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INCLUSÃO SOCIAL

Prof.ª Esp. Marlene Rodrigues Alves


UFMA – Codó 2021.
O QUE É INCLUSÃO SOCIAL?

 Conceitualmente dizendo:

 É um conjunto de meios e açõ es que combatem a


exclusã o aos benefícios da vida em sociedade,
provocada pela diferença de classe social, origem
geográ fica, educaçã o, idade, existê ncia de deficiê ncia
ou preconceitos raciais.
 Inclusã o Social é oferecer aos mais necessitados
oportunidades de acesso a bens e serviços, dentro de
um sistema que beneficie a todos e nã o apenas aos
mais aptos.
P P D - P E S S O A S P O RTA D O R A S
DE
D E F IC I Ê N C IA

 Quem sã o?
 H á muitos conceitos para classificar o portador de deficiê ncia
e foram mudando ao longo da Histó ria, assim como as
palavras utilizadas para exprimi-los.
 Termos como: retardado, doentinho, aleijado, surdo-mudo,
surdinho, mudinho, excepcional, mongolóide, débil mental e
outros, nã o sã o mais aceitos, pois carregam muitos
preconceitos.
 Atualmente, os termos adequados sã o: Pessoa com Deficiê ncia
ou Pessoa com Necessidades Especiais.
 Estes termos sinalizam que, em primeiro lugar, referimo-nos
a uma pessoa que, dentre outras características, tem uma
deficiê ncia, mas ela nã o é esta deficiê ncia.
P P D - P E S S O A S P O RTA D O R A S
DE DEFICIÊNCIA

 Estes termos també m despertam contrové rsias; cada


um deles tem defensores, com argumentos pró prios
 Acredita-se que o fundamental é referir-se a estas
pessoas ou conversar com elas de forma natural e
respeitosa.

 E m termos gerais, podemos definir que "Pessoa com


Deficiência" é a que apresenta, em comparaçã o com a
maioria das pessoas, significativas diferenças físicas,
sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores
inatos e/ou adquiridos, de cará ter permanente e que
acarretam dificuldades em sua interaçã o com o meio
físico e social.
N O B R A S I L - P E S S O A S P O RTA D O R A S
DE DEFICIÊNCIA

 O Decreto n. 3.298 de 20 de dezembro de 1.999 considera pessoa


portadora de deficiê ncia a que se enquadra em uma das seguintes
categorias:
1.Deficiência Física: Alteraçã o completa
ou parcial de um ou mais segmentos do corpo
humano, acarretando o comprometimento da
funçã o física, apresentando-se sob a forma de
paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputaçã o ou
ausê ncia de membro, paralisia cerebral, membros
com deformidade congê nita ou adquirida, exceto as
deformidades esté ticas e as que nã o produzam
dificuldades para o desempenho de funçõ es;
N O B R A S I L - P E S S O A S P O RTA D O R A S
DE DEFICIÊNCIA

2.Deficiência Auditiva:
Perda parcial ou total das
possibilidades auditivas
sonoras, variando em
graus e níveis que vã o
de 25 decibé is (surdez
leve)
à anacusia (surdez
profunda);

3.Deficiência Visual:
Acuidade visual igual ou menor
que 20/200 no melhor olho,
apó s a melhor correçã o, ou campo
visual inferior a 20 (Snellen), ou
ocorrê ncia simultâ nea de ambas
N O B R A S I L - P E S S O A S P O RTA D O R A S
DE DEFICIÊNCIA

4.Deficiência Mental:
Funcionamento intelectual geral
significativamente abaixo da mé dia,
oriundo do período de desenvolvimento,
concomitante com limitaçõ es associadas
a duas ou mais á reas da conduta
adaptativa ou da capacidade do indivíduo
em responder adequadamente à s
demandas da sociedade;

5. Deficiência Múltipla:
É a associaçã o, no mesmo indivíduo,
de duas ou mais deficiê ncias primá rias
(mental/visual/auditiva/física), com
comprometimentos que acarretam
conseqü ê ncias no seu
desenvolvimento global e na sua
capacidade adaptativa.
O E X T R E M O DA E S C A L A DA S
DEFICIÊNCIAS

 As pessoas consideradas superdotadas ou com altas


habilidades, fazem parte do extremo da escala das
habilidades intelectuais, se caracterizam por um
notá vel desempenho e elevado potencial em qualquer
dos seguintes aspectos, isolados ou combinados:

 Alta capacidade intelectual geral;


 Aptidã o acadê mica específica;
 Pensamento criativo ou produtivo;
 Capacidade de liderança;
 Talento especial para artes;
 Capacidade psicomotora.
C O N D U TA S T Í P I C A S -
OUTRAS
DEFICIÊNCIAS
 H á um outro grupo de comportamentos e atitudes que
se diferencia do padrã o considerado normal e que
recebe o nome de condutas típicas.
 Sã o definidas como manifestaçõ es de comportamento
típicas de pessoas com síndromes e quadros
psicoló gicos, neuroló gicos ou psiquiá tricos, que
ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no
relacionamento social, em grau que requeira
Atendimento Educacional Especializado.
 Como por exemplo o Autismo, que é uma síndrome
definida por alteraçõ es presentes por volta do 3º ano de
vida, caracterizada pela presença de desvios nas
relaçõ es interpessoais, linguagem/comunicaçã o, jogos e
comportamentos.
A U TIS M O

 Dentre os sinais mais característicos do autismo, podemos citar:


1. Tendê ncia ao isolamento;
2. Movimentos repetitivos, aparentemente sem funçã o e sem objetivo
(esteriotipia);
3. D ificuldade no relacionamento com outras pessoas (nã o
manté m diá logo, manté m o olhar distante, rejeita contatos físicos);
4. Faz uso de seu nome quando se refere a si pró prio;
5. Repete palavras ou frases constantemente (ecolalia);
6. Ausê ncia de noçã o de perigo;
7. Permanê ncia em situaçã o de fantasia desvinculada da realidade;
8. Hiperatividade intensa e permanente;
9. Necessidade de manter rotinas obsessivas de
comportamento, apresentando reaçã o de pâ nico quando há alguma
interferê ncia.
G R A D A Ç Õ E S DA S D E F I C I Ê N C I A S

 Qualquer tipo de deficiê ncia apresenta gradaçõ es: há pessoas com


comprometimentos maiores, que exigem equipamentos como cadeira
de rodas, e há outras cujas limitaçõ es sã o menores; algumas
conseguem aprender a ler e escrever, mas outras nã o
 A Organizaçã o Mundial da Saú de (OMS) define estes graus usando
as seguintes classificaçõ es:

 Desvantagem (handicap): "No domínio da saú de, a desvantagem


representa um impedimento sofrido por um dado indivíduo,
resultante de uma deficiê ncia ou de uma incapacidade, que lhe
limita ou lhe impede o desempenho de uma atividade considerada
normal para ele, levando em conta a idade, o sexo e os fatores só cio-
culturais" (OMS, 1980, p. 37).
 A situaçã o de desvantagem só se determina em relaçã o a outros,
sendo por isso um fenô meno social. Caracteriza-se por uma
discordâ ncia entre o nível de desempenho do indivíduo e as
expectativas que o seu grupo social tem em relaçã o a ele. A situaçã o
de desvantagem expressa, pois, o conjunto de atitudes e respostas
dos que nã o sofrem de desvantagens.
G R A D A Ç Õ E S DA S D E F I C I Ê N C I A S

 Deficiência: "No domínio da saú de, deficiê ncia representa


qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou funçã o
psicoló gica, fisioló gica ou anatô mica". Dizer que um indivíduo "tem
uma deficiê ncia" nã o implica, portanto, que ele tenha uma doença
nem que tenha de ser encarado como "doente".
 Incapacidade: No campo da saú de, indica uma desvantagem
individual, resultante da desvantagem ou da deficiê ncia, que limita
ou impede o cumprimento ou desempenho de um papel social,
dependendo da idade, sexo e fatores sociais e culturais.
 A incapacidade, estabelecendo a conexã o entre a deficiê ncia e a
desvantagem, representa um desvio da norma relativamente ao
comportamento ou atividade habitualmente esperados do
indivíduo. A incapacidade nã o é um desvio do ó rgã o ou do
mecanismo, mas sim um "desvio" em termos de atuaçã o global do
indivíduo e pode ser temporá ria ou permanente, reversível ou
irreversível, progressiva ou regressiva.
V E R D A D E S E M I TO S S O B R E A S
DEFICIÊNCIAS

 Verdades:

 Deficiê ncia nã o é doença;


 Algumas crianças com deficiê ncias, podem necessitar
de escolas especiais;
 As adaptaçõ es sã o recursos necessá rios para facilitar a
integraçã o dos educandos com necessidades
educacionais especiais nas escolas;
 Síndromes de origem gené tica nã o sã o contagiosas;
 Deficiente mental nã o é louco.
V E R D A D E S E M I TO S S O B R E A S
DEFICIÊNCIAS

 Mitos:

 Todo surdo é mudo;


 Todo cego tem tendê ncia à mú sica;
 Deficiê ncia é sempre fruto de herança familiar;
 E xistem remé dios milagrosos que curam
as deficiê ncias;
 As pessoas com necessidades especiais sã o
eternas crianças;
 Todo deficiente mental é dependente.
D E F I N I Ç Õ E S I M P O RTA N T E S

 Aluno de inclusão: Nas escolas, todos sã o “de inclusã o”.Ao


se referir por ex:aluno surdo,diga aluno com (ou que tem)
deficiê ncia.
 Cadeirante: O termo reduz a pessoa a objeto. Diga pessoa
em cadeira de rodas.
 D eficiente: Nã o devemos reduzir as pessoas e
suas capacidades à deficiê ncia. O correto é pessoa com
deficiê ncia.
 E xcepcional: O certo é criança ou jovem com
deficiê ncia mental.
 P ortador de D eficiência: A deficiê ncia nã o é algo
que a pessoa porta (carrega). O correto é Pessoa
com deficiência.
 Escola ou classe normal: Dizemos escola ou classe regular
ou comum.
O Q U E FA Z E R , S E S U S P E I TA R DA
OCORRÊNCIA DE DEFICIÊNCIA?

Entre em contato com a família,


para verificar se os comportamentos
estã o presentes també m em casa e
se já foi tomada alguma providê ncia;

Recomende que a criança seja


Encaminhada a especialistas, para
fins de avaliaçã o;

E o mais importante,
NÃO tenha P R E CO N C E I TO S !
POR QUE TEMOS

P R E C O N C E ITO S ?

 É normal ter preconceito.


 O preconceito faz parte da natureza humana, desde o início
dos tempos. O homem desconfia e tem medo de tudo o que é
diferente dele mesmo. O "outro" inspira receio, temor,
insegurança; daí para adotar atitudes defensivas e de
ataque é um passo.
 Esses sentimentos eram importantes no tempo das
cavernas, quando os homens eram poucos e lutavam
bravamente para sobreviver em um ambiente hostil.
Infelizmente, persistem até hoje, nas lutas entre cató licos e
protestantes, á rabes e judeus, muçulmanos e cristã os,
brancos e negros... A lista dos pontos de divergê ncia é
grande mas, no fundo, o ponto essencial reside na diferença
entre Eu e o Outro.
PO R Q U E TEMOS PRECONCE ITOS?

 A rotina das relaçõ es sociais nos leva, mais ou menos


conscientemente, a "classificar" as pessoas de acordo com
uma escala de valores a priori, como resultante da nossa
educaçã o e das nossas referê ncias culturais (do lugar que
ocupamos na "escala social"). Os crité rios dessa
"classificaçã o" sã o variados: a qualidade da expressã o, o
modo de olhar, a maneira de comer, a forma de andar, a
forma de vestir, o senso de humor etc.

 Muitas vezes, a segregaçã o começa a partir da colocaçã o de


"ró tulos" ou de "etiquetas" nas pessoas com deficiê ncia, do
tipo "nã o vai aprender a ler", "nã o pode fazer tal movimento"
e outros. Estas "etiquetas" tê m conseqü ê ncias sobre a forma
como estas pessoas sã o aceitas pela sociedade e nã o
permitem que a pró pria pessoa se exprima e mostre do que é
capaz. A ê nfase recai sobre a INcapacidade, sobre a
Deficiê ncia e nã o sobre a Eficiê ncia, a Capacidade, a
Possibilidade.
POR QUE TEMOS

P R E C O N C E ITO S ?

 "O normal e o estigmatizado nã o sã o pessoas concretas


e sim, perspectivas que sã o geradas em situaçõ es
sociais. Assim, nenhuma diferença é em si mesma
vantajosa ou desvantajosa, pois a mesma característica
pode mudar sua significaçã o, dependendo dos olhares
que se lançam sobre elas" (Proposta Curricular de
Santa Catarina).
 Felizmente, esta postura começa a ser alterada e os
profissionais, principalmente na á rea da Educaçã o,
estã o voltando o diagnó stico e a atuaçã o para as
possibilidades e os recursos que a pessoa com
deficiê ncia tem.
POR QUE
TEMO
P R E C O N C E ITO S ?

 E , deste ponto de vista, a heterogeneidade, característica


presente em qualquer grupo humano, passa a ser vista como
fator imprescindível para as interaçõ es na sala de aula.
 A
partir do reconhecimento e da aceitaçã o de nossos
preconceitos e desconfianças, estamos aptos a mudar nosso
comportamento e a aceitar que o objeto destes sentimentos é
uma pessoa como nó s, ou seja, começaremos a identificar os
pontos comuns entre nó s e nã o mais a acentuar as diferenças.
Poderemos, entã o, identificar o que nos une e constatar que
nossa essê ncia é a mesma: somos seres humanos, cuja
diversidade indica riqueza de situaçõ es e possibilidade de
intercâ mbio de vivê ncias e de aprendizagem.
POR QUE TEMOS

P R E C O N C E ITO S ?

 Os diferentes ritmos, comportamentos, experiê ncias,


trajetó rias pessoais, contextos familiares, valores e níveis de
conhecimento de cada criança (e do professor) imprimem ao
cotidiano escolar a possibilidade de troca de repertó rios, de
visã o de mundo, bem como os confrontos e a ajuda mú tua, e a
consequente ampliaçã o das capacidades individuais.

 Por que as pessoas com deficiê ncias sã o "invisíveis"?


 À s vezes, até parece que as pessoas com deficiê ncia nã o
existem, sã o fantasmas... Elas nã o sã o muito vistas nas ruas,
ou na televisã o, ou na política... Como se explica isso?
POR QUE TEMOS

P R E C O N C E IT O S?

 N a verdade, desde que o mundo é mundo sempre


houve pessoas com deficiê ncia. Mas, nem sempre
estas pessoas foram consideradas da mesma maneira.
 No passado, a sociedade frequentemente colocou
obstá culos à integraçã o das pessoas deficientes.
Receios, medos, superstiçõ es, frustraçõ es, exclusõ es,
separaçõ es estã o, lamentavelmente, presentes desde
os tempos da antiga Gré cia, em Esparta, onde essas
pessoas eram jogadas do alto de montanhas, ou em
Atenas, onde elas eram abandonadas nas florestas.
POR QUE TEMOS

P R E C O N C E I T O S?
 Adotando esta atitude de "longe dos olhos,
longe do pensamento", Platã o chegou
mesmo a ponto de afirmar, quando dizia
como deveria ser a sociedade ideal:

 "As mulheres dos nossos militares são pertença da


comunidade, assim como os seus filhos, e nenhum pai
conhecerá o seu filho e nenhuma criança os seus pais.
Funcionários preparados tomarão conta dos filhos dos bons
pais, colocando-os em certas enfermarias de educação, mas
os filhos dos inferiores, ou dos melhores, quando surjam
deficientes ou deformados, serão postos fora, num lugar
misterioso e desconhecido, onde deverão permanecer."
O PRECONCEITO É
H I S TÓ R I C O

 Na Idade Mé dia, eram frequentes os apedrejamentos


ou a morte nas fogueiras da Inquisiçã o das pessoas
com deficiê ncia, pois eram consideradas como
possuídas pelo demô nio.
 No sé c. X I X e princípios do sé c. X X a esterilizaçã o foi
usada como mé todo para evitar a reproduçã o desses
"seres imperfeitos". O nazismo promoveu a
aniquilaçã o pura e simples das pessoas com
deficiê ncia, porque nã o correspondiam à "pureza" da
raça ariana.
O PRECONCEITO É
H I S TÓ R I C O

 Paralelamente a estas atitudes extremas de


aniquilamento, outras atitudes eram adotadas, como o
isolamento destas pessoas em grandes asilos, alé m de
comportamentos marcados por rejeiçã o, vergonha e
medo.
 Foi apenas a partir da Revoluçã o Francesa e das suas
bandeiras de liberdade, igualdade e fraternidade que
estas pessoas passaram a ser objeto de assistê ncia
(mas ainda nã o de educaçã o) e entregues aos cuidados
de organizaçõ es caritativas e religiosas.
O PRECONCEITO É
H I S TÓ R I C O

 Apó s a 2ª Guerra Mundial, os direitos humanos


começaram a ser valorizados; surgem os conceitos de
igualdade de oportunidades, direito à diferença,
justiça social e solidariedade nas novas concepçõ es
jurídico - políticas, filosó ficas e sociais de organizaçõ es
como a O N U - Organizaçã o das Naçõ es Unidas, a
U N E S C O , a O M S - Organizaçã o Mundial de Saú de, a
OIT - Organizaçã o Internacional do Trabalho e
outras.
 As pessoas com deficiê ncia passaram a ser
consideradas como possuidoras dos mesmos direitos e
deveres dos outros cidadã os e, entre eles, o direito à
participaçã o na vida social e à sua consequente
integraçã o escolar e profissional.
O P R E C O N C E I T O É H I S TÓ R I C O

 Segundo a U N E S C O (1977), pode-se dividir a


histó ria da humanidade em cinco fases, de acordo com
o modo como os deficientes foram tratados e
considerados:

1. Fase filantrópica: em que as pessoas com


deficiê ncia sã o consideradas doentes e portadoras de
incapacidades permanentes inerentes à sua natureza.
Portanto, precisavam ficar isoladas para tratamento
e cuidados de saú de;
2. Fase da "assistência pública“: em que o mesmo
estatuto de "doentes" e "invá lidos" implica a
institucionalizaçã o da ajuda e da assistê ncia social;
O P R E CO N C E I TO É HISTÓRICO
3. Fase dos direitos fundamentais: iguais para todas as
pessoas, quaisquer que sejam as suas limitaçõ es ou
incapacidades. É a é poca dos direitos e liberdades
individuais e universais de que ningué m pode ser privado,
como é o caso do direito à educaçã o;
4. Fase da igualdade de oportunidades: é poca em que o
desenvolvimento econô mico e cultural acarreta a
massificaçã o da escola e, ao mesmo tempo, faz surgir o
grande contingente de crianças e jovens que, nã o tendo um
rendimento escolar adequado aos objetivos da instituiçã o
escolar, passam a engrossar o grupo das crianças e jovens
deficientes mentais ou com dificuldades de aprendizagem;
5. Fase do direito à integração: se na fase anterior se
"promovia" o aumento das "deficiê ncias", uma vez que a
ignorâ ncia das diferenças, o nã o respeito pelas diferenças
individuais mascarado como defesa dos direitos de
"igualdade" agravava essas diferenças, agora é o conceito de
"norma" ou de "normalidade" que passa a ser posto em
questã o.
O P R E C O N C E I T O N A AT UA L I DA D E
 Mas, segundo a U N E S C O , estas fases só aparentemente se
sucedem de forma cronoló gica. Na verdade, o que acontece é
que estas diferentes atitudes e concepçõ es face à s pessoas
com deficiê ncia se sobrepõ em, mesmo nos dias atuais;
 Atitudes que contribuem para a integraçã o da pessoa com
necessidades especiais;
 Acesso ao conhecimento e à informaçã o;
 Convivê ncia, que estimula o relacionamento;
 Rompimento de padrõ es de comportamentos estabelecidos.
O P R E C O N C E I T O N A AT UA L I DA D E
 Estraté gias para facilitar mudança de atitudes:
 F ilmes mostrando como pessoas com
necessidades especiais podem viver integradas em sua
comunidade;
 Palestras com pessoas com necessidades
especiais relatando suas experiê ncias;
 Palestras com profissionais acerca da problemá tica das
deficiê ncias;
 Livros e folhetos informativos sobre a deficiê ncia.
C O N V E N Ç Ã O S O B R E O S D I R E I TO S DA
P E S S OA C O M D E F I C I Ê N C I A
- ONU -

 Reconhecendo que a deficiê ncia é um conceito em


evoluçã o e que a deficiê ncia resulta da interaçã o entre
pessoas com deficiê ncia e as barreiras devidas à s
atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva
participaçã o dessas pessoas na sociedade em
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
CONVENÇÃO SOBRE
O S D I R E I TO S DA S
P E S S OAS CO M
DEFICIÊNCIA
Artigo 1: Propó sito

 “O propó sito da presente Convençã o é promover,


proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de
todos os direitos humanos e liberdades fundamentais
por todas as pessoas com deficiê ncia e promover o
respeito pela sua inerente dignidade.”

 “Pessoas com deficiê ncia sã o aquelas que


tê m impedimentos de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial permanentes, os quais,
em interaçã o com diversas barreiras, podem
obstruir sua participaçã o plena e efetiva na sociedade,
em bases iguais com as demais pessoas.”
C O N V E N Ç Ã O S O B R E O S D I R E I TO S DA S
P E S S OAS CO M D E F I C I Ê NC I A

Artigo 3 Princípios Gerais

Os princípios da presente Convençã o sã o:


 O respeito pela dignidade inerente, a autonomia
individual, inclusive a liberdade de fazer as
pró prias escolhas, e a independê ncia das pessoas.
 A nã o-discriminaçã o;
 A plena e efetiva participaçã o e inclusã o na sociedade;
 O respeito pela diferença e pela aceitaçã o das pessoas com
deficiê ncia como parte da diversidade humana e da
humanidade;
 A igualdade de oportunidades;
 A acessibilidade;
 A igualdade entre o homem e a mulher; e

 O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das


crianças com deficiê ncia e pelo direito das crianças com
deficiê ncia de preservar sua identidade.
D É C A DA DA S A M É R I C A S
DA S P E S S O A S C O M D E F I C I Ê N C I A 2006 - 2016

P E L O S D I R E I TO S E A D I G N I DA D E DA S
P E S S OAS CO M D E F I C IÊ N C I A
Igualdade, Dignidade e Participação”

O B J E T I VO S :

 Dar visibilidade ao tema;


 Fortalecer a vontade política;
 Atrair recursos humanos, técnicos e econômicos para a
cooperação;
 Propiciar ações regionais concertadas.
O S D I R E I TO S NA C O N S T I T U I Ç Ã O
FEDERAL

 Logo no artigo 1° da Constituiçã o sã o mencionados dois dos


fundamentos que amparam os direitos de todos os
brasileiros, incluindo, é claro, as pessoas com deficiê ncia : a
cidadania e a dignidade.
 Cidadania: é a qualidade de cidadã o.
 E cidadã o é o indivíduo no gozo de seus direitos civis,
políticos, econô micos e sociais numa Sociedade, no
desempenho de seus deveres para com esta.
 Dignidade: é a honra e a respeitabilidade devida a
qualquer pessoa provida de cidadania.
O S D I R E I TO S NA C O N S T I T U I Ç Ã O
FEDERAL

 Sã o fundamentos que orientam os objetivos de nossa


Repú blica, tais como:
● “construir uma sociedade livre, justa e solidá ria”
● “erradicar a pobreza e a marginalizaçã o e reduzir as
desigualdades sociais e regionais”
● “promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminaçã o”
 A expressã o “o bem de todos” indica que os direitos e
deveres da cidadania pressupõ em que todos sã o iguais
perante a lei, com a garantia de que sã o inviolá veis o
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade (Artigo 5°)
O S D I R E ITO S NA C O N ST I T U I Ç Ã O
FEDERAL

 Todavia, as pessoas com deficiê ncia possuem necessidades


especiais que as distinguem das outras;
 Desta forma, é importante compreender que, alé m dos
direitos relativos a todos, as pessoas com deficiê ncia devem
ter direitos específicos, que compensem, na medida do
possível, as limitaçõ es e/ou impossibilidades a que estã o
sujeitas;
 Por isto é preciso repetir que os nã o deficientes e as pessoas
com deficiê ncia nã o sã o iguais, no sentido de uma igualdade
apenas abstrata e formal, isto é , que nã o considera as
diferenças existentes entre os dois grupos;
 E que as pessoas com deficiê ncia apresentam necessidades
especiais, que exigem um tratamento diferenciado para que
possam realmente ser consideradas como cidadã os.
C O M P RO M I S S O P E L A I N C LU S Ã O
DAS P E S S OAS C O M D E F I C I Ê N C I A
D E C R E T O N. 6215/2007

 Art. 2º O Governo Federal, atuando diretamente ou em regime de


cooperaçã o com os demais entes federados e entidades que se
vincularem ao Compromisso, observará , na formulaçã o e
implementaçã o das açõ es para inclusã o das pessoas com
deficiê ncia, as seguintes diretrizes:

● I - ampliar a participaçã o das pessoas com deficiê ncia no mercado


de trabalho, mediante sua qualificaçã o profissional;
● II - ampliar o acesso das pessoas com deficiê ncia à
política de concessã o de ó rteses e pró teses;
● III - garantir o acesso das pessoas com deficiê ncia à
habitaçã o acessível;
● IV - tornar as escolas e seu entorno acessíveis, de maneira a
possibilitar a plena participaçã o das pessoas com deficiê ncias;
● V - garantir transporte e infra-estrutura acessíveis à s pessoas com
deficiê ncia;
● VI - garantir que as escolas tenham salas de recursos
multifuncionais, de maneira a possibilitar o acesso de alunos com
deficiê ncia.
C E N Á R I O AT UA L

 O Brasil está entre os cinco países mais inclusivos das


Amé ricas, reconhecido por sua legislaçã o e políticas pú blicas
voltadas para as pessoas com deficiê ncia.

 Comofator diferencialestá a organizaçã o do


movimento social e a formaçã o da rede de conselhos de
direitos.
 Nas duas ú ltimas dé cadas, o modelo com base em açõ es
assistenciais vem sendo substituído pelo paradigma da
inclusã o social, caracterizado pela autonomia das pessoas
com deficiê ncia, respeito à diversidade e à dignidade,
participaçã o e equiparaçã o de oportunidades, sob a
perspectiva dos direitos humanos.
S O C I E D A D E I N C L U S I VA

 Todas as pessoas tê m igual valor;


 A diferença entre as pessoas é umprincípio bá sico
e nenhuma forma de discriminaçã o pode ser tolerada;
 A existê ncia de pessoas com deficiê ncia faz
parte da diversidade humana;
 O respeito e a valorizaçã o das diferenças
definem a sociedade inclusiva.
Q UA N D O V O C Ê E N C O N T R A R U M A
P E S S OA C O M DEFICIÊNCIA...
 Muitas pessoas nã o deficientes ficam confusas quando
encontram uma pessoa com deficiê ncia. Isso é natural.
Todos nó s podemos nos sentir desconfortá veis diante do
"diferente".
 Esse desconforto diminui e até desaparece quando há
convivê ncia entre pessoas deficientes e nã o deficientes.
Q UA N D O V O C Ê E N C O N T R A R U M A
P E S S OA C O M DEFICIÊNCIA...
 Nã o faça de conta que a deficiê ncia nã o existe. Se você
se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela
nã o tivesse uma deficiê ncia, você vai estar ignorando
uma característica muito importante dela.
 Dessa forma, você nã o estará se relacionando com ela,
mas com outra pessoa, uma que você inventou, que nã o
é real.
Q UA N D O V O C Ê E N C O N T R A R U M A
P E S S OA C O M DEFICIÊNCIA...
 Aceite a deficiê ncia. E la existe e você precisa
levá -la na sua devida consideraçã o.
 Nã o subestime as possibilidades, nem superestime as
dificuldades e vice-versa.
Q UA N D O V O C Ê E N C O N T R A R U M A
P E S S OA C O M DEFICIÊNCIA...
 As pessoas com deficiê ncia tê m o direito, podem e
querem tomar suas pró prias decisõ es e assumir a
responsabilidade por suas escolhas.
 Ter uma deficiê ncia nã o faz com que uma pessoa seja
melhor ou pior do que uma pessoa nã o deficiente.
Q UA N D O V O C Ê E N C O N T R A R U M A
P E S S OA C O M DEFICIÊNCIA...
 Provavelmente, por causa da deficiê ncia, essa pessoa
pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e,
por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer
outras coisas. Exatamente como todo mundo.
 A maioria das pessoas com deficiê ncia nã o se importa de
responder perguntas, principalmente aquelas feitas por
crianças, a respeito da sua deficiê ncia e como ela
transforma a realizaçã o de algumas tarefas.
Q UA N D O V O C Ê E N C O N T R A R U M A
P E S S OA C O M DEFICIÊNCIA...
 Quando quiser alguma informaçã o de uma pessoa
deficiente, dirija-se diretamente a ela e nã o a seus
acompanhantes ou inté rpretes.
 Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Espere sua
oferta ser aceita, antes de ajudar. Pergunte a forma
mais adequada para fazê -lo.
Q UA N D O V O C Ê E N C O N T R A R U M A
P E S S OA C O M DEFICIÊNCIA...
 Mas nã o se ofenda se seu oferecimento for recusado, pois
nem sempre as pessoas com deficiê ncia precisam de
auxílio. À s vezes, uma determinada atividade pode ser
mais bem desenvolvida sem assistê ncia.
 Se você nã o se sentir confortá vel ou seguro para fazer
alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente,
sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria
conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
Q UA N D O V O C Ê E N C O N T R A R U M A
P E S S OA C O M DEFICIÊNCIA...
 As pessoas com deficiê ncia sã o pessoas como você . Tê m
os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos
receios, os mesmos sonhos.
 Você nã o deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa
errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.
 Se ocorrer alguma situaçã o embaraçosa, uma boa dose
de delicadeza, sinceridade e bom-humor nunca falha!
Q U E M É O V E R DA D E I R O
DEFICIENTE?
“Se você deixa de ver a pessoa, vendo apenas a deficiência
quem é o cego?
Se você deixa de ouvir o grito do seu irmão para a
justiça, quem é o surdo?
Se você não pode comunicar-se com sua irmã e a separa,
quem é o mudo?
Se sua mente não permite que seu coração alcance
seu vizinho, quem é o deficiente mental?
Se você não se levanta para defender os direitos de
todos,
quem é o aleijado?
A atitude para com as pessoas deficientes pode ser
nossa maior deficiência...
E a sua também”

(Autor desconhecido)
Referências :

CARMO, Apolônio Abadio do. Escola não seriada e inclusão escolar:


pedagogia da unidade na diversidade. Uberlândia, MG: EDUFU, 2006.

CORDE. Declaração de Salamanca e suas linhas de ação sobre necessidades


educativas especiais​. Brasília, DF, 1994. Disponível em: www.mec.seesp.gov.br;
http://www.sedh.gov.br

SANTOS, Maria Terezinha Teixeira dos. Bem-vindo à escola: a inclusão nas


vozes do cotidiano. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

SOARES, Cecília Regina Galdino...organizadores. - Educação Inclusiva:


abordagens críticas e reflexivas. Saõ Paulo : Editora Gárcia Edizioni, 2019.

WERNER, Jairo. Saúde e educação: desenvolvimento e aprendizagem do


aluno. Rio de Janeiro: Griphus, 2005.
 
Momento de atividade avaliativa:

 DESCREVA SUAS IMPRESSÕES APÓS LEITURA “INCLUSÃO


SOCIAL”

1. O QUE FICOU ESCLARECIDO PARA VOCÊ, A RESPEITO DO QUE


É INCLUSÃO SOCIAL ?

2. MUDANÇAS OCORRIDAS NA MONENCLATURA “PORTADOR


DE DEFICIÊNCIA” PARA PESSOA COM DEFICIÊNCIA” , O QUE
MUDOU DE FATO ?

3. NO BRASIL QUEM SÃO CONSIDERADOS PESSOAS COM


DEFICIÊNCIA ?
4. COMO SÃO DEFINIDAS AS GRADAÇÕES DAS DEFICIÊNCIAS ?

5. O QUE APRENDESTE DAS VERDADES E MITOS SOBRE AS


DEFICIÊNCIAS ?

6. COMO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO DEVE AGIR , NO CASO DE


SUSPEITA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ?

7. POR QUE TEMOS PRENCONCEITO , NO PRIMEIRO INSTANTE


EM QUE NOS DEPARAMOS COM O DIFERENTE ?
GRATIDÃO !

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