Você está na página 1de 15

TERRORISMO

Lei n.13.260
Terrorismo no direito pátrio
• O terrorismo foi, inicialmente, regulamentado pela Lei
n. 7.170, de 14 de dezembro de 1983 (Lei de Segurança
Nacional).
• À época em que foi editado o mencionado diploma
legal, em plena ditadura militar, em regra o terrorismo
ficava circunscrito ao Estado em que era praticado.
Assim, o combate ao terrorismo era acima de tudo uma
questão de ordem interna do Estado.
...
• O terrorismo consiste na prática por um ou mais
indivíduos dos atos previstos no art.2ºdessa Lei, por
razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a
finalidade de provocar terror social ou generalizado,
expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a
incolumidade pública.
Sujeito ativo
• Qualquer pessoa pode praticar o crime em estudo. A lei
traz muitas figuras típicas (art.. 2º, 3º, 5º e 6º). Todas elas
são crimes comuns. Convém notar que não estamos
diante de crimes de concurso necessário, ao contrário do
crime de associação criminosa, de forma que não se
exige que as ações sejam praticadas por um grupo.
Assim, o ato de terrorismo pode ser praticado por uma
única pessoa, embora, eventualmente, ela possa
pertencer a uma organização terrorista
Sujeito passivo
• É o Estado, interessado na preservação de suas
instituições, seu arcabouço constitucional e a
convivência pacífica e harmônica da população
assentada em seu espaço territorial.
Causa de aumento de pena
• De acordo com o disposto no art. 7º, “salvo quando for
elementar da prática de qualquer crime previsto nesta
Lei, se de algum deles resultar lesão corporal grave,
aumenta-se a pena de um terço, se resultar morte,
aumenta-se a pena da metade”. Em ambos os casos,
trata​-se de resultados preterdolosos, em que a lesão ou
a morte são produzidas por culpa.
competência
• Assim, competirá à Polícia Federal a investigação dos
crimes de terrorismo; ao Ministério Público Federal a
propositura da competente ação penal; e à Justiça
Federal o seu processamento e julgamento.
• Art.11
Ação penal
• A ação é pública incondicionada, devendo ser proposta
pelo Ministério Público Federal.
Imprescritibilidade
• O delito será imprescritível quando for praticado por
grupo armado, civil ou militar, e visar abalar a ordem
constitucional e o Estado Democrático (CF, art. 5º, XLIV)
Terrorismo e lei dos crimes hediondos
• art. 5º , XLIII, da CF exigiu tratamento penal mais severo para o
terrorismo, considerando​-o crime inafiançável e insuscetível de
anistia ou graça. A Lei dos Crimes Hediondos, cumprindo o
mandamento constitucio​nal, proibiu fiança, apelação em liberdade
(só quando o juiz permitir, de forma fundamentada),exigiu maior
requisito temporal para a concessão da progressão de regime, dentre
outros dispositivos que lhe impuseram resposta penal mais rigorosa.
Todo esse rigor normativo será aplicado aos crimes de terrorismo,
nos termos do art. 17 da lei: “Aplicam-se as disposições da Lei n.
8.072, de 25 de julho de 1990, aos crimes previstos nesta Lei”.
Prisão temporária
• por ser crime equiparado a hediondo, a prisão
temporária terá a duração de 30 dias, prorrogáveis por
mais 30 dias, se houver fundamento para a prorrogação
da medida.
Aplicação da lei das organizações
criminosas
• A Lei n. 12.850/2013 será integralmente aplicada para as
organizações terroristas, entendidas como aquelas
voltadas para a prática dos atos de terrorismo
legalmente definidos na Lei n. 13.260/2016.
Da administração dos bens
• Existindo necessidade de administração dos bens
apreendidos, o juiz, ouvido o Ministério Público,
nomeará pessoa física ou jurídica qualificada para essa
função, mediante termo de compromisso de bem e
fielmente desempenhá-la. O exercício dessa função será
fiscalizado pelo Ministério Público Federal
Dos bens localizados no estrangeiro
• Reza o art. 15 da Lei que o juiz determinará, na hipótese de
existência de tratado ou convenção internacional e por
solicitação de autoridade estrangeira competente, medidas
assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de
crimes descritos nesta Lei praticados no estrangeiro.
• Para a hipótese de inexistência de diploma internacional
assinado, referendado, ratificado e publicado nesse sentido,
bastará a existência de acordo de reciprocidade do governo
do país da autoridade solicitante.
....
• Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou
valores sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação
de autoridade estrangeira competente ou os recursos
provenientes da sua alienação serão repartidos entre o
Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade,
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.

Você também pode gostar