Você está na página 1de 56

CENTRAL DE MATERIAL

Elisangela Erlich
O que são produtos para saúde?

Equipamentos e materiais cujo uso ou aplicação esteja


ligado à defesa e proteção da saúde individual ou coletiva,
à higiene pessoal ou de ambientes, ou a fins diagnósticos e
analíticos, os cosméticos e perfumes, e, ainda, os produtos
dietéticos, ópticos, de acústica médica, odontológicos e
veterinários. Subdividem-se em: Produtos médicos, de
diagnóstico, produtos para beleza e produtos para educação
física.
Produtos médicos... Subdivisões
ARTIGOS NÃO CRÍTICOS:
São produtos destinados ao contato com a pele íntegra do
paciente, também inclui itens que não entram em contato
direto com o paciente.
Exemplos:
Esfignomanômetros, Comadres, Mesas de cabeceira.
Subdivisões
ARTIGOS SEMI-CRITICOS:
São artigos destinados a entrar em contato com a pele não íntegra,
secreções ou mucosa íntegra de pacientes.
Exemplo:
Máscaras de inaloterapia
Subdivisões
ARTIGOS CRÍTICOS:
São artigos destinados a entrar em contato com mucosas
não íntegras e sistema vascular.
Exemplo:
Instrumentais cirurgicos
Como proceder com artigos de saúde contaminados?
Para diferentes artigos, diferentes formas de processo:

 ARTIGOS NÃO CRÍTICOS = desinfecção


 ARTIGOS SEMI CRÍTICOS = desinfecção de alto nível
 ARTIGOS CRÍTICOS = esterilização.
Diferença de processos
 DESINFECÇÃO: Método capaz de eliminar a maioria dos
microorganismos patogênicos, porém é um processo capaz de eliminar
esporos.
 DESINFECÇÃO DE ALTO NÍVEL: Método capaz de eliminar

microorganismos patogênicos.
 ESTERILIZAÇÃO: Processo que remove ou destrói todas as formas de

microorganismos presentes, como vírus, bactérias, fungos, protozoários,


esporos.
Desinfecção de baixos e médios níveis
Podem ser feitos na unidade de atendimento ao paciente, deve-se
fazer a limpeza manual da superfície com água e sabão e aplicar a
solução saneante.
O produto mais amplamente utilizado é o Álcool a 70%.
Nos casos de: comadres, bacias, papagaios e manguitos com
sujidade abundante e de uso em pacientes com isolamentos por
contato
a desinfecção deve ser realizada na CME.
Desinfecção de alto nível
Para a realização de desinfecção de alto nível, o artigo deve ser lavado com
sabão enzimático e após deverá ser imerso em uma solução de de Ácido
Peracético.
Central de Materiais Esterilizados
CME

A Central de Material e Esterilização (CME) é a área responsável


pela limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-
hospitalares (1). É na CME que se realiza o controle, o preparo, a
esterilização e a distribuição dos materiais hospitalares
Como funciona o fluxo em uma CME?
Área suja (Descontaminação)

Local destinado à receber materiais contaminados, provenientes do Centro


Cirúrgico, enfermarias, ambulatórios e serviços externos conveniados (Ex:
materiais consignados)
Na descontaminação realiza-se a separação e o pré enxague dos materiais e a
limpeza adequada a cada tipo de artigo médico.
Tipos de limpeza

Limpeza manual Lavadora Lavadora Ultrassônica


(Materiais muito delicados, Termodesinfetadora (Ideal para materiais
fibras ópticas) (pinças cirúrgicas, canulados e pinças
materiais implantáveis) endoscópicas)
Área limpa

Local destinado à secagem e inspeção de funcionamento e


qualidade dos instrumentais e motores, a montagem das caixas
cirúrgicas e a embalagem dos materiais. Também é a área onde as
cargas das autoclaves são montadas.
Tipos de embalagens

Grau cirúrgico SMS Tyvek


Campo de algodão (Exclusivo para Peróxido
de hidrogênio)
 O SMS embalagem para esterilização em tecido Não
tecido Equipex foi especialmente desenvolvido para o
empacotamento de artigos médico hospitalares em geral:
instrumentais, materiais de inox, roupas cirúrgicas.
-A vapor
-Óxido de etileno
Esterilização

É o método de eliminação de todas as formas de vida microbiana,


através de um método físico ou químico, como método de
avaliação utiliza-se um teste biológico com o esporo bacteriano
(agente de maior dificuldade de destruição )
MAIOR Esporos bacterianos ESTERILIZAÇÃO
RESISTÊNCIA bacillus subtillis Vapor
Peróxido de hidrogênio
Formaldeído
Micobacteria

Vírus pequenos não


lipídicos
poliovírus DESINFECÇÃO DE ALTO
NÍVEL
Fungos Ácido Peracético
Aldeídos
Bactérias vegetativas
Pseudomonas aeruginosas

Vírus médios ou lipídicos DESINFECÇÃO DE


BAIXO NÍVEL:
MENOR
HIV/HPV Álcool a 70%
RESISTÊNCIA Hipoclorito de Sódio
Esterilização - métodos

AUTOCLAVE A PERÓXIDO DE FORMALDEÍDO:


VAPOR: HIDROGÊNIO:
Exposição ao vapor de
Exposição de vapor Exposição ao vapor de peróxido
de hidrogênio por 30 minutos a
Formaldeído 8%, a uma
saturado a 134ºC por 3 temperatura de 64ºC por
uma temperatura de 56ºC
minutos 8 horas
Indicadores de processo

Os materiais a serem esterilizados devem conter: identificação, indicador do


tipo de esterilização (fita zebrada), etiqueta contendo o lote, data de
esterilização e data de vencimento.
Para garantir a qualidade dos serviços de esterilização, existem métodos de
monitoramento de esterilização, estes se subdividem em monitorização
mecânica, indicadores químicos e indicadores biológicos.
Tipos de indicadores

Indicador biológico Indicador químico Indicador mecânico


Referências bibliográficas
 Anvisa RDC15/2012:
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/7599770043e684468b198f45f
4f7d4e4/rdc0015_15_03_2012.pdf
<acesso em: 03 de Março de 2015>
 Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirurgico, Recuperação Pós

Anestésica e Central de Materiais e Esterilização - SOBECC - Práticas


recomendadas SOBECC. 5ªed. São Paulo. SOBECC 2009.
 Imagens:
 Google Imagens.
“Existem dois jeitos de viver: acomodar-se ou ousar. Quando lutamos por
ideais nos quais acreditamos nasce daí um sentimento de dignidade de ser
alguém que faz a diferença"
Roberto Shinyashiki

Obrigado!
DIVERSIDADE DE
EMBALAGENS
EMBALAGEM

Proteção externa da mercadoria,


para a sua apresentação no
mercado.

EMBALAR

Acondicionar, empacotar,
proteger o conteúdo.
Dicionário Brasileiro da
Língua Portuguesa
EMBALAGEM PARA ESTERILIZAÇÃO

Por que usar?

“Todo artigo a ser esterilizado, armazenado e


transportado, deverá ser acondicionado em
embalagem criteriosamente selecionada, para a
segurança do processo”.

Recomendações práticas em processos de esterilização em


estabelecimentos de saúde. - Campinas, SP - 2000.
“Guia elaborado por enfermeiros brasileiros”
TIPOS
TIPOS DE
DE EMBALAGENS
EMBALAGENS PARA
PARA ESTERILIZAÇÃO
ESTERILIZAÇÃO

TECIDO DE ALGODÃO PAPEL GRAU CIRÚRGICO

ESTOJO METÁLICO PAPEL CREPADO

VIDRO REFRATÁRIO SMS

CONTAINER RÍGIDO TYVEK®


TECIDO DE ALGODÃO

 ALGODÃO CRU 100%


 ALGODÃO 33% + POLIESTER 67%
 ALGODÃO 50% + POLIESTER 50%

 Gramatura 200g/m2
 56 fios/cm2
PERKINS, 1969
TECIDO DE ALGODÃO

 ALGODÃO CRU 100%


 ALGODÃO 33% + POLIESTER 67%
 ALGODÃO 50% + POLIESTER 50%

 Gramatura 200g/m2
 56 fios/cm2
PERKINS, 1969
TECIDO DE ALGODÃO
AVALIAR:
 Percentual de encolhimento
 Reprocessamentos
 Remendos, desgastes, cerzidos, furos e
rasgos
 Temperatura 18 a 22ºC, UR = 35 a 70%
 Recentemente lavadas
 Campo duplo
 Não existem tecidos fabricados para esta finalidade

GOUVEIA, 1998
ESTOJO METÁLICO

 Liga de alumínio ou aço inox


 Paredes finas 0,6 a 0,8mm
 Diversas medidas
 Calor seco

Recomendações práticas em processos de esterilização em


estabelecimentos de saúde. - Campinas, SP - 2000.
“Guia elaborado por enfermeiros brasileiros”
VIDRO REFRATÁRIO

 Tem que ser refratário


 Diversos tamanhos e capacidade
 Vapor saturado
 Calor seco

Recomendações práticas em processos de esterilização em


estabelecimentos de saúde. - Campinas, SP - 2000.
“Guia elaborado por enfermeiros brasileiros”
CONTAINER RÍGIDO

É um tipo de empacotamento para materiais a serem


esterilizados.

“É o sistema de empacotamento de escolha para os


instrumentais cirúrgicos devido a organização, proteção efetiva e
custo econômico vantajoso a longo prazo”.

AORN, 1991
CONTAINER RÍGIDO
 Liga de alumínio anodizado
 Aço inox
 Válvula ou filtro
 Autoclave pré-vácuo
 Autoclave gravitacional

Recomendações práticas em processos de esterilização em


estabelecimentos de saúde. - Campinas, SP - 2000.
“Guia elaborado por enfermeiros brasileiros”
TYVEK®

 Lâmina de polietileno entrelaçado de alta densidade (PEAD)


 Suporta altas temperaturas
 Alta resistência à tração e perfuração
 Barreira microbiana
 Uso limitado devido ao alto custo
 Incinerável
NÃO TECIDO - SMS
 MANTA DE POLIPROPILENO – 100%

 Três camadas:

 SPUNBOND

 MELTBLOWN

 SPUNBOND
NÃO TECIDO - SMS
 Spunbond
Esta camada é formada por fibras longas e contínuas que proporcionam
resistência mecânica e maleabilidade

 Meltblown
Esta camada é formada por uma trama densa de microfibras que age
como barreira microbiana.
CARACTERÍSTICAS
CARACTERÍSTICAS DAS
DAS
EMBALAGENS
EMBALAGENS DE
DE PAPEL
PAPEL

 Ser isenta de furos, rasgos ou orifícios;


 Ser isenta de manchas;
 Ser isenta de rugas em geral e na área de selagem;
 A selagem deve ser íntegra sem áreas queimadas;
CARACTERÍSTICAS
CARACTERÍSTICAS DAS
DAS
EMBALAGENS
EMBALAGENS DE
DE PAPEL
PAPEL

 Ser própria para receber os variados tipos de impressão,


utilizando-se tintas atóxicas e resistentes ao processo de
esterilização;
 Ser isenta de odor estranho aos componentes da embalagem ou
que prejudiquem a utilização do produto;
 Ser barreira microbiológica;
CARACTERÍSTICAS
CARACTERÍSTICAS DAS
DAS
EMBALAGENS
EMBALAGENS DE
DE PAPEL
PAPEL

 Ser isenta de corpos estranhos;


 O polímero e o copolímero que compõe a embalagem não devem
delaminar;
 A selagem deve ser resistente.
“A embalagem deve ser manuseada de forma que não danifique sua estrutura e integridade”.

NBR 13386: 1995


PAPEL
PAPEL GRAU
GRAU CIRÚRGICO
CIRÚRGICO

“Papel que apresenta características físicas, químicas e


biológicas que permitem a esterilização e manutenção da
esterilidade do produto. É próprio para embalagem de artigos
odonto-médico-hospitalares a serem submetidos a processos de
esterilização”.

NBR 13386: 1995


POLÍMERO
POLÍMERO EE COPOLÍMERO
COPOLÍMERO

“Material laminado ou coextrudado, de duas ou mais


camadas, atóxico que seja barreira microbiológica e que permita o
fechamento adequado das embalagens odonto-médico-
hospitalares”.

NBR 13386: 1995


SELAGEM
SELAGEM

“Processo pelo qual as embalagens são hermeticamente


fechadas, garantindo a sua esterilidade desde o momento da
esterilização até o momento do uso”.

“A largura total da área de selagem não deverá ser inferior a 6mm”.

NBR 13386: 1995


APRESENTAÇÕES
APRESENTAÇÕES DAS
DAS EMBALAGENS
EMBALAGENS DE
DE PAPEL
PAPEL GRAU
GRAU
CIRÚRGICO
CIRÚRGICO
ORIENTAÇÕES
ORIENTAÇÕES PARA
PARA USO
USO DE
DE EMBALAGENS
EMBALAGENS PAPEL
PAPEL GRAU
GRAU
CIRÚRGICO
CIRÚRGICO

 Testar se o filme é laminado, flexível, transparente, resistente e isento de


microfuros;
 Observar se há desprendimento de fibras na abertura;
 Solicitar do fabricante laudos e testes necessários à confiabilidade da
embalagem;
 Remover o ar do interior das embalagens;
 Acondicionar em embalagens duplas itens de tamanho pequeno;
ORIENTAÇÕES
ORIENTAÇÕES PARA
PARA USO
USO DE
DE EMBALAGENS
EMBALAGENS PAPEL
PAPEL GRAU
GRAU
CIRÚRGICO
CIRÚRGICO

 Verificar, no acondicionamento duplo, que as embalagens estejam


perfeitamente ajustadas, sem dobras e que as faces de papel estejam do
mesmo lado;
 Observar gramatura mínima do papel 60g/m2 e do filme 54g/m2 (BS 6256/DIM
58953 - 1987);
 Identificar com tinta atóxica ou colocar etiquetas somente na face do filme; ou
na parte inferior da embalagem - área externa;
ORIENTAÇÕES
ORIENTAÇÕES PARA
PARA USO
USO DE
DE EMBALAGENS
EMBALAGENS PAPEL
PAPEL GRAU
GRAU
CIRÚRGICO
CIRÚRGICO

 Proteger os materiais cortantes e pontiagudos;


 Realizar selagem dando margem de no mínimo, 3cm da borda para permitir
abertura asséptica;
 Rejeitar a selagem com rugas, queimaduras e canais;
 Observar requisitos normativos.

Recomendações práticas em processos de esterilização em


estabelecimentos de saúde. - Campinas, SP - 2000.
“Guia elaborado por enfermeiros brasileiros”
PAPEL
PAPEL CREPADO
CREPADO

“Composto de celulose tratada (polpa virgem de madeira


branqueada) resistente a temperaturas até 150ºC por 1 hora”.

APECIH: 1998
CARACTERÍSTICAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS
GERAIS
DO
DO PAPEL
PAPEL CREPADO
CREPADO

 Ser isento de furos, rasgos ou orifícios;


 Ser isento de manchas;
 Ser resistente a flúidos
 Ser barreira microbiológica;
 Ser atóxico;
 Ser flexível.
FINALIDADES
FINALIDADES DAS
DAS EMBALAGENS
EMBALAGENS
PARA
PARA ESTERILIZAÇÃO
ESTERILIZAÇÃO

 Permitir a esterilização do artigo;


 Assegurar a esterilidade e integridade dos artigos até o
momento do uso;
 Favorecer a transferência do conteúdo esterilizado com
técnica asséptica
COMPATIBILIDADE
COMPATIBILIDADE COM
COM OS
OS
PROCESSOS
PROCESSOS DE
DE ESTERILIZAÇÃO
ESTERILIZAÇÃO

 Vapor saturado sob pressão;


 Óxido de etileno;
 Radiação;
 Vapor de formaldeído.
COMO
COMO FAZER
FAZER AA MELHOR
MELHOR OPÇÃO
OPÇÃO

 Ser compatível com o método de esterilização e resistir às suas condições


físicas;
 Permitir a penetração e remoção do agente esterilizante;
 Manter a integridade da selagem e ser à prova de violação;
 Resistir a gotículas de água, rasgos e perfurações;
 Proteger o conteúdo do pacote contra danos físicos;
COMO
COMO FAZER
FAZER AA MELHOR
MELHOR OPÇÃO
OPÇÃO

 Ser isenta de furos;


 Ser livre de resíduos tóxicos
(corantes, alvejantes e amido)
 Evitar a liberação de fibras ou partículas;
 Ser barreira microbiana;
 Ser compatível com as dimensões, peso e configuração do artigo;
 Apresentar relação de custo - benefício favorável.

Recomendações práticas em processos de esterilização em


estabelecimentos de saúde. - Campinas, SP - 2000.
“Guia elaborado por enfermeiros brasileiros”
A melhor opção de embalagens será sempre
aquela que atenda às especificações técnicas
normatizadas, proporcione utilização segura, e
esteja disponível no mercado.

Teresinha Neide de Oliveira

Você também pode gostar