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CENTRO UNIVERSITARIO ESTÁCIO

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

DISCIPLINA: Fundações e contenções

Aula 4
Tensão admissível do solo
para fundações diretas

Prof. Dasiel Hernández Fernández, MSc. Eng.


Brasília, 2021
Objetivos

• Conhecer o comportamento do solo quando submetido a um


carregamento direto;
• Conhecer a Teoria clássica de Terzaghi e as veriações (Vesic,
Skempton e Meyerhof) para determinação da capacidade de
carga do solo para aplicação direta de cargas;
• Desenvolver prática de projeto utilizando as teorias apresentadas
para solos estratificados
Introdução

“Capacidade de carga é a tensão que provoca a ruptura do


maciço de solo em que a fundação está embutida”

Consideremos uma sapata retangular, com largura B e


comprimento L, assente à profundidade D (ou h) em relação à
superfície do terreno.
O aumento da carga P aplicada à sapata mobiliza tensões
resistentes no maciço de solo, com valor médio dado por:

Com o acréscimo da carga, há o surgimento de uma superfície


potencial de ruptura no interior do maciço de solo, mobilizando sua
resistência máxima até atingir a tensão de ruptura (σr), ou seja, a
capacidade de carga do sistema sapata-solo.
Introdução
Capacidade de carga da sapata → depende do solo
Sapatas idênticas em solos diferentes, a capacidade de carga não
será a mesma!
Capacidade de carga do solo → depende de características da
sapata (geometria, profundidade de embutimento, etc.)
Solos idênticos com sapatas diferentes → a capacidade de carga
não será a mesma!

Solos não saturados


Solos acima do N.A. podem ser colapsíveis e se inundados por
chuvas intensas, vazamento de tubulações, etc. Podem exibir um
recalque abrupto e significativo → solos colapsíveis.

• Quanto mais seco → maior a capacidade de carga;


• Quanto mais úmido → menor a capacidade de carga;
• Solo saturado → capacidade de carga mínima.
Introdução

Solos saturados
Em solos saturados, principalmente em argilas moles, os parâmetros
de resistência (coesão e ângulo de atrito) são dependentes das
condições de drenagem, variando do não drenado (carregamento
rápido ou segurança a curto prazo) ou drenado (carregamento lento
ou segurança a longo prazo).

Em termos de capacidade de carga, geralmente predomina como


crítica a condição não drenada, pois a capacidade de carga tem a
tendência de aumentar com a dissipação das poro-pressões.
Parâmetros do solo
a) Coesão: Principal parcela da resistência dos solos finos: argilas
b) Ângulo de atrito: Principal parcela da resistência dos solos
granulares: areias
c) Peso específico:
Os solos são compostos por vários tipos de grãos, logo vão
apresentar tanto coesão como ângulo de atrito → Ensaios de
cisalhamento direto ou de compressão triaxial.

“A resistência ao cisalhamento desenvolvida no interior das massas


de solos é a responsável pela capacidade que os solos tem de
suportar as tensões desenvolvidas pelas solicitações conservando
sua estabilidade. Caso contrário as tensões desenvolvidas nas
massas de solo podem levar a uma condição de desequilíbrio e
consequentemente a sua ruptura. Conhecendo-se a resistência
interna ao cisalhamento estaremos aptos a realizar dimensionamento
de estruturas de terra e fazer verificações das condições de
estabilidade dessas massas de solo.”
Parâmetros do solo
Solos saturados (argilas moles): parâmetros de resistência
dependem das condições de carregamento variando de não
drenado a drenado.

Capacidade de carga:
• Condição crítica → não drenada;

• Tende a aumentar com a dissipação das pressões neutras.

Capacidade de carga com valores não drenados é menor

A. Coesão
a) Ensaios de laboratório

b) Teixeira e Godoy (1996) - correlação com Nspt :

c = 10 Nspt (kPa)
Parâmetros do solo
B. Ângulo de atrito

a) Ensaios de laboratório

b) Godoy (1983) – condição


não drenada

F = 28° + 0,4*Nspt

c) Teixeira (1996) –
condição não drenada

F = (20*Nspt)1/2 + 15

d) Mello (1971): Areias -


Gráfico
Parâmetros do solo
C. Peso específico Nota: Areia saturada – peso específico
submerso – para cálculo de capacidade de
a) Ensaios de laboratório carga usar peso específico efetivo, ou seja,
b) Godoy (1972) – tabelas desconta o peso específico da água.

Solos argilosos

Solos arenosos
Parâmetros do solo
C. Pressões básicas
Filosofias de projeto

Determinação da resistência admissível:


“Tensão adotada em projeto que, aplicada pela fundação, atende,
com fatores de segurança pre determinados, aos estados limites
último (ruptura) e de serviço (deformações).”

Em outras palavras: “É a carga que,aplicada à sapata, que provoca


recalques que não produzem inconvenientes à estrutura e,
simultaneamente, oferece segurança satisfatória à ruptura ou
escoamento da fundação.”
Filosofias de projeto
A) Filosofia da solicitação admissível

● Solicitação admissível:
→ Tensão admissível → Fundações diretas
→ Carga admissível → Estacas
● Valor médio de resistência com 50% de probabilidade de
ocorrência de valores inferiores;
● Fator de segurança global.
● Solicitação em cada elemento ≤ Solicitação admissível;
● Solicitação média não deve ultrapassar a admissível;
● Mas, a favor da segurança, a prática consagrou verificar todos
os valores disponíveis de solicitação, inclusive o máximo.
Filosofias de projeto
A) Filosofia da solicitação admissível

● Tensão admissível: tensão vertical que cada sapata ou tubulão


aplica no maciço de solo;
● Valor médio da capacidade de carga;
● Fator de segurança global → 3 para fundação direta e 2 para
indireta.
Filosofias de projeto
A) Filosofia dos valores de cálculo

● Valor de cálculo da solicitação ≤ Valor de cálculo da resistência;


● Fator de segurança parcial.

NBR6122: 2010 – Projeto e execução de fundações

Pag. 20 e 21 - Considerações sobre as tensões admissíveis

1) Métodos teóricos
2) Métodos semi empíricos
3) Prova de carga sobre placa
Capacidade de carga em solo estratificado
Duas camadas:
- Determinar a capacidade de carga
de cada uma das camadas.
- Se a camada de baixo (2) for mais
resistente, a favor da segurança,
adotar a capacidade do sistema igual
a da camada 1.
- Se a camada de baixo (2) for menos
resistente, usar a solução prática
aproximada.
Capacidade de carga em solo estratificado
Tensão sob a sapata varia com a profundidade

Isóbara: Lugar geométrico


dos pontos que sofrem o
mesmo acréscimo de
tensão.

Curvas isobáricas
Capacidade de carga em solo estratificado
Profundidade do bulbo de tensões:
Capacidade de carga em solo estratificado
Profundidade do bulbo de tensões:
Sapata circular ou quadrada ( L = B ) → z = 2B

Sapata retangular ( L = 2 a 4 B) → z = 3B

Sapata corrida ( L ≥ 5B ) → z = 4B

“Para efeito da capacidade de carga e determinação dos parâmetros


do solo não importa o solo que estiver além da profundidade z = 2B.”
Capacidade de carga em solo estratificado

Duas camadas:
Capacidade de carga – Influência do Nível d'água
Solos arenosos:
• Peso especifico diminui quando se satura uma areia seca;
• Capacidade carga aumenta diretamente com o peso específico;
• N.A. entre o limite inferior do bulbo e a base da sapata → peso
específico reduzido e ângulo de atrito quase não se altera.
Sapata apoiada em areia saturada a capacidade é reduzida
quando comparada com uma areia em condição não saturada.
Capacidade de carga – Influência do Nível d'água
Capacidade de carga – Influência do Nível d'água
Métodos semi-empíricos
Métodos semi-empíricos
“São métodos que relacionam resultados de ensaios com tensões
admissíveis ou tensões resistentes de projeto. Devem ser
observados os domínios de validade de suas aplicações, bem como
as dispersões dos dados e as limitações regionais associadas a
cada um dos métodos.” NBR 6122:2010
O fator de segurança global indicado pela NBR 6122:2010 é igual
a 3 (tabela 1 item 6.2.1.1.1) na ausência de prova de cargas.

Entretanto, as correlações consagradas na prática do projeto de


fundações diretas fornecem diretamente o valor da tensão
admissível, com segurança implícita, o que dispensa a aplicação do
fator de segurança.

Mello alerta que é preciso analisar a origem e a validade de tais


formulários de bolso antes de passar a aplicá-los inconscientemente
e mesmo prejudicialmente em condições que extravasam do campo
experimental do qual decorreram.
Métodos semi-empíricos
A) Meyerhof (1956)
Solos arenosos: qu = 32*N*(B+D)
Solos argilosos: qu = 16*N
• qu em kN/m² e D e B em m;
• N é a média do NSPT em uma espessura 1,5B abaixo do nível
da fundação;
• qu deve ser divido por 2 quando ocorrer presença do nível
d'água no solo

B) Correlações com o SPT


Fundações diretas por sapatas:

• N é o valor médio no bulbo de tensões N deve estar entre 5 e 20;


• Pode-se adicionar uma parcela qreferente a sobrecarga.
Métodos semi-empíricos

B) Correlações com o SPT


Teixeira (1996):

• Sapatas quadradas de lado B e h = 1,5m;


• Areia com peso específico de 18 kN/m³;
• Ângulo de atrito igual a (20N)1/2 + 15°
• Fator de segurança igual a 3.

B) Correlações com o SPT


Mello (1975):

• Sem distinção do solo;


• N entre 4 e 16.
Métodos semi-empíricos

B) Correlações com o SPT


Métodos semi-empíricos

B) Correlações com o SPT


Métodos semi-empíricos

B) Correlações com o SPT


Métodos semi-empíricos
C) Correlações com o CPT
Teixeira & Godoy (1996):

• qc é o valor médio no bulbo de tensões, e deve ser maior ou


igual a 1,5 MPa.

D) Ensaios de laboratório
• Para argilas, com base nos ensaios de laboratório pode-se
adotar como tensão admissível do solo o valor da pressão de pré
adensamento.
• Tensão de pré adensamento → Tensão correspondente ao maior
carregamento que um solo esteve submetido na sua vida
geológica.
Método prático: prova de carga sobre placa
“Ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR 6489, cujos
resultados devem ser interpretados de modo a considerar a relação
modelo protótipo, bem como as camadas influenciadas de solo..”
NBR 6122:2010
Método prático: prova de carga sobre placa
Método prático: prova de carga sobre placa

Ensaio NBR6489:1984 – Prova de carga direta sobre terreno


de fundação

• Procura reproduzir o comportamento da solicitação de uma


fundação;
• Instalação de uma placa circular rígida de aço com diâmetro de
0,80m na mesma cota de projeto da base das sapatas, e aplicação
de carga, em estágios, com medida simultânea dos recalques;
• Resultado do ensaio → Curva tensão x recalque.
• É importante conhecer o perfil do solo para evitar interpretações
erradas;
• Camadas compressíveis podem mascarar o resultado.
Método prático: prova de carga sobre placa
Ruptura nítida - geral

• Tensão aproximada 160 kPa;


• Tensão admissível = valor experimental da capacidade de carga
dividido por 2 (fator de segurança)
Método prático: prova de carga sobre placa

• Terzaghi (1942) →
tensão correspondente
ao ponto a partir do
qual o trecho final da
curva se transforma em
linha reta não vertical:
Sr = 144 kPa – aprox.
140 kPa.

• Critério de Boston → Critério de obras da cidade de Boston,


desenvolvido para placa quadrada de 0,30 m de lado, sem
nenhuma adaptação para a placa circular brasileira.
• Critério de Boston → Dois valores de recalques 10 mm e 25 mm e
suas tensões correspondentes S25 e S10 .
• A tensão admissível é o menor dos valores entre 0,5*S25 e S10 .
Recalques nas fundações
“Denomina-se recalque a deformação que ocorre no solo quando
submetido a cargas. Essa deformação provoca movimentação na fundação
que, dependendo da intensidade, pode resultar em sérios danos a
superestrutura.”

“Se o maciço de solo fosse


homogêneo e todas as sapatas
de mesmas dimensões e
submetidas as mesmas cargas,
os recalques seriam
praticamente uniformes, mas a
variabilidade do solo gera
recalques desiguais. Além
disso, o tamanho das bases
das sapatas em um edifício
pode variar, uma vez que as
cargas são diferentes.”
Recalques nas fundações
Recalques nas fundações

Recalques no edifício Nuncio Malzoni (Litoral de Santos)


https://youtu.be/R22WWyFpjS0
Recalques nas fundações
Recalques nas fundações

Os recalques de uma fundação direta podem ser definidos como


o deslocamento vertical, para baixo, da base do elemento de
fundação, sendo resultante basicamente das deformações que
ocorrem no maciço de solo sob a ação da carga atuante (Cintra et
al., 2003).

Os recalques apresentados pelas fundações superficiais podem


ser classificados em:

• Recalque total, absoluto: deslocamento total e individual do


elemento de fundação superficial;
• Recalque diferencial ou relativo: diferença entre os recalques
totais de dois elementos de fundação circunvizinhos;
• Distorção angular ou recalque diferencial específico:
calculado como a razão entre o recalque diferencial entre dois
elementos de fundação e a distância (l) entre eles.
Recalques nas fundações
Recalques nas fundações

A medida dos recalque durante ou após a construção de uma obra


objetivam evitar que a estabilidade da estrutura fique comprometida.

CAUSAS DOS RECALQUES:


• Rebaixamento do lençol freático;
• Solos colapsíveis;
• Escavações em áreas adjacentes;
• Vibrações;
• Cargas estáticas;
• Erosão do subsolo;
• Escavação de túneis
Recalques nas fundações

As consequências...
• Danos arquitetônicos: trincas, desaprumo, etc;
• Danos a funcionalidade: desgaste de elevadores,
• Declividade de pisos, emperramento de portas e janelas, etc.
• Danos estruturais: podem comprometer a estabilidade.
Recalques nas fundações

Compressão: É o processo pelo qual uma massa de solo, sob a


ação de cargas, varia de volume (“deforma”) mantendo sua
forma.
Os processos de compressão podem ocorrer por compactação
(redução de volume devido ao ar contido nos vazios do solo) e
pelo adensamento (redução do volume de água contido nos
vazios do solo).

• Compressibilidade: Relação independente do tempo entre


variação de volume (deformação) e tensão efetiva. É a
propriedade que os solos têm de serem suscetíveis à
compressão.
• Adensamento: Processo dependente do tempo de variação
de volume (deformação) do solo devido à drenagem da
água dos poros.
Recalques nas fundações
Adensamento: Processo gradual dependente do tempo de
variação de volume do solo devido à drenagem da água
dos poros, compressão e aumento de tensões efetivas com
a consequente diminuição de pressão neutra (tensão é suportada
pelo esqueleto solido).

O comportamento de uma argila é altamente dependente do índice


de vazios em que ela se encontra, que é fruto das tensões atuais
e passadas, e da estrutura da argila. Assim o comportamento
destes solos é determinado pelas tensões efetivas a que estiverem
submetidos em relação ao nível de tensão que se apresenta hoje
no material.
Recalques nas fundações
ENSAIO DE COMPRESSÃO EDOMÉTRICA (OEDOMÉTRICA):
Consiste na compressão do solo contido dentro de um molde que
impede qualquer deformação lateral.
Este ensaio simula o comportamento do solo quando ele é
comprimido pelo peso de novas camadas que sobre ele se
depositam , quando se constrói um aterro em grandes áreas.
Recalques nas fundações
TODA ESTRUTURA SUPORTA UM CERTO RECALQUE
ADMISSÍVEL. TODA FUNDAÇÃO RECALCA!!!

Hipótese de apoio fixo para pilares → inválida.

SOLO + CARREGAMENTO → RECALQUE


• Variações volumétricas – variação do volume de vazios
(compressão do ar ou expulsão da água);
• Volume dos sólidos constante – compressibilidade dos grãos
desprezível quando comparada com a dos vazios.

Resumindo…

• Solos granulares → altamente permeáveis → variação rápida.


• Solos saturados → baixa permeabilidade → variação dos
volumes mais lenta.
Recalques nas fundações

TIPOS DE RECALQUES (SOB A ÓTICA DO SOLO)


1. Imediato: Ocorrem rapidamente após a Construção
2. Por adensamento
3. Secundário ou creep: Ocorrem lentamente após a aplicação de
cargas
TIPOS DE RECALQUES (SOB A ÓTICA DA ESTRUTURA)
1. Recalque total ou absoluto
2. Recalque diferencial ou relativo
3. Distorção angula ou recalque diferencial específico.

“Recalques absolutos elevados de mesma ordem de grandeza


podem ser tolerados. Entretanto, quando maiores os recalques
absolutos, maiores os diferenciais. O controle dos recalques
absolutos pode ser aceito como medida indireta para o controle de
recalques diferenciais.”
Recalques em fundações rasas

Deformabilidade → propriedade que tem a rocha para alterar sua


forma como resposta a ação das forças.
Elástico → o corpo recupera sua forma original quando deixam de
agir as forças aplicadas.
Solo → não é um material elástico!!!
“Os recalques imediatos não são recuperáveis com o
descarregamentos”
Módulo de elasticidade → Módulo de deformabilidade
Recalques em fundações rasas

O comportamento dos solos é analisado considerando-o um


material elástico, isto é, vale a Lei de Hooke e a cada tensão
equivale uma única deformação. O comportamento tensão-
deformação pode ser elástico linear quando esta relação pode ser
representada por uma reta, ou elástico não linear quando esta
relação é representada por uma curva.

A teoria da elasticidade linear admite as seguintes hipóteses:


• O solo é homogêneo (propriedades iguais em todos os
pontos do maciço).
• O solo é isotrópico (propriedades iguais em todas as
direções).
• O solo é um meio continuo.
• A relação entre as tensões e as deformações é linear.
Recalques em fundações rasas

LEMBRANDO:
A Lei de Hooke é uma lei de física que está relacionada à
elasticidade de corpos e também serve para calcular a deformação
causada pela força que é exercida sobre um corpo, sendo que tal
força é igual ao deslocamento da massa partindo do seu ponto de
equilíbrio multiplicada pela constante da mola ou de tal corpo que
virá à sofrer tal deformação

σ=ε.E

σ = Tensão efetiva do solo


εa = Deformação específica,
E = Módulo de elasticidade ou Módulo de Young
Recalques em fundações rasas
A teoria da elasticidade
prevê uma alteração no
estado de tensões
devido ao carregamento.
Porém, o acréscimo de
tensões diminui com a
profundidade e com o
afastamento lateral.
Recalques em fundações rasas
MÓDULO DE DEFORMABILIDADE

a) Constante com a profundidade


• Meio elástico homogêneo
• Argilas sobre adensadas

b) Variável com a profundidade


• Meio elástico não homogêneo
• Areais
• Es = Eo + kz

Sem dispor de ensaios de laboratório → correlações com SPT ou CPT


Teixeira e Godoy (1996)
• Es = a*qc
• Es = a*K*Nspt
A presença do lençol freático pode ser ignorada porque seu efeito no
módulo de deformabilidade é refletido na obtenção de Nspt.
Recalques em fundações rasas

MÓDULO DE DEFORMABILIDADE
Recalques em fundações rasas

MÓDULO DE DEFORMABILIDADE
Sem dispor de ensaios de laboratório → correlações com SPT ou
CPT
Schmertmann (1978)
• Es = 2,5*qc sapatas quadradas ou circulares (L/B = 1)
• Es = 3,5*qc sapatas corridas (L/B≥10)
• Es = 2,5*qc*(1+0,4*log L/B) para sapatas intermediárias

COEFICIENTE DE POISSON
Teixeira e Godoy (1996)
Recalques imediatos em meio elástico homogêneo
a) Camada semi infinita de argila sobre adensada
Placa circular rígida:

• Módulo de deformabilidade do solo;


• Coeficiente de Poisson;
• Tensão média na superfície de contato entre a placa e o maciço
de argila.

Placa retangular flexivel:

• Fator de influência que depende da forma e da rigidez da sapata.


Recalques imediatos em meio elástico homogêneo
Recalques imediatos em meio elástico homogêneo
b) Camada finita
Camada de solo de espessura finita sobrejacente a um material
muito rígido ou praticamente indeformável.

Recalque médio de sapatas flexíveis:

• Fator de embutimento da sapata e da espessura da camada


de solo.

• O aumento do embutimento reduz o recalque.


Recalques imediatos em meio elástico homogêneo
Recalques imediatos em meio elástico homogêneo
c) Multicamadas
O maciço de solo sobreposto ao não deslocável pode ser
constituído por mais de uma camada, cada uma com seu módulo
de deformabilidade.
Recalques imediatos em meio elástico homogêneo

c) Multicamadas
c.1) Camada hipotética

• Camada 1 (de cima) → camada finita com não deslocável no


topo da segunda camada;

• Camada 2 (de baixo) → camada hipotética com a espessura


total das duas camadas e módulo de deformabilidade da
segunda menos o recalque da primeira camada com módulo de
deformabilidade da segunda.

ÚLTIMA SUBCAMADA → RECALQUE INFERIOR A 10% DO


RECALQUE TOTAL.
Recalques imediatos em meio elástico homogêneo

c) Multicamadas
c.2) Sapata fictícia

• Sapata fictícia com


propagação de tensões 1:2.

c.2) Média dos módulos

• Conduz a maiores erros.


Recalques imediatos em meio elástico homogêneo
d) Bulbo de recalques
“Espessura da camada sob a base da sapata que produz mais de
90% do recalque imediato total.”

Bulbo de recalques atinge a profundidade H = 6B

Estimativa de recalques: não considerar apenas as camadas do


bulbo de tensões, e sim as camadas do bulbo de recalques.
Recalques imediatos em meio elástico não homogêneo
“Nas areias o módulo de deformabilidade não é constante com
profundidade devido a sua granulometria, mineralogia e
compacidade.”

AUMENTA → PROFUNDIDADE

Supor várias camadas pouco espessas com um valor constante de


Es → problema multicamadas do meio elástico homogêneo.

a) Método de Schmertmann

Iz: fator de influência na deformação;

Deformação máxima não ocorre no contato base-sapata e sim em


uma profundidade em torno de z = B/2.
Recalques imediatos em meio elástico não homogêneo
a) Método de Schmertmann
• Coeficiente C1: embutimento
da sapata
• Coeficiente C2: efeito do
tempo
• Módulo de deformabilidade:
correlações com o SPT.
Recalques imediatos em meio elástico não homogêneo
a) Método de Schmertmann

• No intervalo 0 a 2B abaixo da sapata dividir o perfil num número


de camadas, cada uma com Es constante, considerando:

• Espessura máxima z das sub camadas igual a B/2.

• Deve haver uma divisão que passe por B/2: o vértice do triângulo.
Recalques imediatos em meio elástico não homogêneo
b) Método de Schmertmann modificado
• Sapatas planas e sapatas retangulares;
• Novos diagramas de Iz;
• Valor máximo de Iz ocorre em profundidades diferentes para o
tipo de sapata;
Recalques imediatos em meio elástico não homogêneo
b) Método de Schmertmann modificado
• Sv - Tensão vertical efetiva na profundidade correspondente a
Iz máx (B/2)
PROVA DE CARGA
a) Argilas
Para uma mesma tensão aplicada, os recalque imediatos crescem
com a dimensão da sapata. Tais recalques são proporcionais pois o
módulo de deformabilidade é constante com a profundidade e os
bulbos são proporcionais à largura da placa e da sapata.
• Norma americana → placa quadrada de
lado 0,30m
• Norma brasileira → placa circular de
diâmetro 0,80m
• Sapata retangular → sapata circular
fictícia de área equivalente.

b) Areias
b.1) Terzaghi-Peck – placa quadrada
de 0,30 m

b.2) Terzaghi-Peck Sowers –


qualquer placa
PROVA DE CARGA
b) Areias
Equações subestimam os recalques → inaplicabilidade
“Ainda não há uma equação geral aplicável à extrapolação de
recalque de uma placa de tamanho padrão para o recalque de uma
sapata protótipo. Tal equação deverá considerar a compacidade da
areia, o tamanho das partículas, a geometria da sapata, etc.”
b.3) Cintra et al
Função do módulo de deformabilidade: Es = Eo + kz

Caso 1: Eo = 0 → Es = kz
• O aumento de B é compensado pelo aumento de Es
• Recalque invariável com a dimensão;
• Meio Gibson

Caso 2: k=0 → Es = Eo
Recalque proporcional a dimensão
PROVA DE CARGA
b) Areias
b.3) Cintra et al
Es = Eo + kz
PROVA DE CARGA
c) Coeficiente de reação do solo (ks)
Coeficiente de recalque ou coeficiente de mola

Caso 1: Eo = 0 → Es = kz

Caso 2: k=0 → Es = Eo

d) Módulo de deformabilidade

Estimativa através da curva tensão recalque em caso de meio


elástico homogêneo.
TOLERÂNCIA A RECALQUES
a) Recalque angular
1:300 → trincas em paredes de edifícios
1:500 → danos estruturais
• Distorção angular depende de muitos fatores: tipo de fundação,
tipo de solo, rigidez da estrutura, etc.
• Ocorrência de recalque acompanha redistribuição dos esforços.
TOLERÂNCIA A RECALQUES
a) Recalque angular
TOLERÂNCIA A RECALQUES
b) Recalque total
• Recalques uniformes → ausência de danos mesmo para valores
exagerados;
• Limitação do recalque total → Uma maneira de limitar o recalque
diferencial;
• Sempton & MacDonald:
RESUMINDO
RESUMINDO
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS

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