O documento discute vários crimes contra a administração pública cometidos por funcionários públicos, incluindo peculato, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e abandono de função.
O documento discute vários crimes contra a administração pública cometidos por funcionários públicos, incluindo peculato, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e abandono de função.
O documento discute vários crimes contra a administração pública cometidos por funcionários públicos, incluindo peculato, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e abandono de função.
DIREITO PENAL: é o ramo do direito público que tem como objetivo a regulamentação do poder punitivo do Estado, através da interpretação e aplicação do conjunto normativo criado pelo legislador para definir quais ações são consideradas criminosas, ou que configuram um delito. INTRODUÇÃO CRIMES Alguns crimes contra a Administração Pública são praticados por funcionários públicos. CONTRA Deve-se observar, ainda, que muitos dos crimes aqui retratados ADMINISTRA são crimes de mão própria, ou seja, cometidos por pessoa expressamente definida, qual seja, o funcionário público. Além ÇÃO PÚBLICA disso, poucos são os que aceitam condutas culposas. O peculato doloso ocorre quando o funcionário público (1) se apropria ou (2) desvia a coisa que, em razão da função pública por ele exercida, está em seu poder. Tais modalidades são conhecidas pelos termos (1) peculato-apropriação e (2) peculato-desvio. Exemplo 1: se um funcionário público leva para casa um carro do governo, que utiliza para o desempenho de suas funções, e não o devolve à repartição, pratica o peculato-apropriação. Exemplo 2: se um funcionário público utiliza uma verba pública originariamente destinada à construção de uma escola para adquirir um imóvel para si, pratica o peculato-desvio. PECULATO As últimas modalidades dolosas do tipo são o peculato mediante erro de outrem, ou peculato-estelionato, e o peculato via inserção de dados falsos em sistema de informações, ou peculato-eletrônico. Exemplo 1: funcionário público que recebe de um terceiro valores que deviam ter sido depositados e se apropria da quantia comete o crime de peculato- estelionato. Exemplo 2: funcionário público que altera no sistema informatizado da previdência a informação de falecimento de aposentado para passar a receber ele próprio os proventos mensais pratica o crime de peculato-eletrônico. Modificação O crime em destaque não é modalidade de peculato. E ou alteração diferente do peculato-eletrônico, que que se consuma com a inserção de dados falsos ou a alteração ou exclusão de dados não verdadeiros, esse se aperfeiçoa com a modificação ou alteração autorizada de do programa ou sistema de informática. Observe que, se o agente modifica ou altera o programa ou sistemas de sistema de informática com autorização do funcionário público informações competente, ainda que cometa algum erro, do ponto de vista do crime tratado, a conduta é atípica. Na rotina prática da Administração Pública, existem procedimentos legais para descarte de documentos oficiais, por exemplo. Nesse caso, não há cometimento de ilicitude. No entanto, quando a prática é feita sem observância das regras administrativas, há prática do crime em estudo. Atente para o fato de que, se o servidor some com documento de que tem Extravio, a guarda para que ele não sirva de prova de fato jurídico relevante, o crime cometido será o do art. 305 do CP, que é infração contra a fé pública. sonegação ou CP inutilização de Supressão de documento livro ou Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que documento não podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular. Se, no entanto, o servidor desaparece com o documento ou livro devido ao seu valor, em virtude de ser um documento histórico, por exemplo, o crime cometido é o de furto Emprego Nesse delito, o agente público utiliza verbas arrecadadas, por exemplo, por meio de multas e tributos, e dá a elas destino irregular de distinto do indicado na lei orçamentária, a uma área pública diferente da legalmente especificada. Logo, o desvio não pode verbas ou ser em favor dele ou de terceiro, sob pena de caracterizar outra infração. rendas Nesse crime, não é qualquer funcionário público que será públicas punido, mas apenas os que administram as verbas ou rendas públicas, como Presidente, Ministros, Governados, Secretários, etc. Trata-se de infração que não admite modalidade culposa e se Concussão consuma no momento da exigência; logo, ela dispensa que seja efetivamente dada qualquer vantagem. Caso isso ocorra, haverá apenas exaurimento do crime. Excesso de No excesso de exação, ou (1) o sujeito não almeja a vantagem para si próprio ou para um terceiro, mas para os cofres públicos Exação ou (2) se utiliza de um modo de cobrança que foge da legalidade. Na modalidade passiva de corrupção, o funcionário público corrompido atua solicitando ou recebendo vantagem. Essa infração também é conhecida como suborno. A corrupção passiva possui uma modalidade privilegiada, prevista no §2° do art. 317 do CP: Corrupção CP
Passiva Art. 317. [...]
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Esse tipo tem por finalidade punir o funcionário público que, infringindo dever que lhe é imposto, facilita a realização do Facilitação de contrabando ou do descaminho (que são crimes praticados por particulares). Contrabando Um exemplo de cometimento do delito ocorre quando um e Descaminho agente público de alfândega não realiza diligentemente a fiscalização que lhe cabe, facilitando, assim, o contrabando ou o descaminho. O agente viola dever funcional para satisfazer interesse pessoal. Ou seja, o ato do funcionário irá contra a disposição legal. Ainda, o interesse visado não pode ser pecuniário, já que, se for, o crime será de corrupção passiva. A prevaricação imprópria está definida no art. 319-A do CP: CP Prevaricação Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
O infrator é o superior hierárquico do funcionário público que Condescendê cometeu a infração. ncia criminosa Caso o superior deixe de responsabilizar o subordinado por outra razão, como por ter recebido alguma vantagem pecuniária ou para satisfazer interesse pessoal, a conduta será de corrupção ou prevaricação, respectivamente. A tipificação dessa conduta tem por objetivo impedir que funcionários públicos se utilizem do cargo, como meio facilitador, para patrocinar interesse privado. Entretanto, segundo a doutrina, caso o servidor defenda interesse próprio, e não alheio, não ocorre o tipo descrito. Prevista no art. 321 do CP: Advocacia CP Administrativ Advocacia administrativa a Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Quando da promulgação da Lei n° 4.898/65, muitos entenderam que esse artigo foi revogado de maneira tácita. No entanto, os Tribunais Superiores vêm reconhecendo a vigência Violência do dispositivo. Arbitrária Obviamente, a violência praticada deve ser injustificada. Assim, se um policial encontra resistência para efetivar uma prisão e utiliza de violência proporcional para algemar o agente, não há prática da conduta descrita. O crime é definido no art. 323 do CP: CP
Abandono de função Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Abandono de função § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Exercício Funcional O crime descrito possui duas modalidades distintas. Na Ilegalmente primeira, o funcionário público se antecipou no exercício da função pública sem observar as exigências da lei (como Antecipado deixando de tomar posse, por exemplo). Na segunda, o agente ou foi exonerado, removido, substituído ou suspenso e continua exercendo a função que antes lhe cabia. Prolongado O CP tipifica o crime em seu art. 325: CP
Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não Violação de constitui crime mais grave.
Sigilo § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
Funcional I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Esse tipo era previsto no art. 326 do CP: Violação do CP Sigilo de Violação do sigilo de proposta de concorrência Proposta de Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Concorrência Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. Principais Crimes Além dos crimes praticados pelos servidores contra a Praticados por Administração Pública, existem também s realizados por particulares contra ela. Particular Começando pelo crime previsto no art. 328 do CP: CP
Usurpação de Usurpação de função pública
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Função Pública Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Corrupção Ativa Nos termos do art. 333 do CP, a corrupção ativa se mostra presente presente quando o particular oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Descaminho Corrupção Ativa Inicialmente, importante destacar que o descaminho, não é um crime contra a Administração Pública, mas contra a ordem tributária, apesar de não estar na Lei n° 8.137/90. Ele possui previsão expressa no art. 334 do CP: Descaminho CP
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou
imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014) O contrabando é crime contra a Administração Pública. Correlato ao descaminho, o contrabando, tipificado no art. 334- A do CP, em regra ocorre quando particular importa ou exporta mercadoria proibida:
Contrabando CP
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei nº