SEMINÁRIO: CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO:

ORIGEM, EVOLUÇÃO E RELAÇÕES

Programa de Pós-Graduação
Gestão & Organização do Conhecimento
Disciplina: OTI839
Professor: Profa. Dra. Marlene Oliveira
Alunos:
Daniel Rodrigues Silva Miranda;
Junio Lopes Nascimento;
Rômulo Mansur Lauar Júnior.
Belo Horizonte
1º semestre 2021 – ECI/UFMG
SUMÁRIO

• Biografia
• 1 Introdução
• 2 Origem E Antecedentes Sociais
• 3 Evolução Da Recuperação Da Informação
• 4 Evolução Das Definições E Da Orientação Por Problemas
• 5 Evolução Das Relações Interdisciplinares
• 6 Biblioteconomia
• 7 Ciência Da Computação
• 8 Ciência Cognitiva
• 9 Comunicação
• 10 Conclusão
10.1 O humano nas relações homem-tecnologia
10.2 Mudando os critérios de eficácia
10.3 Isolamento na ecologia informacional
10.4 A necessidade da ciência da informação

Gentileza de Michela Perígolo Rezende – ECI/UFMG 02/23


Biografia
Tefko Saracevic em comemoração ao
seu aniversário de 90 anos de idade no
Dia 24 de novembro de 2020. Foto publicada
no seu perfil do Instagram. Disponível em:
https://www.instagram.com/p/CH_Y0c6BDli/
Acesso em: 04 jun. 2021.
Gentileza de Michela Perígolo Rezende – ECI/UFMG
Tefko Saracevic estudou na Faculdade de
Tecnologia da Universidade de Zagreb, na Croácia
(1952-1957), pela qual se graduou em
Engenharia Elétrica. Tornou-se mestre em
Biblioteconomia, em 1962, e doutor em 1970,
ambos pela Escola de Ciência da Informação da
Case Western Reserve University em Cleveland,
Ohio.
Ele também foi presidente da American Society
for Information Science (ASIS, atual ASIS&T) no
ano de 1991 e editor, entre 1985 e 2008, do
periódico Information Processing &
Management. As áreas de interesse desse autor,
entre outras, são avaliação de desempenho dos
sistemas de recuperação da informação e
bibliotecas digitais, estudo de usuários, uso da
biblioteca e dos serviços de informação.
(PINHEIRO; SILVA; ARAÚJO, 2011, p. 4).
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 1 Introdução

A Ciência da Informação (CI) é definida como um campo englobando,

tanto a pesquisa científica quanto a prática profissional, pelos
problemas que propõe e pelos métodos que escolheu, ao longo do
tempo, para solucioná-los.

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 1.1 São três características gerais que constituem a razão da
existência e da evolução da CI:

1. a CI é, por natureza, interdisciplinar, embora suas relações com

outras disciplinas estejam mudando;
2. a CI está inexoravelmente ligada à tecnologia da informação. O
imperativo tecnológico determina a CI, como ocorre também em
outros campos;
3. a CI é, juntamente com muitas outras disciplinas, uma
participante ativa e deliberada na evolução da sociedade da
informação.

Essas três características ou razões constituem o modelo para

compreensão do passado, presente e futuro da CI e dos problemas e
questões que ela enfrenta.

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 2 Origem e antecedentes sociais

• A CI teve sua origem no bojo da revolução científica e técnica que

se seguiu à Segunda Guerra Mundial;
• A própria origem da CI podem ser identificados com o artigo de
VANNEVAR BUSH que propôs a definição e a solução de um grande
problema, um ajuste tecnológico, em consonância com o espírito
do tempo (zeitgeist);
• BUSH identificou o problema da explosão informacional- o
irreprimível crescimento exponencial da informação e de seus
registros;
• Propôs uma máquina chamada MEMEX para combater o problema,
incorporando (em suas palavras) a capacidade de associar ideias,
que duplicaria "os processos mentais artificialmente”.

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 2.1 Governos e agências de financiamento em muitos países e seus
respectivos cientistas ouviram e agiram.

• Nos Estados Unidos, o Congresso e outras agências

governamentais aprovaram, durante os anos 50 e 60, inúmeros
programas estratégicos que financiaram os esforços em larga
escala para controlar a explosão informacional. Empresas privadas
uniram-se a eles.
• Baseada na importância estratégica da informação, a CI foi
estendida a todos os campos, a todas as tarefas humanas e a todos
os tipos de empreendimentos. Esta justificativa foi e é aplicada
globalmente.
• A CI desenvolveu-se historicamente porque os problemas
informacionais modificaram completamente sua relevância para a
sociedade.

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 3 Evolução da recuperação da informação

Em 1951, Calvin Mooers, cunhou o termo Recuperação da

informação. Embora tenham surgido outros problemas na
recuperação da informação, esses três continuam fundamentais
ainda hoje:

a) como descrever intelectualmente a informação?

b) como especificar intelectualmente a busca?
c) que sistemas, técnicas ou máquinas devem ser empregados?

Gentileza de Michela Perígolo Rezende – ECI/UFMG 08/23

 3.1 - Muitos exemplos históricos podem ilustrar a marcante
evolução de sistemas, técnicas e/ou máquinas utilizados para
recuperação da informação.

Sua variedade vai dos cartões perfurados aos CD-ROMs e acesso on-
line; dos textos escritos aos multimídia; da recuperação de citações à
recuperação de textos completos, apenas para citar alguns.

Resumindo, o trabalho com a recuperação da informação foi

responsável pelo desenvolvimento de inúmeras aplicações bem
sucedidas. Certamente, a recuperação da informação não foi a única
responsável pelo desenvolvimento da CI, mas pode ser considerada
como principal.
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 4 Evolução das definições e da orientação por problemas

• No começo, o conceito de CI é a disciplina que investiga as

propriedades e o comportamento da informação, as forças que
governam seu fluxo, e os meios de processá-la para otimizar sua
acessibilidade e uso.
• Já o enfoque contemporâneo é que a CI é um campo dedicado às
questões científicas e à prática profissional voltadas para os
problemas da efetiva comunicação do conhecimento e de seus
registros entre os seres humanos, no contexto social, institucional
ou individual do uso e das necessidades de informação.
• Por sua própria natureza, a CI é um campo interdisciplinar.

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 5 Evolução das relações interdisciplinares

[...] “Tornar mais acessível um acervo crescente de conhecimento" ,

incluindo as tentativas de ajustes tecnológicos, não podem ser
resolvidos no âmbito de uma única disciplina.

A interdisciplinaridade foi introduzida na CI pela própria variedade da

formação de todas as pessoas que se ocuparam com os problemas
descritos.

Destaque para quatro campos (domínios, áreas do conhecimento):

Biblioteconomia, Ciência da Computação, Ciência cognitiva,
Comunicação.

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 6 Biblioteconomia

“[...] tem uma longa e orgulhosa história, remontando a três mil

anos, devotada à organização, à preservação e ao uso dos registros
gráficos humanos. Biblioteca como instituição social, cultural e
educacional indispensável.

Diferenças: 1) seleção dos problemas; 2) questões teóricas; 3)

natureza e grau de experimentação; 4) instrumentos e enfoques; 5) a
natureza e a força das relações interdisciplinares.

Biblioteconomia e Ciência da Informação (BCI) = Library and

Information Science (LIS).

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 7 Ciência da Computação (CC)

A base da relação entre CI e ciência da computação reside na

aplicação dos computadores e da computação na recuperação da
informação.

“[...] A questão fundamental subjacente a toda computação é "o que

pode ser eficientemente automatizado?” [...] enquanto a CI trata da
natureza mesma da informação e sua comunicação para uso pelos
humanos.
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

Sistemas inteligentes, bases de Representação da informação, sua

conhecimento, hipertextos e sistemas organização intelectual e
relacionados, interfaces inteligentes e encadeamentos; busca e recuperação
interação homem-computador e de informação; a qualidade, o valor e o
mesmo reutilização de software. uso da informação.

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 8 Ciência cognitiva

“[...] é explicar como funciona a mente" [...] “organizado em torno do

uso do computador como uma ferramenta para extrair os segredos
do cérebro e da mente”.

Agenda da Inteligência Artificial (IA) Alan TURING (1950) “[...]

proponho que se considere a questão: podem as máquinas pensar?

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (FRACA) INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (FORTE)

1) como um ramo da engenharia de 3) como um ramo da filosofia; 4) como

software; 2) como uma teoria da uma ciência da mente.
ciência da computação;

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 9 Comunicação

Em primeiro lugar, existe confusão entre o processo de comunicação

enquanto objeto de investigação e comunicação como nome do
campo em que o processo é investigado, isto é, a comunicação
(campo) estuda a comunicação (processo).

"...o processo através do qual os indivíduos em relação, grupos,

organizações e sociedades criam, transmitem e usam informação
para organizar a informação com o ambiente e entre si.“

A Ciência da Informação e comunicação têm “interesse

compartilhado na comunicação humana, juntamente com a crescente
compreensão de que a informação como fenômeno e a comunicação
como processo devem ser estudadas em conjunto”.

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 10 Conclusão

O imperativo tecnológico; desenvolvimento e aplicação de uma de

produtos e serviços de informação.

Os princípios e técnicas da recuperação da informação estão sendo

disseminados para aplicações fora da CI, como por exemplo, a
reutilização de software.

Em quaisquer dessas áreas, os problemas da informação não estão

diminuindo, mas sendo transformados. Algumas apresentam maiores
desafios e questões para a pesquisa, o desenvolvimento e a prática
profissional da CI, como discutiremos a seguir.

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 10.1 O humano nas relações homem tecnologia

A tecnologia é, sem dúvida, central em CI, ou são os aspectos

humanos, comunicação, registros do conhecimento, fundamentais
como alicerces sobre, quais as soluções tecnológicas devem ser
construídas?

CI tem oscilado entre dois extremos, humano e tecnológico.

característica da sociedade da Informação.

O lado tecnológico da equação homem-tecnologia está em contínua

expansão.

“...moldar o humano ao sistema e vice-versa.”

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 10.2 Mudando os critérios de eficácia

Desde os primórdios da CI, a noção de eficácia tem sido preocupação

central. Em outras palavras, enquanto a tecnologia é usada
abundantemente, a eficácia de seu uso é colocada estritamente em
termos humanos. “Até que ponto as aplicações tecnológicas ,
permitem, o eficiente acesso à informação?”

Devido a explosão informacional, os grandes sistemas de informação,

inclusive as bibliotecas, arriscam-se a serem transformadas de uma
casa de tesouro em armazém e deste, e em depósito de sucata.
(parafrase de Goethe).
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 Questões propostas:
1. Até que ponto estão claros estes novos critérios de qualidade?
2. São compreensíveis?
3. Como são os novos critérios de qualidade?
4. Que relações podem ou devem ser mantidas entre os critérios novos e
os antigos?
10.3 Isolamento na ecologia informacional

Ecologia informacional envolve:

• os produtos do conhecimento;
• os financiadores dessas instituições e trabalhos;
• os editores (seleção, editoração, julgamento, avaliação e publicação).

Gentileza de Michela Perígolo Rezende – ECI/UFMG 19/23

 • Efeito Gutemberg: onde o social, incluindo os fatores econômicos,
políticos, culturais e educacionais, desempenha papel predominante.

• O estudo e a solução de qualquer problema específico da informação e

exige, como regra, a consideração de vários fatores e mecanismos no
conjunto maior da ecologia informacional.

10.4 A NECESSIDADE DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

• Nas últimas quatro décadas a CI apresentou contribuições que

influenciaram de como a informação é manipulada na sociedade e pela
tecnologia.

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 • A CI desenvolveu um corpo organizado de conhecimentos e
competências profissionais ligados a questões informacionais.

• Não importa se a atividade que trata dessas questões seja chamada CI,
informática, ciência da informação, inteligência artificial,
biblioteconomia, desde que os problemas sejam enfocados em termos
humanos e NÃO tecnológicos.

• Sob qualquer nome, as atividades da CI são necessárias. [...] O lado

tecnológico da equação homem-tecnologia está em contínua expansão.

Gentileza de Michela Perígolo Rezende – ECI/UFMG 21/23

 •REFERÊNCIAS

PINHEIRO, A. C.; SILVA, G. R.; ARAÚJO, C. A. V. A contribuição de Tefko Saracevic

para a Ciência da Informação no Brasil. Múltiplos Olhares em Ciência da
Informação, Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 1-13, out. 2011. Disponível em:
https://brapci.inf.br/index.php/res/download/98789. Acesso em: 04 jun. 2021.

SARACEVIC, T. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Tradução: Ana

Maria P. Cardoso. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 1, n.
1, p. 41–62, jan./jun. 1996. Disponível em:
http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/download/235/2.
Acesso em: 4 jun. 2021.

Gentileza de Michela Perígolo Rezende – ECI/UFMG 22/23

 Agradecemos!
danielrsmiranda@gmail.com
juniolopescj@gmail.com
romulolauar@gmail.com

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