Você está na página 1de 52

| 



 

 

1. Noções de Comércio e Instituições Comerciais


2. Sociedades Comerciais
3. Esquema Básico da Escrituração Contábil ³ Uma Revisão
4. Plano de Contas
5. Constituição de Empresas
 
 
    

1.1 Conceito de Comércio

1.2 Origens Histórica do Comércio

1.3 Tipos de Entidades Mercantis

1.4 Definição de Contabilidade Comercial e Suas

Conseqüências

1.5 Horizontes da Especialização de Contador de

Entidades Comerciais
  

 

 

Sociedade é o acordo consensual em que duas ou mais pessoas se obrigam a


conjugar esforços ou recursos para a consecução de um fim comum.
Pessoa, no seu conceito jurídico, é todo ente capaz de direitos e obrigações. As
pessoas podem ser físicas ou jurídicas.
Pessoa física é a pessoa natural, é todo ser humano, é todo indivíduo (sem
qualquer exceção). A existência da pessoa física termina com a morte.
Pessoa jurídica é a união de duas ou mais pessoas, capazes de possuir e exercitar
direitos e de contrair obrigações, independentemente das pessoas físicas
através das quais agem. Portanto, é uma nova pessoa, com personalidade distinta
da de seus membros.
As sociedades podem ser classificadas:
o sociedades civis
o sociedades comerciais
  

 

  

De maneira geral, são aquelas que prestam serviços, com ou sem fins lucrativos,
e não praticam ato de comércio (mediações): estabelecimentos de ensino,
consultórios, Santas Casas, diretórios acadêmicos...

 ! "#! $%

São aquelas que praticam ato de comércio com fins lucrativos. Portanto, qualquer
sociedade com fins lucrativos, previstas no Código Comercial Brasileiro ou sem
lei, constituída com o objetivo de comprar e vender mercadorias, transformar
matérias-primas em produtos acabados ou semi-acabados, explorar negócios
bancários etc., cujas operações são efetuadas com objetivos econômicos (ato de
comércio), é sociedade comercial ou mercantil.
  

 

&
'$ ()  ! *
+ ,! # -) *
± sempre a designação (nome) e assinatura com o aproveitamento do nome de um
ou mais sócios na denominação da empresa.

+
$!$ ()
Consiste no emprego de uma ou mais palavras indicadoras da espécie de negócio
ou atividade que caracteriza a sociedade, ou no nome de um fundador, acionista
ou qualquer pessoa que tenha conde um ou mais sócios na denominação da
empresa, ou ainda uma designação genérica. Ex.: Açougue Paulista Ltda., Têxtil
Gabriel Calfat S.A., Cia. Vale do Rio Doce etc.,

+ , $ 
Além da firma ou denominação, a sociedade pode designar-se com um título de
propaganda ou marca da casa. Ex.: Mappin; Jumbo; Droga do Farto etc..
  

 

* 3 ()  ! 

.# $/0$ 1* 2

+ *! 
Nesta os sócios têm responsabilidade ilimitada e solidária pelas obrigações sociais. Em caso
de falência, a responsabilidade dos sócios vai até o montante das obrigações, e podem ter
seus bens particulares confiscados. Ex.: sociedade em nome coletivo.

+ ! 
Os sócios têm responsabilidade limitada ao valor do Capital Social. Em caso de falência, se o
capital não estiver integralizado, os sócios solidariamente obrigam-se completar o capital.
Ex.: sociedade por quota de responsabilidade limitada, sociedade anônimas.
No caso de responsabilidade limitada, algumas instituições que concedem financiamento à
empresa (caso específico dos bancos) exigem o aval dos proprietários com o objetivo de
envolver seus bens particulares numa situação de insolvência, já que a responsabilidade dos
mesmos seria até o montante do Capital Social.
  

 

.# $/|$ * 2

+  | 


Existe a vontade em cada sócio de somar esforço em outro(s) sócio(s). Há a
´afeição societáriaµ, há estreito relacionamento pessoal. Na constituição e
durante toda a existência da sociedade, a pessoa do sócio reveste-se de
relevante papel. A idoneidade e o conceito dos sócios são primordiais.

+   0 


Dispensam o elemento subjetivo; nenhum relacionamento pessoal é necessário
entre os sócios. Predomina o elemento material e as pessoas são colocadas em
plano secundário. Nenhuma alteração haverá no fato da saída ou entrada de
sócios. O patrimônio líquido, a posição no mercado, o volume de vendas etc. são
fatores relevantes. Ex.: sociedade anônima.
  

 

& 0.# 0$ 1* !


"# %

& |$0   4 


& $  *
&& 5 $ '$  
o facilidade para sua formação, comparando com a sociedade por ações:
o a responsabilidade até o montante do capital social em detrimento
das sociedades cujos sócios têm responsabilidade ilimitada;
o liberdade de utilização da designação: razão social ou denominação;
o isenção de ônus de publicações de balanços, atas etc. existentes nas
sociedades por ações.
  

 

6 $7$!

6 |$0   4 


6 $#() 
6& 0

A ³ Companhia Aberta
B ³ Companhia Fechada
C ³ Sociedade de Capital Autorizado
D ³ Sociedade de Economia Mista
 

 8
|
9
8  

 .# $/ .# $/   4  >!0*


 )
  2   4  0$ 1*  |$ * 
'$ ()    ?2 
!* 2 2
'$ ()
'$ ()  0 *
EM 311 Há dos grupos de Os comanditados são Sociedade de pes- Firma ou Consta o nome de to- Gomes, Santos & Cia. Assegura aos sócios Em
COMANDITA a sócios: solitários e a respon- soas. razão social. dos, de um ou de al- ou irmãos Guimarães comanditários comer- quotas.
SIMPLES 314 a) ! $ : sabilidade é ilimitada. guns comanditados, & Cia. cializar sem arriscar
ocupam cargos Os outros têm res- seguido de expressão seu patrimônio.
de gerência ponsabilidade limita-  (significando
b) ! $;: da ao capital social. os sócios comanditá-
não ocupam rios).
cargos de
gerência.
EM 315 Qualquer responsa- Solidária e ilimitada. Sociedade de pes- Firma ou a) Nome de todos os a) Oliveira, Lopes & Tem sua origem na Em
NOME e bilidade assumida por soas. razão social. sócios ou Arantes; família que se reunia quotas.
COLETIVO 316 um sócio atinge os b) Nome de um ou b) Oliveira & Cia. ou para praticar ato de
outros sócios (solidá alguns acompanhado c) Oliveira, Lopes & comércio.
rios). Os bens particu de = *. Cia.
lares dos sócios res-
pondem pelas dívidas
sociais (ilimitada).

DE CAPITAL 317 São formadas por Solidária e ilimitada Sociedade de pes- Firma ou Idem, em nome cole- a) Pereira, Dias & Reúne o detentor do Em
E INDÚSTRIA a dois grupos de sócios: só para os sócios soas. razão social. tivo, com exceção de Marcondes. capital com aquele quotas.
324 a)  0 * : capitalistas. que os sócios de tra- b) Dias & Cia. que tem capacidade
entram com o balho não aparecerão de trabalho. Todos
capital e gerência na designação. participam do lucro.
no negócio.
b)
 1 *<:
(ou indústria):
execução e perfei-
ção do trabalho.
EM CONTA 325 Várias pessoas traba- À responsabilidade Sociedade de pes- A união entre o comerciante e Utiliza-se o nome ± acidental, momen- Contrato
DE PARTICI- a lham (sócios ocultos) ilimitada é do comer- soas. outras pessoas é realizada sem do comerciante. tânea, sem registro Particular
PAÇÃO 328 em nome de um co- ciante (sócio ostensi- razão. Opera-se em nome do na Junta Comercial.
merciante (sócio os- vo). comerciante.
tensivo através de
um contrato particu-
lar.
. @ 
  
&  @A 5

Qualquer Conta do Ativo

Débito Crédito
$ Aumentos $ Diminuições

&BC$ |  | !7$4D#


+
|  
Desde que as contas do Passivo sempre apareçam no lado direito do balanço, deve acontecer
com elas o inverso do que acontece com as do Ativo, isto é, os aumentos e diminuições do
Passivo (obrigações) devem ser registrados da seguinte maneira:

Qualquer Conta do Passivo

Débito Crédito
i Diminuições $ Aumentos
. @ 
  
&  @A 5

&BE#! $!
F1F
Resumindo O O  
 O O     

3# A#!* $( !$ :


$ 

F1 F
de para para
Ativo Aumentar Diminuir
Passivo Diminuir Aumentar
Patrimônio Diminuir Aumentar
6 | 
 

2' $ 
1 5
1.1 #* $ (até 360 dias)
³ Disponível
1.1.1 Caixa
1.1.2 Bancos Conta Movimento
1.1.3 Aplicações do Mercado Aberto
³ Créditos
1.1.4 Duplicatas a Receber
1.1.5 (-) Duplicatas Descontadas
1.1.6 (-) Provisão para Devedores Duvidosos
1.1.7 Títulos a Receber
1.1.8 Imposto de Renda na Fonte a Compensar
³ Estoques
1.1.9 Mercadorias
1.1.10 Material de Escritório
1.1.11 * (Poderia haver destaque por produtos, por departamento, por filiais etc.)
1.1.12 ³ Aplicações, Tít. E Valores Mobiliários
1.1.13 ³ Incentivos Fiscais
³ Despesas do Exercício Seguinte
(Despesas antecipadas)
1.1.14 Prêmios de Seguro a Vencer
1.1.15 Juros a Vencer
1.1.16 Encargos Financeiros a Apropriar
1.1.17 ---------------------------------------
1.2  *-; * $'| - (após 360 dias)
1.2.1 Contas a Receber
1.2.2 Títulos a Receber
1.2.3 (-) Provisão para Devedores Duvidosos
1.2.4 Empréstimos Compulsórios
1.2.5 Aplicações em Incentivos Fiscais
1.2.6 Empréstimos a Coligadas
1.2.7 ----------------------------
1.2.8 ----------------------------
6 | 
 

2' $ 
1.3 |! $$
³ Investimentos
1.3.1 Participações em Outras Cias.
1.3.2 Imóveis para Renda
1.3.3 Imóveis para Futura Utilização (Terrenos)
1.3.4 Aplicações em Incentivos Fiscais (efetivada)
³ Imobilizado
1.3.5 Terrenos
1.3.6 Edifícios
1.3.7 Instalações
1.3.8 Móveis e Utensílios
1.3.9 Veículos
1.3.10 Marcas e Patentes
1.3.11 Benfeitorias em Propriedade de Terceiros
1.3.12 Imobilizado em Andamento
1.3.13 -------------------------------
1.3.14 Depreciação (ou Amortização) Acumulada
1.3.14.01 Edifícios - Depreciação
1.3.14.02 Instalações - Depreciação
1.3.14.03 Móveis e Utensílios - Depreciação
1.3.14.04 Veículos - Depreciação
1.3.14.05 Marcas e Patentes - Amortização
1.3.14.06 Benfeitorias - Amortização
1.3.14.07 -------------------------------
1.3.14.08 -------------------------------
³ Diferido
1.3.17 Gastos Pré-Operacionais
1.3.18 Gastos de Organização ou Reorganização
1.3.19 ------------------------------------------------
1.3.20 (-) Amortização
1.3.20.01 Gastos Pré-Operacionais
1.3.20.02 Gastos de Organização ou Reorganização
1.3.20.03 ----------------------------
6 | 
 

2' $ 

2 |5
2.1 #* $ (até 360 dias)
2.1.1 Fornecedores
2.1.2 ICMS a Recolher
2.1.3 IR a Pagar (Provisão para I.Renda)
2.1.4 Salários a Pagar
2.1.5 Encargos Sociais a Recolher
2.1.6 Empréstimos Bancários
2.1.7 Contas a Pagar
2.1.8 PIS a Recolher
2.1.9 FINSOCIAL a Recolher
2.1.10 Contribuição Social a Pagar (Provisão)
2.1.11 Título a Pagar
2.1.12 (-) Despesa de Juros a Apropriar
2.1.13 ------------------------------------

2.2 >'4 * $'| - (após 360 dias)


2.2.1 Financiamentos
2.2.2 Títulos a Pagar
2.2.3 Debêntures a Pagar
2.2.4 ----------------------
2.2.5 ----------------------

2.3 #* >4,##


2.3.1 Receitas de Exercícios Futuros
2.3.2 (-) Custos/Despesas Referentes a
Receitas de Exercícios Futuros
6 | 
 

2' $ 

3 |G H. 

3.1  0 * *
3.1.1 Capital Subscrito
3.1.2 (-) Capital a Integrar

3.2   0 *


3.2.1 Correção Monetária do Capital Realizado
3.2.2 Ágio na Emissão de Ações
3.2.3 Doações e Subvenções
3.2.4 Prêmio na Emissão de Debêntures
3.2.5 Alienação de Partes Beneficiárias
3.2.6 Reserva para Incentivos Fiscais

3.3   * ()


3.3.1 Reavaliação do Permanente

3.4  #


3.4.1 Reserva Legal
3.4.2 Reserva Estatutária
3.4.3 Reserva para Contingência
3.4.4 Reserva de Lucros a Realizar
3.4.5 Reserva de Lucros para Expansão
3.4.6 --------------------------------------

3.5 ##|I#4-#!#* 


3.5.1 Lucros Acumulados
3.5.2 (-) Prejuízos Acumulados

3.6.1 (-) (J!# 


6 | 
 

2' $ 

4.1  # 5$ 


4.1.1 No Estado
4.1.2 Interestadual

4.2 (-)
#(J  #
4.2.1 Vendas Canceladas
4.2.2 Abatimentos
Impostos e Taxas Incidentes sobre Vendas
4.2.3 ICMS
4.2.4 PIS s/faturamento
4.2.5 FINSOCIAL

5.1 (-) #   5$


5.1.1 Custo por Unidade de Mercadoria Vendida ou
5.1.2. Custo da Mercadoria Vendida com Base no Inventário
5.1.2.1 Estoque Inicial
5.1.2.2 Compras
5.1.2.3 Despesas com Transporte de Compras
5.1.2.4 Outras Despesas de Compras
5.1.2.5 Devoluções de Compras (-)
5.1.2.6 Estoque Final (-)
6 | 
 

2' $ 
5.2 (-)
0  0 $ 
5$ 
5.2.1 Pessoal
5.2.2 Comissão de Vendedores
5.2.3 Propaganda e Publicidade
5.2.4 Provisão para Devedores Duvidosos
5.2.5 (+) Reversão da Provisão p/ Devedores Duvidosos
5.2.6 Fretes de Vendas
!$  
5.2.7 Pessoal
5.2.8 Honorários da Diretoria
5.2.9 Encargos Sociais
5.2.10 Aluguel do Escritório
5.2.11 Depreciação de Bens Utilizados pela Administração
5.2.12 Seguros, Acidente de Trabalho
5.2.13 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
5.2.14 Auditoria e Consultoria
5.2.15 Seguros

,$ $
5.2.16 Juros Pagos ou Incorridos
5.2.17 Descontos Concedidos
5.2.18 Correção Monetária Prefixada
(+) Receitas
4.4.1 Juros Recebidos (Juros Ativos)
4.4.2 Descontos Obtidos
(-) Variações Monetárias
5.2.18* Variação Cambial
5.2.19* Correção Monetária de Dívida

* Na hipótese de serem variações positivas, codificaríamos também o dígito 4.


6 | 
 

2' $ 

# 
0  0 $ 
5.2.20 Prejuízos de Participação em outras Sociedades
5.2.21 -----------------------
#   0 $ 
4.5.3 (-) Lucros de Participação em outras Sociedades
4.5.4 -----------------------
(±) Resultados não Operacionais
4.6.1 Ganhos de Capital Permanente
4.6.2 -----------------------
5.3.1 Perdas de Capital Permanente
5.3.2 -----------------------
5.3.3 (-) Despesa com Impostos de Renda
5.3.4 Despesa com Contribuição Social

5.4 (-) | 0 ()$1#(J


5.4.1 Debêntures
5.4.2 Empregados
5.4.3 Administradores
5.4.4 Partes Beneficiárias
5.4.5 Doações e Contribuições
5.4.6 ------------------------------
5.4.7 ou 4.7 Resultado do Exercício
B    
|

B| K#4

% o tipo de sociedade adotado:


empresa individual, sociedade civil, sociedade comercial (Ltda., S.A.)...;
1% a declaração precisa do objeto social
o ramo de negócio que a empresa exercerá;
% o capital social, a participação e a responsabilidade de cada sócio:
o valor do capital social, o quinhão de cada sócio;
% qualificação dos sócios:
nome, nacionalidade, estado civil, número da identidade, reservista;
% denominação da empresa e sede:
o nome comercial da empresa, bem como a sua localização, município;
3% prazo de duração da sociedade:
normalmente o prazo é indeterminado;
'% outras informações: destaque dos sócios-gerentes; forma de
integralização do capital; atitudes no caso de falecimento de sócios etc.
B    
|

B 0.# 0$ 1* !  " %


 + #1() 0 *

2'

 4#* $ L<2
F1 F
 $
19x4
maio 02 CAPITAL A INTEGRALIZAR 3.1.2 80.000.000 -
CAPITAL SUBSCRITO 3.1.1 - 80.000.000
Capital assumido (subscrito) na constituição
de empresa Sílvia Modas Ltda. Conforme
contrato assinado na Junta Comercial sob
nº 96.495, pelos sócios:

 
$ 48.000.000 por 48.000 quotas a
$ 1.000 cada uma
K5
$ 32.000.000 por 32.000 quotas a
$ 1.000 cada uma
B    
|

B 0.# 0$ 1* !  " %

 + $' *- () 0 *

2'

 4#* $ L<2
F1 F
 $
19x4
maio 10 CAIXA A INTEGRALIZAR 1.1.1 40.000.000 -
CAPITAL A INTEGRALIZAR 3.1.2 - 40.000.000
Recebimentos dos cheques nominais
para integralização de 50% do capital
dos sócios:

 
$ 24.000.000 cf. cheque do Banco Universal
nº ------------------------
K5
$ 16.000.000 cf. cheque do Banco Safenado
nº ------------------------
B    
|

02  *- ()BMN 0 * *O # ()0 !$ *F 
'#$:
Em $ mil

  |  |


10-5-x4 10-5-x4
#* $ #* $
Caixa 40.000 ------------------------ -
Bancos c/
Movimento -0- ------------------------ -

|! $$
| !7$4D#
Investimento -0- 80.000
Capital Subscrito
Imobilizado -0- (40.000)
(-) Capital a Integralizar
Capital Realizado
40.000

TOTAL 40.000 TOTAL 40.000


| 

| H|
| 
6. Impostos e Taxas Sobre Vendas
7. Operações com Mercadorias
8. Apuração Contábil do Resultado
9. Operações Financeiras
10. Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa
11. Folha de Pagamento
12. Depreciação e Correção Monetária
|  P 5

C "|OOO, %

C*'#$0$;1
C  !0

A contabilização é:

!0 L    #0  ,$L >

41.500.000 8.500.000 50.000.000

_____________
1. A explicação do uso da conta Compras (Resultado) ou conta Mercadorias (Ativo Circulante) será fornecida no capítulo
seguinte
|  P 5

C "|OOO, %

C*'#$0$;1
C  5$
No momento da venda, ao contrário da compra, o ICMS (assim como os outros
Impostos sobre Vendas) comporá a Receita Bruta, devendo ser deduzido, em
seguida, para apuração da Receita Líquida:

 #  > L*$

70.000.000 70.000.000

Em seguida, destaca-se contabilmente o ICMS

L5$   *<

11.900.000 11.900.000
|  P 5

C "|OOO, %

C*'#$0$;1

C&0# () *<

0 '$ !0 1$  $

 #0   *<

8.500.000 8.500.000 1 1 8.500.000 11.900.000

3.400.000
11.900.000
(saldo devido)
(-) 8.500.000
3.400.000
E |  


E#* !  "%


± obtido de diferença entre o valor das Vendas efetuadas num determinado
período e o valor do Custo das Mercadorias vendidas incorrido nesse mesmo
período.

Assim:

RCM = V - CMV

ou:

 
 
Q5
A   

5


E |  


E6#   5$ "5%

Representa o valor atribuído às mercadorias negociadas pelo comerciante


com seus clientes. O CMV, como o nome indica, é um valor de custo para o
comerciante, valor que será confrontado com o valor de venda (receita) para a
obtenção do Resultado com Mercadorias - RCM.
Monetariamente, o valor do CMV é obtido pela equação:

Custo das Mercadorias Vendidas = Estoque Inicial + Compras - Estoque Final


CVM = EI + - EF
E |  


E6#   5$ "5%

E6$ $;|2versus $ $;|! $$

A característica básica do inventário periódico é a de que a empresa toma


conhecimento do volume de seus estoques (para fins contábeis) de tempos em
tempos, ou seja, no final de cada período (mês, semestre, ano). Com isso, o
valor do CMV também só é conhecido periodicamente. Por isso, não há registro
do CMV à medida que as vendas vão correndo.
No inventário permanente, a cada venda efetuada a empresa controla cada
item de estoque negociado. Isso permite que se conheça, após cada operação
(quer de compra, quer de venda) o nível de seus estoques. Se acoplada ao
controle físico da movimentação dos estoques uma forma de controle
financeiro, serão conhecidos após cada movimentação tanto o valor do CMV
(da operação ou o acumulado até a operação), como o valor do estoque
remanescente (Estoque Final).
E |  


A Demonstração do Resultado do Exercício:



  , 

5
Vendas 224.000
Menos:
Devolução de Vendas 6.000
Abatimentos s/ Vendas 4.000 10.000
214.000
Vendas Líquidas
(-) CMV:
Estoque Inicial 30.000
(+) 182.000
Menos:
Devoluções de Compras 9.000
Abatim. s/ Compras 5.000 14.000 168.0001
Mercadorias Disponíveis 198.000
(-) Estoque Final 28.000

Custo das Mercadorias Vendidas 170.000

Lucro Bruto 44.000


etc.

1. 168.000,00 correspondem às compras líquidas. Devoluções e abatimentos alteram o valor das compras ou das
vendas, diminuindo-as.
E |  


EE$ $;|! $$ * ()D#


Cada um dos critérios arrolados pode ser subdivido em métodos distintos de abordar
o assunto. Apenas a título de curiosidade citamos a seguir alguns dos métodos possíveis
dentro do ´critério do custo de aquisição sem consideração dos eleitos da inflaçãoµ:

o método do custo específico;


o método do custo mais recente;
o método PEPS (ou FIFO), conhecido por ´Primeiro a Entrar e o Primeiro a sairµ, do
inglês ´First In, First Outµ ;
o método UEPS (ou LIFO), conhecido por ´Ultimo a Entrar e o ´ Primeiro a sairµ, do
inglês ´Last In, First Outµ;
o método do ´custo médio ponderadoµ;
o método do ´custo médio ponderado variávelµ.
E |  


EEB!0  ()$F

Para uma observação dos reflexos dos quatro métodos ilustrados, suponha-se
que os preços unitários das três vendas realizadas tenham sido $ 40,00, $ 45,00 e
$ 50,00 conforme a ordem cronológica que que ocorreram. Logo, a receita total do
mês de março foi de $ 1.800,00.
Tabulando os dados de forma resumida teremos:

Custo Média Ponderada


PEPS UEPS
Específico Móvel
Vendas 1.800 1.800 1.800 1.800
(-) CMV 1.050 1.000 1.250 1.094

Lucro Bruto 750 800 550 706

Est. Final 1.300 1.350 1.100 1.256


E |  


ER * ()D#$ $ $;|2

7.8.1 Método do Preço Específico


7.8.2 PEPS (FIFO)
7.8.3 UEPS (LIFO)
7.8.4 Média Ponderada Móvel
R |   @
 

R#* |4$;1*

0  *; 

16.000.000 16.000.000 45.000.000 45.000.000

0##*>4

16.000.000 45.000.000

7.000.000

0  2

7.000.000 7.000.000
R |   @
 

R60# ()#* 

Se o total da receita for maior que o total da despesa, haverá lucro; se a receita for
menor que a despesa, haverá prejuízo.
No exemplo apresentado, têm-se $ 45.000.000 de receita contra $ 23.000.000 de
despesa; portanto, houve um lucro de $ 22.000.000 ($45 -$23).

0# ()#* >4

(Despesas) 23.000.000 45.000.000 (Receita)

22.000.000 (Saldo)

lucro
R |   @
 

R0# ()$;1*#* !!0 ! *

#5$
 #
XXX ®®®®®
#* !   óóó ÜÜÜ

0# (J #
XXX
XXX ®® ®®®
XXX ÜÜÜ

®®®®® óóóóóó
óó XXX

®®®®®®®®®®®®®
0# ()#* >4

XXXXXX
óóóóóóóóóó
#  

0 
   XXXX
XXXX
XXXX
XXXXX ®®®®®®®® óóóóóóóóóó
S | ,

S !0T$  
!$ (),*#> > "
,%
S 0* (J,$ $ 
S& ,$ $ !$
9.3.1 Empréstimos com juros ³ prefixados
9.3.2 Desconto de duplicadas
9.3.3 Empréstimos com juros pós-fixados (variações monetárias)
S | ,

S6
$3$ $"$$ %

Os descontos financeiros são os prêmios oferecidos pelo vendedor


ao comprador, por um pagamento antecipado de dívidas assumidas com
transação de mercadorias. Normalmente, o vendedor indica, na nota fiscal,
ou na duplicata, que o valor da dívida é ´Xµ, e que será cobrada, dentro de
90 dias, pelo próprio valor; se for paga dentro de 60 dias, o comprador gozará
de um desconto de 3%, e, se dentro de 30 dias, de 5%. Essas porcentagens
variam segundo as condições; há, inclusive, os que concedem desconto a favor
dos que fazem o pagamento no próprio dia do vencimento.
| 5 |
 
M
. 
 
5


O recebimento da duplicata não é líquido e certo, uma vez que a


empresa está sujeita aos riscos de crédito. Se a empresa tiver perdas
com seus clientes (os que não são bons pagadores), o saldo de Duplicatas a
Receber será reduzido, isto é, a empresa não receberá o montante
registrado, mas aquele montante menos as possíveis perdas. Dessa forma,
defronta-se com dois valores referentes a Duplicatas a Receber: aquele
registrado como contrapartida da Vendas a prazo e aquele que
efetivamente a empresa irá receber (deduzidas as possíveis perdas). Pelo
Conservadorismo, não há dúvida, fica-se com o menor.
| 5 |
 
M
. 
 
5


M ;*#* | )0  


 
# 

  
@  
| 5
"0<2%


#0*   1
>4 | 3 !$1 
 *!&L

Ano 1 200.000.000 7.000.000


Ano 2 250.000.000 10.000.000
Ano 3 300.000.000 10.750.000
___________ __________

Total 750.000.000 27.750.000

È Perda X 100 27.750.000


_________________ = ________________ = 3,7%

È Saldos 750.000.000
| 5 |
 
M
. 
 
5



0 !| )0L
|0L
 
#  FD
# 
#0*   1

a 10.750.000 12.500.000 c 14.311.600 387.550.000 10.750.000 a


(Provisão de (v.bruto)
31-12-x3)
b 1.750.000
376.800.000
12.500.000 12.500.000 (Saldo de
 )| 
 

#  31-12-x4)
14.311.600 c

1.750.000 b
 , ?
|8

(J; $ 1*- () ,*< | ' !$


$ ' 

| #  *;!!0' O $ 1*- () 3*< 


0 ' !$ 3 ! 0 '!!0U$ 
!$ *#0$< !D# *;!$ *!0' I VMMOMM
3$ * 1*L>O$* 1 *< !3 * O!:

Déb. Despesas com Salários 200,00


Créd. Caixa/Bancos (Salários a Pagar) 200,00
 , ?
|8

$ '!0' 

Os próprios empregados são responsáveis por parte do custeio da previdência


social oficial. O governo atribui às empresas a responsabilidade de serem as
intermediárias arrecadadoras das contribuições dos empregados. Surge então um novo
´descontoµ na folha de pagamento: para com a IAPAS.
± comum, também, que empregados que percebam salários acima de certos
montantes tenham outro desconto em folha: o relativo ao imposto de renda. Esse
desconto é o ´imposto de renda retido na fonteµ (IRRF). A empresa ³ fonte pagadora ³
recebe a incumbência de efetuar essa retenção, a qual nada mais é do que uma tributação
do imposto de renda sobre os salários (renda) dos empregados.
A ´contribuição sindicalµ é outro encargo que cabe ao empregado, competindo à
empresa empregadora reter na fonte. Isso ocorre uma vez por ano.
 , ?
|8

&$ ' !0

As empresas empregadoras também são responsáveis por parte do custeio


da previdência social. Esse ônus, despesa da empresa, é um dos denominados ´encargos
sociaisµ. O cálculo do encargo da empresa para com o IAPAS tem como base os
salários pagos aos empregados. O valor recolhido pela empresa ao IAPAS, encargo
seu, é composto de uma série de valores, cada um dos quais recebendo, quando em
poder do governo, uma destinação específica: Fundo de Previdência e Assistência
Social, salário-família, salário-maternidade, salário-educação, seguro acidentes do
trabalho etc.
Parte dos encargos sociais da empresa para com o IAPAS acaba sendo
ressarcida (pelo menos parcialmente) pelo governo às empresas. Alguns casos são a
seguir explicados, sem aprofundamento nas minúcias legais de cada um.
 , ?
|8

,F 

± constitucionalmente garantido aos empregados o gozo de férias anuais


remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. Os
empregados adquirem o direito às férias a cada período de 12 meses de vigência do
contrato de trabalho (é o chamado ´período de aquisiçãoµ), o qual não é interrompido
quando as férias forem efetivamente gozadas.
O tempo normal de duração das férias é de 30 dias (que poder ser reduzido
para 24, 18 ou 12 dias em função do número de faltas injustificadas no período
aquisitivo: essa particularidade não será aqui aprofundada).
As férias devem ser pagas ao empregado antes que ele as inicie a gozar e,
pela norma constitucional, acrescidas de pelo menos um terço do valor que lhe cabe
pelos dias que gozará (em regra geral, 30 dias).
 , ?
|8

1$|#$;| )0  ,F 

± a expressão técnica para a possibilidade que existe de o


empregado negociar com a empresa no máximo um terço do período de
férias a que tem direito. Ou seja, tendo ele direito a, por exemplo, 30 dias,
recebe por 30 dias de férias, mas somente goza 20 deles. Os 10 outros ele
trabalha, recebendo normalmente pelo seu trabalho. ± o que, no jargão
popular, se usa como ´vendeu 1/3 das fériasµ.
 , ?
|8

&&W *;

´Décimo terceiro salárioµ é o nome popular que tecnicamente se


denomina ´gratificação de natalµ, ou ´gratificação natalinaµ, que, de forma
simplificada, consiste em pagar ao empregado ´um salário a mais no final do
anoµ. Essa regra geral, tal como enunciada, na prática é bem mais flexível.
Em primeiro lugar, o 13º salário pago deve guardar certa
proporcionalidade com o período de tempo de trabalho do empregado
naquele ano. Em segundo lugar, a legislação determina que o 13º salário seja
pago em duas parcelas: a primeira até 30 de novembro e a segunda (e última)
até 20 de dezembro de cada ano.

0 ()


0 ()
Os bens do imobilizado, com o passar do tempo, em virtude do uso, vão
sofrendo deteriorização física. Dessa forma, os bens vão perdendo sua eficiência
funcional. Esse desgaste ocorrido no período é contabilizado como despesa
denominada Depreciação.
A depreciação também pode ocorrer por razões tecnológicas, ou seja, o bem
pode, de uma hora para outra, ficar superado, antiquado, perder sua competitividade,
tornando-se inviável a sua utilização. Nesse caso denomina-se depreciação por
obsoletismo.
A depreciação ocorre normalmente com bens tangíveis (corpóreos). Quando
se tratar de bens intangíveis (incorpóreos, isto é, que não podem ser tocados,
palpados), a despesa é denominada (em virtude da perda de valor do bem)
Amortização. A perda de valor decorrente da exploração de direitos cujo objeto
sejam recursos minerais ou florestais é denominada Exaustão. Normalmente, os
procedimentos aplicados à depreciação são válidos para a Amortização e Exaustão.

0 ()

 > $# *


0 ()
Para cálculo de taxa anual de depreciação é necessário estimar a vida útil do
bem, isto é, quando ela vai durar, levando-se em consideração as Causas Físicas (o uso,
o desgaste natural e a ação dos elementos da natureza) e as Causas Funcionais (a
inadequação e o obsoletismo, considerando-se o aparecimento de substitutos mais
aperfeiçoados).
 > 
0 ()$# *,>  0* '* ()!0$
Grupos de Bens do Imobilizado Ao Ano 100% ÷ pela vida útil estimada
Bens Móveis em geral 10% (100% ÷ 10 anos)
Edifícios e Construções 4% (100% ÷ 25 anos)
Biblioteca 10% (100% ÷ 10 anos)
Ferramentas 20% (100% ÷ 5 anos)
Máquinas e Instalações Industriais 10% (100% ÷ 10 anos)
Veículos em geral 20% (100% ÷ 5 anos)

0 ()


0 ()0 $$ 

|  #$  > ! * P 3$  > * 

X 1,5
10% 15%
Máquinas X 1,5
20% 30%
Ferramentas: X 1,5
----- ------
------------------- X 1,5
----- ------
-------------------

|  U#$

Máquinas 10% X 2,0 20%


----------------- ------ X 2,0 ------
----------------- ------ X 2,0 ------

0 ()

12.1.3 Cálculo e Contabilização da Depreciação

|4
"
0 ##%  * $(| !$ *" |! $$%
______________ _________ Depreciação !1*-  Depreciação Acumulada
______________ _________
1º Ano Desp. Depreciação (3.000.000) 1 3.000.000 Veículos 15.000.000 3.000.000 1
______________ _________ (-) Depr. Acumulada (3.000.000)
______________ _________ 12.000.000
______________ _________ !1*-  Depreciação Acumulada
Depreciação
______________ _________ 3.000.000
2º Ano 2 3.000.000 Veículos 15.000.000
Desp. Depreciação (3.000.000)
(-) Depr. Acumulada (6.000.000) 3.000.000 2
______________ _________
9.000.000 3.000.000
______________ _________

3º Ano ______________ _________ ______________ __________________________ ________________

4º Ano ______________ _________ ______________ __________________________ ________________


______________ _________ !1*-  Depreciação Acumulada
______________ _________ Depreciação
5º Ano Desp. Depreciação (3.000.000) Veículos 15.000.000 12.000.000
3 3.000.000
______________ _________ (-) Depr. Acumulada (15.000.000) 3.000.000 3
______________ _________ -0- 15.000.000
1 (J 1: se o bem fosse adquirido durante o ano, a depre- 1: a conta Veículos não será baixada enquanto esses
ciação seria em duodécimo, considerando-se uma não forem vendidos ou destruídos.
taxa proporcional ao número de meses de uso ao
ano.
Debita ® Despesas de Depreciação
Partidas Dobradas
Credita ® Depreciação Acumulada

Você também pode gostar