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SALVAMENTO

VEICULAR
1.1 FEAs utilizadas para segurança da cena
• Extintor de incêndio
• É primordial que um dos membros da equipe de salvamento, esteja sempre guarnecido deste
equipamento para execução da vistoria 360º.
• É mais indicado o uso de extintores de PQS que sirvam para as classes A, B e C.

• Cone de sinalização
• Cone de material plástico como borracha e PVC, devendo conter sempre faixas reflexivas para a
sinalização noturna.
• É usado para sinalização de vias e isolamento de áreas, e deve ser empregado conforme a
especificidade de cada cenário, visando sempre à segurança de todos os envolvidos.
• Vassouras e pás
• Vidro estilhaçado e outros detritos, tanto no chão como no interior do veículo.
• A ameaça não está somente na possibilidade de um ferimento cortante, mas também no real
perigo de queda. O simples ato de varrer esses resíduos, seja para recolhimento com pá, ou para
local ermo, elimina tal risco do cenário.
• Importante ressaltar para o uso de máscara (PFF2) durante a varredura do resíduo.
• Mantas absorventes
• Tecido micro fibroso de polipropileno, específicas para absorção de produtos derivados de petróleo.
• São hidro-repelentes e reutilizáveis após prensagem.
• Utilizadas para eliminar riscos inerentes ao vazamento de fluidos dos veículos e de cargas, como
incêndio, queda e dano ambiental.

• Proteções
• a. Escudos rígidos ou maleáveis, normalmente em PVC ou acrílico, transparente.
• Anteparo entre a ferramenta em uso e a vítima ou outro socorrista que esteja próximo,
• podendo ser utilizado também para proteção da quebra de vidros e Pode ser substituído, por exemplo,
por uma prancha rígida.
• b. Proteções de Lona, Tecido grosso ou material plástico,
• são utilizadas para proteção de quinas vivas e arestas, como colunas cortadas e vidros quebrados.
• c. Proteção Maleável Lona de plástico preferencialmente transparente,
• usada para cobrir totalmente a vítima, no intuito de protegê-la de estilhaços que se originam de uma
quebra de vidro de forma controlada ou do uso de serra sabre por exemplo.
• Plataforma de Resgate
• Operações de salvamento visando principalmente veículos pesados, pois a altura normal da
cabine dos caminhões e das carretas dificulta muito o trabalho das equipes, pondo em risco
a segurança dos técnicos.
• Possui um guarda corpo em um dos lados e o piso é antiderrapante.
• Em média suportam acima de 400 kg, atingem alturas não menores que 80 cm, podendo chegar a
mais de 1,60 m. São produzidas em alumínio, pesando em torno de 45 Kg.

• Protetor de Airbag
• Proteção à vítima e ao socorrista em caso de acionamento acidental do Airbag.
• Possui dispositivo que o prende ao volante do veículo, e age anulando a expansão do balão do
Airbag.
• 1.1 FEAs utilizadas para segurança da cena
• Extintor de incêndio

• Cone de sinalização

• Vassouras e pás

• Mantas absorventes

• Proteções
• Escudos rígidos ou maleáveis
• b. Proteções de Lona
• c. Proteção Maleável

• Plataforma de Resgate

• Protetor de Airbag
1.2 FEAs utilizadas para estabilização
• Calços e cunhas
• São materiais bem simples, utilizados para equalização de carga, propiciando estabilidade ao veículo, fornecendo
maior segurança à vítima, para o acesso do militar socorrista e para o uso seguro de ferramentas na criação de
espaço.
• Calços são blocos de estabilização maciços, produzidos geralmente em madeira ou material plástico (normalmente
polietileno), encontrados em formatos e tamanhos bem variados, para atender a demanda do trabalho e adequação do
espaço existente.
• As cunhas Formato único e vários tamanhos. Este formato permite a utilização em frestas, entre veículos, pneus,
etc.

• Estabilizador de Tração
• São equipamentos produzidos em aço ou alumínio, formados por dois tubos quadrados, correndo um por dentro do
outro, proporcionando um sistema de abertura telescópica, com travas que permitem utilização em alturas variadas.
Possuem uma base móvel quadrada para adaptação ao solo e cabeça serrilhada para facilitar a fixação ao
veículo.
• Possuem uma fita de carga com catraca e gancho, que fixado ao veículo forma um triangulo que equaliza as
forças e o estabiliza.
• Cinta com Catraca
• Ou fita catraca, é uma cinta para amarração de carga,
• catraca móvel com rabicho e gancho na ponta, e cinta de carga, que para os parâmetros adotados pelo CBMERJ,
possui largura não inferior a 50 mm e comprimento superior a 9 metros, suportando cargas acima de 3.000 kg.
• versatilidade e capacidade de carga,
• estabilização veículos encontram-se sobre outros, sobre muretas e anteparos, como forma de uni-los para evitar
escorregamento e quedas.
• prender a suspensão de carros e caminhões, evitando que a força das molas e amortecedores atrapalhe o ganho
de espaço nas operações de separação e de elevação de carga.

• Tirfor
• Trabalha baseado no movimento do cabo de aço, é tracionado continuamente em linha por conjuntos de mordentes
que se regulam automaticamente.
• Dentro do corpo do tirfor, os conjuntos de mordentes deslocam-se de maneira alternada, segurando o cabo
firmemente. Dois braços de alavanca, um de avanço e a outro de reverso, acionam o sistema transferindo a força
exercida pelo operador e comandando o travamento dos mordentes.
• Por segurança, o tracionamento do cabo exercido pelo próprio peso da carga, leva ao travamento do conjunto de
mordentes.
• Almofadas Pneumáticas
• Equipamentos para elevação de cargas, e podem ser utilizadas em acidentes veiculares,
aeronáuticos, ferroviários e com larga aplicação em estruturas colapsadas.
• Normalmente são constituídas por uma mistura de múltiplas camadas de borrachas naturais e
sintéticas, Aramida, podendo vir a ter fios de aço internamente.
• São resistentes a abrasão, intempéries e a muitos produtos químicos.
• Existem três tipos de almofadas: As de baixa e média serão para cargas mais leves, e as de alta
para cargas mais pesadas.
• Podem ser empilhadas para atingir alturas maiores, obedecendo aos limites descritos por cada
fabricante.
• Podem ser abastecidas pelo cilindro de ar comprimido como os utilizados no EPRA, ou de
outra fonte capaz de atender a pressão necessária, como compressores.
• Formado pelo reservatório de ar, por um redutor de pressão, por um módulo de comando,
por mangueiras com engates rápidos e as almofadas.
• 1.2 FEAs utilizadas para estabilização
• Calços e cunhas
• Estabilizador de Tração
• Cinta com Catraca
• Tirfor
• Almofadas Pneumáticas
1.3 FEAs utilizadas para
a abertura de acesso
• Quebra Vidros
• Também conhecido como WINDOW PUNCH TOOL, ferramenta
com ponta metálica, utilizada para quebra segura dos vidros de
veículos.

• Halligan
• Muito utilizada em arrombamentos, possui em uma extremidade
uma ponteira para perfurações e uma cunha que facilita a
criação de espaço em pequenas aberturas e frestas, e na outra
uma garra tipo garfo, como a de um pé de cabra.
• Serra Sabre
• Uso de baterias, Permite cortes extensos, limpos e até em curva, podendo ser usada não só em
metais, como em vidros laminados, madeira, policarbonato e fibras (usando lâminas específicas
para cada material).
• São largamente empregadas em cortes de tetos, para-brisas, colunas (sem reforço), e com
utilização de lâminas maiores, na técnica da terceira porta.

• Machadinha e variações
• Utilizado para arrombamento, pode servir para corte de vidros laminados na falta de
ferramenta específica.
• Para uso nas operações de salvamento, tem-se acrescentado alguns implementos ao corpo da
machadinha, como cortadores de chapas e cunhas tipo garra ou garfo, tornando-a uma
ferramenta multiuso, recebendo inclusive outros nomes.
• Pé de cabra
• É uma alavanca para arrombamento muito comum, que tem como característica em uma das
pontas possuir uma cunha em forma de um pé de cabra, utilizado comumente para retirar pregos.

• Glas Master
• Uso manual, para o manejo com vidros. Uma ponta para fazer furos nos vidros laminados, que
vão possibilitar o uso de sua lâmina serrilhada, localizada na outra ponta da ferramenta, para o
corte dos vidros. Possui ainda embutido um quebra-vidros (ou Window punch) para quebra de
vidros temperados.

• Cortador a disco
• Moto rebolo e moto cortador, Pode ser operado tanto com discos abrasivos para metais, como
discos para corte de pedra e concreto. Tem motorização dois tempos
• Cortador de Cinto
• São cortadores próprios para o corte de cintos de segurança, que normalmente possuem uma
lâmina bem afiada protegida dentro de uma fresta onde só passa o cinto, uma fita ou um tecido,
muito Comumente encontrado compondo uma única ferramenta conjugada ao quebra vidros.
1.3 FEAs utilizadas para a abertura de
acesso
• Quebra Vidros
• Halligan
• Serra Sabre
• Machadinha e variações
• Pé de cabra
• Glas Master
• Cortador a disco
• Moto rebolo e moto cortador, dois tempos
• Cortador de Cinto

1.4 FEAs utilizadas para estabilização da vítima

• Estabilizar as funções vitais, quanto o eixo da coluna vertebral durante a extricação.


• FEAs para higiene e antissepsia
• - Luvas de procedimento em nitrila ou látex para o tamanho do socorrista (individual)
• - Almotolia pequena de álcool 70 vol% solução
• - Almotolia pequena (individual) de álcool 70 vol% gel
• - Almotolia de gel hidrossolúvel
• FEAs para a estabilização das funções vitais
• - Cânulas nasofaríngea n#6 (1 unidade) e n#7 (1 unidade)
• - Sistema bolsa/válvula/máscara/reservatório para a assistência ventilatória, com peças faciais
P, M e G
• - Traqueia de 40 cm para interpor entre a válvula expiratória da bolsa de ventilação e a peça facial,
permitindo vedação adequada desta última com a face da vítima, independente da posição desta
ou do socorrista
• - Unidade portátil de oxigenioterapia: cilindro em alumínio, com capacidade hidrostática de 4
litros aproximados, fluxômetro montado, máscara facial com válvula contra reinalação e
reservatório concentrador; seu transporte deve estar em acordo com a NBR 12188, NBR 7501 e
PARECER COREN-SP 016/2013
• - Cateteres de aspiração de via aérea n#12 (4 unidades)
• - Máscaras laríngeas de segunda geração (“rígida”) n#3 a 5 (1:1:1)*
• - Tubo endotraqueal n#7 e n#8,0 (2 unidades de cada)^
• - Seringas 10 ml (8 unidades)
• - Fixadores de tubo (2 unidades)*^
• - Bougie (1 unidade)^
• - Laringoscópio com lâminas curvas e retas n# 0 a 4(1 unidade)^
• - Solução salina isotônica (1000 ml) e equipo de infusão*^
• - Cateter sobre agulha 20, 18 e 14J (2 unidades de cada)*^
• - "Duck tape" (1 rolo)
• - Gazes (12 unidades)
• - Bandagem 20 cm (8 unidades)
• - Torniquete (2 unidades)
• - Lençol de solteiro (1 unidades)
• - Papelão para talas (pedaços grandes pré-cortados)
• - Manta aluminizada (2 unidades)
• - Tesoura de trauma (1 unidade, individual)
• - Dipirona (3 ampolas de 500 mg/ml)*^
• - Morfina 10 mg (1 ampola de 2 ml, 5mg/ml)^
• - Midazolan 15mg (1 ampola de 3 ml, 5mg/ml)^
• - Cetamina 50mg/ml (1 ampola)^
• - Succinil-colina 100mg (1 frasco)^
• - Vecurônio 10mg (1 frasco)^
• - Adrenalina 1mg (9 ampolas)*^
• - Amiodarona 150mg (3 ampolas)*^
• - NaHCO3 8,4% 10 ml (10 ampolas)*^
• - Recipiente perfurocortante portátil*^
• - Saco de lixo para biológicos
• * somente para enfermeiros
• ^ somente para médicos
• FEAs para a estabilização da coluna vertebral e extricação
• - Prancha longa com 3 tirantes (1 unidade)
• - Imobilizador lateral de cabeça (1 unidade)
• - Prancha dorsal curta (1 unidade)
• - Colar cervical P, M e G (1u, 1:1:1) ou colar regulável
• - Maca retrátil (da ASE)
1.5 FEAs utilizadas para criação de
espaço
• Conjunto Desencarcerador Hidráulico
• É um conjunto de equipamentos hidráulicos, impulsionados por uma unidade de força que pode
vir a ser uma motobomba, uma eletrobomba ou uma bomba manual, utilizado principalmente
em acidentes veiculares, onde existe necessidade de abertura e criação de espaço com o
corte e/ou afastamento de estruturas metálicas, visando à extração de vítimas encarceradas.
• Anteriormente o Porto Power, um aparelho empregado em serviços de funilaria, mas por possuir
cilindros, cunhas expansivas
Princípio de funcionamento
• Utilizam um fluido como forma de transferência de energia, possibilitando a transmissão e o
manejo de força e movimento.
• São princípios básicos da física: a pressão, que vai ser a relação da aplicação de força
distribuída sobre uma área, e o Princípio de Pascal o qual afirma que um aumento de pressão
exercido em qualquer ponto de um fluido será, inevitavelmente, transmitido para todo o
fluido.
• Uma bomba irá disseminar energia em forma de pressão por mangueiras até uma ferramenta que
usará essa pressão para realizar um trabalho de força.
Composição Usual
• a) Motobomba
• É a unidade de força – Gasolina, Cada estágio vai funcionar um uma determinada faixa de
pressão, no primeiro a prioridade é de uma maior vazão para que a ferramenta se movimente
com velocidade maior.
• Funciona entre 0 e 100 bar normalmente,
• e quando a ferramenta chega ao ponto em que começa o esforço em si e encontra resistência, a
pressão vai subindo e a vazão diminuindo, passando-se a usar a válvula de segundo estágio e
assim por diante.
• Cada fabricante possui uma pressão máxima de trabalho,
geralmente 620 bar, 640 bar e 720 bar
• Bombas com mais de uma saída para uso de ferramentas,
• Alternadas uma alavanca de pressurização alterna o
funcionamento das ferramentas conectadas, só uma pode ser
usada por vez.
• Simultâneas, todas as saídas podem ser usadas ao mesmo tempo.
• “TURBO”, que deixa a ferramenta mais “rápida”, pois concentra a
vazão em uma das saídas.
• Conectores com engates rápidos conectam a bomba as
mangueiras de alta pressão, e as alavancas de pressurização
controlam a abertura e fechamento do fluxo de óleo.
• Modelos mais atuais, como o caso da SR 20 e SR 40 da Holmatro,
não possuem mais as alavancas, onde se conectando as
mangueiras, o equipamento estará para uso.
b) Mangueiras e
conectores
• - Mangueiras com conectores duplos: nesta configuração cada linha funciona com duas
mangueiras aparentes e dois conectores em cada ponta. Uma mangueira tem-se a
linha de pressão que leva o fluido da bomba até a ferramenta e na outra a linha de
retorno do fluido para o reservatório da bomba;
• - Mangueiras com conector único. Nesta configuração há somente um conector,
podendo ser utilizado o padrão de duas mangueiras aparentes ou com somente uma
mangueira coaxial, onde na verdade internamente uma mangueira de alta pressão que
é rodeada pela linha de baixa.
• Essa nova tecnologia de mangueiras e conectores únicos, favoreceram na diminuição de
peso e na maneabilidade do conjunto.
• Tamanhos de 5 e 10 metros, até 20 metros (normalmente em carretel),
• Podem vir a ser conectadas a outras mangueiras para cobrir distâncias maiores, As
mangueiras possuem fator de segurança definido em 4:1
• Validade: 10 anos, porém modelos mais antigos poderão ter tempo de validade menor e
necessidade de reteste.
c) Cortador
• Ferramentas utilizadas exclusivamente para cortes.
• Possuem lâminas curvas, corte circundante e penetrante
• Possuem em geral laminas curvas, mas podem ter outros modelos
• Para obter mais eficácia na operação, sempre que possível ser utilizado em um ângulo de 90º em
relação à peça a ser cortada,
• sempre evitando componentes mais duros ou que possam proporcionar riscos de projeção,
como parafusos, componentes de airbag, pré-tensionadores dos cintos de segurança e pistões.
• Deve-se sempre posicionar os objetos a ser cortados o mais próximo do eixo da ferramenta.
• Por segurança, o operador nunca deverá se posicionar entre o veículo e a ferramenta durante
o corte.
d) Alargador
• Ferramentas normalmente mais robustas
• Três funções: a de alargamento que é a principal, onde exerce trabalhos de separação, como na
abertura de portas;
• Compressão ou esmagamento, durante o ciclo de fechamento, como o de amassar um paralama
para abrir espaço e acessar as dobradiças da porta;
• Tracionamento, utilizando acessórios e correntes, como por exemplo, no tracionamento de uma
barra de direção.
• As ponteiras dos alargadores são preparadas para ter maior aderência ao material, para reduzir
o risco desta escorregar durante a operação, e também tem dispositivos para acoplagem de
correntes.
• Por segurança, o operador nunca deverá se posicionar entre o veículo e a ferramenta durante a
utilização. Antes de executar um alargamento ou tracionamento, deve-se ter certeza que a
amplitude de abertura dos braços é a necessária para o trabalho.
e) Extensor
• Conhecido também como cilindro de resgate,
• Afastamento com proporções e distâncias maiores, onde normalmente não tem como se empregar
um alargador.
• Estágios diferentes,
• Alguns modelos, também tem possibilidade de executar trabalhos de tração.
• Usando como exemplo o recém-adquirido pelo CBMERJ, TR 5350 LP, este tem um curso de
espaçamento total de 725 mm, com força máxima de expansão do primeiro embolo de 22,1
toneladas e do segundo embolo de 10,3 toneladas.
f) Mini cortador
• Pouco espaço para uso de um cortador normal, principalmente no interior de veículos, como no
corte de um pedal ou do encosto de cabeça.
• Tem tamanho e peso reduzidos, com notas de desempenho menores que um cortador normal.
g) Ferramenta combinada
• Agrega as funções de cortador e alargador em uma só ferramenta.
• Diferentemente dos cortadores, o desenho de suas lâminas é reto, exatamente para possibilitar a
existências das ponteiras para a função de alargador.
• Ao mesmo tempo em que é uma ferramenta versátil, a sua múltipla função impede que ela tenha
o mesmo desempenho e capacidade das outras de função específica.
• Deve-se ter os mesmos cuidados de uso recomendados para os cortadores e alargadores, e como
executa ambas as funções, também terá ambas as classificações para capacidade de corte e
desempenho de força.
h) Ferramentas Hidráulicas Portáteis

• Diferencial de ter acoplada a bomba ao corpo da


ferramenta.
• Essa bomba pode ser acionada manualmente por
alavancas ou manivelas, por um pequeno motor elétrico a
bateria, ou até por outra ferramenta, como uma
parafusadeira ou martelo pneumático.
• Deverão seguir os mesmos princípios de uso e segurança
de qualquer ferramenta hidráulica.
Manutenção e Cuidados
• Um dos grandes vilões para estes pequenos motores carburados é o combustível
comercializado no Brasil. Já no Brasil a mistura com o etanol passa de 25%.
• Maior oxidação dessa peça - Primeiramente a oxidação vai impedir a vedação do carburador,
enquanto motor estiver deligado a gravidade faz com que o combustível continue passando até
chegar ao cárter, aumentando o volume e diminuindo as características lubrificantes do
óleo. Neste momento o motor ainda liga, mas tem seu funcionamento afetado.
• Na sequência, a oxidação e o acúmulo de impureza no carburador podem ser tão extensos que
pode vir a obstruir totalmente a passagem do combustível. Neste momento o motor não liga,
porque o combustível não chega ao cilindro.
• Para evitar ao máximo essa situação, mantenha o registro de combustível sempre fechado
(para aqueles equipamentos que o possuem) enquanto o equipamento estiver desligado, se
possível após o uso, desligar o motor por “pane seca”: ainda funcionando, feche o registo de
combustível, o motor vai consumir o que ainda estiver no carburador, desligando quando este
acabar. Este simples ato manterá o carburador seco e limpo por mais tempo.
• a) Sequência para o funcionamento
• - Primeiramente verificar nível de óleo, o nível de combustível, o filtro de ar e as condições da vela
de ignição;
• - Abra o registro de combustível (alguns motores podem não possuir este registro). Em qualquer
situação em que o motor esteja frio coloque a alavanca do afogador na posição “fechado”,
caso contrário mantenha na posição “aberto”;
• - Ponha a chave de ignição na posição LIGAR (ON, START), desloque a manopla de controle do
acelerador para a posição Rápido (FAST, ou imagem de coelho), caso o motor ainda esteja frio:
segure o dispositivo de acionamento e tracione devagar até retirar toda a folga do cordão, e logo
após puxe-o para dar a partida, retornando gradualmente o dispositivo para a sua posição normal.
• - Depois de ligado, retorne a alavanca do acelerador até que o motor atinja seu giro ideal de
trabalho;
• - Para desligar, retorne a alavanca de aceleração para a posição “SLOW”, feche o registro de
combustível, e espere o motor apagar por “pane seca”. Posicione o interruptor de ignição na
posição “OFF”. Caso o motor não tenha o registro de combustível, primeiro desacelere e após
coloque o interruptor na posição “OFF”.
b) Principais cuidados
• Óleo lubrificante do motor – a grande maioria dos motores
estacionários dos conjuntos desencarceradores existentes no
CBMERJ, utiliza lubrificante SAE 10W 30 ou 10W 40 (não
deixar de verificar o manual do fabricante).
• - A troca total deve ser feita a cada seis meses ou 100 horas
de uso;
• - O nível deve ser verificado diariamente, se o estiver baixo
completar, se estiver contaminado com gasolina realizar a
troca, e verificar as condições do carburador;
• - Sempre realize a troca do óleo pelo bujão de drenagem;
• c) Filtro de Ar - Suas condições devem ser verificadas após cada uso, e deve ser limpo
semanalmente. A substituição deverá se anual ou após 200 horas de uso;
• - Para a limpeza: retire os parafusos e a tampa do filtro;
• - Retire os elementos filtrantes de papel e espuma. (Em alguns modelos esses elementos podem
formar uma peça única, normalmente cilíndrica);
• - Use jato de ar para limpar o elemento de papel (máx. 30 bar), ou bata-o em uma superfície
plana;
• - Para o elemento de espuma, lave com água morna e sabão neutro, deixando secar por
completo;
• - Para os tampos, usar um pano úmido para retirar a sujeira sem deixar cair nada no duto de ar
do carburador;
• - Recoloque as peças apertando bem os parafusos, usando a ordem mostrada na figura.
• d) Vela de ignição – Inspecione a vela diariamente, caso
o eletrodo esteja danificado ou isolante esteja
rachado, substitua a peça.
• Caso esteja carbonizada, limpar usando uma escova
de aço. Verifique se a calibração do eletrodo está dentro
da medida definida pelo manual do motor.
• e) Carburador – Manter sempre o carburador limpo, além
da pratica da “pane seca”,
• é importante sempre realizar a drenagem do tanque
de combustível do carburador, retirando o parafuso
de drenagem e usando um funil para recolher o
combustível.
• f) Quanto ao fluido hidráulico
• O nível do reservatório de fluido tem que ser verificado sempre antes de cada uso, e feita a
reposição caso esteja baixo. Isto normalmente é devido a pequenas perdas de fluido durante os
desengates de mangueiras.
• Já a troca deve acontecer no intervalo entre dois e quatro anos, conforme recomendações do
fabricante.
• A viscosidade do fluido vai variar conforme o fabricante.
• g) Mangueiras
• Diariamente deve-se conferir a capa termoplástica das mangueiras verificando a existência de
alguma abrasão ou queimadura.
• Durante o uso deverão ser evitadas dobras.
• Mantidas em boas condições, tem durabilidade de 08 a 10 anos (dependendo do fabricante),
devendo aí ser trocadas independente da aparência.
• Os conectores de engate rápido são as peças mais sensíveis nas mangueiras, devendo o operador
manter sempre as proteções enquanto o equipamento não estiver em uso, prevenindo assim
quanto a quedas e a entrada de impurezas.
• h) Ferramentas Hidráulicas
• - Verificar diariamente se existe algum tipo de vazamento no corpo, nos acionadores ou nos
conectores;
• - Verificar diariamente a existência de trincas, rachaduras ou lascas nos braços, nas lâminas
ou êmbolos, e se as alças para transporte estão firmes;
• - Verificar diariamente a amplitude e a velocidade de abertura e fechamento de todas as
ferramentas;
• - Nos cortadores, verificar existência de empenos, assim como se distância entre lâminas está
calibrada conforme recomendação do fabricante.
• Com o uso é comum essa distância aumentar, dificultando o trabalho de corte, e pondo as lâminas
em risco de quebra. Neste caso, equipamento deve ser levado imediatamente ao serviço de
manutenção para o ajuste seja feito.
1.6 Equipamento de
proteção individual
• Capacete
• É de extrema importância que o capacete atenda as normas internacionais para capacetes de resgate,
garantindo proteção da cabeça contra impactos e eventuais perfurações, contando com visor para
proteção da face e possibilitando o seu uso em conjunto com o EPRA e com o sistema de comunicação.
• Deve oferecer boa proteção mecânica, ser de fácil emprego e ajuste, não pode oferecer dificuldade
para o uso simultâneo com equipamento de proteção respiratória.
• Os técnicos e o encarregado logístico devem utilizar preferencialmente capacetes dotados de viseira
facial completa (full face), visto que para estes profissionais, o risco de projeção de partes do veículo
contra a face durante a operação de ferramentas (FEA) é maior. Vide POP CBMERJ/EMG/APH 05,
2018: Extricação veicular, item 9.1.1.
• Óculos de Proteção
• A proteção dos olhos é fundamental, e este equipamento deve obedecer às normas vigentes contra
impacto e perfuração. A tendência atualmente, nos Corpos de Bombeiros do mundo é que a proteção
facial para operadores de equipamentos seja completa, com uso de viseiras acopladas aos capacetes.
• Máscara de Proteção Respiratória
• A máscara de proteção respiratória, para defesa contra aerodispersóides (partículas), devendo ser
utilizada pela equipe de resgate durante a remoção dos vidros, especificamente durante a operação de
serra sabre em vidros laminados, evitando a aspiração de partículas de vidro ou outros fragmentos, sendo
o modelo mais comum utilizado o PFF2.
• Luvas
• As luvas devem oferecer as mãos proteção térmica contra o calor, proteção mecânica contra a
perfuração e cortes, além de ter baixa permeabilidade, isso tudo sem comprometer a agilidade e
maneabilidade do membro da equipe de resgate.
• No que tange a luvas e roupa, salientamos que lesão funcional da pele (alteração da hidratação da
alfa-queratina) se inicia já aos 40˚C, tornando-se irreversível a partir dos 75 a 100˚C, em poucos
segundos, o que se manifesta por queimadura de 2˚ a 3˚ grau. Consultar POP CBMERJ/EMG/APH
05, 2018: Extricação veicular, itens 9.3.2 e 9.3.4. Importante ressaltar também que se deve
utilizar luvas de procedimento por debaixo das luvas técnicas durante as operações.
• Roupa de Proteção
• A roupa de proteção deve ser o mais leve possível, possuir boa proteção contra abrasão, corte e
resistir a chamas. O CBMERJ padronizou até o momento, o uso do conjunto de aproximação a
incêndios (calça e jaqueta) para o salvamento veicular.
• Botas
• Os calçados para as atividades de salvamento veicular precisam oferecer proteção contra
perfurações e impactos na biqueira, no calcanhar e na palmilha, além de ter boa resistência
à penetração de substâncias líquidas. O uso mais indicado é de coturnos que possuam
biqueiras, na ausência deles, uso de botas para incêndio.
Estrutura
• CHASSI

• MONOBLOCO
CHASSI

• O chassi é uma base, geralmente formada por longarinas,


• Função servir de estrutura para todo o veículo, sendo o suporte onde
elementos como: motor, suspensão e até mesmo a carroceria são
fixados.
• Prioriza a resistência em detrimento da segurança, uma vez que em
uma colisão há pouca deformação estrutural, contudo há pouca
dissipação de energia.
• Hoje restando apenas os veículos pesados e alguns modelos de “SUV”.
• Monobloco é o modelo mais comum de construção veicular,
atualmente sendo empregado na quase totalidade dos veículos de
passeio.
• Tal fato se dá pela maior segurança em casos de colisão de veículos.
• É formada por diferentes molduras e materiais que formam um único
bloco que tem por missão absorver e dissipar os impactos mecânicos
sofrendo esforços de forma conjugada.
2.1.2 Célula de sobrevivência

• Local projetado para os ocupantes do veiculo.


• As células de sobrevivência ou habitáculo de sobrevivência são desenvolvidos de
tal forma que os ocupantes sejam minimamente atingidos.
• Uma série de tecnologias são empregadas para juntamente mitigar os efeitos da
colisão: barras de reforço em diversas áreas, metais de alta resistência, zonas
colapsáveis, dentre outros elementos atuando de forma conjunta.
• Vão existir áreas colapsáveis que vão suportar e dissipar a energia mecânica,
como as barras de reforço e áreas de grande resistência que formam uma
verdadeira gaiola ou um habitáculo de sobrevivência.
2.1.3 Zonas colapsáveis
• Dentro do contexto atual de absorção e dissipação da energia mecânica,
as zonas colapsáveis são de grande importância pois atuam como
“gerenciadores” do impacto, mantendo a célula de sobrevivência o mais
integra possível.
• A escolha e a disposição dos materiais com o objetivo de aumentar a
segurança dos ocupantes da célula de sobrevivência é constante em
todos os veículos modernos.
• Atualmente o veículo possui áreas destinadas a deformar-se e a torcer-se
de formar que grande parte da energia mecânica envolvida seja
absorvida ou dissipada com o mínimo de dano à célula de
sobrevivência.
2.1.4 Materiais construtivos
• Dentre os materiais largamente empregados, destacam-se três:
• - MICRO ALLOY: comumente empregado nas barras de proteção e nas
áreas de reforço estrutural.
• -HSLA (High Strenght Low Alloy): metal de grande resistência,
geralmente empregado nas áreas mais próximas à célula de
sobrevivência.
• Tanto o Mircro Alloy, quanto o HSLA possuem características de alta
resistência e peso bastante reduzido.
• -Composite prensado: geralmente empregado nas zonas colapsavéis.
2.1.5 Barras de reforço
• São elementos estratégicos no que tange a proteção do habitáculo de
sobrevivência, são vistas tanto na parte frontal e traseira, quanto nas
portas e até mesmo no teto dos veículos (evitar o esmagamento ou a
perda de espaço interno vertical).
• As portas - objetivo evitar essa intrusão no habitáculo de sobrevivência.
• Dobradiças e fechaduras que possuem a função de juntamente com as
barras de reforço atuar evitando a intrusão na célula de sobrevivência,
outra função é manter as portas fechadas, evitando a ejeção de
ocupantes.
• Empregadas na aberturas de acessos e em técnicas de salvamento.
Vidros
• a. Vidros laminados: São formados por uma camada plástica entre
duas lâminas de vidros, possuem grande resistência, geralmente
empregados no pára-brisas.
• b. Vidros temperados: Vidros com grande resistência, gerado após
processo de endurecimento. Quando quebrados, quebram-se em
pedaços não cortantes.
• c. Policarbonato: É um plástico. Ainda pouco utilizado nos veículos,
possui alta resistência e é bem leve quando empregado, geralmente
são colocados nas laterais e na traseira.
Baterias

• As baterias são elementos de grande importância na engenharia


automotiva, cada vez mais os veículos possuem mais componentes
elétro-eletrônicos.
• Abordaremos nesse item, apenas as baterias automotivas de 12V.
Podemos encontrar a bateria, devido à diversidade dos novos
veículos, em diversos pontos distintos do automóvel, conforme a
imagem, sendo o mais comum na área frontal, sob o capô.
Elementos de segurança
• Os dispositivos de seguraça de um veículo dividem-se de acordo com as
suas funcionalidades e objetivos.
• Ativos: Objetivo evitar o acidente propriamente dito (colisão,
capotamento, queda), são as tecnologias em freios, dirigibilidade,
controle e estabilidade do automóvel.
• Os passivos têm como objetivo proporcionar a segurança para os
ocupantes do veículo, sendo subdivididos em primários e suplementares.
• Os dispositivos passivos e primários tem a finalidade de reter os
ocupantes, evitando os efeitos danosos do impacto e os seus mecanismos
de lesão, são eles: cinto de segurança e encosto de cabeça.
• Os dispositivos de segurança passivos e suplementares tem como objetivo auxiliar e
complementar o funcionamento dos itens primários. São eles: airbag, pré-tensores
de cinto, rops ezonas de deformação.
• Cinto de segurança
• Um dos itens mais conhecidos e empregados pela população de modo geral, possui
grande importância quando usado corretamente, pois reduz o efeito da
desaceleração sobre os ocupantes do veículo.
• Apoio cervical
• O apoio de cervical possui grande importância evitando o efeito chicote, atuando
como um apoio para a cabeça, desde que corretamente ajustado (altura e inclinação).
Airbag

• É acionado por um módulo de controle eletrônico, ao ocorrer o impacto, os


sensores realizam uma leitura de quais airbags devem ser acionados,
acionando-os em frações de segundos.
• Os resgatistas devem ficar atentos a possíveis falhas de acionamento
(parciais, tardios ou outras possíveis falhas no processo), dessa forma é
necessário que o resgatista fique atento à distância de segurança, realize a
exposição dos materiais plásticos, não cortando próximo aos cilindros e as
bolsas do airbag.
• É importante ressaltar que a presença do airbag não substitui o uso do cinto
de segurança e de outros dispositivos de segurança.
Pré-tensionadores

• Tem como missão aumentar a eficiência dos cintos de segurança. Acionado


quando há uma desaceleração abrupta, desloca o cinto de segurança para
mais próximo do usuário (eliminando a folga do cinto), diminuindo assim a
distância, aumentando assim a eficiência.
• O pré tensionador atua em conjunto com os airbags (o tempo de acionamento
do pré-tensionador é inferior ao do airbag),
• Normalmente é localizado na coluna B (parte inferior ou superior) ou no
engate do cinto de segurança.
• São dispositivos que são acionados apenas uma vez e geralmente ativados por
molas ou por carga explosiva.
ROPS
• Sistemas de Proteção Automática do Teto Contra Capotamento Em
um possível capotamento, modelos de veículos conversíveis
apresentam um risco elevado de graves lesões aos seus ocupantes.
Para mitigar e/ou evitar esse risco o sistema ROPS é empregado.
Normalmente são instalados atrás dos bancos traseiros ou próximos
aos encostos de cabeça e são acionados em capotamentos evitando
maiores danos.
• O risco é mitigado desligando a bateria de 12v e trabalhando sempre
afastado da área de projeção.
Combustíveis alternativos
• Veículos Híbridos/Elétricos
• Veiculos híbridos são aqueles que possuem, geralmente, um motor movido a combustão interna
e um motor elétrico com baterias que podem possui células de Ni-MH (hidreto metálico de
níquel) ou Li-ion (íons de lítio), reduzindo o consumo e emissões.
• Por outro lado os veículos elétricos (EV) não possuem motor movido a combustão interna,
possuindo somente as baterias de Ni-MH ou Li-ion.
• O veículo elétrico/híbrido em sua grande maioria possui 02 (duas) baterias. Uma de 12v, já
conhecida pelos veículos tradicionais, e uma outra conhecida como bateria HV (High voltage), que
pode possuir em torno de 100v a 600v, dependendo do modelo de veículo. Por procedimento
padrão, assim como já se procede nos veículos tradicionais, deve-se desconectar o cabo negativo
da bateria de 12v primariamente.
• Nesses veículos existem cabos que são de cor laranja e geralmente estão em locais de acesso
difícil. Esses cabos nunca devem ser cortados ou tocados. Esses veículos mesmo com os motores
ligados aparentam estar desligados, o que trás grande risco à guarnição.
• Em diversos veículos a desconexão somente da bateria de 12v
propiciará o desligamento total do veículo. Lembre-se que componentes
do veículo ainda podem estar carregados até um tempo aproximado de
10 (dez) minutos, em grande parte dos veículos.
• Em alguns veículos, é necessário que se desative também o sistema HV,
sendo necessário localizar o tampão/interruptor de serviço, que varia
conforme o fabricante do veículo.
• É importante frisar que nesses casos é obrigatório o uso de luvas
isolantes de tensão mínima de 1.000v junto com viseira específica para
tal atividade, visto a possibilidade de choque elétrico e arco voltaico.
• Uma vez que as baterias estejam todas desconectadas, os procedimentos
para o salvamento seguirão o mesmo padrão dos veículos tradicionais.
GNV
• O gás natural veicular é um combustível alternativo, composto de metano (cerca de 75%), etano
(cerca de 5%) e outros gases (20%).
• O GNV é armazenado e transportado em cilindros produzidos em aço e sem costura. A pressão de
trabalho é de aproximadamente 200 BAR, contudo sendo a pressão de ruptura 455 BAR.
• O GNV apresenta bons rendimentos rendendo quase um terço a mais que a gasolina e metade a
mais que o álcool, outro fator que influencia o uso do GNV é o custo, sendo mais barato que a
gasolina e o álcool cada vez é mais comum observar veículos movidos a GNV, em relação ao meio
ambiente, os poluentes emitidos pelo escapamento dos veículos são em média 80% a menos que
outros combustíveis de origem fóssil.
• Após o Decreto nº 1.787, de 12 de janeiro de 1996, que autorizou o uso do GNV, vale ressaltar que
para instalar, ajustar, retirar e operar o GNV, a empresa deve ter autorização dos órgãos
responsáveis.
• As instalações, bem como os cilindros e outros componentes devem ser submetidos a inspeções
homologadas pelo DETRAN (Departamento de Trânsito).
Componentes do sistema de GNV

• Os principais elementos são:


• - Cilindro de armazenamento de GNV;
• Registro ou válvula do cilindro de GNV;
• - Válvula de abastecimento;
• - Redutor de pressão ou válvula reguladora de pressão;
• - Manômetro;
• - Tubulação;
• - Chave comutadora.
• Vale ressaltar que as configurações de instalações podem ser diferentes devido ao
modelo do automóvel.
3 CINEMÁTICA DO TRAUMA
• Princípios de transmissão de energia – Lei de Newton (Energia Cinética).
• Lei da conservação da energia – Newton - A energia pode ser transmitida ao invés de ser
gerada ou destruída.
• A energia gerada pela aceleração de um corpo e sua brusca desaceleração (Energia Cinética)
pode ser absorvida por um corpo ou massa e está absorção ou transmissão é fator causador de
lesões em eventos de colisões de veículos.
• Quanto maior for a velocidade aplicada no corpo em movimento maior será essa transformação
de energia, sendo maior a gravidade das lesões das pessoas envolvidas nesses acidentes.
3.1.1 Mecanismo e efeito das colisões
As “três colisões” – transmissão de energia e desaceleração:
Veículo x objeto fixo
• Velocidade se transforma em energia que é
transferida e absorvida.
• Essa energia irá ocasionar danos estruturais
e causará lesões nas pessoas no interior do
veículo.
• A gravidade das lesões: Condições de
segurança do veículo X uso de
equipamentos de segurança X
Funcionamento de dispositivos de
segurança
• Considerar sempre que a velocidade do
veículo é a mesma velocidade aplicada a
seus ocupantes.
Ocupantes do veículo x
estruturas internas do veículo:
• OS corpos dos ocupantes do veículo
também se chocam com as estruturas
internas do veículo.
• Os corpos dos ocupantes permanecem em
movimento até serem impactos por algum
obstáculo.
• Se não estiverem fazendo uso de cintos de
segurança, serão projetados a frente e irão
colidir com seu corpo ao painel, para-
brisas ou qualquer outra estrutura interna
na mesma velocidade que o veículo
estava.
Órgãos internos x
estruturas ósseas: • Os órgãos internos do corpo do ocupante
também recebe a transmissão de energia ao
colidir com as estruturas ósseas, o que poderá
acarretar em graves lesões.
• Todo o corpo dos ocupantes do veículo recebe a
ação da transferência de energia. Esses efeitos
da desaceleração acentuada aplicados nas
estruturas internas do corpo geram muitas
probabilidade de gerar lesões.
• O não reconhecimento de prováveis lesões e a
demora na chegada a um centro de trauma pode
ser a diferença entre a vida e morte dessas
vítimas.
• Por fim podemos ainda considerar
que objetos soltos dentro do
veículo também podem ser os
causadores de lesões.
3.2 Formas de colisões e suas características de lesões

Colisão Frontal • Normalmente são muito graves.


• A transmissão de energia é mais
Potencializada devido às velocidades
aplicadas por cada veículo.
• Podendo ter também ejeção de
ocupantes dos veículos.
• Apresentam em suas evidências as
seguintes lesões devido a projeção do
corpo da vítima no interior do veículo:
• - Trauma de crânio e face, trauma tórax,
trauma abdominal, pélvico, fêmur e
ainda efeitos causados por hiperflexão
de pescoço.
• As equipes devem considerar tais
potenciais lesões principalmente diante
da identificação de danos no para-brisa,
volante e painel.
Colisão Lateral ou Transversal

• O uso contínuo de cintos de segurança, airbags,


pré-tensores são diretamente relacionados à
diminuição da potencialidade das lesões.
• As vítimas podem apresentar sinais de trauma de
crânio devido ao efeito de golpe contragolpe no
deslocamento lateral.
• O golpe e o contragolpe lateral também podem
acarretar distensão cervical, fraturas e subluxações.
• O impacto lateral pode causar lesão de tórax,
abdome, pelve e fêmur no lado atingido na colisão.
• Na ausência de uso de cinto de segurança a
projeção causada pelo impacto pode acarretar em
outras lesões.
Colisão traseira
• A ação dessa colisão irá projetar os ocupantes do veículo a frente e
em seguida retornarão a posição inicial.
• Se estiverem sem cinto de segurança e dependendo da
velocidade que fora atingido o veículo os ocupantes poderão sofrer
lesões pelo impacto com as estruturas internas do veículo, como
para-brisas, painel, volante e os bancos no caso de passageiros no
banco de trás do veículo.
• Outra condição importante nesse tipo de colisão é o
posicionamento adequado do encosto de cabeça, se não estiver
devidamente ajustado para altura dos ocupantes do veículo, estes
poderão sofrer o efeito “chicote”, ou seja, uma flexão de
pescoço seguida de uma hiperflexão.
• Esse efeito pode gerar importantes danos nas estruturas do
pescoço e coluna cervical. Vale ressaltar que colisões traseiras com
velocidades mais baixas podem desenvolver importantes
lesões cervicais.
Capotamento
• É mais difícil prever lesões
• Potencialidade de causar diversos agravos aos ocupantes
do veículo.
• A observação dos indícios de capotamento deve fazer
parte da avaliação inicial do cenário por parte dos
socorristas.
• Vitimas que tenham sido ejetadas durante o capotamento.
• Se houverem, estas devem ser consideradas graves
devido ao importante mecanismo de lesão.
• O uso do cinto de segurança é fator importante aqui,
pois pode evitar a ejeção assim como minimizar as lesões
diminuindo impactos da vitima contra as estruturas do
veículo.
3.3 Avaliação preliminar da cena
• Promove segurança das equipes de socorro e fornece informações sobre a gravidade das vítimas e
sugestão de potenciais lesões.
• É possível ainda na aproximação das equipes do local de socorro captar informações visuais das condições
do evento, chamada de “visão do para-brisa”.
• Essa avaliação terá continuidade durante a realização do giro 360°.
• Durante o giro além da observação dos riscos potenciais cabe ao socorrista identificar:
• a posição das vítimas no interior do veículo,
• quantas vítimas estão envolvidas no evento,
• se existe algum indício de ejeção de vítimas e através da impressão geral,
• avaliar o nível de gravidade das vítimas.
• Assim que possível deverá o socorrista que acessar o veículo também identificar se alguma estrutura do
veículo está prendendo a vítima (nível de encarceramento tipo físico 2),
• e ainda ao observar a parte interna do veículo buscar avarias nas estruturas que possam sugerir
lesões as vítimas (painel quebrado, volante deformado, pára-brisa danificado).
3.4 Condições pré colisão
• São aquelas que podem ter potencializado ou causado o acidente:
• Condições do pavimento da via tais como pista molhada ou óleo na pista, buracos e desníveis,
• Panes inesperadas do veículo e estado de má conservação do veículo,
• Diminuição da visibilidade neblina ou fumaça
• Condições clinicas prévias do condutor, tais como IAM, hipoglicemia, convulsões e ainda por uso
de drogas lícitas ou ilícitas.
3.5 Uso dos dispositivos de segurança
• Cintos de segurança
• Finalidade impedir que os ocupantes em eventos de colisão sejam arremessados contra as estruturas do
veículo diminuindo a gravidade das lesões assim como impedindo que sejam projetados para fora do veículo.
• O cinto de dois pontos ou cinto abdominal deve ser colocado de forma que cruze a região pélvica ficando sobre
as cristas ilíacas e não sobre o abdome.
• Tal condição em uma situação de colisão pode causar lesões nos órgãos e estruturas abdominais devido à força de
compressão que ocorre nessa região provocando na vítima o efeito “canivete”.
• Isso ocorre quando o tronco é projetado à frente. O cinto de dois pontos não impede que o ocupante do veículo sofra
impactos com as estruturas internas do veículo.
• O uso do cinto de três pontos é mais indicado tanto nos bancos dianteiros quanto nos bancos traseiros, pois mantém
os ocupantes mais fixados nos assentos quando em resposta a movimentação gerada pela colisão. Contudo deve ser
atenção a colocação correta do cinto para que este não seja um causador de lesão.
• O uso do cinto de segurança não elimina totalmente os riscos de lesão, mas certamente minimiza bastante o
potencial de lesões mais graves.
• É importante que as equipes de APH e socorristas inspecionem as áreas indicativas de posicionamento de cinto que
podem indicar lesões internas.
• Dispositivo projetado para inflar a partir de estruturas do veículo
(volante, painel, partes laterais e outros)

Airbags • A fim de proteger os ocupantes do veículo em caso de colisão e


brusca desaceleração evitando que se choquem com as estruturas
internas do veículo, principalmente cabeça e tórax contra para-brisa
e painel.
• Esse dispositivo depois de deflagrado esvazia com rapidez, sendo
assim não é capaz de proteger os ocupantes do veiculo se houver um
segundo impacto na sequência, como no exemplo de um catamento.
• Outro aspecto de segurança para os socorristas é considerar que os
Airbags podem não ter sido acionados por alguma razão durante o
evento, tendo o risco de deflagrar durante o resgate.
• Cabe aos socorristas atentarem para a identificação de Airbags não
deflagrados e adotarem medidas de segurança (aplicar protetores de
Airbags, distância segura dos dispositivos) para trabalharem dentro
do veículo.
• Informações como tipo de colisão, velocidade, avarias internas e
externas, podem determinar a gravidade da vítima mesmo antes de se
identificar algum agravo no exame físico das vítimas envolvidas.
4 SEGURANÇA VEICULAR OPERACIONAL

• 4.1 Riscos no cenário


• Identificar e mitigar
• - Riscos primários ------- mecânica do acidente ou pelas características originais do ambiente
• - Riscos secundários ----- Atuação dos resgatistas
• Medidas mitigatórias dividem-se em:
• - Mitigação prévia ao acesso direto do veículo
• Mitigação dinâmica ---- durante todo o processo --- atenção situacional ----- (“visão tunelar”)
• Comandante na manutenção da segurança --- visão panorâmica sobre as zonas de trabalho.
• Prevenção da silicose – pneumopatia intersticial crônica ocupacional.
• 4.2 Estabelecimento das viaturas de socorro
• A primeira providência é “defender” a zona de trabalho, estacionando uma viatura (com
giroscópio e lanternas acesos) em posição diagonal, à retaguarda (pelo menos 20 m) dos
veículos colididos.
• Depois se distribui linha de cones iniciada à distância de pelo menos 1,5 vezes o limite de
velocidade da via. Se for noite, houver chuva ou neblina, considerar 2 (duas) vezes o limite de
velocidade da via.
• A linha de cones deve seguir trajeto diagonal, iniciando junto ao acostamento, se afastando
lateralmente até cerca de 2 metros para além da fila de veículos de resgate, e se estender em
paralelo ao longo de toda a área de trabalho e viaturas, de modo a criar um local seguro para a
movimentação dos resgatistas.
• A ASE deve permanecer posicionada após a cena, distanciada em pelo menos 10 metros.
Caso seja a primeira viatura no local, ela defenderá a zona de trabalho até o apoio chegar, quando
deverá ser substituída por outra viatura. (DO CARMO, 2018).
4.3 Avaliação e segurança da cena

• Avaliação 360˚
• Objetivo de busca visual das ameaças e riscos em todas as direções.
• Técnica dos “dois círculos”,sentidos opostos, pela qual o Comandante de Operações, o militar
encarregado logístico e o socorrista líder
• Os demais a circundam em sentido oposto, seguindo um círculo externo ao primeiro, no intuito de
identificar todos os riscos que necessitem mitigação imediata ou urgente, antes do acesso
direto ao veículo.
• O socorrista líder, em particular, deve terminar a avaliação 360˚ diante da vítima mais acessível -
orientações
• Sem tocar ou atuar diretamente sobre a estrutura veicular, o militar buscará as principais ameaças
(riscos):
• - Trânsito de veículos;
• - Vazamento de combustíveis e/ou fluidos (lembre-se que também são produtos perigosos, em
geral classe 2 ou 3);
• - Risco elétrico (rede elétrica/baterias);
• - Instabilidade dos veículos e/ou outros elementos presentes (árvores, postes, etc.);
• - Produtos perigosos (ver adiante);
• - Incêndio;
• - Sistemas de segurança/elementos do veículo (airbags, vidros, elementos cortantes);
• - Presença de outros riscos (deslizamentos, enchentes, animais, violência urbana).
• O socorrista líder deve, através da R.A.M. (avaliação remota rápida), identificar o mecanismo de
trauma, número/posição/orientação dos ocupantes, avaliar a responsividade (AVDI) e o “ABC” sumário,
logo, se responde, se respira e se há evidência de hemorragia - mnemônico “TORA”. Vide POP
CBMERJ/EMG/APH 05, 2018: Extricação veicular.
• Tais informações devem ser transmitidas em alta voz, assim como a estimativa do tipo de
encarceramento e posteriormente, confirmadas pelo acesso do primeiro socorrista.
• É fundamental acalmar a vítima e evitar que mova a coluna.
• Em caso de múltiplas vítimas, pode ser necessária a triagem reversa, (retirar primeiro as vítimas em
melhor condição clínica), já que usualmente, há uma só guarnição de salvamento veicular,
principalmente no que tange aos membros combatentes (ABS). Vide POP CBMERJ/EMG/APH 05, 2018.
• Importante: nesta fase os resgatistas não devem tocar ou exercer peso sobre a estrutura do veículo
antes que seja finalizada a estabilização primária, a qual será sinalizada pelo líder.
• Caso detectado qualquer elemento estranho à cena quer seja líquido, vapor ou particulado,
suspeitar do vazamento de produtos perigosos, quando deve manter-se entre a origem do vento e
a fonte do vazamento, em local mais alto do que a fonte.
• Procede-se ao isolamento e evacuação do perímetro interno empírico de 100m (³800m em caso de
incêndio) e solicita-se apoio ao GOPP. Se o número de identificação do produto estiver visível a
essa distância, transmita-o ao GOPP. Também é útil, sobretudo se o apoio for difícil, consultar
recomendações para mitigação e proteção em guia de emergências confiáveis.
RESUMO DAS TAREFAS (“A5”)

• 1) Avaliar todas as ameaças e riscos;
• 2) Alta voz para denuncia-los à equipe;
• 3) Assegurar a cena: isolar, evacuar e mitigar;
• 4) Analisar a R.A.M. e estimativa de encarceramento;
• 5) Apoio externo solicitado.
• Segurança na cena
• Qualquer ação mitigatória o de desencarceramento, precisa ser comunicada ao comandante
em voz alta, para que todos ouçam e se preparem. O comandante deve emitir de forma clara e
alta sua aprovação ou desaprovação. Este método de comunicação é denominado “alça
fechada” e constitui-se a fundação da segurança da operação.
• A comunicação alta também permite que medidas de proteção à vítima sejam tomadas
previamente a qualquer intervenção na estrutura veicular, como o uso da proteção rígida.
Caso qualquer membro da equipe identifique risco na atuação dos técnicos, deve verbalizar “real,
real, real!”, e todas as ações precisam ser interrompidas. O comandante então executa o controle
da condição de segurança para a equipe e para a vítima, e orienta a forma mais adequada de
continuidade.
• Antes de qualquer ação que envolva o salvamento veicular, a vítima deve ser orientada pelo
socorrista quanto ao que será executado. Este profissional tem a responsabilidade de
protegê-la da operação de ferramentas, de quinas produzidas e da quebra controlada de
vidros.
• Muito importante que estas intervenções de resgate técnico obedeçam à comunicação em alça
fechada, de modo a evitar que o socorrista seja pego desprevenido e isto ponha a vítima em risco
de lesão iatrogênica. Lembrando, caso o militar socorrista que esteja no interior do veículo constate
qualquer operação insegura de equipamentos, deve gritar “real, real, real!”, para que tal operação
seja interrompida e corrigida.
4.4 Zonas de trabalho
• A organização da cena em zonas de trabalho deve ocorrer em todo salvamento veicular, das
operações mais simples às mais complexas. As prioridades são:
• - Isolamento do perímetro interno (2 a 5m);
• - Estabelecimento das zonas quente (2 a 5m) e morna;
• - Palco de ferramentas;
• - Área para destroços.

• Equipamentos ociosos devem ser retornados ao palco de ferramentas, para não pôr obstáculo à
circulação dos resgatistas ou causar tropeço e lesões.
• O comandante deve procurar movimentar-se ao longo da linha imaginária do perímetro interno,
como assinalado no item 5.1, para ter visão panorâmica dos veículos e das ações dos demais
membros, monitorando a eficácia e a segurança das mesmas.
• Figura 75. Zonas de trabalho. O perímetro interno (P.I.) delimita a zona quente. O perímetro
externo (P.E.) exclui a zona fria. A área de tratamento das vítimas deve ficar no perímetro
externo e as viaturas de socorro na zona fria. Ferramentas (FEAs) que não estejam
empregadas devem ser retornadas ao palco, não permanecer na área de circulação da zona
morna. Tanto a delimitação das zonas de trabalho, quanto à gestão de segurança da cena
são responsabilidade do comandante
• Fonte: Modificado de ENB – Sintra - 2005
4.5 Ameaças específicas e sua mitigação

• Baterias e sistemas elétricos veiculares


• É prioridade localizar e desligar a bateria de 12v, para evitar o acionamento tardio de airbags,
o arranque acidental do motor e evitar incêndio.
• No entanto, antes de desligá-la, lembrar-se de utilizar dispositivos elétricos internos a favor da
tática, como reposicionar bancos, abrir janelas ou teto solar, alterar a posição do volante e etc.
Para desligar a bateria é necessário cortar primeiro o terminal negativo, evitando assim arco
voltaico e lesão ao socorrista. Depois o terminal positivo.
• Quando o veículo se apresenta sobre o teto, pode ser impossível desligar a bateria. Isto precisa ser
verbalizado em alta voz, para que todos tomem atitude defensiva contra o acionamento tardio de
airbags. No entanto, 40% dos veículos têm a bateria de 12v em outra posição que não sob o caput.
• O desligamento da bateria veicular de 12v, que em alguns modelos ocorre automaticamente
em resposta à colisão, isola o sistema de alta voltagem de híbridos e elétricos, em geral.
• Lembre-se também de remover a chave eletrônica para além de 5 metros de distância do
veículo, de modo a prevenir arranque acidental.
• Sistemas de segurança passivos
• a) Airbags
• A maioria dos veículos atuais conta com o sistema de airbags inteligente, cujos sensores enviam
informações de posição dos ocupantes, aceleração e ângulo do movimento, à unidade de controle
eletrônico (ECU), a qual aciona seletivamente os airbags necessários. Assim, normalmente há
airbags não acionados (ANA) que se constituem em risco, embora haja raríssimos casos de
acionamento retardado com lesão ao resgatista.
• No Brasil, desde 01/01/2014 é obrigatório o airbag duplo frontal dianteiro, assim como os freios
ABS (anti-blocking system).
• O não acionamento do volante pode ser controlado aplicando o restritor de airbag. Porém não
existem ferramentas deste tipo para as demais posições.
• Os veículos mais sofisticados podem contar com 6 a 10 airbags adicionais, cujas posições mais
comuns são a lateral (dentro da porta ou banco), cortina lateral (friso superior do teto), de impacto
lateral (no encosto do banco dianteiro, entre os ocupantes deste compartimento), pélvica (assento
dianteiro), e para joelhos (sob o painel do condutor).
• Medidas mitigatórias (“IDEAL”):
• 1) Identificar todos os ANA e alertar em voz alta;
• 2) Desligar a bateria de 12v;
• 3) Exposição mais curta possível à zona de insuflação do ANA;
• 4) Aplicar proteção do volante;
• 5) Locais dos airbags devem ter o conteúdo dos frisos plásticos exposto antes de qualquer
manobra de corte/alargamento (pilares, friso do teto), para evitar a ruptura acidental do mecanismo
acionador de alta pressão.
• b) Mecanismo Pré-tensionador
• Dispositivos de acionamento pirotécnico por sensores de colisão, com o objetivo de retirar
eventual folga no cinto de segurança e manter o ocupante junto ao banco. Localizados mais
frequentemente junto ao enrolador de inércia, na base ou topo do pilar B.
• As medidas mitigatórias são as mesmas do item anterior. Quando estiver com o acesso ao interior
do veículo, o militar socorrista deve procurar, sempre que possível, cortar o cinto de segurança
para aliviar a respiração da vítima.
Vazamento de combustível líquido
• Embora os combustíveis fósseis (gasolina, GNV) e o álcool também sejam produtos perigosos, em
virtude da simplicidade, podem e devem ser mitigados pela própria equipe de salvamento veicular.
• Deve-se espalhar barreiras em torno da zona quente para evitar a contaminação de águas
vizinhas, assim como aplicar material particulado absorvente inerte (areia, terra, serragem e
outros), o que permite recolher boa parte com pás.
• Mais uma vez, é prioridade desligar a bateria de 12v, já que pode se constituir em fonte ígnea.
Incêndio em veículos
• Incêndio em veículos
• Durante a avaliação 360°, considerar que todos os veículos envolvidos no acidente possuem
GNV. Caso haja vítimas encarceradas, a prioridade é a retirada de emergência (extração de
emergência) das vítimas.
• Um ponto importante nesse tipo de ocorrência é a estabilização do veículo para evitar a sua
movimentação (ao realizar esse procedimento o resgatista deve estar completamente
equipado com EPI para incêndio urbano e com a proteção de uma linha de mangueiras)
• Frente ao fogo localizado, o resgatista pode empregar extintores de incêndios (PQS/CO2),
quando possível, manter o caput semiaberto, de modo a compartimentar a combustão,
diminuindo a oferta de comburente.
• A extinção de fogo em rodas (localizado) de pigmento metálico (exemplo: liga de alumínio)
ou feitas com metais pirofóricos deve ser preferencialmente feita com extintor de CO2, areia
ou pó de grafite.
• O combate ao fogo generalizado deve ser feito com linhas de mangueiras pressurizadas
empregando água micropulverizada.
• As guarnições devem usar o EPI completo para a atividade de combate a incêndio urbano,
inclusive com o equipamento de proteção respiratória autônomo.
• Deve-se manter o resfriamento do cilindro de GNV (quando existir) a fim de evitar o
fenômeno B.L.E.V.E.
• Caso a região próxima ao cilindro e o cilindro não tenham sido atingidos pelas chamas, a
guarnição deve proteger a área evitando a exposição.
• A equipe de bombeiros deverá usar a estrutura do veículo como meio de proteção (usando a
dianteira como proteção), respeitando sempre a distância de segurança e com o vento
"pelas costas".
• Colisões envolvendo rede elétrica
• Ao se deparar com uma colisão veicular onde existam cabos suspeitos de eletrocondução de
alta tensão deve-se seguir as medidas gerais descritas anteriormente (A5) além de:
• - Não tocar no veículo ou permitir que seus ocupantes saiam, sem antes certificar-se da
interrupção setorial da rede elétrica ou aterramento do veículo.
• - Possuir extintor adequado para classe C, para extinguir princípios de incêndio.
• - Sempre que necessário, solicitar apoio à concessionária de energia elétrica do local.
• - Não manipular o eletrocondutor sem capacitação reconhecida, sem EPI anti-arco voltaico
nível 5 a 6 e sem ferramentas isolantes homologadas para mais de 1000Kv.
5 A ESTABILIZAÇÃO DO VEÍCULO

• O objetivo é a manutenção da máxima imobilidade do mesmo.


• Ela tem início, via de regra, quando os riscos iniciais da cena já tiverem sido avaliados e mitigados.
• Para tanto, antes se dar início a qualquer manobra no veículo colidido,
• Para o procedimento de estabilização, devem ser observadas e seguidas as seguintes regras:
• - Manter-se o máximo possível a imobilidade do veículo durante a operação; e
• - Deve ser de fácil aplicação, simples e objetiva.
• Após a devida análise, o Comandante de Socorro destacará pelo menos dois militares da guarnição para procederem
quanto a estabilização, chamada de inicial, e determinando a forma na qual ela deverá ser realizada. Caso algum membro da
guarnição perceba que ainda há risco, este deverá imediatamente conversar com o Comandante de Socorro, sugerindo outras
possibilidades para realizar a imobilização do veículo.
• Durante a realização de outras manobras no veículo, a estabilização poderá perder sua eficácia como na hipótese da folga de
calços ou instabilidade decorrente de cortes realizados no veículo. Por isso, para que todos os membros da guarnição possam atuar
com segurança, deverá ficar um componente da equipe, preferencialmente o responsável pela logística, monitorando e
corrigindo a estabilização de forma contínua, pois, qualquer que seja a alteração na estrutura do veículo ou número de pessoas
em seu interior, isso poderá gerar uma perturbação na estabilização já executada.
• Para realizar a estabilização veicular são utilizados, entre outros: calços de madeira, chamados de escada ou escalonados, calços
chamados de simples, cunhas, jogo de correntes, guinchos, macacos, escoras metálicas, multiplicadores de força, cinta com
catraca, almofadas pneumáticas, cordas e outros.
5.3 Técnicas básicas de estabilização
veicular

• 5.3.1 Veículo sobre as quatro rodas
• Principal razão para se estabilizar um veículo envolvido em um acidente automobilístico é o de
obter o controle sobre a totalidade da sua movimentação, reduzindo os efeitos do sistema de
suspensão e criando uma base sólida e segura para a operação de resgate. (AUGUSTO, 2017)
• O sistema de suspensão do veículo pode fazer com que o veículo se desloque para cima e para
baixo, o que pode causar mais lesões na vítima.
• Diante disto tem-se que a estabilização é responsável por criar uma plataforma de trabalho
equilibrada e segura, neutralizando o sistema de suspensão do veículo.
• É imprescindível propiciar a estabilização do veículo antes do início das operações de
resgate.
• Neste ponto, é fundamental, entre outros, que as estratégias de estabilização utilizadas não
prejudiquem de forma alguma, os planos de retirada da vítima: plano emergencial (B) e
plano padrão (A).
• Como é sabido pela guarnição, o processo de estabilização é dinâmico, contínuo, tendo que ser
revisado pelo encarregado logístico da equipe de forma progressiva, sempre que houver alguma
possibilidade de alteração na estrututra do veículo ou alteração de carga.
• Verificar novamente a estabilidade:
• - Quando é removido peso do veículo (remoção de vidros ou portas);
• - Quando é adicionado peso (pessoal ou equipamento no interior do veículo);
• - Quando estão envolvidos veículos de grandes dimensões que possam transportar uma carga,
a estabilidade será mais crucial e deverá ser considerada a nomeação de uma pessoa para
monitorar a estabilidade durante todo o salvamento (se os recursos permitirem) – geralmente o
encarregado logístico.
• Lembre-se que a estabilidade proporciona a plataforma sólida necessária para o acesso inicial ao
veículo.
• O nível de estabilidade implementado na fase inicial está diretamente relacionado à
avaliação do estado da vítima e tem de ser tido totalmente levado em conta.
• A prioridade em termos da vítima consiste na redução do movimento de modo a reduzir ainda
mais o trauma cervical e pélvico.
• É sempre importante verificar a estabilização de modo contínuo, como já foi falado, porém
utilizando equipamento adequado, como um martelo de borracha por exemplo. Evitar utilizar
os pés, pois não dão garantia para o procedimento.
6 TÉCNICAS DE SALVAMENTO
VEICULAR
• 6.1 Manejo com vidros
• O acesso inicial à vítima, em muitas situações, é realizado pelos vidros, se tornando a maneira mais rápida
para efetuar o primeiro atendimento.
• Esse manejo deve ser realizado de forma lógica e segura e deve ser totalmente concluído antes de
realizar outras ações, como a criação de espaços. Em geral, quando se fala em gestão/manejo de vidros,
sugere-se tentar o mais simples para depois o complexo: abaixar os vidros, retirar os vidros e por último
quebrar/cortar os vidros.
• Nos veículo em geral, podemos ter diversos tipos de vidro, como:
• a) Temperados
• São encontrados geralmente nas janelas laterais e no vidro traseiro.
• Até o final dos anos 80, o vidro temperado era utilizado também nos pára-brisas
• Com o aumento da rigidez das legislações de trânsito na Europa e nos Estados Unidos, os vidros
temperados estão sendo substituídos por vidros de segurança (security glass), a fim de evitar ejeções e
consequentemente, mortes no trânsito. Esses vidros possuem uma película e agem de forma similar ao
vidro laminado.
• b) Laminados
• Esse tipo de pára-brisa é construído por duas ou mais placas de vidro, ligadas por uma ou mais
camadas de um filme de polivinil butiral (PVB), impedindo a projeção de estilhaços quando
quebrado. Normalmente é encontrado no pára-brisa, sendo necessário em geral cortá-lo ou
retirá-lo por inteiro, nas ações de salvamento veicular.
• c) Blindados
• Com a escalada da violência, a utilização de vidros blindados cresceu vertiginosamente. Esses
vidros são formados por camadas intercaladas de vidros e películas plásticas. A quantidade de
camadas, a espessura e os componentes dos materiais pode variar conforme o calibre do
projétil que ele deverá suportar. As lâminas de vidros normalmente possuem entre 4 a 8 mm de
espessura possuindo películas de polivinilbutiral (PVB), poliuretano (PU) e policarbonato (PC).
• d) Policarbonato
• Não é um vidro, mas sim um plástico. Em relação aos vidros, é em geral 50% mais leve e mais
resistente, porém absorve menos energia e dificulta o acesso ao veículo pois não quebra ou
rompe com facilidade e sim deforma. É comum de encontrá-lo nas laterais e na traseira de
veículos esportivos, que necessitam de desempenho.
• Remoção de vidros
• No Brasil, os vidros eram encaixados nas guarnições dos veículos, até meados da década de 90. Por isso, é
possível que o bombeiro militar se depare ainda com veículos com pára-brisas encaixados, por exemplo. Dessa
forma será mais rápido e lógico, retirá-lo por inteiro do que cortá-lo, retirando a borracha que envolve o
mesmo utilizando-se de chaves de fenda anguladas, por exemplo.
• Quebra de vidros
• Como consequência do processo de fabricação do vidro temperado, em geral quando ele é quebrado, é libertada
uma grande energia. Seguem recomendações para a quebra dos mesmos:
• - Providencie uma lona, para que fique logo abaixo do vidro desejado; Após a quebra retire a lona junto os
estilhaços do local;
• - A vítima e os socorristas que estiverem dentro do veículo, de preferência, devem estar cobertos por cobertores
plásticos (proteção maleável) transparentes, antes da quebra do vidro.
• - Quebre o vidro realizando uma punção no vidro, podendo ser utilizado, de preferência punção quebra vidros,
machadinha ou halligan. Recomenda-se que seja o lado inferior do vidro que esteja mais distante da vítima;
• - Após quebrar, retirar a moldura (borracha) e os estilhaços com uma ferramenta ou com as luvas técnicas desde
que com uma proteção sobre elas (luva sobre luva ou proteções tipo lona), projetando para fora do veículo, em
cima da lona.
• Corte de vidros
• Sua retirada se faz através do corte, o qual gera sílica (poeira de vidro) exigindo que os bombeiros estejam
protegidos com máscara PFF2, seguindo a sequência abaixo:
• a) Uso da serra-sabre:
• - Estar com todo o EPI necessário (máscara PFF2, luvas técnicas, óculos de segurança, capacete
com viseira abaixada e roupa de proteção a incêndios/salvamento).
• - Vítimas e socorristas devem estar protegidos por proteção maleável;
• - Realizar um orifício de acesso, na parte superior do párabrisa, com a ponta de uma
machadinha/halligan;
• - Posicionar a lâmina da serra-sabre no orifício e realizar o corte até a metade mais próxima do
técnico que opera o equipamento;
• - Realiza-se uma pausa na utilização da serra-sabre e outro técnico do outro lado do veículo
assume o equipamento e continua o corte já iniciado.
• - Ao final do processo, retire o vidro com segurança e coloque na área de descarte.
• - Proteger as quinas vivas e extremidades que possam causar danos aos socorristas.
• - O corte pode ser efetuado por um único bombeiro, na ausência de outro técnico,
realizando o corte sobre o caput do veículo.
• b) Uso da machadinha/halligan
• - Estar com todo o EPI necessário (máscara PFF2, luvas técnicas, óculos de segurança, capacete
com viseira abaixada e roupa de proteção a incêndios/salvamento).
• - Vítimas e socorristas devem estar protegidos por proteção maleável;
• - Realizar um orifício de acesso, na parte superior do párabrisa, com a ponta de uma
machadinha/halligan;
• - Posicionar a machadinha/halligan no orifício e realizar o corte (utilizando a lâmina) até a metade
mais próxima do técnico que opera o equipamento;
• - Realiza-se uma pausa na utilização da machadinha/halligan e outro técnico do outro lado do
veículo assume o equipamento e continua o corte já iniciado.
• - Ao final do processo, retire o vidro com segurança e coloque na área de descarte.
• - Proteger as quinas vivas e extremidades que possam causar danos aos socorristas.
• - O corte pode ser efetuado por um único bombeiro, na ausência de outro técnico, realizando o
corte sobre o caput do veículo.
6.2 Abertura de portas laterais
• Essa técnica é utilizada para, dependendo do cenário encontrado, criar um acesso inicial para o socorrista,
acessar colunas para corte e até mesmo realizar a retirada de uma vítima. Deve-se partir do mecanismo
mais simples para a abertura das mesmas, como destravar a porta e abri-la de forma habitual.
• Uma dificuldade imposta aos técnicos é o apoio necessário para que as ferramentas possam fazer a abertura
desejada. Pode-se criar esse apoio de várias maneiras, como:
• - Uso do halligan/pé-de-cabra: Posicionar a cunha da ferramenta no friso da moldura da porta, podendo ser
pela parte frontal da porta (dobradiça) ou pela parte traseira da porta (fechadura). Após, realizar um giro para
cima e para baixo de forma que provoque um amassado junto à porta;
• - Apoio do alargador junto ao teto e à porta: O acionamento do alargador propiciará uma fenda próxima da
fechadura, nos casos de veículos sobre rodas ou lateralizados.
• - Comprimir a fechadura e realizar “pinçamento” na lateral da porta: Inicialmente deve-se colocar o
alargador de modo perpendicular a linha horizontal da porta, inserindo ele de modo que a ponta do alargador
fique no centro da fechadura, realizando a ação de comprimir a porta, até que um espaço entre a moldura da
porta e a estrutura do próprio veículo. Logo depois, realiza-se um pinçamento da lateral da porta, girando para
fora, de modo que o espaço aumente.
• - Acesso à dobradiças após amassar o pára-lama: Posiciona-se o alargador aberto sobre o pára-lama e inicia-
se a compressão do mesmo para realizar abertura de acesso junto às dobradiças.
Fechadura
• A abertura pela fechadura exige uma atenção em especial quanto ao desfolhamento da porta,
nas situações em que o apoio para o alargador não foi suficiente, sobrecarregando a
extremidade da porta e não a estrutura veicular como um todo. Para a abertura é necessário
que:
• - Os vidros devem ter sido gerenciados;
• - Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção rígida;
• - Obter um ponto para apoiar a ferramenta;
• - Acionar no movimento de abertura, buscando visualização da fechadura, reposicionando
sempre que necessário, buscando o desencaixe do pino nader;
• - Caso seja suficiente rebater a porta, deverá então apenas cortar o limitador de porta e imprimir
uma força tratora (com 2 técnicos) no sentido da dianteira do veículo, ancorando a mesma ao final
do movimento;
• - Caso deseje retirar a porta, pode-se retornar ou não a mesma na posição original e atacar as
duas dobradiças, primeiro a superior, depois a inferior, sendo obrigatório que algum técnico possa
estar suportando o peso da mesma para que não caia deliberadamente;
• - Retirar a porta e levar para a área de descarte;
• - Proteger riscos aparentes.
• Dobradiças
• A probabilidade do desfolhamento é menor, porém a exposição da dobradiça também é reduzida. Seguem os
procedimentos:
• - Os vidros devem ter sido gerenciados;
• - Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção rígida;
• - Obter um ponto de apoio para a ferramenta;
• - Busque utilizar o alargador entre o pára-lama e a porta, atacando inicialmente acima da dobradiça superior e logo
após, acima da dobradiça inferior.
• - Se a porta não abrir manualmente, será necessária a utilização da ferramenta para separação da fechadura do pino
nader.
• - Retirar a porta e levar para a área de descarte;
• - Proteger riscos aparentes.
6.3 Abertura e retirada de porta malas
• A abertura do porta malas vem ganhando importância após a doutrina da extração de vítimas em ângulo zero. Sugere-se as
seguintes ações:
• - Os vidros devem ter sido gerenciados;
• - Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção rígida;
• - Verificar se a porta está aberta, experimentando primeiro as soluções mais simples. Existem maneiras, internamente, de realizar a
abertura da fechadura com uso de ferramentas simples como uma chave de fenda, por exemplo, caso o socorrista já tenha entrado
no veículo e o porta malas seja uma rota de extração desejada;
• - Essa abertura interna pode ser realizada após retirada da cobertura de plástico que geralmente funciona como acabamento do
veículo;
• - Apoiar a parte inferior do alargador em uma base sólida (um calço por exemplo) e a parte superior embaixo do porta-
malas. Deve-se evitar usar o pára-choque traseiro, pois o mesmo não suportará a pressão, se deformando ou até mesmo
se desconectando do veículo;
• - Após a abertura do porta-malas, busca-se retirar os amortecedores, evitando cortar o cilindro, posicionando sobre o pistão
do mesmo, ainda sendo mais recomendável retirá-los, removendo clipes que ficam em sua base;
• - Realizar o corte da parte superior da porta do porta-malas em ambos os lados. Caso o acesso não seja possível, pode-se também
cortar as dobradiças superiores que conectam o porta-malas ao teto do veículo;
• - Retirar a porta e levar para a área de descarte;
• - Proteger riscos aparentes.
6.4 Criação da grande porta
• Também conhecida como “side removal”, essa técnica é utilizada para criação de considerável espaço
lateral no veículo de quatro portas, para extração final de vítimas. Seguem as ações recomendadas:
• - Os vidros devem ter sido gerenciados;
• - Proteger as pessoas no interior do veículo com o uso da proteção rígida;
• - Realizar a abertura da porta traseira, do lado desejado, pela fechadura;
• - Cortar o cinto de segurança do lado que se deseja realizar a técnica;
• - Cortar o topo da coluna B e depois cortar a base da coluna B, junto à caixa de ar.
• - Para aperfeiçoar o corte na base da coluna B, pode-se usar o alargador para aumentar o corte realizado,
separando a base da coluna B da porta, rasgando-a.
• - Abrir toda a lateral como se fosse uma única porta;
• - Se desejar retirar a grande porta, deverá romper as duas dobradiças da porta dianteira.
• - Retirar a porta e levar para a área de descarte;
• - Proteger riscos aparentes.
7 TÁTICAS DE SALVAMENTO
VEICULAR
• 7.1 Composição da equipe de Salvamento Veicular

• A equipe de Salvamento Veicular é multiprofissional, possuindo militares da área de saúde e de combatentes. A equipe baseia-se em uma sistematização pautada em funções e
não em pessoas. Dessa forma pode-se modular a quantidade de militares disponíveis, de forma que se acumule uma ou duas funções.

• A equipe ideal possui 06 profissionais:

• - Comandante de Operações;

• - Técnico 01;

• - Técnico 02;

• - Encarregado logístico;

• - Socorrista;

• - Auxiliar do socorrista.
• Comandante de Operações
• O Comandante de Operações é o oficial ou praça escalado, em
determinada unidade de bombeiro militar que atua no momento da ocorrência.
À ele cabem diversas ações, como se seguem:
• - Realizar a vistoria externa e interna 360º de forma completa, identificando os
riscos;
• - Indicar quais são as prioridades iniciais que devem ser objetos de ações;
• - Identificar em até 02 (dois) minutos o tipo de aprisionamento (nível de
encarceramento) da vítima;
• - Convocar a reunião tripartite e definir ao final o plano de execução (A e B),
levando em consideração as lesões da vítima;
• - Propiciar a progressão do plano adotado, coordenando as ações de forma
lógica e rápida;
• - Posicionar-se de forma correta e buscar um eficiente controle das ações em
andamento;
• - Determinar à equipe técnica a montagem da área de ferramentas, da área de descarte e da área de
vítimas;
• - Exercer a liderança no local, para que a equipe busque seguir suas ordens;
• - Evitar o comando autoritário, manter uma comunicação clara e eficiente com a equipe com a
presença de feedbacks.
• - Gerenciar os militares pertencentes à equipe, promovendo a rotação dos mesmos conforme a carga
de trabalho;
• - Evitar o excesso de instrução aos militares da equipe de forma desnecessária, o que ocasiona a
perda da visão geral da operação;
• - Buscar motivar a equipe de militares de forma constante de forma que o ritmo de trabalho seja
eficiente;
• - Procurar a interação com a equipe de socorristas (médico, enfermeiro ou técnico de enfermagem) na
busca pelo estado de saúde atualizado da vítima;
• - Promover o uso adequado do EPI destinado à equipe, corrigindo eventuais faltas ou erros na
utilização dos mesmos;
• - Deve manter a área de trabalho de forma organizada e segura durante toda a operação;
• - Atua como um agente de segurança durante as operações, prevenindo eventuais acidentes que
possam ocorrer.
• Técnicos (incluindo o encarregado logístico)
• - Devem sinalizar, junto com o Comandante de Operações, os riscos visualizados, de forma que
possam identificar, controlar e neutralizar o riscos, em um tempo máximo de 02 (dois) minutos;
• - Montar a área de ferramentas, a área de descarte e a área de vítimas, conforme determinação do
Comandante de Operações;
• - Realizar a estabilização inicial (primária) de forma completa e adequada;
• - Propiciar um acesso inicial para o socorrista, seguro, efetivo e sem falhas;
• - Realizar a estabilização final (secundária);
• - Manter a área de trabalho organizada e segura durante toda a operação;
• - Realizar uma boa preparação do veículo (proteção de quinas, manejo de vidros);
• - Executar as ações técnicas utilizando o correto manuseio das ferramentas;
• - Buscar comunicação e o trabalho em equipe, com técnicas sendo executadas de
forma simultânea;
• - Utilização adequada do EPI destinado ao Salvamento Veicular;
• - Promover a proteção de vítimas e dos socorristas no interior do veículo, durante
a execução de técnicas de salvamento veicular;
• - Antes de cada ação técnica, alertar a equipe através de avisos e fornecer
feedback à todos ao fim de cada manobra realizada;
• - Apoiar os socorristas no manejo da vítima, na etapa de extração da mesma;
• - Buscar a criação de espaços internos e externos;
• Socorrista / auxiliar do socorrista
• - Realizar, dentro das limitações conforme competência profissional (médico, enfermeiro, técnico de
enfermagem, socorrista, combatente) o atendimento pré-hospitalar referente à eventos de
salvamento veicular;
• - Deve abordar a vítima antes do primeiro minuto, em casos de vítimas inconscientes, utilizando-
se do apoio dos técnicos em estabilização manual de emergência;
• - Nos primeiros 2 minutos, o socorrista deve acessar o veículo, remover as chaves do veículo,
colocar um freio de emergência, fazer contato físico com a vítima, verificar se há aprisionamento e
visualização de lesões graves.
• - Responsável pela oferta de oxigênio, de preferencialmente nos primeiros 2 (dois) minutos;
• - Informar o real nível de encarceramento da vítima ao Comandante;
• - Controlar os sinais vitais, informando o status e evolução do paciente junto ao Comandante de
Operações;
• - Considerar, de acordo com a condição da vítima, a melhor via de
extração e informar ao Comandante de Operações entre os primeiros
3 (três) minutos;
• - Revisar a estrutura dos bancos, airbags, possibilidade de apoio
reclinável;
• - Gerar o espaço mínimo necessário para acessar a vítima e fornecer
cuidados de saúde e apoio psicológico o mais rápido possível;
• - Ao receber a função de comando temporária, deverá coordenar as
ações de retirada da vítima do veículo, com a colaboração de todos
os membros da equipe, buscando movimentações em bloco e o
mínimo de rotação da coluna cervical possível;
7.2 Fases da operação
• Avaliação do cenário e seus riscos
• Etapa onde é realizado um giro de 360º externamente e internamente ao veículo objetivando a identificação de
riscos como: vazamento de fluidos, objetos deslizantes ao solo, riscos elétricos (poste elétrico), objetos debaixo
do veículo, objetos aderidos estranhos ao veículo (defensa, árvore), identificação do combustível (Flex, GNV,
híbrido, elétrico), inspeção do interior do porta-malas, desligamento da bateria do veículo, chaves na ignição e
airbags deflagrados em um tempo máximo de 01 (um) minuto.
• Os riscos devem ser identificados pelos membros da equipe técnica e pelo comandante, devendo ser sinalizados
verbalmente para todo o conhecimento da equipe.
• A equipe de socorristas deverá estabelecer então contato visual e verbal, iniciando a avaliação remota rápida
(RAM) do AVDI-“ABC”, ao fim da qual estima o tipo de encarceramento e o informa ao comandante. Pode
também adiantar a coleta dos dados da “SAMPLA” (sintomas, alergias, medicações, passado médico, último
horário de ingestão de líquidos e alimentos). É fundamental acalmar a vítima e evitar que mova a coluna em
outra direção que não a do socorrista.
• Estabilização inicial dos veículos
• A equipe deverá, conforme o estado de saúde da vítima, efetuar a estabilização inicial (primária ou de
emergência). Essa estabilização deve fornecer o mínimo de segurança para que o socorrista entre no veículo e
que propicie segurança à equipe de salvamento;
• Criação de acesso inicial e entrada do socorrista
• A premissa principal da equipe de salvamento é propiciar o quanto antes a entrada do
socorrista no interior do veículo, a fim de realizar uma avaliação eficiente do estado de saúde da
vítima. Esse acesso pode ser feito de diversas maneiras como: manejo de vidros, abertura de
portas em geral. Ele deve ser realizado de forma rápida e que forneça o espaço necessário para
que o socorrista entre no veículo.
• Em algumas situações pode ser que seja necessária a criação de espaço externo ou interno para
entrada do socorrista, sendo que ele mesmo pode executar pequenas tarefas no interior do veículo,
se necessário. O socorrista deve, durante a sua avaliação, confirmar o nível de
encarceramento da vítima (tipo físico 1, tipo físico 2, tipo mecânico) e transmitir a
informação ao Comandante.
• Estabilização final
• A estabilização secundária deve ser preferencialmente, realizada após a entrada do socorrista no
veículo, onde os esforços dos técnicos agora serão concentrados no aperfeiçoamento da
segurança, melhorando a estabilização inicial.
• Reunião tripartite (planos)
• Com o feedback do socorrista sobre o estado de saúde da vítima, com o nível de encarceramento já
confirmado e com o pronto da estabilização secundária, o Comandante de Operações já tem
condições de realizar uma reunião com todos os membros da equipe, a fim de definir qual será a
estratégia de criação de espaços internos e externos. Essa reunião deve, preferencialmente, ser
realizada próximo do socorrista que se encontra no interior do veículo e com a presença de
todos os membros possíveis, para que a informação seja passada uma única vez e que todos
estejam cientes da estratégia aplicada.
• O Comandante deve sugerir uma estratégia e os membros devem opinar quanto a
concordância ou não, sugerindo alterações e melhorias na mesma. Esse encontro deve ser rápido
e o Comandante deve se certificar que todos entenderam os planos de ação. O plano “A” é o plano
onde se busca o máximo de espaço interno e externo, onde a vítima possa sair o mais próximo do
“ângulo zero”, indicado nas situações em que a vítima encontra-se estável e não crítica. O Plano
“B” é indicado nas situações em que a vítima encontra-se em situação instável, necessitando de uma
retirada em um tempo menor, dessa forma não necessariamente sendo retirada próximo do “ângulo
zero”, obtendo um espaço mínimo e necessário para que a vítima saia num tempo curto.
• De certo que, em algumas situações, pode ser necessário que os planos sejam alterados, conforme
dificuldades observadas na execução dos planos originalmente planejados. Dessa forma, o
Comandante realizará uma nova reunião tripartite, para informar os novos planos.
• Quando na existência de duas ou mais vítimas, o Comandante, preferencialmente, realizará
reuniões tripartites para cada vítima existente, aplicando os planos de forma individualizada
para cada vítima. Dessa forma, ele deverá identificar o estado de saúde de todas as vítimas
inicialmente, através das informações dos socorristas, e definir a prioridade conforme gravidade
das mesmas.
• Criação de espaços (plano B depois A)
• Nesse momento os técnicos realizarão o plano propriamente dito, utilizando as ferramentas típicas
de criação de espaços (serra-sabre, cortadores, alargadores, puncionadores de vidro, extensores,
halligan, dentre outros) e para proteção da vítima e dos bombeiros no interior do veículo (proteção
rígida e proteção maleável), informando todas as ações a serem tomadas previamente para toda a
equipe de modo que não ocorram ações descoordenadas e surpresas indesejadas para todos no
interior do veículo.
• Mesmo que a vítima esteja estável, o plano “B” deve ser realizado antes do plano “A”. Essa forma é
adotada de modo a garantir, em caso de piora no estado de saúde da vítima, a retirada rápida da
mesma.
• Nas situações em que a vítima esteja instável, deve-se executar, preferencialmente, o plano
“B” somente, conforme gravidade existente.
• Passagem do comando para Socorrista
• Ao final de toda a criação dos espaços necessários para a retirada da vítima, conforme
o plano adotado, o Comandante de Operações deverá passar formalmente o
comando, de forma temporária, para o socorrista líder. Essa transmissão temporária
tem o intuito de fornecer a vítima uma melhor retirada do interior do veículo, pois o
socorrista é o membro da equipe que possui a melhor visão para tal. O socorrista
devolve o comando ao Comandante de Operações ao final da retirada das vítimas.
• Retirada da vítima
• Com a assunção do comando, o socorrista deverá guiar os movimentos em bloco
necessários para a retirada da vítima. Não apenas o auxiliar do socorrista, mas todos
os membros, inclusive o Comandante de Operações (se necessário) deverão ajudar
na retirada da mesma, até a área de vítimas, previamente designada no
estabelecimento do socorro.

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