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1. Direito Comparado;
2. Tramitação legislativa da MP 869;
José Luiz Galvão 3. Natureza Jurídica, atribuições e competência,
sanções e responsabilidade.
Daniela Barreto
Jinny Bitar
I – Breve histórico da reforma sobre a regulação de
proteção de dados
• Alemanha, anos 70, Lei de Hessen
• França, Noruega, Suécia e Áustria também criaram suas leis
• Convenção do Conselho da Europa em 1981 – desenvolvimento do tema
• 1995 Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia criaram a
Diretiva 95/46/CE
• a diretiva já previa uma autoridade responsável pela supervisão
• 2012 proposta de reformulação da diretiva
• Escândalo do caso Cambridge Analytica e Facebook
• GDPR editada em 24 de maio de 2016 – natureza de regulamento
• Regulamento 2018/1725 – reformulação da autoridade supervisora
II – Objetivos e pontos importantes da GDPR
• Regras adequadas a um mercado único digital – harmonização/coesão e
cooperação
• Transnacionalidade (cooperação e extraterritorialidade), Balcão único (one stop
shop), transferência de dados
• Garantia do direito fundamental à proteção de dados (Carta de Direitos
Fundamentais Europeia)
• Instrumentos para a implementação e exercício de direitos – transparência,
direito ao esquecimento, accountability, privacidade desde a concepção (privacy
by design, privacy by default)
• Estrutura de governança eficaz
• Reforço de poderes das autoridades de proteção de dados, independência,
mecanismos de sanções
• Enforcement como instrumento crucial para a efetividade da regulamentação
Atores do sistema de proteção
• Diante do veto aos artigos da LGPD que tratavam sobre a ANPD, surgiu a
MP 869;
• A MP 869 representa o cumprimento pelo presidente Michel Temer do
compromisso assumido quando da sanção da LPDP, de enviar ao
Congresso um diploma que suprisse os vetos de suposto vício de iniciativa;
MEDIDA PROVISÓRIA 869
• A MP nº 869 de 28 de dezembro de 2018 modifica a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais–LGPD
(13.709/2018), especialmente: na sua abrangência; nas definições de alguns termos; nas hipóteses de
usos compartilhados de dados pessoais sensíveis; no uso compartilhado de dados pessoais de pessoa
jurídica de direito público e sua transferência a pessoa jurídica de direito privado; cria, estabelece
competências e determina a composição e natureza jurídica da Autoridade Nacional de Proteção de
Dados – ANPD;
IMPORTÂNCIA E RELEVÂNCIA
• O Poder Executivo apresenta, ainda, razões de urgência e relevância para a edição de Medida
Provisória que dispõe sobre a proteção de dados pessoais e cria a ANPD. Defende que, não obstante a
ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) estivesse prevista na Lei no 13.709/2018, seu
formato e inclusão ocorreu irregularmente, com vício de iniciativa, resultando em inevitável veto
presidencial. O veto, contudo, segundo o Poder Executivo, “acabou por gerar grande risco de
insegurança jurídica para a Sociedade Civil em face da falta de definição do órgão responsável pela
regulação, controle e fiscalização da aplicação da Lei, o que deve ser definido o quanto antes para
permitir que o órgão criado esteja em pleno funcionamento quando da entrada em vigor desta
proposta, para garantir sua plena e total aplicabilidade. ” Daí, portanto, a urgência e relevância da
matéria.
Tramitação da MP 869
• As normas constitucionais de processo legislativo não impossibilitam a modificação, por meio
de emendas parlamentares, dos projetos de lei enviados pelo chefe do poder executivo no
exercício de sua iniciativa privativa. Essa atribuição do poder legislativo esbarra em duas
limitações:
• A) a impossibilidade de o parlamento veicular matérias diferentes das versadas no projeto de
lei, de modo a desfigurá-lo; e
• B) a impossibilidade de as emendas implicarem aumento de despesa pública (inciso i do art. 63
da CF).
• O congresso goza da prerrogativa para aperfeiçoar a MP 869 por via de projeto de lei de
conversão. Tanto porque a temática é a aduzida no próprio texto da MP 869 quanto por conta
do artigo 55-a, que determina a criação da ANPD sem aumento de despesa;
DA TRAMITAÇÃO LEGISLATIVA
Data Andamento
Poder Executivo ( EXEC )
28/12/2018
Publicação da Medida Provisória no Diário Oficial da União. Inteiro teor
CONGRESSO NACIONAL ( CN )
Prazo para Emendas: 04/02/2019 a 11/02/2019.
Comissão Mista: *
Câmara dos Deputados: até 03/03/2019.
Senado Federal: 04/03/2019 a 17/03/2019.
Retorno à Câmara dos Deputados (se houver): 18/03/2019 a 20/03/2019.
28/12/2018 Sobrestar Pauta: a partir de 21/03/2019.
Congresso Nacional: 04/02/2019 a 04/04/2019.
Prorrogação pelo Congresso Nacional: 03/06/2019.
09/05/2019 Recebida a Mensagem nº 789/2018, do Poder Executivo, que submete à apreciação do Congresso
Nacional o texto da Medida Provisória nº 869/2018. Inteiro teor
Recebido o Parecer nº 1, de 2019-CN, da Comissão Mista destinada a apreciar a MPV 869/2018, que
conclui pelo PLV nº 7, de 2019. Inteiro teor
Recebido o PLV nº 7, de 2019, da Comissão Mista da MPV 869/2018, que Altera a Lei nº 13.709, de 14 de
agosto de 2018, para dispor sobre a proteção de dados pessoais e para criar a Autoridade Nacional de
Proteção de Dados, e dá outras providências.. Inteiro teor
PLENÁRIO ( PLEN )
14/05/2019
Leitura do recebimento do Ofício nº 151/2019, do Congresso Nacional (CN), que encaminha o processado
da Medida Provisória n° 869/2018 (Sessão Deliberativa Ordinária de 14/05/2019 - 14h - 100ª Sessão).
• Ainda que esteja claro que a ANPD não é, pelos termos da MP 869/18, uma
agência reguladora, sob o ponto de vista da aplicação da Lei de Defesa da
Concorrência por parte do CADE, faz sentido que a ANPD interaja de forma
sistemática como as Agências Reguladoras (ANATEL, ANEEL, ANP, ANTT,
ANCINE) emitindo pareceres e notas técnicas para análise de fusões como
para as práticas anti competitivas. tendendo a gerar mais previsibilidade e
segurança jurídica.
IV - ORGANIZAÇÃO
• Ministério da Economia.
• ANPD ficará na presidência da República, mesmo após ganhar a sua
independência.
V - ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS
• Dentro do Conselho-diretor:
• cinco diretores,
• uma ouvidoria,
• uma corregedoria,
• órgão de assessoramento jurídico próprio e unidades administrativas necessárias à aplicação da
lei.
VI- ORGANIZAÇÃO DA AUTORIDADE –
COMPOSIÇÃO
• Os membros serão escolhidos e nomeados pelo presidente da República,
mas os seus nomes precisarão ser submetidos a uma sabatina no Senado
Federal – assim como já acontece com os ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF). Aliás, o presidente terá o poder de afastar um diretor desde
que exista uma recomendação dos demais diretores.
• Por fim, o mandato dessas pessoas será de quatro anos e os cargos em
comissão e as funções de confiança da ANPD virão de outros órgãos e
entidades do Poder Executivo federal.
VI- ORGANIZAÇÃO DA AUTORIDADE –
COMPOSIÇÃO
• Conselho Nacional de Proteção de Dados e da Privacidade, formado por:
• representantes do governo,
• setores da economia
• setores da sociedade civil organizada, terá 21 membros.
• Ao todo, serão cinco pessoas do governo:
• um do Senado;
• um da Câmara dos Deputados;
• um do Conselho Nacional de Justiça;
• um do Ministério Público;
• um do Comitê Gestor da Internet no Brasil;
• três de entidades da sociedade civil com atuação relacionada à proteção de dados pessoais;
• três de instituições científicas, tecnológicas e de inovação;
• três de confederações nacionais representativas do setor produtivo comercial ou de serviços;
• um de entidades representativas do setor empresarial relacionado à área de tratamento de dados
VI- ORGANIZAÇÃO DA AUTORIDADE –
COMPOSIÇÃO
• Multas:
• O texto aprovado pela comissão restaura fontes de receita para a ANPD,
como dotações previstas no Orçamento Geral da União, doações e valores
apurados com a venda de bens ou com aplicações no mercado financeiro.
Mas a autoridade não pode mais ficar com o dinheiro arrecadado com
multas. Esses recursos serão repassados ao Fundo de Defesa de Direitos
Difusos.
SANÇÕES APLICÁVEIS E
RESPONSABILIDADES ADMINISTRATIVAS.
• O novo texto da LGPD também trouxe modificação importantíssima ao incluir três novas
sanções administrativas, em caso de violação da lei
• I- a suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a que se refere a violação;
• II- a suspensão do exercício da atividade do tratamento de dados pessoais a que se
refere a infração; e
• III- a proibição parcial ou total do exercício das atividades relacionadas a tratamento de
dados.