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ORDINÁRIO
CONSTITUCIONA
L
Recorribilidade
interna e externa
Já a recorribilidade interna é
A recorribilidade externa é dada pela relação entre o número de
calculada pela proporção entre o número recursos endereçados ao mesmo órgão
de recursos dirigidos a órgãos jurisdicional prolator da decisão
jurisdicionais de instância superior ou recorrida e o número de decisões por
com competência revisora em relação ao ele proferidas, no período de
órgão prolator da decisão e o número de apuração.
decisões passíveis de recursos dessa
natureza. Nesse índice são considerados,
por exemplo, os embargos
São computados, por exemplo, declaratórios e infringentes, os
recursos como a apelação, o agravo de agravos internos e regimentais.
instrumento, os recursos especiais e
extraordinários.
*DADOS DO CNJ 2019
RECORRIBILIDADE STJ
15
31,8%
RECORRIBILIDADE %
INTERNA
Obs.: No caso do STJ, até outubro de 2020, foram distribuídos 283.447 processos e julgados 316.807.
● É um recurso comum, porquanto tem por objeto as questões e provas suscitadas e debatidas no curso
da relação processual; em última análise, tem por objeto a proteção do direito subjetivo. A despeito de
ter sede constitucional, difere dos recursos especiais (REsp e RE) que objetivam a proteção do direito
objetivo. Difere também por não exigir prequestionamento. Assim, ele se limita a atender ao princípio
do duplo grau de jurisdição.
O .C
R.
.
CABIMENTO
● Feitas essas considerações iniciais, verifiquemos as hipóteses de cabimento do recurso ordinário em matéria cível, as
quais estão elencadas no art. 1.027, que, por sua vez, reproduz os arts. 102, II, e 105, II, da CF/1988, excluindo-se a
matéria de natureza penal.
● O genericamente denominado “recurso ordinário”, previsto no art. 1.027 do CPC, tem sua abrangência atrelada ao órgão
a que é destinado e tem fundamento livre e não vinculado; ou seja, o recorrente não precisa justificar as razões do seu
cabimento, como ocorre no recurso especial e no recurso extraordinário (questão federal e constitucional).
● Por fim, cabe ressaltar que o RO, em qualquer de suas modalidades, não é dotado de efeito suspensivo, neste particular,
se distingue do previsto para a apelação. O pedido para concessão do efeito suspensivo do recurso ordinário deve seguir
as mesmas regras previstas para o REX ou RES (art. 1.027, § 2º, parte final).
● O RO se subdivide em duas espécies: recurso ordinário em sentido estrito, que se assemelha à apelação, e recurso
ordinário-agravo de instrumento, na hipótese do inciso II, b, do art. 1.027. (Elpídio Donizetti)
DISPOSIÇÕES DO
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
3. RECLAMAÇÃO PROCEDENTE.
2. O recurso ordinário, consectário direto do duplo grau de jurisdição, tem a mesma natureza jurídica do recurso de apelação, razão pela
qual a ele se aplicava, analogicamente, o procedimento de julgamento da apelação, previsto no CPC/1973.
3. O atual sistema processual, além de alterar o processamento dos recursos de apelação, passou a dispor expressamente da
sistemática aplicável ao recebimento e processamento dos recurso ordinários.
4. Diante da determinação legal de imediata remessa dos autos do recurso ordinário ao Tribunal Superior, independentemente de juízo
prévio de admissibilidade, a negativa de seguimento ao recurso pelo Tribunal a quo configura indevida invasão na esfera de
competência do STJ, atacável, portanto, pela via da reclamação constitucional.
5. Reclamação procedente.
CABIMENTO
● Cumpre frisar que as hipóteses arroladas no art. 1.027, I e II, a, excluem o cabimento de recurso ordinário contra mandados de
segurança, habeas data e mandados de injunção que cheguem aos tribunais em grau de recurso. Vale dizer, apenas nos casos de
competência originária dos tribunais superiores cabe recurso ordinário para o STF, e, apenas nos casos de competência originária dos
TRFs ou dos TJ’s dos Estados e do DF e Territórios cabe ROC para o STJ.
● Pode-se dizer ainda que, nas hipóteses previstas no art. 1.027, I e II, a, o recurso ordinário é cabível conforme o resultado da lide, haja vista que
apenas as decisões denegatórias podem ser impugnadas. Nesse sentido, aliás, já decidiu o STJ que “cabe recurso especial, em mandado de
segurança (originário), se a decisão é concessiva” (REsp 25.339-5/RS, 5ª Turma, Rel. Min. Costa Lima, j. 17.02.1993, DJ 15.03.1993, p.
3.824). Em outras, a decisão de natureza concessiva não comporta recurso ordinário, podendo ser impugnada por meio de recurso especial e/ou
extraordinário, verificadas as respectivas hipóteses de cabimento.
● Cabe destacar que a expressão “decisões denegatórias” deve ser interpretada de modo a abranger tanto as decisões em que o pedido formulado
na inicial seja julgado improcedente, resultando na sucumbência do demandante, quanto aquelas em que o processo é extinto sem resolução do
mérito. Se, porém, o relator indeferir monocraticamente a petição inicial de mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção, não
cabe imediatamente recurso ordinário para o STF ou STJ, mas sim agravo interno para o órgão colegiado (STJ, RMS 15.558/SC, 1ª Turma, Rel.
Min. José Delgado, j. 18.02.2003, DJ 24.03.2003, p. 141).
DELIMITAÇÃO
● Declara o referido artigo que cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar, em recurso ordinário, os mandados de segurança,
os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores (STJ, TSE, TST,
STM), quando denegatória a decisão.
● Da mesma forma, cabe ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso ordinário, os mandados de segurança
decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito
Federal e Territórios, quando denegatória a decisão. Em ambos os casos, a expressão denegatória a decisão, que
restringe a legitimidade deste recurso ao autor (impetrante), não se aplica tão somente à rejeição do mérito, mas também
à decisão que extingue o processo sem julgamento de mérito.
● Por fim, cabe ressaltar que o recurso ordinário, em qualquer de suas modalidades, não é dotado de efeito suspensivo ope
legis, regramento que, neste particular, se distingue do previsto para a apelação. O pedido para concessão do efeito
suspensivo do recurso ordinário deve seguir as mesmas regras previstas para o recurso extraordinário ou especial (art.
1.027, § 2º, parte final).
INTERPOSIÇÃ
O
Ao recurso ordinário interposto em processos em que forem partes, de um lado, Estado
estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no
País, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições relativas
à apelação e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, observando-se ainda que, nestes
casos, as decisões interlocutórias podem ser eventualmente impugnadas por meio de agravo de
instrumento, segundo rito previsto nos arts. 1.015 a 1.020 do CPC.
• Ressalte-se que, tal como se passa com a apelação no regramento do CPC/2015, o juízo de
admissibilidade é feito no juízo ad quem, e não mais no juízo prolator da decisão. No caso,
embora processado no tribunal onde prolatada a decisão recorrida, o juízo de admissibilidade
do recurso ordinário é feito no STF ou STJ, conforme o caso (art. 1.028, § 3º).
Pode-se concluir, então, que de forma geral, o recurso ordinário deve ser
interposto por petição endereçada ao presidente do órgão que proferiu a decisão, tendo
como requisitos formais: I – os nomes e qualificações das partes; II – os fundamentos
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de fato e de direito; III – o pedido de nova decisão.
EN
AT O
Estando o recorrente e o recorrido já qualificados nos autos, desnecessário
contenha a petição de interposição nova qualificação. Por outro lado, imprescindível
apresente o recorrente as razões do seu inconformismo, demonstrando os vícios e os
erros do acórdão, impugnando os argumentos que lhe dão arrimo e, finalmente,
fazendo pedido expresso ao órgão ad quem de nova decisão, que reforme total ou
parcialmente aquela impugnada.
A contagem dos prazos para interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação deve
observar as regras dos incisos I a VI do art. 231 do CPC, quais sejam:
(I) a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
(II) a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
(III) a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
(IV) o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
(V) o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê,
quando a citação ou a intimação for eletrônica;
(VI) a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos
de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
PRAZ
O
O terceiro prejudicado dispõe do mesmo prazo que as partes para recorrer.
Suspende-se o prazo para interposição do recurso, segundo o art. 1.004 do CPC, “se, durante o prazo para a
interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que suspenda
o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr
novamente depois da intimação”.
O impedimento do advogado, como, por exemplo, uma doença ou um acidente, deve ser tal que o impossibilite não só
da prática do ato, mas também de outorgar, por exemplo, um substabelecimento a outro colega. Há, ademais, que se
considerar que a interposição de embargos de declaração tem o efeito de interromper o prazo para a interposição de outros
recursos (art. 1.026, CPC). Neste caso, o prazo integral só voltará a correr depois da intimação da decisão sobre os embargos
(art. 1.003, CPC).
EFEITOS Possibilita, ainda, conheça o tribunal ad quem de
todas as questões suscitadas e discutidas no processo,
mesmo que o acórdão não as tenha apreciado por
Além de obstar o trânsito em julgado da decisão inteiro. Pode, inclusive, acolher fundamento
judicial, o recurso ordinário, de regra, tem duplo
alternativo da defesa, previamente rejeitado.
efeito: o devolutivo e o suspensivo. Ao contrário
do que ocorre no recurso extraordinário e
especial, o efeito devolutivo transfere para o O efeito suspensivo, de escassa relevância no recurso
órgão ad quem o conhecimento de toda a matéria
ordinário, visto que este só é cabível quando
impugnada e, obviamente, no limite da
impugnação, tantum devolutum quantum denegatória a ordem, impede a eficácia da decisão
apellatum. judicial, mantendo a situação decidida, nos limites da
matéria impugnada pelo recurso, no mesmo estado
em que se encontra, até nova decisão pelo órgão ad
quem.
PROCEDIMENT
O
• Formalizada a interposição do recurso, os autos serão conclusos ao
presidente ou vice-presidente, que determinará a intimação do recorrido
para, se quiser, responder.