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Vida em Sociedade
Dano provocado pelo fornecedor
Desvio do Tempo Útil
Tempo = Vida
PERDA DO TEMPO ÚTIL
Quantas vezes o consumidor não deixa de buscar a troca de um produto viciado, por
exemplo, em razão de prospectar o tempo que seria perdido?
O fornecedor que deveria cumprir o Código de Defesa do Consumidor, nessas
situações, se locupleta dessa vulnerabilidade do consumidor, relacionada ao tempo
“vital” ou “existencial”- como denomina um dos idealizadores da “teoria” no Brasil –
Marcos Dessaune- advogado capixaba
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA
Imposição ética nas relações jurídicas: partes devem agir com lealdade e honestidade, respeitando a confiança e as
expectativas legítimas geradas.
O desvio do tempo vital do consumidor resulta de um descumprimento a esse princípio
A expectativa de um consumidor ao adquirir um produto, v.g., é de receber um produto de qualidade, durável,
seguro e de acorodo com o anunciado.
Do mesmo modo, há a expectativa de que, caso haja algum problema com um produto, o fornecedor irá despender
esforços para solucioná-lo com celeridade.
A conduta do fornecedor que procrastina e impõe ao consumidor “perda de tempo” que poderia ser dispendido
tanto de maneiras mais úteis ou agradáveis, é um rompimento com seu dever de lealdade e honestidade.
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO ESTATAL E DO EQUILÍBRIO
CDC- Lei nº 8.078/1990Decreto nº 6526/2008- regulamenta o CDC, fixando normas gerais sobre o Serviço de
atendimento ao consumidor (SAC).
Leis Municipais- quanto ao tempo de espera em filas, v.g.
O legislador estabeleceu prazos a serem cumpridos em determinadas hipóteses, visando proteger o consumidor de
demoras excessivas.
Assim, estabeleceu-se prazos para que sejam sanadas irregularidades.
O reconhecimento do dano ocasionado pela perda do tempo vital é uma maneira de efetivar o cumprimento dos
prazos previstas nas leis consumeristas, eis que inibe uma atuação que comporte a adoção de medidas judiciais
pelo consumidor
JURISPRUDÊNCIA
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
[...] não é razoável que, à frustração do consumidor de adquirir o serviço com vício,
se acrescente o desgaste para tentar resolver o problema ao qual ele não deu causa,
o que, por certo, pode ser evitado – ou, ao menos, atenuado – se o próprio
fornecedor participar ativamente do processo de reparo, intermediando a relação,
inclusive porque tem o dever legal de garantir a adequação do produto oferecido ao
consumo (REsp 1.634.851-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por maioria, julgado em
12/09/2017, DJe 15/02/2018).
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
[...] O dano moral restou configurado pois o autor teve que comparecer diversas vezes na SEFAZ
MUNICIPAL, SEFAZ ESTADUAL, INFAZ, tendo iniciado diversos processos administrativos para
cancelamento das notas fiscais e bloqueio de acesso do fraudador. [...] 2. Aplica-se ao caso a Teoria
da Perda do Tempo Útil, uma vez que o tempo que o consumidor viu-se obrigado a perder para
solucionar o problema perante a acionada, sem sucesso, poderia ter sido utilizado de outra forma,
inclusive em sua atividade laborativa, sendo certo que na sociedade moderna o tempo é uma moeda
valiosa (TJBA. Classe: Recurso Inominado, Número do Processo: 0071901-83.2018.8.05.0001,
Relator (a): NICIA OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS, Publicado em: 27/09/2018).
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
3. O dano moral sofrido pela parte autora não abalou somente sua esfera anímica,
mas ocasionou desvio de seu tempo produtivo, porque ninguém consegue realizar,
simultaneamente, duas ou mais atividades de natureza incompatível ou fisicamente
excludentes ¿ como reclamar e descansar, comparecer em audiências e trabalhar,
etc. (Classe: Recurso Inominado, Número do Processo: 0172455-60.2017.8.05.0001,
Relator (a): NICIA OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS, Publicado em:
19/09/2018).
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Art. 1º O art. 6º da Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte
parágrafo único:
"Art. 6º ................................................................. .............................................................................
Parágrafo único. A fixação do valor devido a título de danos morais levará em consideração, também, o
tempo despendido pelo consumidor na defesa de seu direito e na busca de solução para a controvérsia."
(NR)
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.