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FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES DOS SEGUROS DE DANOS E PESSOAS

Aula – 22/03

Unibero -MBA em Gestão de Seguros e Previdência


FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES DOS SEGUROS DE DANOS E PESSOAS

Ementa:
Descrição e compreensão dos diversos ramos de seguros. Seguros de
Danos e Pessoas Como as empresas do mercado segurador estão
desenvolvendo suas estratégias para atender o mercado brasileiro. O
papel de intervenção e regulação do Estado nos negócios securitários
e de previdência no Brasil. Tendências, perspectivas, riscos e
oportunidades para o ramo.

Bibliografia:
BARBOSA, Antonio Carlos T. Caderno de Seguro: Pesquisa. Rio de
Janeiro: Funenseg, 2006.
BRANDON, Lawrence G. Deixe a trombeta soar. Rio de Janeiro:
Funenseg, 2001.
COLETÂNEA, Caderno de Seguros. Rio de Janeiro: Funenseg, 2001.
SUPERINTÊNDENCIA DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
FUNENSEG. Teoria Geral do Seguro. Vol. 1 e 2. Rio de Janeiro:
FUNENSEG 2004.
SILVA, Ernesto Viriato Alves da. ABC do Seguro. Rio de Janeiro:
Funenseg, 1999.
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FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES DOS SEGUROS DE DANOS E PESSOAS

O mercado num relance


A indústria de seguros privados, previdência complementar aberta e capitalização tem importante
papel na economia nacional. A indústria:
• Arrecadou, em 2010, aproximadamente R$ 124 bilhões em prêmios diretos, contribuições
previdenciárias e contribuições a planos de capitalização, valor correspondente a 3,6% do Produto
Interno Bruto – PIB.
• Pagou, nesse mesmo ano, cerca de R$ 35 bilhões em indenizações de sinistros, equivalentes a
60% da receita efetiva (prêmios ganhos).
• Compõe-se de mais de 150 sociedades seguradoras, entidades abertas de previdência privada e
companhias de capitalização bem como de quase uma centena de resseguradoras autorizadas,
cerca de 40 mil corretores de seguros / pessoas físicas, 26 mil corretoras de seguros / pessoas
jurídicas e 32 corretoras de resseguro.
• Emprega mais de 60.000 pessoas, pagando anualmente cerca de R$ 5 bilhões em salários e
encargos.
• É lucrativa: a rentabilidade média do patrimônio líquido foi de 17% em 2009 e 17,5% em 2010,
percentuais significativamente mais altos que a taxa básica de juros que foi de cerca de 10% nesses
dois últimos anos.
• Protege quantidade substancial de ativos e vidas no país. Famílias, governos e empresas
brasileiras tinham, em fins de 2009, R$ 254 bilhões em provisões formadas pelas seguradoras para
fazer frente às indenizações de sinistros e pagamentos de benefícios atuais e futuros.
• Auxilia o desenvolvimento dos mercados financeiro e de capitais e, portanto, a formação da
poupança. Aplicadas em sua maior parte no sistema financeiro, tais provisões correspondem a mais
de 10% das aplicações financeiros de médio e longo prazo.
• Participa de todos os setores da economia nacional. A gerência eficaz do risco permite que
indivíduos e empresas se aventurem em atividades arriscadas, como começar um negócio ou
ampliar o existente, permitindo níveis mais elevados de atividade econômica.
Fonte: www.tudosobreseguros.org.br

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Estabilidade e Crescimento
Entre meados da década de 70 e fins da década de 80, o mercado de seguros,
previdência privada e capitalização se encontrava estagnado. Inflação elevada,
regulação inibidora da competição e cultura nacional desacostumada com os seguros
constituíam os principais entraves.
De 1990 para cá, o mercado mudou bastante. Os governos concederam às seguradoras
maior liberdade de fixação de preços e demais condições das apólices, diversas
companhias internacionais passaram a operar no Brasil, a oferta de produtos se
diversificou e a maior concorrência trouxe benefícios para os consumidores na forma de
queda de prêmios.
Com as reformas dos primeiros anos da década de 90, teve início um período de
crescimento que foi ainda mais acentuado depois do sucesso da estabilização monetária
de 1994.
Os principais indicadores do mercado segurador mais que dobraram: a receita anual
com prêmios de seguros e contribuições a planos de previdência passou de US$ 32 por
habitante, em 1990, para US$ 278 em 2008 e o quociente dessa receita contra o PIB
subiu de 1,2% para 3,1% no mesmo período.
Assim, em 2008, o referido mercado arrecadou R$ 96,4 bilhões em prêmios diretos e
contribuições, o que correspondeu a 3,3% do PIB. Tais prêmios e contribuições serviram
para incrementar reservas técnicas que se elevaram a R$ 170 bilhões, o que significa
6,6% do PIB.
Aplicadas em sua maior parte no sistema financeiro, tais provisões corresponderam a
8,43% dos haveres financeiros de médio e longo prazo em 2008. As provisões também
garantiram o pagamento de indenizações de sinistros, benefícios assistenciais e
resgates de planos previdenciários e de capitalização no valor de R$ 45,7 bilhões (1,6%
do PIB).
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A importância do setor ultrapassa, em muito, a expressão numérica. Com


efeito, a vida cotidiana, como a conhecemos desde a Revolução Industrial,
seria impossível sem os seguros.
As empresas não poderiam aceitar riscos como fazem presentemente,
portanto, seus investimentos seriam severamente restringidos e, com eles, a
expansão futura das economias. Mercados inteiros entrariam em colapso:
basta imaginar o que ocorreria com a venda de automóveis, com o mercado de
crédito e com o comércio exterior se não houvesse o apoio dos seguros.
A indústria de seguros, crescentemente, suplementa o Estado no fornecimento
de serviços cruciais nas áreas de saúde e de seguridade social e, ao fazer
isso, permite que o Estado concentre atenção e recursos no atendimento às
necessidades das camadas mais pobres da população.
O gráfico abaixo mostra essa evolução e revela que, de 1994 para cá, foi o
ramo vida (que inclui seguros de vida, acidentes pessoais e a previdência
complementar aberta) que puxou o crescimento do mercado de seguros
relativamente ao PIB. O faturamento do ramo não vida (seguros de danos,
responsabilidades e saúde) ficou relativamente estável como proporção do
PIB.

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O mercado de seguros no Brasil é fortemente concentrado


em três sub-ramos: seguros de pessoas (vida, acidentes e
previdência), automóveis e saúde. Juntos esses seguros
detiveram 85% da receita do mercado em 2008. No
entanto, o mercado tem crescido significativamente em
ramos não tradicionais como riscos financeiros, rural,
cascos, habitacional e outros. 

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Ramo Vida
O ramo vida, que engloba seguros de pessoas e contribuições de
previdência, é o mais importante do mercado, com 50% da receita total
de prêmios. Mas existem importantes diferenças dentro desse grupo.
O produto mais importante é o que agrega seguro de vida e plano de
previdência, chamado Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL).
Esse produto foi criado em 2002 e rapidamente se tornou a estrela do
mercado de previdência.
No VGBL, a contribuição é definida, ou seja, o investidor paga uma
quantia mensal ou faz depósitos esporádicos para gerar uma
poupança que pode ser recebida de uma só vez ou convertida em
parcelas mensais.
A tributação pelo imposto de renda só ocorre no resgate e não incide
somente sobre o valor total do saque, mas apenas sobre rendimento
obtido pelo que foi aplicado, da mesma forma que ocorre com os
fundos de investimento.

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Ramo Não Vida


No ramo não vida, o seguro mais importante é o de automóvel, seguido do
seguro saúde e do seguro patrimonial, como mostrado no gráfico a seguir.
O seguro de automóveis já foi o mais importante do país, mas nos últimos
anos perdeu participação para outros ramos. Isso está relacionado ao
crescimento da demanda por produtos de previdência e ao aumento da
competição entre as seguradoras de automóveis, o que barateou os prêmios e
diminuiu a receita.
O seguro saúde é o segundo mais importante do ramo não vida, com 24,9% do
total de seguros do ramo vida. Obteve um crescimento de 13% entre 2002 e
2009.
O seguro patrimonial protege o segurado contra riscos de incêndio e roubo de
seu imóvel, bem como dos conteúdos.
A apólice compreensiva residencial ou empresarial adiciona outras coberturas.
É um seguro pouco vendido no Brasil quando comparado com o que ocorre
nos Estados Unidos e na Europa. A razão é que para muitos brasileiros, o risco
maior no que se refere a bens é o roubo e acidentes de automóvel.

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Ramos não tradicionais


Alguns ramos não tradicionais tiveram rápido crescimento nos últimos anos. É o caso do
seguro de garantia estendida para eletrodomésticos, que, inexistente em 2004,
arrecadou prêmios de mais de R$ 1 bilhão em 2009 e dos seguros rural, de riscos
financeiros e prestamista, cujas receitas de prêmios aumentaram, entre 2004 e 2009,
respectivamente, 269%, 272% e 420%. A razão disso prende-se à retomada do
crescimento econômico com expansão do crédito, aos excelentes resultados da
agricultura e à criatividade do mercado segurador em oferecer novos produtos mais
adequados às necessidades e perfis de risco dos consumidores.
O seguro de garantia estendida tem por objetivo garantir ao segurado, após o término de
garantia do fabricante e até o limite máximo de indenização contratado, a extensão da
garantia do bem segurado, contra defeitos de mão de obra e materiais, discriminados na
Apólice/Certificado de Seguro.
O seguro rural é um importante instrumento de política agrícola, por permitir ao produtor
proteger-se contra perdas decorrentes, principalmente, de fenômenos climáticos
adversos. Tal seguro teve grande avanço com a criação do Programa de Subvenção ao
Prêmio do Seguro Rural no qual de 40% a 70% do prêmio do seguro são garantidos pelo
governo federal.
O seguro de riscos financeiros protege os contratantes (empresários, locatários etc)
contra perdas derivadas de desrespeito a cláusulas contratuais, uma preocupação que
aumenta à medida que a economia se reativa.
O seguro prestamista, que integra o ramo de seguros de pessoas, garante a liquidação
de sua dívida ou o pagamento de um determinado número de parcelas, dependendo do
contrato, na hipótese de morte, invalidez permanente total por acidente, desemprego
involuntário e perda de renda do autônomo.

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Indicadores de Desempenho
O mercado está estruturado em torno de 118 seguradoras,
15 companhias de capitalização, 28 entidades de
previdência complementar aberta e 13 seguradoras
especializadas em seguro saúde. Além disso, no canal de
distribuição, existem cerca de 65 mil corretoras de seguros.
Com a abertura do mercado de resseguro, desde 1937
monopolizado pelo IRB-Brasil Re, a partir da Lei
Complementar n° 126, de 2007, existem cerca de 65
resseguradoras cadastradas, sendo cinco autorizadas pela
Susep, e 31 corretoras de resseguro autorizadas a
funcionar no Brasil (dados de dezembro de 2009).

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O mercado brasileiro de seguros, previdência


complementar aberta e capitalização se apresenta
concentrado em termos de tamanho das
empresas. As quatro maiores empresas
detiveram, em 2009, 37% do total da receita no
mercado de seguros, 71% do total da receita no
setor de previdência complementar aberta e 69%
do total em capitalização. As dez maiores
empresa, 61% em seguros, 89% em previdência e
98% em capitalização. Esses percentuais se
alteraram pouco nos últimos quatro anos.

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Um indicador muito utilizado no mercado de seguros é o “índice combinado”,


que mede a lucratividade das seguradoras apenas nas operações de seguros,
portanto, deixando de fora a lucratividade que obtém mediante a aplicação das
reservas no mercado financeiro e em operações outras como a venda de
planos de previdência e títulos de capitalização.
O índice combinado é a soma de três outros índices, a saber:
• índice de sinistralidade (sinistros retidos x 100 ÷ prêmios ganhos);
• índice de despesas administrativas (despesas administrativas x 100 ÷
prêmios ganhos);
• índice de despesas de comercialização (despesas de comercialização x 100
÷ prêmios ganhos).
Então, se o índice combinado supera 100, isso indica que a seguradora teve
prejuízo operacional.
O gráfico abaixo mostra o índice combinado em seus três componentes para o
mercado de seguros brasileiro. Vê-se que o índice flutua em torno de 100 com
uma tendência de queda nos últimos três anos, ou seja, de aumento de
lucratividade.
A rentabilidade total á ainda mais expressiva, pois as seguradoras ganham
com as aplicações financeiras das provisões de seguros. A saúde financeira do
mercado brasileiro de seguros está assim fora de dúvida.

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Resseguro
O resseguro é o seguro do seguro e tem papel fundamental para o
desenvolvimento do mercado.
Numa seguradora, o risco excedente ao limite técnico deve ser
transferido a outra empresa via operações de cosseguro e/ou
resseguro e retrocessão, no caso dos resseguradores.
Aceito um resseguro, o IRB poderia atuar nas seguintes condições:
• escolher reter esse risco adicional, se o montante se enquadra dentro
do seu limite técnico;
• retroceder ao mercado interno, se o montante ultrapassasse seu
limite técnico mas se enquadrasse dentro da capacidade de retenção
das seguradoras brasileiras, dada pela soma dos seus limites técnicos
mais o do IRB; ou
• retroceder ao mercado externo, se o montante em risco
ultrapassasse a capacidade de retenção do mercado interno.
Até 1939, o resseguro no Brasil era feito quase totalmente no exterior,
de forma direta ou via empresas estrangeiras que operavam no país.

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A criação do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB-Brasil Re), como autarquia estatal


monopolista nas operações de resseguro e retrocessão, teve como objetivos fortalecer
as seguradoras nacionais através da maximização de sua capacidade de retenção e
manter no Brasil prêmios de resseguro antes repassados a outros países.
Operacionalmente, cabia ao IRB fixar limites técnicos por ramos de seguros, restrição
que se somava aos limites operacionais, margem de solvência e capital mínimo
estabelecidos pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pelo Conselho
Nacional de Seguros Privados (CNSP).
O IRB detinha, assim, amplas funções normativas e econômicas no mercado de
seguros. Ao definir planos e tarifas, o Instituto definia também o patamar mínimo de
diversificação e preços de seguros no mercado interno, pois as seguradoras devem
ofertar apólices com condições e preços em linha com os requerimentos do IRB.
Tal situação começou a mudar com Emenda Constitucional nº 13, de 1996, que aprovou
a quebra do monopólio exercido pelo IRB, e foi sacramentada pela Lei Complementar n°
126, de 2007, que abriu o mercado de resseguro.
O mercado brasileiro ainda faz pouco uso do resseguro. Como se nota na tabela abaixo,
em 2009, os prêmios de resseguros representaram apenas 4% dos prêmios de seguros.
Daqueles, 50% foram retrocedidos (transferidos) para o exterior.
O mercado brasileiro se caracteriza, ainda, por um alto grau de cosseguro (partilha de
riscos entre as próprias seguradoras), haja vista que os prêmios de cosseguros
representaram 32% dos prêmios de resseguros.

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A tabela seguinte mostra a divisão por ramos no mercado de resseguros. O ramo mais
importante é o de resseguro patrimonial, com 34,3% de participação, seguido pelo
rural/animais com 17,4% e pelo de riscos financeiros, com 13% de participação.

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Perspectivas

O mercado brasileiro de seguros, previdência complementar aberta e


capitalização tem crescido a taxas elevadas e a expansão continuará no futuro.
Nos mercados de países desenvolvidos, a arrecadação anual de prêmios se
situa próxima aos 10% dos PIBs. O Brasil, com os atuais 3,5%, tem, portanto,
longo espaço de crescimento.
Os seguros de vida e de previdência complementar aberta constituem
importante elo na cadeia dos mecanismos de proteção contra riscos da
aposentadoria e da velhice.
No Brasil, há algumas décadas, esse risco era inexpressivo, tendo em vista a
grande participação dos jovens no conjunto da população, com contribuições
que financiavam as aposentadorias e pensões dos idosos.
Atualmente, tal não mais ocorre. De fato, a população brasileira de mais de 65
anos, que se mantivera em torno dos 3% do total até 1970, pode alcançar os
13% em 2020, e níveis de União Européia em 2050.
Isto posto, a pressão sobre os esquemas estatais de seguridade baseados no
regime de repartição é inevitável e crescente. Muito já foi feito na reforma da
previdência, mas ainda há muito o que fazer. Os seguros de vida e a
previdência privada aberta são fundamentais na preparação que as pessoas
fazem de seus futuros e como complemento à previdência oficial.

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Considerações similares são aplicáveis ao ramo de seguros de saúde:


populações mais idosas demandam mais serviços de saúde, mas encontram
no Sistema Único de Saúde (SUS) grande escassez de recursos. Aqui a
cooperação e repartição de tarefas entre governo e setor privado são ainda
mais importantes.
No ramo de seguros de danos, o mercado se beneficiará do funcionamento do
resseguro livre. Entre os benefícios da abertura do resseguro estão a
ampliação e diversificação da oferta de produtos, aumento da competição
entre empresas e melhor apreçamento, em última instância, beneficiando o
consumidor final, e acesso a serviços colaterais, maior celeridade na
contratação e processamento de resseguros, favorecendo as seguradoras
locais.
Adicionalmente, mirando o futuro, a indústria de seguros terá importante papel
na administração dos riscos vinculados ao processo de mudanças climáticas
em escala global. E não bastará apenas tomar medidas para reduzir emissões
de poluentes, cujo impacto só se fará sentir a longo prazo. Será necessário
lidar com os riscos que se apresentam no curto e no médio prazo. A escala
desses riscos ainda é pequena no caso do Brasil, mas não resta dúvida de que
todos os países serão afetados em algum grau. O mercado de seguros é o
único capaz de lidar adequadamente com tais riscos.

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Quais são os tipos de planos de benefícios mais comercializados


atualmente?

Apesar de ser um seguro de vida e não propriamente um plano de


previdência, o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) tem sido o
plano de maior destaque, em função de seu crescente volume de
vendas. O Imposto de Renda incidirá sobre os rendimentos auferidos
no período.
Outra vedete do mercado é o plano PGBL (Plano Gerador de Benefício
Livre). Por ser um plano de previdência, as contribuições realizadas
para esse tipo de plano são dedutíveis até o limite de 12% da renda
bruta anual. O Imposto de Renda incidirá sobre o valor total do resgate
ou do benefício, ou seja sobre os recursos acumulados e também
sobre os rendimentos auferidos no período.
Além do PGBL e do VGBL, ainda existem outros planos destinados à
acumulação de recursos para aposentadoria que permanecem
desconhecidos da maioria das pessoas e possuem pequena
participação no mercado, como:

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• PRGP (Plano com Remuneração Garantida e Performance) e VRGP


(Vida com Remuneração Garantida e Performance)
Ambos garantem, durante o período de acumulação (diferimento),
remuneração do saldo por taxa de juros e índice de preço, além da
reversão, total ou parcial, de resultados financeiros;
• PAGP (Plano com Atualização Garantida e Performance) e VAGP
(Vida com Atualização Garantida e Performance)
Garantem, durante o período de acumulação (diferimento),
remuneração do saldo por índice de preço e a reversão, total ou
parcial, de resultados financeiros;
• PRSA (Plano com Remuneração Garantida e Performance sem
Atualização);
• VRSA (Vida com Remuneração Garantida e Performance sem
Atualização)
Garantem, durante o período de acumulação (diferimento),
remuneração do saldo por taxa de juros e a reversão, total ou parcial,
de resultados financeiros.

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Os planos acima diferem dos planos PGBL e


VGBL porque eles garantem remuneração mínima
do saldo aplicado durante a fase de acumulação
(diferimento), enquanto os planos PGBL e VGBL
repassam 100% da rentabilidade líquida do fundo
nesse período, sem nenhuma garantia de
remuneração mínima dos recursos aplicados.
Além dos planos acima, existe também o Fundo
Gerador de Benefício (FGB), também chamado de
plano tradicional, que tomava conta do mercado
até o final da década de 90. Hoje, praticamente
não é mais comercializado, apenas sobrevivendo
em função da manutenção das propostas ainda
ativas.

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Que plano eu devo escolher?

Na hora de escolher o seu plano de previdência – o que equivale a


decidir por PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) ou VGBL (Vida
Gerador de Benefício Livre) –, deve-se levar em conta alguns fatores,
visto que não é possível mudar a opção ao longo do tempo.
O PGBL é recomendado para quem quer obter uma vantagem fiscal, já
que é possível abater até 12% da renda tributável anual. O VGBL, por
sua vez, é indicado para quem faz a declaração simplificada do IR,
para profissionais liberais e para quem quer aplicar além dos 12%
investidos no PGBL.
Os valores pagos para esse tipo de plano não são abatidos do Imposto
de Renda, mas você só pagará o tributo sobre o rendimento, no
momento do resgate ou no recebimento de sua aposentadoria.
Ademais, você tem de saber se quer um plano de previdência
complementar menos arriscado, que aplica somente em renda fixa, ou
se prefere um mais ousado, que aplica também em ações.

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Eu perco o plano se parar de pagar as contribuições?


Não. Nos planos de aposentadoria, a interrupção temporária ou
definitiva do pagamento das contribuições não constitui motivo para o
desligamento do participante do plano. A única hipótese de
cancelamento do plano por iniciativa da entidade é se o participante
não observar o saldo mínimo para permanência no plano, conforme
disposto no regulamento. Se o participante solicitar resgate ou
portabilidade de recursos e o saldo ficar abaixo do mínimo, a entidade
pagará o saldo integral e cancelará a inscrição no plano.

Eu posso transferir o meu investimento de um PGBL para um


plano VGBL?
Não. Essa transferência tem o nome técnico de portabilidade e é
permitida entre planos do mesmo tipo. Também é impedida a
transferência entre pessoas diferentes.

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É melhor comprar um plano de previdência ou poupar por conta própria?


A princípio, a escolha depende do seu grau de disciplina para economizar
dinheiro e do interesse de estar atualizado sobre o que acontece no mundo
das finanças. Mesmo que você tenha talento para financista, suas aplicações
num plano de previdência complementar garantem vantagens tributárias com o
adiamento do Imposto de Renda.
Quando você contrata um plano de previdência privada, também pode optar
pelo recebimento de uma renda vitalícia. Você terá a garantia de uma renda
mensal, sem se preocupar por quanto tempo ainda vai precisar desse valor.
No entanto, todas as escolhas têm seus custos e benefícios. O principal custo
da aposentadoria complementar é a taxa de carregamento, que varia entre
1,5% e 5%, em geral, sendo que a Superintendência de Seguros Privados
(Susep – que regula e fiscaliza o setor) autoriza até 10%. Essa taxa é cobrada
todos os meses sobre os depósitos que você investe, aí incluída a
rentabilidade das suas aplicações.

Se durante o período de investimento, por meio das contribuições ao


plano, o participante falecer, o que acontece com as aplicações feitas?
Se o participante não designou beneficiários, seus herdeiros legais terão direito
a resgatar o fundo, isentos do IR e de qualquer outro imposto.

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