenha atuado como mediador. 
• CPC - Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas
de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em
cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que
manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área
profissional.
• § 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do
caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos
juízos em que desempenhem suas funções.
• Art. 8o O mediador e todos aqueles que o assessoram no
procedimento de mediação, quando no exercício de suas
funções ou em razão delas, são equiparados a servidor
público, para os efeitos da legislação penal

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MEDIADORES
EXTRAJUDICIAIS
• Art. 9o 
• Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer
pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja
capacitada para fazer mediação, independentemente de
integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou

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associação, ou nele inscrever-se. 
• Art. 10.  As partes poderão ser assistidas por advogados ou
defensores públicos. 
• Parágrafo único.  Comparecendo uma das partes
acompanhada de advogado ou defensor público, o mediador
suspenderá o procedimento, até que todas estejam
devidamente assistidas. 
• No caso da mediação extrajudicial, deverão ser aplicadas as
regras previstas contratualmente pelas partes, seja pela
aplicação de regulamento de instituição que preste serviços de
mediação, seja pela definição de:
• prazos mínimo e máximo, e local para realização da primeira

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reunião de mediação;
• critérios para escolha do mediador; e
penalidade no caso de não comparecimento da parte
convidada à mediação.
• Na hipótese de o contrato simplesmente fazer referência à
mediação, porém sem nada estabelecer a respeito, serão
aplicadas as disposições previstas na lei sobre os tópicos
acima.
IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃ O
• LEI 13.140/2015

• Art. 5o Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição


do juiz. 
• Parágrafo único.  A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar
às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar

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dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade
em que poderá ser recusado por qualquer delas. 
• Art. 6o O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última
audiência em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. 
• Art. 7o O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha em
processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como
mediador. 
CÓ DIGO DE PROCESSO CIVIL
• Art. 144.  Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
• I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
• II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
• III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou

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afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
• IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
• V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte
no processo;
• VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
• VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
• VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
• IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
• Art. 145.  Há suspeição do juiz:
• I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
• II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou
depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do
objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
• III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge

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ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau,
inclusive;
• IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
• § 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem
necessidade de declarar suas razões.
• § 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
• I - houver sido provocada por quem a alega;
• II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação
do arguido.

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