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Instituto de Ciências Exatas e

Aplicadas (ICEA) - UFOP


Departamento de Engenharia Elétrica
(DEELT)

Sinais e Sistemas – CEA562


Prof. Glauco F. G. Yared
Capítulo 1

Sinais e Sistemas
Sinais de Tempo Contínuo e
Tempo Discreto
• Sinais descrevem fenômenos físicos
– Sinal de pressão acústica associado a fala
humana
– Sinal cardíaco
Sinais de Tempo Contínuo e
Tempo Discreto
– Sinal de cota fluviométrica 30
Flood-flux from 1903 to 1912

28

26

24

level (m)
22

20

– Índice Dow-Jones da 18

16

bolsa de valores de NY 14
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
days
Sinais de Tempo Contínuo e
Tempo Discreto
• Sinais de tempo contínuo x(t)
– A variável independente (tempo t) assume
valores contínuos
• Sinais de tempo discreto x[n]
– A variável independente (tempo n) assume
valores discretos e inteiros
– Também denominados de sequências de
tempo discreto
– Podem ser obtidos pela amostragem de
sinais de tempo contínuo
Definições
• Energia de um sinal de tempo contínuo no
intervalo t1  t  t2
t2
E   x  t  dt
2

t1
• Energia de um sinal de tempo discreto no
intervalo n1  n  n2
n2
E   x  n
2

n  n1
Definições
• Energia total de um sinal de tempo
contínuo
T
x  t  dt
2
E  lim 
T  T
• Energia total de um sinal de tempo
discreto N

 x  n
2
E  lim
N 
n  N
Definições
• Potência média em um intervalo de duração
infinita
E E
P  lim ou P  lim
T  2T N  2 N  1

• Potência média de um sinal de tempo contínuo


1 T
x  t  dt
2
P  lim
T  2T T

• Potência média de um sinal de tempo discreto


N
1
 x  n
2
P  lim
N  2 N  1
n  N
Definições
• Classes de sinais:
– Energia total finita
E  
• Exemplo:  E  1
– Energia total infinita e potência média finita
E   e P  
• Exemplo: sinal constante x[n] = 4

 E   e P  lim
 2 N  1 .16 L ' Hospital
 P  16

N  2N 1
– Energia total e potência média infinitas

E   e P  
Definições
• Exercício 1.3: determine a energia total e
potência média dos sinais abaixo

 
x1  t   e u  t 
2 t
x3  n   cos  n 
4 
Transformação da Variável
Independente
• Deslocamento no tempo
Transformação da Variável
Independente
• Reflexão no tempo (espelhamento em
torno do eixo das ordenadas)
x  n e x  n 
x t e x  t 
Transformação da Variável
Independente
• Mudança de escala no tempo
x  n  e x   .n 
x t e x   .t 

se   1  sinal comprimido
se   1  sinal estendido
Transformação da Variável
Independente
• Exemplo 1.3: dada a função x(t) abaixo,

3 
determine graficamente: x  t  1
2 

t0 t1 t2
Transformação da Variável
Independente

t0 t1 t2

3 2 3 
t  1  t0  0  t   x  t  1
2 3 2 
3
t  1  t1  1  t  0
2
t
3 2
t  1  t2  2  t 
2 3
Transformação da Variável
Independente
• Exercício 1.21: dada a função x(t) abaixo,
 t
determine x  4  
 2
3 3

2 2

1 1

x(t)
x(t)

0 0

-1 -1

-2 -2

-3 -3 t
-3 -2 -1 0 1 2 3 0 2 4 6 8 10 12
t
Sinais Periódicos e Aperiódicos
• Sinal periódico de tempo contínuo x(t)
– Existe um valor positivo T tal que
x(t) = x(t + T)
– O sinal não se modifica com o deslocamento T no
tempo
– Além disso, se x(t) for periódico, então
x(t) = x(t + mT), para qualquer “m” inteiro
– Assim, os valoes “mT” são os períodos de x(t) e T0 é
o menor valor positivo dentre os períodos,
denominado período fundamental
– Se x(t) for constante, então o período é indefinido
Sinais Periódicos e Aperiódicos
• Sinal periódico de tempo discreto x[n]
– Existe um valor positivo N tal que
x[n] = x[n + N]
– O sinal não se modifica com o deslocamento
N no tempo
– Além disso, se x[n] for periódico, então
x[n] = x[n + mN], para qualquer “m” inteiro
– Assim, os valoes “mN” são os períodos de x[n]
e N0 é o menor valor positivo dentre os
períodos, denominado período fundamental
Sinais Periódicos e Aperiódicos

Período fundamental T0 = T
Sinais com Simetria Par e com
Simetria Ímpar
• Sinais com simetria par possuem a
seguinte característica:
x  t   x  t 
x  n   x  n 
• Sinais com simetria
ímpar possuem a
seguinte característica:
x  t    x  t 
x  n    x  n 
Sinais com Simetria Par e com
Simetria Ímpar
• Qualquer sinal pode ser decomposto em
uma soma de dois sinais, sendo um com
simetria par e outro com simetria ímpar

1
Ev  x  t     x  t   x  t   (parte par)
2
1
Od  x  t     x  t   x  t   (parte ímpar)
2

Ev  x  t    Od  x  t    x  t 
Sinais com Simetria Par e com
Simetria Ímpar
1, n  0
• Exemplo: dado x  n    determine
0, n  0

a parte par e a parte ímpar de x[n] n x  n


n x  n
3 1 2
3 12
2 1 2
2 12
1 1 2
1 12 Parte par Parte ímpar 0 0
0 1
1 12
1 12
2 12
2 12
3 12
3 12
Sinais com Simetria Par e com
Simetria Ímpar
• Exercício 1.24: Esboce a parte par e a
parte ímpar do sinal indicado abaixo
3

2.5

2
x[n]

1.5

0.5

0
-6 -4 -2 0 2 4 6 8
n
3

-1
Parte par

-2

-3
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
n

0
Parte ímpar
-1

-2

-3
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
n
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Contínuo
• Sinal exponencial complexo de tempo
contínuo  
x t  Ce at
, sendo:
C  C e j e a  r  j0
– Casos especiais importantes
• I – Se “C” e “a” forem números reais, então x(t)
será uma exponencial crescente ou decrescente
(dependendo do sinal de “a”)
• II – Se “a” for um número imaginário puro e C for
 
igual a 1, então x t  e
j0t
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Contínuo
• O sinal  
j t
x t  e 0
possui como propriedade
importante a periodicidade
• Sendo um sinal periódico, tem-se:
j0t j0  t T  j0t j0t j0T
e e  e e e
• Assim, para que a condição de periodicidade seja
satisfeita, tem-se: 
  0 Período
Fundamental
 0 T 
2
j0T
 1  ou
0
e  0

 2
Relação de Euler 0T  2  T 
e  cos     jsen   
j
 0
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Contínuo
• Note que os múltiplos de 2π também satisfazem a
condição de periodicidade. Portanto

0T  2 k , k  0, 1, 2,


j0T
também satisfaz a condição de e 1
• O sinais exponenciais complexos
k  t   e jk0t , k  0, 1, 2,
são harmonicamente relacionados e a k-ésima
harmônica possui período de

k 2
T 2  T  k  T  k T0
0 0
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Contínuo
• III – Se “a” for um número imaginário puro e “C” for
um número complexo genérico, pode-se obter um
sinal senoidal a partir de:
A j j0t A  j  j0t
A cos  0t     e e  e e
2 2
a qual pode ser verificada a partir da relação de
Euler
e j  cos     jsen   
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Contínuo
• Observação: representação de uma soma de dois
exponenciais complexos como o produto entre
uma exponencial complexa e um sinal senoidal
– Passo 1: determinar o fator exponencial complexa, cujo
expoente é igual a média das frequências das duas
exponenciais complexas
– Exemplo:

x  t   e j 2t  e j 3t  x  t   e j 2,5t  e  j 0,5t  e j 0,5t 


 x  t   2e j 2,5t cos  0,5t 
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Contínuo
• IV – Se “a” e “C” forem números complexos
genéricos, então:

x  t   Ce  C e e  r  j0  t
j j  0t  
at
Ce ert

x  t   Ce at  C e rt cos  0t     j C e rt sen  0t   

j
sendo C  C e e a  r  j0
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Contínuo
• Exemplo de sinais exponenciais complexas
genéricos
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Discreto
• Sinal exponencial complexo de tempo
discreto é definido como:
x  n   C n
ou x  n   Ce , sendo   e
n 

– Casos especiais importantes


• I – Se “C” e “α” forem números reais, então x[n]
será uma exponencial, cuja forma depende de “α”
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Discreto
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Discreto
• II – Se “β” for um número imaginário puro e C for
igual a 1, de modo que |α|=1, então

x  n   e j0 n
• III – Se “β” for um número imaginário puro e “C” for
um número complexo genérico, pode-se obter um
sinal senoidal a partir de:
A j j0 n A  j  j0n
A cos  0 n     e e  e e
2 2
a qual pode ser verificada a partir da relação de
Euler
e j  cos     jsen   
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Discreto
• IV – Se “C” e “α” forem números complexos
genéricos, representados na forma polar por
j j0
CCe e e
então

x  n   C  C  e e
n j j0 n n j  0 n  
n
C  e

x  n   C  C  cos  0 n     j C  sen  0 n   
n n n
Sinais Senoidais e Exponenciais
Complexas de Tempo Discreto
• Exemplos:

 1

 1
Sinais Exponenciais Complexos:
Tempo Contínuo X Tempo Discreto
• 1a) Para e j t , quanto maior for 0 ,
0

maior será a taxa de oscilação do sinal


j t
• 1b) O sinal e é periódico para qualquer
0

valor de 0 e o período T pode ser


qualquer número real
j n
• 2a) O sinal e se repete a medida que a
0

frequência angular é incrementada de 2π


j  0  2  n j0 n j 2 n j0 n
e e e e
Sinais Exponenciais Complexos:
Tempo Contínuo X Tempo Discreto
1

0.5

x[n] = cos(w0n)
0  0   0

-0.5
cos[(pi/10)n]
cos[(pi/6)n]
-1 cos[(pi/2)n]
0 5 10 15 20 25 30 35 40
cos[(pi)n]
n

0.5
x[n] = cos(w0n)

0
  0  2
cos[(pi)n]
-0.5 cos[(3pi/2)n]
cos[(11pi/6)n]
cos[(57pi/30)n]
-1
0 5 10 15 20 25 30 35 40
n
Sinais Exponenciais Complexos:
Tempo Contínuo X Tempo Discreto
• 2b) A condição para que e j0 n seja periódico é
j0 n j0  n  N 
e e  e j0n ej0 N
1
j0 N 0 m
e  1  0 N  m.2  
2 N
Deve-se encontrar um valor “m” tal que
2
N m
0
lembrando que o período N é um número inteiro
Sinais Exponenciais Complexos:
Tempo Contínuo X Tempo Discreto
• Exercício: avalie se a função abaixo é
periódica ou não:
x1  t   2e u t
j  t  4 

• Exercício: avalie se os sinais abaixo são


periódicos ou não e, em caso afirmativo,
determine o período fundamental
x1  t   je j10 t
u t
3
 n 1 2 
x4  n   3e
j
j 3 5 n 1 2 
5
x5 [n]  3e
Funções Impulso Unitário e Degrau
Unitário
Função Impulso Unitário

0, n  0 0, t  0
  n   e   t  
1, n  0 1, t  0

Função Degrau Unitário

0, n  0 0, t  0
u  n   e u t  
1, n  0 1, t  0
Funções Impulso Unitário e Degrau
Unitário
• Relação entre impulso unitário e degrau
unitário de tempo discreto
  n   u  n   u  n  1 Equação de diferença
(equivalente a derivação)
n
u  n     m Soma cumulativa
(equivalente a integração)
m 
Funções Impulso Unitário e Degrau
Unitário
• Relação entre impulso unitário e degrau
unitário de tempo discreto Mudança de variável
k = n – m, na equação da
 soma cumulativa

u  n     n  k 
k 0
Funções Impulso Unitário e Degrau
Unitário
• Relação entre impulso unitário e degrau
unitário de tempo contínuo
t
u t       d


du  t 
  t 
dt
Funções Impulso Unitário e Degrau
Unitário
• Reescrevendo a Equação
t
u t       d


Mudança de variável   t 

0 
u  t      t      d       t    d
 0
Funções Impulso Unitário e Degrau
Unitário
• Há uma descontinuidade em t = 0. Assim,
em termos práticos deve-se considerar a
aproximação:
du  t 
  t     t   lim    t 
dt  0
Funções Impulso Unitário e Degrau
Unitário
• Na prática, o pulso com uma duração
suficientemente curta, quando comparada
aos tempos de resposta de um sistema
físico, é uma aproximação da função
impulso
– Exemplo: pulso utilizado
para amostragem de um
sinal
Descrição de um Sistema Físico:
Aproximação X Real
• Qualquer descrição de um sistema físico
será tão boa quanto mais aproximado for
o modelo matemático obtido para
representá-lo
• Na prática da Engenharia, é fundamental
identificar os limites de validade das
hipóteses utilizadas na determinação de
um modelo
Funções Impulso Unitário e Degrau
Unitário
1, 0  t  1
• Exercício 1.14: Dado x  t   
2, 1  t  2

A derivada deste sinal está relacionada com


o trem de impulsos

g  t     t  2k 
k 

• Determine A1, A2, t1 e t2 na expressão


abaixo dx  t 
 A1 g  t  t1   A2 g  t  t2 
dt
Sistemas de Tempo Contínuo e
Sistemas de Tempo Discreto
Interconexão de Sistemas
Propriedades Básicas de Sistemas
• Sistemas sem memória:
– Saída em um determinado instante depende
apenas do valor da entrada neste instante
• Exemplo:
y t  x t ou y  n  x  n  Sistema identidade

• Sistema com memória


– Saída atual depende da entrada em instante
de tempo diferente do atual
Propriedades Básicas de Sistemas
– O sistema com memória armazena
informações sobre valores de entrada em
instantes diferentes do atual (passados ou
futuros)
– Frequentemente, a memória está associada
ao armazenamento de energia em sistemas
físicos.
n
y  n   x k acumulador y  n   x  n  1 atracador
k 

 n 1

y  n     x  k    x  n   y  n   y  n  1  x  n 
 k  
Propriedades Básicas de Sistemas
• Sistemas inversos
– Um sistema é inverso se colocado em
cascata com outro e a saída resultante é igual
a entrada do sistema que o precede
Propriedades Básicas de Sistemas
• Causalidade
– Um sistema é causal se a saída depende dos
valores da entrada apenas nos instantes
presente e passados
– Os sistemas não causais dependem de
valores futuros das entradas
• Exemplo: média não causal
M
1
y  n   x n  k
2 M  1 k  M
Propriedades Básicas de Sistemas
• Estabilidade
– Um sistema é estável se para um entrada
limitada, a saída correspondente também é
limitada (não diverge)
• Invariância no tempo
– As características físicas do sistema são
constantes ao longo do tempo
– Se um deslocamento no tempo do sinal de
entrada produz um deslocamento no tempo
do sinal de saída
x  t  t0   y  t  t 0  ou x  n  n0   y  n  n0 
Propriedades Básicas de Sistemas
• Linearidade
– Um sistema é linear se obedecer o princípio
da superposição:
• Entrada consiste de uma soma ponderada de
diversos sinais, então a saída é a soma ponderada
das respostas para cada um desses sinais
Aditividade
x1  t   x2  t   y1  t   y2  t  ou x1  n   x2  n   y1  n   y2  n 

Homogeneidade

ax1  t   ay1  t  ou ax1  n   ay1  n 


Propriedades Básicas de Sistemas
– Combinando as propriedade de aditividade e
homogeneidade:
ax1  t   bx2  t   ay1  t   by2  t  ou ax1  n   bx2  n   ay1  n   by2  n 
– Generalizando, dada a entrada x[n] de um
sistema linear
x  n    ak xk  n 
k
a saída y[n] será, pelo princípio da
superposição
y  n    ak yk  n 
k
Propriedades Básicas de Sistemas
– Para sistemas lineares, uma entrada que é
constantemente nula produz uma saída que é
constantemente nula (de acordo com a
propriedade da homogeneidade)
0.x  t   0. y  t  ou 0.x  n   0. y  n 
– Alguns sistemas não-lineares podem ser
representados como a superposição da
resposta de um sistema linear e a resposta à
entrada nula do sistema
Propriedades Básicas de Sistemas
– Um sistema não-linear cuja saída é a
superposição da resposta de um sistema
linear e a resposta à entrada nula é
denominado incremental
y  n   y1  n   y0  n 

resposta a
entrada
nula
Propriedades Básicas de Sistemas
– Exemplo de sistema incremental:
y  n  2 x  n  3 Resposta a entrada
nula
se x1[n] = 2 e x2[n] = 3, então
y1[n] = 7 e y2[n] = 9. Assim, a propriedade da
aditividade foi violada, pois
y1  n   y2  n   2  x1  n   x2  n    3
7  9  2  2  3  3
16  13
Propriedades Básicas de Sistemas
– Note que o sistema gerado pela diferença
entre as respostas a duas entradas distintas
para um sistema incremental é linear, pois
dado y  n   f  x  n    y0  n  , sendo f   linear ,
dado que x1  n   y1  n  e x2  n   y2  n  ,
obtem-se uma função linear resultante da
diferença
y1  n   y2  n   f  x1  n    f  x2  n  

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