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Apresentação baseada no texto de Coelho, S. V.

A transmissão de padrões
familiares: o ciclo de vida e recursos instrumentais. In: Aun, JG, Vasconcellos, MJE,
Coelho, SV. Atendimento sistêmico de famílias e Redes Sociais. Vol II, tomo
II, Belo Horizonte, Ophicina de Arte & Prosa, 2007.

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 O genograma familiar: forma esquemática de registro de observações
sobre a estrutura familiar e de observações dos padrões familiares em
várias gerações;
 A entrevista inicial conjunta com a família: instrumento básico, visa
compreender o processo emocional das famílias – nuclear e de origem;
 Tarefas: prescrição de visitas às famílias de origem para o resgate de
certas relações interrompidas por conflitos (exercitando as
destriangulações nas famílias, a aprendizagem da diferenciação do self).

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 Bowen: "diagrama familiar" usado para analisar os padrões de relação
na família
 "o genograma é um formato para desenhar uma árvore familiar que
registra informação sobre os membros de uma família e suas relações
por pelo menos três gerações" (McGoldrick; Gerson, apud Coelho,
2007, p.342)
 São "Retratos gráficos da história e do padrão familiar, mostrando a
estrutura básica, a demografia, o funcionamento e os relacionamentos
da família" (McGoldrick; Gerson, apud Coelho, 2007, p.342).
 Utilizado em diferentes contextos: clínico-psicoterapêutico, social e
comunitário, com funções distintas.

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Construção do Genograma
Colhemos os dados sobre a composição da família e sua história
relacional, por mais de uma geração:
 da família nuclear atual (imediata): pai, mãe, filhos;
 das famílias de origem de cada membro do casal- famílias de
origem paterna e materna;
 da relação entre ambas, pelo casamento
Usamos símbolos que representam a composição familiar, os
relacionamentos familiares significativos e outras informações que nos dão
dados sobre a família.

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Símbolos padronizados

 Apresentam a disposição gráfica dos elementos de uma família, biológica e


legalmente ligados, e suas relações e posições na estrutura familiar: Quem
faz parte da família? Quem vive em casa? Qual a relação entre as pessoas?
Onde vivem outros membros da família?
 Mostram os diferentes membros de uma família quanto a: gênero (masculino,
feminino), nomes, data de nascimento, ocupação/ profissão, estado civil. Se
está casado, nome do cônjuge, nomes, idades e sexos dos filhos. Inclui
abortos, natimortos, filhos adotivos, datas de nascimentos e falecimentos,
causas de falecimentos, separações, divórcios, uniões estáveis, ocupação e
grau de educação dos membros da família antes mencionados.

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 Mostram as ligações biológicas e/ou legais entre os membros da
família, por meio de linhas, indicando casamento, nascimento de
filhos, separações e divórcio.
 Abarcam as gerações anteriores: famílias de origem de várias
gerações, registradas com os mesmos dados acima.

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GENOGRAMA - FAMÍLIA BATESON

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 Padrões de interação familiar: sinais indicadores de padrões de
relacionamentos, que podem ser mais bem verificados:
 Mostram os padrões de relação de aproximação, distanciamento,
afastamento, superenvolvimento, conflito e suas combinações.Também
mostram os subsistemas.
 Informações especiais: Informações demográficas: nomes, idades, data de
nascimento, etc;
 informações funcionais: dados sobre comportamentos emocionais e dados
de saúde de distintos membros,etc;
 informações sobre acontecimentos críticos: mudanças importantes na
estrutura familiar, etc;
 outras informações consideradas importantes: origem étnica/data de
migração; religião e mudança de religião; educação; ocupação ou
desemprego, etc.
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 A entrevista do genograma:

 Recurso que viabiliza o registro dos dados acima descritos no


genograma.
 Pode ser feita como uma entrevista inicial, como uma ou várias
entrevistas para exploração mais aprofundada, como tarefa para a
própria família desenvolver.
 Primeira área de investigação: o contexto do problema e seu
impacto nas famílias nuclear e de origem;
 Segunda área de investigação: conhecendo a história familiar e o
significado de suas relações.

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 A interpretação do genograma:

 As observações sobre os fatos e o funcionamento familiar permitem:


 levantar hipóteses sobre o sistema emocional da família e os padrões
repetitivos de relações vinculares e triangulares na família imediata e nas
outras gerações (alianças, coalizões, triângulos, rompimentos,
superenvolvimentos);
 fazer conexões por meio de coincidências de acontecimentos da história
de vida familiar, dessa com acontecimentos sociais, econômicos ou
políticos e com o aparecimento de sintomas;
 identificar o impacto de transições não esperadas no ciclo vital, como uma
gravidez e morte prematuras, doenças graves, divórcio etc.

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 Avaliação das facilidades e recursos que a família utiliza para resolver
problemas.
 Compreensão da vulnerabilidade e da força das famílias, em diferentes
momentos do seu ciclo vital.
 Categorias para análise e interpretação:
 A estrutura familiar;
 Adaptação ao ciclo de vida;
 Repetição de padrões ao longo das gerações;
 Acontecimentos da vida e funcionamento familiar;
 Padrões vinculares e triângulos;
 Equilíbrio e desequilíbrio familiar (tensão).

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A entrevista:

Recurso para coleta de dados e intervenção.


Bowen - pensar em termos de sistemas familiares e não para colocar
categorias diagnósticas e fazer a avaliação clínica individual.
Entrevista focaliza a história da família.
Propõe-­se a conhecer a família e seu desenvolvimento, principalmente a
forma como lida com as suas tensões nos momentos de mudança.

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 A entrevista pode ser feita inicialmente com os pais/casal e
também com toda a família em conjunto, tendo como objetivos:
 identificar diretamente os padrões de relação do sistema
emocional da família em atendimento;
 identificar os padrões de relação do sistema emocional das
famílias de origem de cada membro do casal, focalizando pelo
menos duas gerações;
 identificar os recursos e os obstáculos das famílias ao
desenvolvimento do seu sistema emocional, buscando a
diferenciação do self de seus membros, principalmente nos
momentos de transição do ciclo de vida familiar;

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 Observar:
 se padrões repetitivos transgeracionais podem estar
impedindo o desenvolvimento da família e de seus membros
na busca de individuação e da manutenção dos vínculos;
se os padrões se apresentam flexíveis, quando a família
busca outras formas de relação, que permitam a
continuidade de seu desenvolvimento, nesses momentos.

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 Bowen distingue 3 áreas de observação (levantar hipóteses e sistematizar as
informações):
 a) Como funciona a família nuclear e como o funcionamento da família
extensa se interpõe ao funcionamento da família nuclear:
 descrição da situação atual: como o problema foi se constituindo
juntamente com os dados e as circunstâncias específicas do momento em
que surge o problema - na família nuclear e na família extensa.
 interconexão entre as relações da família nuclear e das famílias de origem
em torno do problema.
 Ampliar a compreensão de quem está envolvido no problema, de como
se envolvem nele e como vivem essas experiências.

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 b) Como se apresenta o processo emocional da família nuclear,
desde seu início, com o casamento, até o momento atual:
 Esse momento da entrevista permite ao profissional esboçar
um quadro dos níveis de funcionamento do processo
emocional da família, através do ciclo de vida da família, até
o momento atual
 Evidenciar a sensibilidade ao stress, a flexibilidade e a
rigidez de todo o sistema nos momentos de mudança,
obtendo-se as percepções de outros membros da família.
Permite conhecer a diferenciação entre os cônjuges, o
modo como um escuta e observa o outro.

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 c) Padrões gerais de relação presentes em aspectos específicos do
relacionamento das duas famílias de origem.
 A “união” se refere à definição de crenças, valores fundamentais
comuns das duas famílias de origem - o que é semelhante para seus
membros. Observa-se a linguagem "nós“.
 A “diferenciação” enfatiza o posicionamento do eu, quando um
membro da família define suas crenças e valores: "o que eu penso,
sinto, sustento; o que farei ou não farei; o que eu respondo por mim
mesmo".

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 Como conduzir a entrevista:
 Centro das atenções são as perguntas;
 O profissional se coloca como terceiro elemento na relação focalizada,
dando voz ora a um ora a outro, mediando a relação;
 Manter postura de curiosidade na entrevista.
 As perguntas irão explorar:
 Como os membros da família percebem e descrevem o problema;
 Como estão as relações familiares.

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