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DO LEGADO FILOSÓFICO DE SANTO

AGOSTINHO
Aurélio Agostinho
nasceu no dia 13 de
novembro do ano
354, em Tagaste,
África, hoje Souk
Ahrás, na atual
Argélia. Foi advogado
em Hipona, na África.
Suas obras principais foram:
Seu pai, Patrício, era pagão,
recebido o batismo pouco
antes de morrer; sua mãe,
Santa Mônica, foi muito
importante para a Igreja.
Aderiu ao maniqueísmo,
mas depois logo o renegou.
Escolher ser herético não pode ser vontade de
Deus, pois Deus, sendo causa eficiente, não
pode escolher o mal e rejeitar, por exemplo,
um escrito de um apóstolo como São João. A
falta de compreensão da racionalidade
cristológica do catolicismo levou
historiadores com a visão apenas materialista
da história a defenderem opiniões repletas de
lacunas; não atingiram o cerne dos postulados
que os spiritualia estavam defendendo: o
ocidente latino cristão.
Continuando a pensar o cerne
das ideias de Santo Agostinho,
o pecado tem em si mesmo
uma raiz à pena da sua
desordem, porquanto a
criatura, não podendo lesar a
Deus (pois o Senhor estaria
muito longe das criaturas para
isso), prejudica a si mesma. A
liberdade que existia antes do
pecado original era: poder não
pecar. Depois do pecado
original é: não poder não
pecar.
Nos bem-aventurados
será: não poder pecar. A
maldade não pode ser
superada naturalmente,
racionalmente,
porquanto a natureza
humana já é corrompida;
pode ser superada
milagrosamente,
asceticamente, mediante
a ascese cristã.
Antes de tudo, nega a
realidade metafísica do
mal. O mal não é ser, mas
privação de ser, como a
obscuridade é ausência de
luz. Tal privação é
imprescindível em todo
ser que não seja Deus,
pois, enquanto criado, ele
é limitado.
Dessa forma explica-se o chamado mal
metafísico. Quanto ao mal físico, que atinge
também a perfeição natural dos seres, Santo
Agostinho procura justificá-lo mediante um
importante argumento estético: o contraste
dos seres contribuiria para a harmonia do
conjunto. O mal é imprescindível para que
todos possam observar os bons, obtendo
assim um contraste que torna visível para
todos os homens a maldade dos homens
ímpios para poder se autocriticar.
O mal é necessário,
portanto, em Santo
Agostinho, para que todos
olhem na direção do Cristo.
E tal conceito foi importante
para Santo Apringio de Beja
observar os arianos e
hereges em geral, para
dissertar sobre os valores do
catolicismo do Pai da Igreja,
mestre de Hipona.
Quanto ao mal moral, finalmente existe uma
má vontade que livremente realiza o mal;
ela, porém, não é causa eficiente, mas
deficiente, sendo o mal um não-ser, um
estado provisório à espera da redenção
divina, bem como na segunda vinda de
Cristo no Apocalipse. Não é livre, porém,
de Deus, e mais grave ainda será o homem
maldoso, pois não é livre também de sua
maldade e por isso mesmo a pratica por não
poder evitá-la.
Daí decorre a intervenção
de Cristo na Terra e a
salvação daqueles que O
aceitaram; por isso a
segunda vinda no
Apocalipse também será
recompensada. O
Apocalipse também é, de
fato, racionalidade pura.
Como se vê, o mal físico
tem uma explicação mais
profunda. E a explicação
última de tudo isso - do
mal moral e de suas
conseqüências - estaria no
fato de que é mais glorioso
para Deus tirar o bem do
mal do que não permitir o
mal.
O mal é, fundamentalmente,
privação de bem (de ser); o
mal físico, moral (pecado
original e Redenção) para o
mal moral (e físico). Por isso
tudo, entendemos por que o
arianismo não poderia nunca,
para os niceístas, proceder de
Deus, pois Deus é causa
eficiente, não erra nunca.
Logo, o mal é procurado pela criatura-
homem, que não é causa eficiente, não é
perfeito depois da queda do paraíso.

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