Você está na página 1de 30

RECURSO

ORDINÁRIO
CONSTITUCIONA
L
Recorribilidade
interna e externa
Já a recorribilidade interna é
A recorribilidade externa é dada pela relação entre o número de
calculada pela proporção entre o número recursos endereçados ao mesmo órgão
de recursos dirigidos a órgãos jurisdicional prolator da decisão
jurisdicionais de instância superior ou recorrida e o número de decisões por
com competência revisora em relação ao ele proferidas, no período de
órgão prolator da decisão e o número de apuração.
decisões passíveis de recursos dessa
natureza. Nesse índice são considerados,
por exemplo, os embargos
São computados, por exemplo, declaratórios e infringentes, os
recursos como a apelação, o agravo de agravos internos e regimentais.
instrumento, os recursos especiais e
extraordinários.
*DADOS DO CNJ 2019
RECORRIBILIDADE STJ

15
31,8%
RECORRIBILIDADE %
INTERNA

8,9% Quanto maior a instância, maior o


índice de recorribilidade, tanto externa
quanto interna. Os Tribunais
RECORRIBILIDADE Superiores acabam se ocupando,
EXTERNA predominantemente, de casos
eminentemente recursais, os quais
correspondem a 87,5% de suas
cargas de trabalho

*DADOS DO CNJ 2019


JUSTIÇA EM NÚMEROS

TEMPO MÉDIO DE DURAÇÃO DE UM PROCESSO

Obs.: No caso do STJ, até outubro de 2020, foram distribuídos 283.447 processos e julgados 316.807.

*DADOS DO CNJ 2019


JUSTIÇA EM NÚMEROS

ASSUNTOS/TEMAS MAIS RECORRENTE

CLASSES MAIS DEMANDADAS

*DADOS DO CNJ 2019


RECURSO ORDINÁRIO EM NÚMEROS

O segundo maior índice de


recorribilidade está entre os
recursos ordinários e que, entre
2014 e 2016, permaneceu 2017
estagnado em 20%, com redução
17,4% no ano de 2017.

Os recursos ordinários também


apresentam grande variação, sendo
que o maior represamento de
processos se deu em 2010 (79,5%
2016 de congestionamento) e o menor
em 2014 (49,3%). Em 2017 a taxa
de congestionamento nos recursos
ordinários ficou em 60%
TEMPO DOS PROCESSOS
QUE TRAMITAM NO STF
EM 2017
CONCEITO

● Denomina-se recurso ordinário o meio de impugnação de decisão judicial (sentença ou acórdão e


decisão interlocutória) proferida nas causas elencadas no art. 1.027.

● Apesar de se dirigir a Tribunais Superiores – característica dos recursos extraordinários –, essa


espécie de recurso comporta discussão sobre questões de fato. Assim, por ter objeto mais próximo dos
recursos comuns, ele recebeu a denominação de ordinário. O adjetivo “constitucional” se deve ao fato
de eles terem previsão na Constituição da República.

● É um recurso comum, porquanto tem por objeto as questões e provas suscitadas e debatidas no curso
da relação processual; em última análise, tem por objeto a proteção do direito subjetivo. A despeito de
ter sede constitucional, difere dos recursos especiais (REsp e RE) que objetivam a proteção do direito
objetivo. Difere também por não exigir prequestionamento. Assim, ele se limita a atender ao princípio
do duplo grau de jurisdição.
O .C
R.
.
CABIMENTO
● Feitas essas considerações iniciais, verifiquemos as hipóteses de cabimento do recurso ordinário em matéria cível, as
quais estão elencadas no art. 1.027, que, por sua vez, reproduz os arts. 102, II, e 105, II, da CF/1988, excluindo-se a
matéria de natureza penal.

● O genericamente denominado “recurso ordinário”, previsto no art. 1.027 do CPC, tem sua abrangência atrelada ao órgão
a que é destinado e tem fundamento livre e não vinculado; ou seja, o recorrente não precisa justificar as razões do seu
cabimento, como ocorre no recurso especial e no recurso extraordinário (questão federal e constitucional).

● Por fim, cabe ressaltar que o RO, em qualquer de suas modalidades, não é dotado de efeito suspensivo, neste particular,
se distingue do previsto para a apelação. O pedido para concessão do efeito suspensivo do recurso ordinário deve seguir
as mesmas regras previstas para o REX ou RES (art. 1.027, § 2º, parte final).

● O RO se subdivide em duas espécies: recurso ordinário em sentido estrito, que se assemelha à apelação, e recurso
ordinário-agravo de instrumento, na hipótese do inciso II, b, do art. 1.027. (Elpídio Donizetti)
DISPOSIÇÕES DO
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:

a) os mandados de segurança decididos em única instância

CPC pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de


justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios,
quando denegatória a decisão;
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado
estrangeiro ou organismo internacional e, de outro,
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
segurança, os habeas data e os mandados de injunção
decididos em única instância pelos tribunais § 1º Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra
superiores, quando denegatória a decisão; as decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento
dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do
art. 1.015 .

§ 2º Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts


. 1.013, § 3º , e 1.029, § 5º .
JURISPRUDÊNCIA
RECLAMAÇÃO Nº 35.958 - CE (2018/0125713-2) RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE RECLAMANTE : ALBERTO BEZERRA
DE SOUZA ADVOGADOS : ALBERTO BEZERRA DE SOUZA (EM CAUSA PRÓPRIA) - CE007611 LUIZ ARTHUR MELO PESSOA PIRES -
CE013452 REGINALDO CASTELO BRANCO ANDRADE - CE009975 RECLAMADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
INTERES. : BANCO DO BRASIL SA ADVOGADO : JOAO CARLOS DE CASTRO SILVA E OUTRO(S) - DF012939 EMENTA RECLAMAÇÃO.
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.

1. CABIMENTO. PRESERVAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO STJ.

2. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. TRIBUNAL DE ORIGEM. INCOMPETÊNCIA.

3. RECLAMAÇÃO PROCEDENTE.

1. A reclamação é via própria para preservar a competência do Superior Tribunal de Justiça.

2. O recurso ordinário, consectário direto do duplo grau de jurisdição, tem a mesma natureza jurídica do recurso de apelação, razão pela
qual a ele se aplicava, analogicamente, o procedimento de julgamento da apelação, previsto no CPC/1973.

3. O atual sistema processual, além de alterar o processamento dos recursos de apelação, passou a dispor expressamente da
sistemática aplicável ao recebimento e processamento dos recurso ordinários.

4. Diante da determinação legal de imediata remessa dos autos do recurso ordinário ao Tribunal Superior, independentemente de juízo
prévio de admissibilidade, a negativa de seguimento ao recurso pelo Tribunal a quo configura indevida invasão na esfera de
competência do STJ, atacável, portanto, pela via da reclamação constitucional.

5. Reclamação procedente.
CABIMENTO
● Cumpre frisar que as hipóteses arroladas no art. 1.027, I e II, a, excluem o cabimento de recurso ordinário contra mandados de
segurança, habeas data e mandados de injunção que cheguem aos tribunais em grau de recurso. Vale dizer, apenas nos casos de
competência originária dos tribunais superiores cabe recurso ordinário para o STF, e, apenas nos casos de competência originária dos
TRFs ou dos TJ’s dos Estados e do DF e Territórios cabe ROC para o STJ.

● Pode-se dizer ainda que, nas hipóteses previstas no art. 1.027, I e II, a, o recurso ordinário é cabível conforme o resultado da lide, haja vista que
apenas as decisões denegatórias podem ser impugnadas. Nesse sentido, aliás, já decidiu o STJ que “cabe recurso especial, em mandado de
segurança (originário), se a decisão é concessiva” (REsp 25.339-5/RS, 5ª Turma, Rel. Min. Costa Lima, j. 17.02.1993, DJ 15.03.1993, p.
3.824). Em outras, a decisão de natureza concessiva não comporta recurso ordinário, podendo ser impugnada por meio de recurso especial e/ou
extraordinário, verificadas as respectivas hipóteses de cabimento.

● Cabe destacar que a expressão “decisões denegatórias” deve ser interpretada de modo a abranger tanto as decisões em que o pedido formulado
na inicial seja julgado improcedente, resultando na sucumbência do demandante, quanto aquelas em que o processo é extinto sem resolução do
mérito. Se, porém, o relator indeferir monocraticamente a petição inicial de mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção, não
cabe imediatamente recurso ordinário para o STF ou STJ, mas sim agravo interno para o órgão colegiado (STJ, RMS 15.558/SC, 1ª Turma, Rel.
Min. José Delgado, j. 18.02.2003, DJ 24.03.2003, p. 141).
DELIMITAÇÃO
● Declara o referido artigo que cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar, em recurso ordinário, os mandados de segurança,
os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores (STJ, TSE, TST,
STM), quando denegatória a decisão.

● Da mesma forma, cabe ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso ordinário, os mandados de segurança
decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito
Federal e Territórios, quando denegatória a decisão. Em ambos os casos, a expressão denegatória a decisão, que
restringe a legitimidade deste recurso ao autor (impetrante), não se aplica tão somente à rejeição do mérito, mas também
à decisão que extingue o processo sem julgamento de mérito.

● Por fim, cabe ressaltar que o recurso ordinário, em qualquer de suas modalidades, não é dotado de efeito suspensivo ope
legis, regramento que, neste particular, se distingue do previsto para a apelação. O pedido para concessão do efeito
suspensivo do recurso ordinário deve seguir as mesmas regras previstas para o recurso extraordinário ou especial (art.
1.027, § 2º, parte final).
INTERPOSIÇÃ
O
Ao recurso ordinário interposto em processos em que forem partes, de um lado, Estado
estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no
País, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições relativas
à apelação e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, observando-se ainda que, nestes
casos, as decisões interlocutórias podem ser eventualmente impugnadas por meio de agravo de
instrumento, segundo rito previsto nos arts. 1.015 a 1.020 do CPC.

O CPC não menciona expressamente quais os requisitos específicos do recurso ordinário


previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, indicando apenas parte de seu procedimento no § 2º do
art. 1.028 (“O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser interposto perante o
tribunal de origem, cabendo ao seu presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido
para, em 15 (quinze) dias, apresentar as contrarrazões”).
DISPOSIÇÕES DO
CPC § 2º O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no II, alínea “a”, deve ser interposto perante o tribunal de
art. 1.027, inciso II, alínea “b”, aplicam-se, quanto origem, cabendo ao seu presidente ou vice-presidente
aos requisitos de admissibilidade e ao determinar a intimação do recorrido para, em 15
procedimento, as disposições relativas à apelação e (quinze) dias, apresentar as contrarrazões.
o Regimento Interno do Superior Tribunal de
Justiça. § 3º Findo o prazo referido no § 2º, os autos serão
remetidos ao respectivo tribunal superior,
§ 1º Na hipótese do art. 1.027, § 1º , aplicam-se as independentemente de juízo de admissibilidade.
disposições relativas ao agravo de instrumento e o
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
JURISPRUDÊNCIA
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO.
1. PRETENSÃO DE JULGAMENTO DO MÉRITO DO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
MATÉRIA ESTRANHA AOS LIMITES DA RECLAMAÇÃO.
2. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA. POSSIBILIDADE.
APERFEIÇOAMENTO DA RELAÇÃO PROCESSUAL MEDIANTE A CITAÇÃO DO BENEFICIÁRIO DO ATO IMPUGNADO.
3. EMBARGOS PARCIALMENTE ACOLHIDOS.
1. O pedido deduzido na reclamação foi julgado procedente para cassar a decisão prévia de admissibilidade de recurso
ordinário.
Escapam aos limites da reclamação o julgamento de matérias impugnadas pelo próprio recurso ordinário. 2. A partir da
vigência do CPC/2015, firmou-se o entendimento doutrinário e jurisprudencial no sentido de que o instituto da reclamação
possui natureza de ação, de índole constitucional, e não de recurso ou incidente processual, sendo admitida a aplicação do
princípio geral da sucumbência, com a consequente condenação da parte vencida ao pagamento de honorários
advocatícios.
3. Embargos de declaração parcialmente acolhidos.
(EDcl na Rcl 35.958/CE, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 26/06/2019, DJe
01/07/2019)
● Por força do art. 1.028, ao recurso ordinário stricto sensu aplicam-se as normas da apelação e do
Regimento Interno do STJ, com exceção, evidentemente, do agravo previsto no art. 1.027, § 1º, ao
qual se aplicam as normas do Regimento interno do STJ e as do agravo do instrumento dispostas
no CPC/2015, inclusive o art. 1.015.

● Assim, a interposição do recurso ordinário (apelação) far-se-á, no prazo de 15 dias, perante o


órgão a quo, em petição adequadamente fundamentada e portadora de pedido compatível com os
fundamentos (art. 1.010); trará a comprovação do preparo (art. 1.007); devolverá ao órgão
destinatário toda a matéria impugnada, de fato ou de direito (art. 1.013, caput – apelação total ou
parcial); será julgada à vista de todos os pontos discutidos nos autos e todos os fundamentos da
demanda ou da defesa.

● Quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, ao RO interposto contra sentença,


aplicam-se as disposições relativas à apelação; ao RO interposto contra as decisões interlocutórias,
aplicam-se as disposições relativas ao agravo de instrumento. Em ambos os casos aplica-se
supletivamente o Regimento Interno do STJ.
• Ao recurso ordinário em sentido estrito aplica-se a teoria da causa madura, assim como
ocorre na apelação. Deste modo, se a causa estiver em condições de imediato julgamento,
deve o STJ decidir desde logo o mérito nas hipóteses mencionadas no § 3º do art. 1.013.

• Na sistemática do CPC/1973, o entendimento jurisprudencial era no sentido de ser


inaplicável esse princípio ao recurso ordinário interposto em face de decisão denegatória de
segurança. O § 2º do art. 1.027 põe fim a qualquer distinção: deve-se julgar desde logo o
mérito nas mesmas hipóteses previstas para a apelação.

• Ressalte-se que, tal como se passa com a apelação no regramento do CPC/2015, o juízo de
admissibilidade é feito no juízo ad quem, e não mais no juízo prolator da decisão. No caso,
embora processado no tribunal onde prolatada a decisão recorrida, o juízo de admissibilidade
do recurso ordinário é feito no STF ou STJ, conforme o caso (art. 1.028, § 3º).
Pode-se concluir, então, que de forma geral, o recurso ordinário deve ser
interposto por petição endereçada ao presidente do órgão que proferiu a decisão, tendo
como requisitos formais: I – os nomes e qualificações das partes; II – os fundamentos

ÇÃ
de fato e de direito; III – o pedido de nova decisão.

EN
AT O
Estando o recorrente e o recorrido já qualificados nos autos, desnecessário
contenha a petição de interposição nova qualificação. Por outro lado, imprescindível
apresente o recorrente as razões do seu inconformismo, demonstrando os vícios e os
erros do acórdão, impugnando os argumentos que lhe dão arrimo e, finalmente,
fazendo pedido expresso ao órgão ad quem de nova decisão, que reforme total ou
parcialmente aquela impugnada.

No ato de interposição, o recorrente deverá comprovar, quando exigido pela


legislação pertinente, o recolhimento do respectivo preparo, que envolve as custas e
despesas, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de ter seu recurso
declarado deserto.
PRAZ
O
O prazo para interpor o recurso ordinário, bem como para contra-arrazoá-lo, é de
15 (quinze) dias, contados “da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a
Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da
decisão” (art. 1.003, CPC). Quando o acórdão for proferido em audiência, as partes
considerar-se-ão intimadas no ato.

O Ministério Público, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública têm a


prerrogativa de serem intimados pessoalmente, assim como dispõem do prazo em dobro
para recorrer (arts. 180, 183, 186, CPC), bem como as partes com diferentes
procuradores (art. 229, CPC).
PRAZ
O

A contagem dos prazos para interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação deve
observar as regras dos incisos I a VI do art. 231 do CPC, quais sejam:
(I) a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
(II) a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
(III) a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
(IV) o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
(V) o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê,
quando a citação ou a intimação for eletrônica;
(VI) a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos
de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
PRAZ
O
O terceiro prejudicado dispõe do mesmo prazo que as partes para recorrer.

Suspende-se o prazo para interposição do recurso, segundo o art. 1.004 do CPC, “se, durante o prazo para a
interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que suspenda
o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr
novamente depois da intimação”.

O impedimento do advogado, como, por exemplo, uma doença ou um acidente, deve ser tal que o impossibilite não só
da prática do ato, mas também de outorgar, por exemplo, um substabelecimento a outro colega. Há, ademais, que se
considerar que a interposição de embargos de declaração tem o efeito de interromper o prazo para a interposição de outros
recursos (art. 1.026, CPC). Neste caso, o prazo integral só voltará a correr depois da intimação da decisão sobre os embargos
(art. 1.003, CPC).
EFEITOS Possibilita, ainda, conheça o tribunal ad quem de
todas as questões suscitadas e discutidas no processo,
mesmo que o acórdão não as tenha apreciado por
Além de obstar o trânsito em julgado da decisão inteiro. Pode, inclusive, acolher fundamento
judicial, o recurso ordinário, de regra, tem duplo
alternativo da defesa, previamente rejeitado.
efeito: o devolutivo e o suspensivo. Ao contrário
do que ocorre no recurso extraordinário e
especial, o efeito devolutivo transfere para o O efeito suspensivo, de escassa relevância no recurso
órgão ad quem o conhecimento de toda a matéria
ordinário, visto que este só é cabível quando
impugnada e, obviamente, no limite da
impugnação, tantum devolutum quantum denegatória a ordem, impede a eficácia da decisão
apellatum. judicial, mantendo a situação decidida, nos limites da
matéria impugnada pelo recurso, no mesmo estado
em que se encontra, até nova decisão pelo órgão ad
quem.
PROCEDIMENT
O
• Formalizada a interposição do recurso, os autos serão conclusos ao
presidente ou vice-presidente, que determinará a intimação do recorrido
para, se quiser, responder.

• Apresentadas, ou não, as contrarrazões, determinar-se-á a subida dos


autos para o órgão ad quem, independentemente de juízo de
admissibilidade. No respectivo tribunal (STF ou STJ), o procedimento
seguirá as regras do regimento interno.

• Distribuído o recurso, poderá o Relator, nos termos do art. 932, III, IV e V


(RISTF, art. 21, XX, § 1º), não conhecer dele, negar-lhe ou dar-lhe
provimento, em decisão monocrática, da qual caberá agravo interno para o
Colegiado (CPC/2015, art. 1.021)
Julgamento do mérito

Uma vez que o recurso ordinário se assemelha à apelação, o CPC/2015


autoriza, expressamente, que o STF decida, desde logo, o mérito do recurso (art.
1.013, § 3º), ainda quando a extinção do processo tenha ocorrido sem resolução do
mérito, sempre que a ação estiver em condições de imediato julgamento (art.
1.027, § 2º)  

Concessão de efeito suspensivo

O recurso ordinário, como os recursos em geral, não possui efeito


suspensivo. Entretanto, o recorrente poderá pedir a suspensão dos efeitos da
decisão impugnada com base no art. 1.027, § 2º c/c o art. 1.029, § 5º:
(a) o pedido se dirigirá ao STF (na pessoa de seu presidente), no período
compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua
distribuição (art. 1.029, § 5º, I), ou
(b) ao relator, no STF, se o recurso já houver sido distribuído (art. 1.029, § 5º, II).
 
Quando o pedido de efeito suspensivo é dirigido ao STF, procede-se ao
sorteio de um relator para o incidente, o qual ficará prevento para o posterior
processamento do extraordinário (CPC/2015, art. 1.029, § 5º, I).
 
Fungibilidade

Segundo jurisprudência do STF, consolidada sob o regime do CPC/1973,


ocorre erro grosseiro na interposição de recurso ordinário quando cabível o
extraordinário, o que impossibilita a aplicação do princípio da fungibilidade recursal,
por inexistente dúvida objetiva a respeito de qual o recurso adequado.
O
A DR IZADO
QU MAT
E
E S QU

Você também pode gostar