LEI GERAL

TRIBUTÁRIA

Apresentador: Ananias Couana

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Enquadramento

Lei que oriente a administração tributária na

sua relação jurídico-tributária com o
contribuinte, que defina os seus direitos e
deveres e que dê segurança jurídica aos
sujeitos passivos do tributo.

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Principais aspectos chave da Lei

 Concentrar num diploma os princípios e normas

gerais do ordenamento jurídico-tributário
moçambicano aplicável a todos os tributos
nacionais e autárquicos (codificação do direito
tributário geral).
 Segurança jurídica e mais garantias para os
contribuintes - exemplos: informações
vinculativas e direito a audição.
 Aplicação de penas para os crimes tributários e
aduaneiros.
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Composta por 219 artigos

TÍTULO I - Disposições Gerais

TÍTULO II - Procedimento Tributário
TÍTULO III - Processo Jurisdicional Tributário
TÍTULO IV - Infracções Tributárias
TÍTULO V - Disposições Finais

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TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

- Objecto (art. 1 )

Com esta lei se estabelecem os princípios e

normas gerais do ordenamento jurídico
tributário moçambicano.
 Aplica-se a todos os tributos, nacionais e
autárquicos.
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- Tributos (art.3)

São tributos:
 Impostos
 taxas
 contribuições especiais e
 Demais contribuições financeiras
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- Fontes normativas dos tributos (art. 7) :
 Constituição da República;
 Lei da Assembleia da República;
 Decreto-Lei e Decreto do C. Ministros;
 Diploma Ministerial;
Regulamento das Autarquias Locais;
Contrato fiscal nos termos previstos na lei;
Convenção internacional que vigor e na ordem
interna.
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- Aplicação da norma tributária no tempo e
no espaço (art. 12)
As normas tributárias aplicam-se somente aos
factos, posteriores à sua entrada em vigor.

 As normas tributárias aplicam-se aos factos que

ocorram no território nacional, sem prejuízo de
tratados ou convenções internacionais de que
moçambique seja parte.

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- Sujeitos da relação jurídica tributária (art. 13
e 14)

Os sujeitos da relação jurídica tributária

classificam-se em:
 Sujeito activo (estado e autarquias)

 Sujeito passivo (os obrigados a

 Pagar tributos)
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- Os sujeitos passivos podem ser:

(art. 14, 20 e 21)

 Contribuinte,
 Substituto tributário (que efectua a retenção na
fonte),
 Responsável tributário (exemplos:
representantes – administradores e gerentes –
sócios, etc. )

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- Domicílio fiscal e número de contribuinte
(arts. 35 a. 38)

Os sujeitos passivos estão obrigados a indicar o

domicílio fiscal em Moçambique.
A administração tributária deve atribuir o NUIT
(número único de identificação tributária) a
todos os contribuintes e substitutos, e estes
devem solicitá-lo e usá-lo em todos os tributos.

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Extinção da dívida tributária (art. 43-48)

A dívida tributária extingue-se por :

 Pagamento,
 Compensação,
 Dação em cumprimento,
 Confusão,
 Falência ou insolvência, e
 Prescrição.
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Título II
Procedimento tributário
- Âmbito (art.49)

O procedimento tributário compreende

toda a sucessão ordenada de actos e
formalidades da administração tributária,
relativos à liquidação e cobrança, voluntária
e coerciva, de tributos.

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- Garantias gerais do sujeito passivo
(Art. 50)
 Não pagar tributos que não tenham sido
estabelecidos de harmonia com a constituição;
 Ser esclarecido acerca da interpretação das leis
tributárias;
 Ser informado da sua situação tributária
concreta;
 Apresentar reclamações, recurso hierárquico,
impugnar actos ou omissões da administração
tributária.

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- Direito a notificação (art. 53)
Os actos do procedimento tributário, que
interfiram com direitos legalmente protegidos
devem ser sempre notificados ao sujeito passivo,
com a devida fundamentação.
- Direito a audição (art. 58- 59)
O direito de audição pode ser exercido por escrito
ou oralmente, no prazo a fixar pela administração
tributária, e não pode ser inferior a 8 nem superior
a 15 dias.

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- Para o exercício da suas atribuições, a
Administração tributária segue, entre outros,
os seguintes princípios do procedimento
administrativo tributário (art. 69)
 da legalidade,
 da igualdade,
 da justiça,
 da imparcialidade e
 da celeridade.

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- Liquidação dos tributos (art. 78)

A liquidação implica a determinação da

matéria tributável para apurar o montante do
tributo a pagar, e inclui :
• Autoliquidação,
• Retenções na fonte, e
• Liquidação efectuada pela administração
tributária.
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- Caducidade da liquidação (art. 86)

O direito da administração tributária de

liquidar os tributos caduca, no prazo de
cinco anos, se a lei não fixar outro.

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- Determinação da base tributária (art.
88 a 95)

A base tributária é determinada em regra

pelo método de avaliação directa, que tem
por fim a determinação do rendimento
real.

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- Outras actividades da administração
tributária (art. 98 a 105)
A administração tributária no âmbito das
suas competências pode executar e
complementar legislação tributária através
de regulamentação.
A administração tributária deve emitir
informações vinculativas sobre a aplicação
das normas tributárias a pedido dos
contribuintes.

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- Alguns deveres dos sujeitos passivos
(art.106 a 113)

A facturação deve ser emitida na língua e na

moeda nacional;
Organização da contabilidade e escrituração;
Dever de colaboração e esclarecimento
Dever da boa prática tributária dos representantes;
Retenções na fonte e entrega do tributo retido.

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- Invalidade dos actos (art. 125)

Os actos da administração tributária

podem ser:

 Anuláveis,
 Nulos, e
 Inexistentes.

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Os actos da administração tributária
Podem ser:

- Impugnados por meio de:

 Reclamação graciosa (art. 126),
 Revisão (art. 134), e
 Recurso hierárquico (art. 138)

- Revogados com fundamento na sua

invalidade.

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- Garantia dos créditos tributários (art.

161)

O património do sujeito passivo constitui

a garantia geral dos créditos tributários,
excepto bens não penhoráveis nos termos
da lei.

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- Direito ao reembolso por prestações

indevidas (art. 167)

Se for efectuado um pagamento de

tributo sem fundamento legal, o sujeito
passivo tem direito à restituição do
montante que pagou indevidamente.

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Título III
Processo jurisdicional tributário

- Acesso à justiça fiscal e aduaneira (art. 171

a 176)

O sujeito passivo tem direito de recorrer de

todos actos lesivos dos seus direitos e interesses
legalmente protegidos de acordo com as
formas de processo constantes da lei.

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Processo jurisdicional tributário
São meios processuais fiscais e
aduaneiros (art. 177 ):
 Os recursos contenciosos,
 O recurso de actos de execução fiscal,
 Os procedimentos cautelares,
 Os recursos sobre matéria aduaneira, e
 Outros previstos por lei.

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- Infracções tributárias - conceito (art.181 )

São infracções tributárias os factos típicos,

ilícitos e culposos declarados puníveis pelas
leis tributárias.
Espécies de infracções tributárias:
 Crimes,
 Contravenções ou transgressões.

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- A medida da sanção (art.186)

A sanção é determinada em função da

ilicitude do facto e da culpa do agente,
considerando:
 A gravidade do facto;

 A intensidade do dolo ou negligência.

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- A medida da sanção (art. 186 cont.):
A condição social do agente e a sua situação
económica;

 O montante do prejuízo causado ao erário

público pela infracção;

 As vantagens patrimoniais eventualmente

obtidas pelo agente com a prática da infracção.

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- Crimes tributários (art. 193)
 As penas aplicáveis aos infractores são a
prisão, prisão maior e ou multa, de acordo
com o tipo legal do crime.

Penas acessórias aplicáveis (art.194)

 Sobre os crimes tributários aplicam-se penas

acessórias, que nunca devem ser superiores a
duas, desde que o seu conteúdo não seja
coincidente.
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- Perda de bens objecto do crime (art.

196 a 198)

Os bens, meios de transporte, armas e

outros instrumentos que forem objectos
de crimes tributários são declarados
perdidos a favor do estado.

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- Crimes tributários não aduaneiros: (art.
199 a 203)
 A fraude fiscal,
 A fraude fiscal qualificada,
 O abuso de confiança fiscal,
 A frustração de créditos fiscais,
 Recusa ou obstrução à fiscalização ou
investigação das autoridades tributárias
não aduaneiras.

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- Crimes tributários aduaneiros (art. 204
a 216)
 O contrabando,
 O descaminho de direitos,
 A introdução fraudulenta no consumo,
 A violação das garantias fiscais
aduaneiras.

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- Crimes tributários aduaneiros (cont.)
 A retenção indevida de receitas
cometidas à administração aduaneira
cobradas ao consumidor ou comprador;
 Recusa ou obstrução à fiscalização ou
investigação; e
 Quebras de marcas e selos.

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Título V
Disposições finais (art 218 a 219)
 Regulamentação da lei e o ajustamento
dos montantes das penas de multas é da
competência do conselho de ministros,
 Revogação, e
 Entrada em vigor noventa dias após a
publicação da lei.

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