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Mestrado em Ciências Econô micas

Macroeconomia I

Elcyon Caiado Rocha Lima


e-mail: elcyon.lima @uerj.br
Aula 01
1
O Modelo de Equilíbrio Geral Dinâmico de uma Economia Fechada

yt  ct  it (Identidade Contá bil da renda nacional) (1)

Produçã o Consumo investimento


total

-Restriçã o de recursos para toda a economia;


-Produçã o Total = renda total

st  yt  ct e it  st ;
Poupança
Depreciaçã o

kt 1  it  skt
(2)
Estoque de capital no início
investimento
do período t

-Dá a dinâ mica intrínseca do modelo


2
O Modelo de Equilíbrio Geral Dinâmico de uma Economia Fechada

yt  F  kt  Funçã o de produçã o (3)

Produto produzido durante o período t

F  0, F '  0 e F ''  0

Condições de INADA (1964)

lim F '  k   0
k 

lim F '  k   
k 0

3
Podemos eliminar y e investimento do modelo substituindo (3) e (2) em (1):

F  kt   ct  kt 1   kt (4)

Restriçã o nã o-linear e dinâ mica sobre a economia

• Dado o estoque inicial de capital (a dotaçã o), a economia precisa escolher


ct e kt 1. Pode-se mostrar que isto é equivalente a escolher o consumo em t,
t+1, t+2, ... Com os níveis referidos de capital, produçã o, investimento e
poupança, para cada período, dados pelo modelo.
• Tendo sido estabelecida a restriçã o defrontada pela economia, falta explorar as
preferências. O que a economia tenta maximizar dadas as restriçõ es
apresentadas? As possíveis escolhas sã o: a produçã o, o consumo e a utilidade
derivada do consumo.
• As escolhas podem ser feitas para o período corrente e para o futuro.
Gostaríamos de saber se as escolhas para o período corrente podem ser
mantidas no futuro. Estas questõ es estã o relacionadas com a XXXXXX e a
estabilidade do equilíbrio.

4
• Vamos considerar duas soluçõ es do problema defrontado pela economia: a
“regra de ouro” e a “soluçã o ó tima”.

• Ambas consideram que o objetivo do planejador central é maximizar o


consumo ou a utilidade derivada do consumo.

• As soluçõ es diferem devido a diferentes atitudes em relaçã o ao futuro.


• Na “regra de ouro”, o futuro nã o é descontado enquanto que na outra é.
• Pode-se mostrar que “a regra de ouro” nã o é sustentá vel com um choque
negativo na produçã o. Já a “soluçã o ó tima” é.

5
A soluçã o “Regra de Ouro”

O Estado Estacioná rio “Steady-state”


•Considerando que kt 1  kt 1  kt e utilizando a equaçã o (4), podemos obter:

ct  F  kt   kt 1   1    kt (5)

•Maximizar o consumo em t é um pouco míope (ou maximizar u (ct )), pois isto
implicaria em kt 1  0 e, portanto, o consumo no pró ximo período seria igual a
zero.
•Portanto, é desejá vel a introduçã o de uma restriçã o adicional: “o nível de
consumo deve ser sustentável”.
•Com a introduçã o desta restriçã o adicional, o objetivo passa a ser a
maximizaçã o do consumo em cada período de tempo.
•Neste caso, podemos considerar que desejamos considerar o longo prazo,
eliminando o subscrito tempo (t).

6
A equaçã o (5) entã o se torna

c  F  k   k   1   k  F  k    k (6)

•Como o capital é constante, o ú nico investimento necessá rio é aquele para


evitar que o capital deprecie.
•Neste caso, o problema entã o passa a ser escolher o k que maximiza c:

c
 F ' k     0 (7)
k

 2c
 F ''  k   0
k 2

7
A equaçã o (7) indica que a quantidade de capital deve ser incrementada até que a
PmgK seja igual à taxa de depreciaçã o  ( # : indica equilíbrio no estado
estacioná rio da regra de ouro).

PmgK

F '(k # )  

k# k

8
Esta soluçã o é considerada a “regra de ouro”

c  k  F  k    k

c Investimento líquido

F (k )   k
c#

k# k
9
y
F (k )
c k
# #

c# k

k#


k# k

10
A Dinâmica da Regra de Ouro
• c # é indefinidamente sustentá vel se nã o há choques negativos na produçã o.
Se há choques negativos, a economia se torna dinamicamente instá vel  c#em
, k #
. Contudo, uma aná lise mais detalhada disto será feita mais
adiante, depois de explorada a soluçã o ó tima.

Solução Ótima

Derivaçã o da Equaçã o de Euler Fundamental

• Hipó tese: A economia valoriza consumo hoje mais do que consumo no futuro.

Maximizing the Present value of current and Future Utility


max Vt    s u  ct  s 
 ct  s , kt s1 s 0

Sujeito a: F  K t  s   ct  s  K t  s 1   1    K t  s
11
Definindo a Lagrangeana

s 0

Lt    s u  ct  s   t  s  F  kt  s   ct  s  kt  s 1   1    kt  s   (8)

Onde: t  s  Multiplicador de lagrange “s” períodos à frente

Variá veis endó genas: c ts , kt  s 1 , t  s ; s  0

12
Condiçõ es de 1ª ordem:

L  *
 *

  s u '  c
t  s   t  s  0, s0 (9)
ct  s  

Lt
 t  s  F '  kt* s    1      t* s 1  0, s  0 (10)
kt  s

Lt
 restrição  0, s  0.
t  s

Condiçã o de transversalidade

lim  s u '  ct  s  kt  s  0 (11)


s 

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•Para dar uma explicaçã o intuitiva, vamos admitir que a economia
acabe em t+s e que haja uma soluçã o na qual kt+s é finito.
•Entã o, a soluçã o nã o é ó tima, pois este estoque de capital deveria ser
consumido, pois, se consumido, dará a utilidade descontada de

 s u '  ct  s  kt  s  0

 s u '  ct  s   F '  kt  s    1       s 1u '  ct  s 1   0, s0

Para s=1 a expressã o acima pode ser escrita como

u '  ct 1 
  F '  kt 1   1     1 (12)
u '  ct 

14
Interpretação da Equação de Euler

Se estamos em torno do ó timo, entã o se reduzirmos ct por um montante


pequeno, há um aumento de ct+1 que mantém vt constante, ou seja, u  ct    u  ct 1 

dct 1 u '  ct 
u '  ct  dct   u '  ct 1  dct 1  0 dct

 u '  ct 1 
(13)

Como a restriçã o de recurso deve ser satisfeita em todo o período t:

dct  F '  kt  dkt  dkt 1   1    dkt

0 0

dct  dkt 1

F '  kt 1  dkt 1  dct 1  dkt  2   1    dkt 1


0
15
dct 1  F '  kt 1  dkt 1   1    dkt 1

 dct 1    F '  kt 1   1    dct (14)

u '  ct 
    F '  kt 1   1   
 u '  ct 1 

16
A Fronteira de Possibilidades da Produção Intertemporal

Esta associada a uma funçã o de produção que tem mais de um tipo de produto e
mais de um tipo de insumo. Ela mede a combinaçã o má xima de cada tipo de
produto dada uma certa quantidade dos fatores de produçã o. O resultado é uma
funçã o cô ncava no espaço dos produtos.
A Fronteira de possibilidades da produçã o intertemporal (FPPI) está associada com
a produçã o em pontos diferentes do tempo e é obtida a partir da restriçã o de
recursos da economia.

ct 1  F (kt 1 )  kt  2  (1   )kt 1

 F  F (kt )  ct  (1   )kt   kt  2  (1   )  F (kt )  ct  (1   )kt  (15)

ct 1  2 ct 1
   F '(kt 1 )  1    (16)  F ''(kt 1 )  0
ct ct 2

kt 1  F (kt )  ct   1    kt 17
Representaçã o grá fica da soluçã o (* : indica equilíbrio
no estado estacioná rio da soluçã o ó tima )
ct 1

max ct 1
Vt  u (ct )   u (ct 1 )

c*t 1

c*t max ct 1  rt 1 ct

A soluçã o do problema com 2 períodos é apresentada na figura acima. A curva de


indiferença dá a taxa de troca entre consumo hoje e consumo amanhã , que mantém
vt constante.
A reta tangente é a restriçã o de recursos. Também na figura está representada a
Fronteira de Possibilidades da Produçã o Intertemporal.
18
dct 1 c
  F '( kt 1 )  1    1  rt 1   t 1
dct V const . ct FPPI

rt 1  F '  kt 1   

Produto Marginal Líquido do Capital = Taxa de retorno real do capital depois


de se considerara depreciaçã o.

Choque de Tecnologia  rt 1  torna a FPPI mais inclinada  vt  ,

ct  e ct 1 

19
Solução do Equilíbrio estacionário
(*: indica equilíbrio no estado estacionário da solução ótima)

ct  ct 1  c*

kt  kt 1  k *

 u '  c* 

1
  F '  k *    1      1
 
u ' c*
  
F ' k* 1  

1
 
F ' k* 

 (1   )

1
 1 0  1

20
F '(k )
F ' k*     

 

k* k# k

21
y

F (k )

F  k *   c*   k *

  c*  (k )

 k*

k* k# k

22
ct  kt 1

c k  F '(k )    0
c#
F (k )   k

c*

k* k# k

23
Um exemplo:

c1  1 yt  Akt
u (c ) 
1

u '(c)   1    c   1   
1
 c 

u ''  c    c   1

 c     c   1    c
u ''  c 
c  u ' c

Coeficiente de aversã o relativa ao risco = 


24
Exemplo:

ct1  1
u  ct   F (kt )  Akt
1

Equaçã o de Euler (12) passa a ser:

ct1
   Akt 1   1      1
ct

1 1
    1  A  1
k*     
  A      

 1
 A  1  A  1
c  Ak *   k *  A     
     

25
 1
1
  A    A   A  1  A  1
 A       
                  

1
     A  1
 A    
  A     

1
   1        A  1
c 
*
 
       

26
Dinâ mica da Soluçã o Ó tima

A aná lise dinâ mica que vamos implementar utiliza o diagrama de fase. As duas
equaçõ es que descrevem o equilíbrio ( soluçã o ó tima) sã o a equaçã o de Euler e a
da restriçã o de recursos. Ou seja,

 u '  ct 1 
 F '  kt 1   1     1 (17)
u '  ct 

k t 1  F (kt )  ct   kt . (4)

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As coisas se complicam um pouco aqui, pois ambas as equaçõ es sã o nã o-lineares.
Vamos, portanto, considerar uma uma soluçã o local (ou seja, uma soluçã o vá lida
em uma vizinhança do equilíbrio). Faremos isto obtendo uma expansã o de Taylor
de u’(ct+1) em torno de ct:

u '  ct 1   u '  ct   u ''  ct  ct 1

Dividindo por u '  ct  :


u '  ct 1  u ''  ct  u ''
 1 ct 1 , 0
u '  ct  u '  ct  u'

u '  ct 1  1

u '  ct    F '  kt 1   1   

28
 1  u ''
   ct 1  1
   F '  kt 1   1     u '

 1  u'
ct 1   1  
   F '  kt 1   1     u ''
0

1
Se F' k   *
  1    c  0

c  F (k )   k  k  0

29
k  k*  F ' k   F ' k*  

  F '  k    1      1  c  0

 
c 0  k k *
 
ct  0

ct  kt 1 ct  0 ct  0

k* kt

30
ct  kt 1 kt 1  0

c  F (k )   k

kt  0
c  F (k )   k
kt 1  0

c  F (k )   k

kt

31
Trajetó ria do caminho de sela

ct  kt 1

A
#
c

c* B

S
k  0
k* k# kt
32

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