Você está na página 1de 34

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação


Departamento de Engenharia de Sistemas
Laboratório de Sistemas Hidrotérmicos de Potência

Avaliação da Metodologia de Cálculo da


Energia Assegurada do Setor Elétrico
Brasileiro

Por

Secundino Soares Filho


HydroLab
APRESENTAÇÃO
2

 Suprimento de Energia
 Critério Determinístico
 Critério Probabilístico

 Determinação da Energia Assegurada


 Metodologia em Vigor
 Parametrização

 Processo de Convergência

 Determinação da Oferta Hidráulica

 Critérios de Rateio

 Outras Propostas de Cálculo


 ABRAGE

 AES-TIETÊ, DUKE ENERGY, CESP e EMAE

 ANA

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Suprimento de Energia
3

 Critério Determinístico

Regra de Registro
Operação Histórico de
Hidrotérmica Afluências

Requisitos de Simulação da Características


Energia Operação do das Usinas
Sistema

Modificação dos Não


Critério
Requisitos Atendido?

Sim

Capacidade de
Produção das
usinas

Diagrama da aplicação do Critério determinístico de Suprimento de Energia

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Suprimento de Energia
4

 Principais conceitos associados:

 Energia Firme

 Período Hidrológico Crítico

 Energia Firme da Usina

 Energia Secundária

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Suprimento de Energia
5

 Sistema Hidráulico

Energia Secundária Energia Firme Hidráulica

1300
Energia Natural [MW médios]

1200
1100
1000
900
800
700
600
500
400

jan-58
jan-52

jan-53

jan-54

jan-55

jan-56

jan-57

jan-59

jan-60

jan-61
mai-51

mai-52

mai-53

mai-54

mai-55

mai-56

mai-57

mai-58

mai-59

mai-60

mai-61
set-52

set-53

set-54

set-55

set-56

set-57

set-58

set-59

set-60
set-51

Ilustração: Energia Firme Hidráulica e Secundária do Sistema

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab

Energia Armazenada [%]

0
100

10
20
30
40
50
60
70
80
90
mai-51
set-51
jan-52
mai-52
set-52
jan-53
mai-53

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


set-53
jan-54
mai-54
set-54
jan-55
mai-55
set-55
jan-56

Período Crítico
mai-56
set-56
jan-57
Suprimento de Energia

mai-57
 Período Crítico do Sistema

set-57
Energia Armazenada

jan-58
mai-58
set-58
jan-59
mai-59
set-59
jan-60
mai-60
set-60
jan-61
mai-61
6
HydroLab
Suprimento de Energia
7

 Sistema Hidrotérmico

Energia Secundária Energia Firme Hidráulica Energia Firme Hidrotérmica


1300
Energia Natural [MW médios]

1200
1100
1000
900
800
700
600
500
400

jan-61
jan-52

jan-53

jan-54

jan-55

jan-56

jan-57

jan-58

jan-59

jan-60
mai-51

mai-52

mai-53
set-53

mai-54

mai-56
set-56

mai-57

mai-58

mai-59

set-60
set-51

set-52

set-54

mai-55
set-55

set-57

set-58

set-59

mai-60

mai-61
Ilustração: Energia Firme Hidrotérmica e Secundária do Sistema

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Suprimento de Energia
8

 Deficiências deste critério são:

 Falta de quantificação do risco do não


atendimento ao mercado futuro
 Não consideração de uma regra de
operação conjunta do sistema
hidrotérmico
 Dependência de uma única seqüência
hidrológica (histórico)

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Suprimento de Energia
9

 Critério Probabilístico

 Considerar uma regra de operação


ótima do sistema hidrotérmico
 Representar características hidrológicas
distintas (séries sintéticas)
 Quantificação do risco de déficit

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Suprimento de Energia
10

 Implementação do Critério

Ajuste dos
requisitos

Não

Cálculo das Simulação


Estratégias de com séries Risco = R*
Operação sintéticas ?

Sim

Rateio entre Energia


as Usinas Garantida do
sistema

Determinação da energia garantida a risco pré-fixado.

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Suprimento de Energia
11

 Processo de Rateio de Energia Garantida

Custos Marginais de Operação

Energia Rateio entre Energia Rateio entre


Garantida do Sub Sistemas Garantida por Usinas
sistema Sub sistema

Energia
garantida
por usina

Esquema de Rateio da Energia garantida

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Suprimento de Energia
12

 Resumo dos Critérios de Suprimento de


Energia

Operação do Expansão do Hidrologia


Critério Sistema dada Sistema dada usada nos
por : por : estudos :
Energia
Determinístico Curva Limite Série Histórica
Firme
Programa
Energia
Probabilístico Dinâmica Série Sintética
Garantida
Estocástica

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
13

 Metodologia em Vigor

– Realizada pelo ONS, CCPE mediante


diretrizes e solicitações da ANEEL

– Utiliza o modelo NEWAVE

Oferta
Oferta Global de Termelétrica
Energia
Agente 1
Oferta Hidráulica Agente 2 Energia
= Assegurada do Assegurada do
Agente 3

Critério de
desagrega

Sistema
Fator de

Sistema

Rateio
.....
ção

Rateada

Agente n

Esquema de determinação da energia assegurada entre as usinas

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
14

 Parametrização

– A oferta global de energia é obtida através de uma


simulação hidrotérmica com 4 subsistemas interligados

– O horizonte de simulações é de 20 anos, sendo que os


primeiros 10 anos iniciais (1º ao 10º) foram utilizados
para eliminar o efeito do estado inicial de
armazenamento dos reservatórios equivalentes

– A configuração deve ser estática entre o 11º e 15º ano

– São necessários cinco anos para a simulação estática a


fim de poder ter todas as identificações hidrológicas

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
15

 Parametrização

– As usinas são despachadas e os intercâmbios (não deve


existir limitação na transferência de energia entre os
subsistemas) entre os quatro subsistemas são definidos
de forma a minimizar o valor presente da soma do custo
de operação das termelétricas

– O custo de déficit a um risco de déficit anual pré-fixado


de 5% (média do 11º ao 15º ano), em simulações
empregando 2000 séries sintéticas de energias afluentes

Estabilização do Efeito Período de


dos armazenamentos Estudo
iniciais

0 10 15 20 t (anos)

Período de estudo e estabilização da simulação

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
16

 Processo de Convergência e determinação das


Ofertas de energia

– Este processo é dado através do ajuste do risco de


déficit médio

– Realiza-se um processo iterativo que consiste no ajuste


dos requisitos de carga para cada sub sistema

– O processo iterativo é finalizado quando o risco de


déficit médio atinge 5% com uma tolerância de um
ponto percentual (0.1)

– A carga ajustada é a oferta global de energia para cada


sub sistema

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
17

Parâmetros
Iniciais
Início

Cargas
Iniciais

Ajuste de Cargas Simulação do Ajuste de Cargas


do NE e N NEWAVE do SE e NE

Não Não
SS = Subsistema i, 60 meses = 5 anos
de estudo (análise)
Maior (RM NE;RM N) = 5 60 Maior (RM SE;RM S) = 5

 = 0.1

 Risco
mes 1
SS ( mes)
 = 0.1


Sim
RM SS  Sim
5

Ambos
precisa
m de
ajuste ?
Não

Cargas Desagregação Oferta


Convergida da Carga Hidráulica
s Hidráulica a ratear
Fim
Subsistema

Processo de Convergência e determinação das ofertas de energia


©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.
HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
18

 Determinação da Oferta de Energia Hidráulica


– Considera-se a participação média da geração
hidráulica no atendimento das cargas durante o
período crítico

– Agrega-se valor econômico pela ponderação


baseada nos custos marginais de operação (CMO)

– A desagregação é dada por Fator Hidráulico que é


calculado através dos resultados obtidos através do
NEWAVE

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
19

NEWAVE

Oferta Total Ger.Hídrica Ger.Térmica CMO


(OT) (GH) (GT)

FH = F(GH,GT,CMO)

Oferta Hidráulica = FH * OT

Diagrama do Cálculo do Fator Hidráulico

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
20

 O fator hidráulico é expresso da seguinte forma :


12 15 2000

   gh(i, j, k , s) * CMO(i, j, k , s)
i 1 j 11 k 1
FH s 
4 12 15 2000  nclas 
     gh(i, j, k , s)   gt (i, j , k , l , s ) * CMO (i, j , k , s )

s 1 i 1 j 11 k 1  l 1

Diagrama do Cálculo do Fator Hidráulico

 Obtido o FH a oferta hidráulica é dada por :

4 4
OH   OFTE *  FH
s 1
s
s 1
s

Oferta Hidráulica Global

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
21

 Critério de Rateio

– Modelo OPUS

• Energias Asseguradas a 95% da Energia garantida

• Energias garantidas de cada subsistema ponderadas


pelo o custo marginal de operação de cada subsistema

• Modelo a usinas individualizadas, com séries


hidrológicas históricas de vazões de 1931 a 1996

• Utilizou a geração mensal MÉDIA para determinar a


fração da Energia Assegurada em relação ao bloco
hidráulico

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
22

NEWAVE
Oferta
Total
OPUS
Fator
Hidráulic
o

Oferta CMO
Hidráulic ... Subsistema
E E E
a Mn
M1 M2

 T 

  t 1
EM u ,t * CMOt 

EG u  OH *  T n

 
  EM u ,t * CMOt 

 t 1 u 1 
Critério de Rateio

Motorizaç
Sim Não
ão
Completa
?
EGmu  EG u * NHm EGmu  0,9 * PI * NHm

EAu  0,95 * EGmu

Diagrama do Cálculo da Energia Assegurada pelo OPUS


©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.
HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
23

 Critério de Rateio

– Modelo MSUI

• Após 2002

• Energias Asseguradas a 100% da Energia Garantida

• Energias garantidas de cada subsistema NÃO são


ponderadas pelo o custo marginal de operação de cada
subsistema

• Utilizou-se a média das ENERGIAS FIRMES ocorridas


durante a simulação do período crítico do sistema
(junho/1949 a novembro/1956)

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Determinação da Energia Assegurada
24

NEWAVE

Oferta Total

MSUI
Fator
Hidráulico

Oferta
Hidráulica
EF1 EF2 ... EFn

 T 

  t 1
EFu ,t 

EAu  OH *  T n

 


 EF
t 1 u 1
u ,t 

Critério de Rateio

Diagrama do Cálculo da Energia Assegurada pelo MSUI

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Outras Propostas de Cálculo
25

 Proposta da ABRAGE
– A metodologia atual desenvolvida e consolidada durante
muitos anos pelo o setor elétrico brasileiro não deve ser
abandonada e sim passar por algumas mudanças que se
julgar necessário:
• Considerar apenas as usinas hidrelétricas

• A oferta hidráulica seria dada então pela soma das ofertas aos
subsistemas considerados, uma vez que não considerou as
usinas térmicas durante o processo de simulação

• O Rateio deve ser entre todas as usinas participantes do MRE,


principalmente ITAIPU

• As térmicas comercializariam sua capacidade máxima de geração


de energia desde que assumam as diferenças entre sua geração e
seus contratos no MAE

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Outras Propostas de Cálculo
26

 Vantagens da Proposta da ABRAGE


– Torna-se desnecessário o rateio da energia global entre os
subsistemas como rateio entre fontes geradoras

– Eliminaria a influência do valor adotado para o custo de déficit


(R$ 540,00 / MWh), sendo que a oferta hidráulica pura não é
sensível a este custo

– Evitaria o efeito conjuntural que usinas térmicas colocam no


processo de cálculo da energia assegurada (variabilidade do
custo e indefinição do programa de expansão)

– O cálculo da energia assegurada seria apenas das usinas


participantes do MRE

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Outras Propostas de Cálculo
27

 Desvantagens da Proposta da ABRAGE

– As Falhas Incontornáveis na Representatividade de Sistemas


Agregados, impossibilitando representar as usinas
individualmente e conseqüentemente imprecisão dos valores
obtidos

– Consideração de um único período crítico do sistema, visto a


diferença entre os regimes hidrológicos do SIN

– A NÃO consideração de regras de operação “ótimas” dos


reservatórios

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Outras Propostas de Cálculo
28

 Proposta da AES-TIETÊ, DUKE ENERGY, CESP e


EMAE

– Importante definir uma metodologia que simplifique o processo


sem perda de representatividade que tenha transparência e
facilidade na reprodução dos resultados pelos agentes:

• Maximizar a energia produzida

• Resolver o problema do planejamento energético através de um


simulador e/ou otimizador não linear a usinas individualizadas,
considerando os últimos 30, 40 e 50 anos do histórico de vazões
afluentes

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Outras Propostas de Cálculo
29

 Proposta da AES-TIETÊ, DUKE ENERGY, CESP e


EMAE

• Calcular a geração média de cada usina em todo período histórico,


desvinculando o rateio da energia de um único episódio do histórico
(período crítico)

• O rateio da energia assegurada é dado pelo cálculo de um fator de


geração média dado pela divisão da geração média de cada usina pela
soma das energias médias de todas as usinas, para cada subsistema

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Outras Propostas de Cálculo
30

 Desvantagens da Proposta AES-TIETÊ, DUKE


ENERGY, CESP e EMAE

– As Falhas Incontornáveis na Representatividade de Sistemas


Agregados, impossibilitando representar as usinas
individualmente e conseqüentemente imprecisão dos valores
obtidos

– A NÃO consideração de regras de operação “ótimas” dos


reservatórios

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Outras Propostas de Cálculo
31

 Proposta da ANA

– Utilizar série histórica baseada na energia firme com uma


configuração puramente hidrelétrica e estática com um modelo
de otimização a usinas individualizadas

– Caso mantenha o atual critério de cálculo de energias


asseguradas, com base probabilística, propõe-se incorporar
como critério suplementar de não haver falhas no fornecimento
de energia caso ocorra alguma repetição da seca mais severa do
histórico, ou seja, não considerar o fornecimento com 95% de
atendimento e sim 100%

– Caso mantenha o atual critério de cálculo de energias


asseguradas, levar em consideração os usos múltiplos da água
que reduzem a capacidade de geração hidrelétrica

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Outras Propostas de Cálculo
32

 Proposta da ANA
Proposta ANA

Baseado na Critério Atual mais Critério Atual mais


Energia Firme critério a consideração
(Série Histórica) Suplementar dos Usos Múltiplos
(Período Crítico)

Energia Firme
(Sistema)

Três Propostas da ANA

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Outras Propostas de Cálculo
33

 Vantagens da Proposta da ANA

– Considerar uma modelagem a usinas individualizadas,


caso não permaneça a metodologia atual

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.


HydroLab
Outras Propostas de Cálculo
34

 Desvantagens da Proposta da ANA

– Maximizar a Energia Firme, mecanismo incoerente com a


metodologia determinação da Oferta Global de energia
(NEWAVE – Minimizar Custo Esperado Futuro)

– Caso mantenha o atual critério, as desvantagens são


iguais as apresentadas anteriormente

©2002 HydroLab Systems. All rights reserved.

Você também pode gostar